sábado, 4 de maio de 2013

Há sempre alguém que diz NÃO !!!

Já prometi tanta vez a mim mesmo que não voltaria a dedicar uma postagem do blog a questões políticas, deixando a raiva com que vou encarando a situação política, económica e social deste pobre Portugal expandir-se em “postagens rápidas” quer no FB, quer no Google+, e onde não me contenho e chamo os bois pelos nomes, debicando aqui e ali aquele português vernáculo, que naturalmente não aprendi em casa, mas que todos conhecemos e que faz tão bem gritar de quando em vez.
Acresce ainda o facto de que nas questões políticas (e nas religiosas) há por vezes, não digo discussões acesas, mas pontos de vista bastante diferenciados, e que podem com alguma facilidade degenerar em trocas de palavras menos agradáveis com pessoas que até se prezam e são amigas.
Mas, e este “mas” tem muita força, não consigo ficar calado perante o rumo que as coisas estão a tomar no nosso país, e dando de mão beijada, que há culpas de muita gente de diferentes cores políticas, na origem desta crise, como também estou consciente da conjuntura internacional (dava pano para mangas falar sobre isto…), não posso deixar de referir que a maior parte da terrível situação em que nos encontramos neste momento em Portugal, é por causa das políticas iniciadas por este governo, e pior ainda a sua total ineficácia, perante a péssima execução das mesmas.
Na sua comunicação ao país de ontem, PPC não fez outra coisa do que aquilo que costuma fazer: debitou medidas, a maior parte delas já conhecidas, e extremamente gravosas para o nosso povo, e não explicou, porque não o sabe fazer, a essência e o conteúdo delas, nem o seu exacto alcance. Limitou-se à nova imagem que o governo descobriu para justificar o injustificável: a pura chantagem, com a frase mais que repetida – ou isto ou a bancarrota!
Como a maioria do povo português já está na bancarrota, pois que venha a bancarrota, porra!!! É preciso é ter tomates para decidir isso e nem este governo, nem o que aí há de vir, mais tarde ou mais cedo, os têm para tal efeito. Ao menos com a bancarrota também eram atingidos os poderosos (grandes empresas já privadas ou a privatizar, banqueiros, reformados com pensões que são um atentado a quem passa fome, políticos de carreira bem instalados na vida, enfim o grosso daqueles que acreditam que este governo está a seguir o rumo certo.
Acresce o facto de que eu não acredito de que mesmo se houvesse tomates para tomar essa decisão, ela fosse conduzir à bancarrota real, pois a Europa, principalmente a da zona euro nunca o permitiria, já que tal significaria o princípio do fim de toda uma construção já muito abalada de união europeia.
O que é um facto é que há muita gente com fome, há famílias em situações limite, há um crescente número de desempregados e cada vez mais candidatos ao desemprego, há ameaças reais a um normal funcionamento de sectores fundamentais de um país, como a educação e a saúde, há um afastamento cada vez maior de outros países europeus, embora a crise estrutural seja a mesma para todos.
Para onde tem ido o dinheiro que temos vindo a receber por via do memorando de assistência? Para reavivar a economia? Para fazer crescer o emprego?
Não, tem ido para a recapitalização dos bancos, tem sido desbaratado em políticas que só nos conduzem a uma recessão cada vez maior.
Não posso deixar de referir aqui quatro nomes, que têm, neste momento uma enorme responsabilidade do que estamos a sofrer: Vítor Gaspar em primeiríssimo lugar, pois é ele que realmente governa, a seu belo prazer, com as suas teorias loucas que eu tenho sérias dúvidas que não sejam premeditadas e filha de uma concepção ideológica extremamente perigosa e que se enquadra em políticas internacionais muito mais elaboradas e que estão na génese de toda esta crise; é um homem tão poderoso como perigoso, pois está fora de qualquer controlo nacional.
Quem acima de tudo o sustenta é Passos Coelho, chefe do governo apenas nominalmente, que tem contra ele não apenas a oposição em peso, mas também o seu parceiro de coligação e até largas franjas do seu próprio partido, não só a nível popular, mas também a nível de gente de peso na estrutura do partido.
Quem o apoia, sim e de uma maneira escandalosamente parcial para quem institucionalmente deve ser apartidário é Cavaco Silva, um homem que tem hoje o desprezo de uma imensa maioria dos cidadãos deste país. Como é possível um Presidente da República ser tão patético como este homem? Ele representa o que há de mais negativo na já de si medíocre generalidade da classe política portuguesa.
Finalmente há Paulo Portas, que tem neste momento um peso político enorme e que ele nunca imaginou poder vir a ter em Portugal; devido à posição mais que pública do PR não acionar os mecanismos que estão ao seu alcance para pôr na rua este bando de ladrões, só PP, pode, ou dentro do próprio governo ou perante os deputados do seu partido no Parlamento, fazê-lo. Mas é um cobarde e estou certo que amanhã irá lavar as mãos como Pilatos, na sua comunicação ao país.
A alternativa mais que certa a tudo isto, e que será um governo socialista no poder, infelizmente não chega a ser alternativa, pois Seguro também não tem os referidos tomates.
Para quando uma verdadeira esquerda unida no nosso país, com o PCP e o BE a deixarem as suas ortodoxias de lado e juntarem-se a um PS forte e constituírem uma alternativa democrática válida e possível neste país à deriva?
Esta é a pergunta que deixo e que a ser respondida afirmativa teria o meu apoio e o de uma grande maioria do povo português.

24 comentários:

  1. Eu discordo de muito deste post.
    Primeiro, eu penso que o alarmismo é uma espécie de religião em Portugal. Na falta de outra ocupação ou assuntos vastos de interesse cívico e cultural, as pessoas falam até de problemas que não têm.
    Segundo, e não querendo ofender quem está desempregado ou com dificuldade financeira, eu penso que em Portugal as pessoas, mesmo as que se encontram nestas situaçõe, têm um apoio mínimo estatal, social (tipo associações cívicas ou religiosas de apoio em bens essenciais como a comida), ou familiar que impossibilita que alguém morra de fome. Os telejornais mostram pessoas que dizem que passam fome ( e eu acredito que tenham opções mais regradas e limitadas) mas que, invariavelmente, mostram obesidade em níveis escandalosos para uma associação de palavras com fome (não obstante o défice nutricional em qualidade nas sociedades ocidentais modernas).
    Terceiro, eu gosto do Gaspar. E nem tão pouco sou social-democrata. Acho-o um funcionário exemplar, que tem vindo a cumprir com rigor a tarefa para a qual foi contratado - cortar despesa. Pudera todos os portugueses terem o seu nível de produtividade e o país seria o mais rico (em qualidade de vida) do mundo. Palmas para ele, que é massacrado por desporto (já é o maior desporto nacional, com maior número de adeptos que o futebol).
    Também penso que o Passos Coelho é estranhamente muito parecido com Salazar. As parecências físicas não podem ser um acaso.
    Já do Cavaco penso ser péssimo funcionário. Arrisco-me até a considerá-lo anti-estadista, o que é o cúmulo para um presidente da república. Deveríamos ponderar a monarquia, visto que os portugueses não sabem eleger um representante de todos os portugueses.
    Sobre quem cai a culpa... No momento inclinar-me-ia não para as finanças (que tem sido desempenhadas MUITO BEM, oxalá ainda melhor), mas para a Economia, ou falta dela. Já há um burburinho em torno do busílis da questão: a falta de um meta-projecto nacional e de uma coordenação entre tudo e todos. Continuamos a puxar, cada qual, a brasa à sua sardinha. Um povo desunido jamais será próspero.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo em parte com este parecer, à excepção do que ao ministro das finanças diz respeito. Acredito que, nas cidades, existam casos de fome. Na aldeia, nesse aspecto, estamos "protegidos" pela unidade a que ainda se vai assistindo.
      O Prof. Dr. Cavaco Silva considero... nem tenho palavras para o descrever. Simplesmente, detesto-o. Mantenho-me reticente quanto às valias da CE e euro.
      A classe política... falam, humilham-se, etc, etc. Mas quais os sacrifícios que demonstram? O mesmo se aplica aos tubarões, capazes de ganhar mais do que o PM. Este país está sedento de uma revolução de mentalidades.

      Eliminar
    2. Paulo
      tal como tu, a minha maior divergência com o Alex é sobre o ministro das finanças, o qual considero uma desgraça nacional.
      Claro que tens razão quando falas na ajuda comunitária a quem precisa, nos meios mais pequenos - ela funciona; tal como funciona nos outros meios mais urbanos, num círculo pequeno (família, amigos, vizinhos) e nada mais...
      Focas ainda um outro assunto do qual eu não falei, mas é premente. Trata-se de incidir sempre os sacrifícios nos mesmos estratos sociais (classe baixa e média) e nos mesmos sectores pessoais e económicos (função pública, reformados, pequenas empresas, construção civil...) e deixando de fora os tubarões - banca, grandes grupos económicos, pensões escandalosamente astronómicas, as PPP, etc.
      Todos estes que são poucos em número, mas significam muito em percentagem, não hão de estar satisfeitos e felizes da vida?
      O comércio automóvel está pelas horas da morte, mas os carros de luxo, não! Os restaurantes caem na falência, como passarinhos, mas os restaurantes de luxo continuam de vento em popa, os bancos vêeem os sus lucros baixarem , mas continuam a ganhar milhões, as grandes empresas continuam a pôr e dispôe, quer sejam a EDP, a PT, a Sonae, o Jerónimo Martins e tantas e tantas mais. Só lucros e mais lucros.
      Quem paga isso tudo? A troika? Não, és tu, sou eu e todos os outros que por aqui andamos...
      Abraço amigo.

      Eliminar
  2. Alex
    como eu disse no começo do texto, é muito difícil em postagens sobre política gerar consensos (esta palavra tão badalada últimamente). E é bom haver quem discorde deste ou daquele ponto ou mesmo de tudo se o fizer com clareza e sem animosidade, como é o caso.
    Quanto a alarmismo, eu não vou por aí; se escrevi isto não é por estar alarmado, pois alarmado estou há muito, muito tempo...estou sim completamente em desacordo com esta via de resolver a questão, de total subserviência a entidades e países estranhos que esmagam por completo a nossa soberania.
    Quanto ao segundo ponto, eu acredito sinceramente que já haja fome em Portugal, pois as tais associações humanitárias de que falas estã a rebentar pelas costuras e se não fossem ajudas familiares e até de amigos, a situação ainda seria mais grave. Eu não vou para aqui falar do meu caso pessoal, que está longe de ser dramático, apesar de ter uma reforma miserável para quem trabalhou a vida inteira e sempre descontou o máximo. Mas que sinto e muito a situação actual, claro que sim e só a não sinto mais porque não tenho compromissos a pagar (casa, carro ou empréstimos). O que me custa é que é a este sector de população, aos reformados que estão um pouco acima do salário mínimo que o governo vai sempre buscar mais, alegando que cuida daqueles que pouco recebem. E os que recebem entre 600 e 800 euros, recebem muito? E só recebem o que deles entregaram ao estado para mais tarde poderem dele ausufruir, é bom não esquecer.
    O ponto em que mais discordo de ti é sobre Vítor Gaspar; considero-o um deslumbrado teórico, que não tem um mínimo de sensibilidade social e humana, só olha para os números e olha mal, pois erra sempre, mas sempre os seus objectivos. Pode considerar-se bom um funcionário que tem a seu cargo as finanças de um país e não acautela minimamente a economia, nem sequer consegue ver as nefastas consequeências que as suas medidas orçamentais contribuem para um progressivo afundar da depressão em que estamos mergulhados?
    Quanto ao resto parece estarmos mais ou menos de acordo.
    Da discussão destas questões fica sempre algo de positivo e por isso te agradeço o teu comentário sincero.
    Abraço amigo.

    ResponderEliminar
  3. Amigo João,

    Creio que o grave problema, é que desde que entrámos para a dita CEE e mais tarde UE. Como disse Medina Carreira: "O País está à beira do abismo e deu um passo em frente"...

    Se não fosse a economia paralela, Portugal há muito que tinha "fechado".

    O Grave Problema é que a culpa é sempre do actual governo(tenha ele a cor que tiver) e tem que se destruir o que em quatro anos se estava a implementar. Todos querem ter os louros de qualquer coisa, e o resultado está à vista... Ninguém continua um projecto do governo anterior...

    À parte disso, creio que a nossa classe política está toda muito bem casada com todas as cores. Nos Bastidores, fazem férias e jantares todos em família. Sendo o pobre a pagar a factura no final...

    É uma questão de mentalidade, apenas mentalidade...

    Abraço amigo João



    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Francisco
      disseste algo de muito importante e que se refere à questão da mentalidade.
      Há muita culpa da mentalidade tacanha do povo português, todo ele, classe política incluída para alcançar objectivos a longo prazo. Infelizmente e nesse campo, o Marquês de Pombal há muito está enterrado.
      Por outro lado a nossa mentalidade de subserviência, de pensar sempre que somos "pequeninos", também não ajuda; e finalmente a mentalidade portuguesa de gastar muito além do que pode...
      Abraço amigo.

      Eliminar
  4. Também eu prometi a mim mesmo que não voltava a falar de política no meu blog, mas depois é irresistível chamar-lhes filhos-da-puta (com hífen que não há provas que as mães tenham culpa, embora também não haja provas do contrário), e mais irresistível é desejar-lhes um balázio nas fontes (ou a queda de um avião, vá).

    E mais não comento. Abraço.

    ResponderEliminar
  5. André
    é isso mesmo. A revolta é tão grande que é impossível ficar calado.
    Eu tinha tanto a dizer...mas é melhor não ir muito além...
    Abraço amigo.

    ResponderEliminar
  6. Esses que apontas são de facto responsáveis, mas apenas como servos de poderes mais altos. Se não fossem eles seriam outros, com a mesma falta de honra que estes. O necessário é, como afirmas e eu concordo, uma mudança política de fundo,e para isso ainda temos de lutar muito...e se calhar esperar anos!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Justine
      não sei se costumas ver o "Eixo do Mal", na SIC Notícias?
      Dá ao sábado à noite e repete domingo de manhã e eu vi hoje, como sempre faço. E lá foi dito e eu concordo inteiramente, que o principal mentor de toda a política europeia (principalmente da zona euro), não é Durão Barroso, nem o presidente do Banco Europeu, mas sim, como sabemos, a Alemanha.
      Mas algo de novo foi referido e muito curioso: na Alemanha, não é exatamente Ângela Merckl que põe e dispõe, mas sim aquela criatura que anda numa cadeira de rodas e é o seu ministro das finanças, que é uma pessoa perfeitamente sinistra e com ditos extremamente perigosos, a fazerem lembrar uma Alemanha do passado que eu espero bem morta e enterrada.
      Claro que esse tipo se apressou a dar os parabéns ao Gaspar com estas medidas agora tomadas. Como não poderia ser se elas foram possívelmente aprovadas por ele, préviamente?
      É muito triste que a esquerda em Portugal não se entenda e aqui culpo acima de tudo o PCP e o Bloco, pois são incapazes de sair da sua ortodoxia para enfrentar um perigo muito maior do que aquele que eles se habituaram a ler nos seus manuais ideológicos.
      Para mim, repito, a solução é a ruptura, e quanto mais cedo melhor, com a UE, com o Euro e com tudo o que lhe está associado; vale mais a pena fazê-lo de livre vontade hoje, do que forçado, amanhã. E depois aguardemos os acontecimentos pois iremos ver possívelmente uma Europa atrapalhada, com particular ênfase a Alemanha e a querer emendar a mão. A saída de um país do Euro é o fim do Euro!
      Beijinho.

      Eliminar
  7. João,
    Estou como tu. A desilusão e a revolta são tão grandes que evito o mais possível abordar o tema política, pois cada vez que o faço fico doente. Desde muito jovem que defini as minhas ideias políticas - social-democracia, mas da verdadeira. Agora tudo o que vejo fazer é destruir a tímida social democracia que o regime saído do 25 de Abril construiu e que nos trouxe a níveis de bem-estar e desenvolvimento como o país nunca conheceu. Agora, vem esta gentinha e em poucos anos tudo tem feito para destruir esse desenvolvimento adquirido e tudo porque estão ao serviço dos do costume. Tudo isto me entristece e me enoja. E pior que tudo: não tenho a receita para mandar esta gentinha embora para bem longe. Tempos bem tristes estes que vivemos. Assim, sempre que posso fujo ao tema política!

    Abraço com amizade!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Lear
      os sociais democratas verdadeiros cujo principal elemento foi o verdadeiro político que se chamou Sá Carneiro, será impossível reverem-se neste grupo de pessoas que agora estão à frente do país e as críticas vindas do interior do PSD sobem de tom, mesmo no seio do governo, segundo consta.
      Perante um PR perfeitamente amorfo e imbecil, que se demitiu de ser PR com sucessivas intervenções e silêncios, perante a impossibiidade ridículo de uma união à esquerda e perante uma improvável tomada do poder pela força, só resta uma solução para tirar esta gente do poder antes do fim da legislatura, em 2015 e ela passa pelo interior do próprio governo com a imposição do CDS e não só(...) ao primeiro ministro (só de nome) que afaste Gaspar, o que ele não fará, pois não tem estofo (ia a dizer tomates) para tal.
      Ou então, e é um cenário a não pôr de parte, o insucesso de mais estas medidas se vier a verificar a curto prazo e não havendo mais margem para novas medidas o governo se veja na contingência de se demitir por iniciativa própria.
      Entretanto, o país vai caminhando para o abismo, nas mão de um louco perigoso - Gaspar!
      Abraço amigo.

      Eliminar
  8. o que mais me dana é o desprezo que estes tipos nem se maçam de esconder, que votam ás pessoas, à classe média, às pessoas que votam neles. e de que o Gaspar é um exemplo, quando ainda há dias respondeu a uma deputada a dizer que não tinha sido "eleito coisíssima nenhuma", pois é assim que ele verdadeiramente se sente, impune, só presta contas ao patrão que o pôs no governo, e que é troika. como é que 39 anos depois de abril há um ministro que acha que não tem de prestar contas ao parlamento que é quem legitima o governo?! para além de tudo o mais, é uma total falta de educação cívica, de se saber comportar, de mostrar respeito, que é o mínimo que se pode fazer.

    e o PPC nem se atreve a correr com ele, apesar das pressões todas. ninguem tem dúvidas de que estas fitas todas do Portas são para obrigar o PPC a correr com o Gaspar, e também toda a gente sabe que não está sozinho nisso, tem com ele até ministros do psd, como a teixeira da cunha e o miguel macedo.

    aquilo que estão a fazer aos pensionistas é imoral, é um roubo destituído de qualquer legitimidade, e uma cobardia. e como dizes nem sequer são as pensões milionárias (dos juízes e dos administradores das empresas com participação pública, por exemplo), mas sim as pensões mais baixas.

    quanto ao resto, concordo com o André: só a tiro!

    ResponderEliminar
  9. Miguel
    como sabes escrevi este texto antes da declaração de ontem do Paulo Portas, que objectivamente até posso achar razoável, já que ao contrário de PPC deu algumas explicações sobre as medidas que o primeiro ministro (?) se limitou a enunciar. Mas o importante da comunicação de Portas é a sua oposição firme e total ao imposto sobre os pensionistas, expressando que teria havido acordo no seio do governo sobre essa matéria, havendo "folga" nas restantes medidas para que esta não fosse avante. Mas PPC enunciou-a e então em que ficamos? Há uma desautorização do primeiro ministro ou este fez vista grossa do acordo que Portas refere.
    O que é um facto é que há verdadeiramente uma crise política no nosso país e só a não vê, quem não quer ver.
    Abraço amigo.

    ResponderEliminar
  10. Infelizmente a política de PC tem muitos apoiantes e se leres a opinião deste Sr. saberás porquê:
    http://expresso.sapo.pt/caro-funcionario-publico-os-outros-trabalhadores-e-que-deviam-estar-indignados=f804941
    Gosto de respeitar todas as opiniões mas quando elas se baseiam em mentiras e são proferidas por pessoas com conhecimentos limitados, como as que este senhor escreve, causa-me uma revolta dupla. Este Sr. chega a dizer:
    "Por que razão o cálculo da pensão da sua Caixa Geral de Depósitos era mais generoso do que o cálculo da pensão do regime geral? Porquê? Por que razão uns tinham reforma de filhos e outros reforma de enteados?"
    Infelizmente nem sequer sabe como se chama a caixa para a qual os funcionários públicos descontam mas tem a certeza que a reforma deles é de filhos. Infelizmente este país tem os governantes que merece. Num país onde a dor de cotovelo governa e se atacam trabalhadores para se defenderem desgovernantes nada se pode esperar. Já apostei nessa coligação, BE e PCP, mas hoje aposto numa ditadura. Quem sabe assim se começavam a defender os trabalhadores e se formaria uma união entre eles. Felizmente conheço as duas realidades, conheço, ainda, a realidade monetária dos dois mundos e a realidade fiscal o que aumenta a revolta à medida que se vão apunhalando os funcionários públicos. As pessoas devem confundir funcionários públicos com políticos e cargos políticos e públicos, a ignorância pode levar a isso. Nós fizemos concurso, fizemos provas e assinámos contrato onde contavam os nossos deveres e direitos. Esse contrato está a ser violado. Que faz um trabalhador do privado neste caso? Mete o patrão em tribunal. Era o que os sindicatos deviam fazer em vez de entrarem em dialogo com o governo. Esse pessoal, assim como o PC, deviam ter perdido tempo a estudar a situação desses funcionários que querem, à força,destruir. Não recebemos viatura, telemóvel, horas extras, nem percentagem de lucro do estado e não podemos fugir aos impostos. E no privado como é? Já alguém conheceu um funcionário publico que receba subsídio desemprego? Pagamos IRS todos os meses, não no fim do ano como acontece com muitos trabalhadores do privado. Enfim....Não vejo este ódio em relação aos gastos desnecessários feitos pelos governantes, que distribuem o dinheiro por quem querem, os bancos,por exemplo, que o povo paga, nem que seja com a vida. Falta gente lúcida que consiga analisar todos os dados e não se sirva de demónios pessoais para atacar quem já está de rastos. Isto para dizer que muitos há que acham que o PC está a ser, até, muito corajoso. Não queria voltar a falar em política no blog e por isso me mantenho em silêncio. Repetir o que já tantas vezes dissemos enjoa. Quantas vezes me apetece chegar ao blog e mandá-los f..., imensas! Há que manter a calma para podermos manter a saúde.Beijinhos



    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mary
      não é puxar a brasa à minha sardinha, mas gostava de saber a opinião desse senhor sobre toda a carga de sacrifícios que está a cair em cima dos pensionistas; não estou contra os funcionários públicos, antes pelo contrário, até porque depois dos pensionistas tem sido a parte da população mais castigada.
      Mas, apesar de tudo, em muitos casos, com excepção dos que ultrapassaram uma certa idade - 50 anos ou mais, ainda podem, pois estão no activo arranjar alguma coisa. Mas e os pensionistas que "emprestaram" o seu dinheiro ao Estado, sob a forma de descontos, sabe-se lá com que sacrifícios e agora, velhos e incapacitados são massacrados com penalizações de toda a espécie; dizem que salvaguardam quem ganha menos, mas quando o menos está no limite dos 600 euros, aqueles que ultrapassam um pouco esse limite é que se lixam. E têm pensões de merda, não são uns lordes.
      Outro dia, um amigo meu e que até é apoiante convicto das políticas deste governo estava muito preocupado, pois o Estado lhe ia tirar 40% da sua pensão, enquanto a mim, dizia ele, me tirava "uns tostões"; não sei qual é o montante da sua pensão, mas foi dizendo que agora não poderia ir tantas vezes nas suas habituais viagens de férias (todas transatlânticas) e que não poderia trocar de carro (topo de gama) todos os anos. Claro que omandei bugiar e lhe disse se ele quisesse trocar a sua posição com a minha, que eu o faria com muito gosto.
      São estas coisa todas que me fazem pensar que "quanto pior, melhor", pois assim poderia mudar realmente algo, e acabava-se o regabofe dos que continuam a ter uma vida de luxo.
      Mas, como dizes, o melhor é nada dizer...
      Beijinho.

      Eliminar
  11. Querido João não gosto de fazer comentários políticos mas não posso deixar de comentar este poste porque em grande parte concordo com o que dizes.
    Em "casa onde não há pão, todos ralham e todos têm razão" esquecemo-nos (principalmente os nossos políticos) que é preciso ganharmos o "pão". Para o "ganharmos" tem que se criar trabalho, trabalhadores existem.
    Pessoalmente só de "ver" o ministro Gaspar (não confundir com o fantasma Gasparzinho que é um querido) fico agoniada.
    A maioria dos comentadores políticos que por aí proliferam, não se documentaram convenientemente sobre o que dizem, às vezes o "parlapié" é tão incongruente que até, os menos versados em política, como é o meu caso, ficam de queixo caído a ouvirem tanta asneira.
    Quanto às obscenidades estou contigo,se os meus pais ainda existissem,tinham um ataque de apoplexia deixando-me novamente órfã, tantas são aquelas que digo, algumas das quais nem sabia que sabia. Às vezes adoço-as um pouco dizendo que me estão "licsando" (ler como está escrito)o juízo:):):):)
    Abracinho meu!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Maria Teresa
      era muito bom que certos comentadores políticos que por aí proliferam pudessem dizer o mesmo que tu aqui afirmas, que não gostas de fazer comentários políticos, pois assim calavam-se...
      Mas nós não somos comentadores políticos, somos apenas comentadores de uma má política que nos aperta a ponto de dizermos as tais asneiras que soltamos quase sem darmos por isso. Eu, no FB ou no Google+ já chamei tanto nome feio a certas "personalidades" políticas deste desgraçado país, e algumas delas, deveriam ser institucionalmente respeitadas (caso do PR), que por vezes chego a pensar que um dia destes ainda me acusam de "violar" (que horror) essas mesmas entidades. Mas o curioso é que não estou mínimamente arrependido e só agradeço que a minha Mãe não leia essas coisas, pois ainda me dava um "estaladão" por desrespeitar a boa educação que me deu.
      Beijinho.

      Eliminar
  12. este governo tem sido o pior desde que há democracia. espero que, como se sussurra nestes corredores, caia até ao fim do ano. e ainda faltam seis meses. o Alex tem razão, PPC está cada vez mais parecido com o Salazar, os modos de estar, de olhar, os ombros encolhidos, tal e qual. quanto ao ministro das finanças, aí não concordo, nunca lhe dei crédito, quando foi chefe de gabinete de um outro ministro, no tempo do senhor de Boliqueime, as contas nunca bateram certo. na teoria até pode ser óptimo, na prática, é uma nódoa. e há fome, imensa, já são dois fins-de-semana seguidos que a minha paróquia está à porta do hipermercado. peguei numa palete de leite e fui lá entregar-lhes. crianças que não têm uma caneca de leite e um papo-seco para comerem antes de ir para a cama? adultos a desmaiarem de fome com um iogurte para todo o dia? idosos que ficam sem parte da reforma, sabendo que muitos são o único sustento dos filhos desempregados? sim, é um governo desgovernado. a única solução serão eleições antecipadas, mesmo tendo consciência que o Seguro não é a melhor aposta e desconhecendo qual é a sua alternativa. a memória é curta, mas não tão curta assim para me esquecer dos projectos megalómanos do Sócrates e TGV e empreendimentos lunáticos, sim, só faltava mesmo uma estação espacial na Lua... temos planos de vida, sonhos, construímos a pouco e pouco uma casa, uma família, uma vida melhor que os nossos pais e avós tiveram. de repente, cai tudo. é um pesadelo. há um ano estávamos a lutar por um melhor primeiro de maio, este ano, ainda estamos pior. eu não sei, posso até estar a dizer um enorme disparate, mas não sei se não será boa ideia sairmos do euro. a moeda desvalorizará, mas talvez aí o escudo seja mais preservado. também confesso que foi um abuso quando o euro entrou e os produtos aumentarem o dobro. se a bica estiver a 120 escudos e não a 0,60 € talvez pensem duas vezes antes de gastar e comecem a baixar os preços. os portugueses nem se apercebem como o dinheiro voa com os euros e cêntimos (já estou como o Francisco, só falta o santo deus). contudo, os empregos para os amigos continuam, os gestores a ganharem ordenados milionários continuam, o Estados Social diminui, porque continuamos a pagar a ponte Vasco da Gama e mais umas quantas auto-estradas e mais uns quantos contratos milionários na EDP, Mota-Engil, CGD e afins. entretanto, mais um deputado colocou a AR em tribunal, porque exige a pensão vitalícia. e estamos assim muito bem.
    desculpa o testamento, estou triste. bjs.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Margarida
      não é de forma um testamento, é apenas a expressão do que sentes e podes estar certa que foi também com o objectivode que os leitores deste blog pudessem aqui explanar as suas ideias, aliás no espírito que preside à minha gestão do blog.
      É com testemunhos como o teu e muitos outros que aqui estão, por assim dizer de todos os que comentaram até agora, que esta postagem sai enriquecida, mesmo quando as opiniões não são necessáriamente coincidentes.
      Muito obrigado pois, a ti e a todos os demais por este debate alargado sobre a situação que vivemos.
      Beijinho.

      Eliminar
  13. A situação política actual está negra e infelizmente o futuro avizinha-se muito a ser mais do mesmo: políticas de austeridade por todo o lado, não só cá em Portugal, com pesadas consequências: limitação rigorosa na Imigração. Aqui na Europa a Suíça já fez valer isso e ontem a Inglaterra fez o mesmo, pela mão de Sua Venerável senhora, a Rainha Mãe. Preocupa-me imenso que os jovens como eu não encontrem soluções profissionais no nosso país e as condições para emigrar estejam a ficar também cada vez mais difíceis. Não adiantará de muito procurar culpados, pois todos sabemos quem os são. Na sua maioria estão entre a classe política ou são dirigentes de altos cargosnos monopólios deste país: Água, Electricidade, Combustíveis e por aí fora. O que eu vejo é que existe desde sempre um grupo que permanece "intocável" - os grupos económicos, os verdadeiros governantes deste nosso país. Para eles a vida corre sempre bem e nunca são penalizados. É como tu dizes, é preciso que aja um governo com tomates para mexer e cortar onde ter de ser cortado, ao invés de implicar sempre com os mesmos. E há tanto para se cortar nesses lados que nem eu nem tu nem ninguém terá noção ao certo. Outra coisa que me faz confusão é a imunidade que os membros do Tribunal Constitucional têm. Eles podem reformar-se aos 42 anos, são imunes aos cortes e às penalizações que todos os restantes portugueses sofrem. Porquê? Existem portugueses de primeira e de segunda porquê? Se vivemos num Estado democrático, não deviamos todos ser tratados de igual forma? Porque razão o governo e os partidos não aplicam os cortes nas suas pensões, subsídios, salários e mordomias? Isto sem falarmos dos ex governantes que auferem de pensões milionárias e que também eles deveriam dar o exemplo. Acho que há muito a fazer, muito para cortar, mas em diferentes frentes. quanto à questão de criação de emprego, era bom que o governo pensasse a sério em formas de motivar a criação de emprego, promovendo a isenção de impostos às empresas que efectivem trabalhadores e ajudas nos custos energéticos. Pode ser pouco e sabemos que vai levar muito tempo até que estas medidas comecem a surtir efeito, mas pelo menos as pessoas viam que o governo está interessado em ajudar a levar isto para a frente, em vez de ser apenas cortar, cortar, cortar.

    Abraço amigo :)

    ResponderEliminar
  14. João
    tens carradas de razão em tudo o que dizes.
    De tudo o que falas, o que para mim me choca mais são todos os benefícios de uma classe política, económica, e não só, também de algumas corporações, como juízes, que são considerados intocáveis. Há quem refira que isso não alteraria grande coisa, já que percentualmente o número de pessoas que usufruem dessas regalias é diminuto em relação à população do país, mas esquecem-sede que os valores intocados já não são assim tão diminutos, além de que é imoral, taxar sempre e cada vez mais quem pouco ganha ou recebe de pensão e não tocar nessa corja. Quando oiço o Mexia, o Ulrich, o Soares dos Santos a emitirem opiniões sobre como sair da crise, apetece-me chegar junto a eles e exigir-lhes que se retratem; é uma vergonha e um insulto.
    Enfim, e com toda a sinceridade, não sei onde é que nós vamos parar...
    Abraço amigo.

    ResponderEliminar
  15. Eu, de quando em vez, falo de política no meu blogue. Quando me apraz...

    Este Governo já passou claramente o "prazo de validade". A sua política de austeridade esconde ideologias políticas. Vai muito além do memorando assinado com a dita "Troika". A direita em Portugal sempre quis implementar o que defende e só o pôde fazer agora com este aval. Neste momento, o princípio da confiança dos cidadãos no Estado está verdadeiramente ameaçado. Claro que um Governo assim só subsiste com o apoio de um Presidente terrível, o pior pós 25 de Abril, um homem que invoca Deus e os santos, misturando-os com assuntos políticos. Um Presidente de uma República laica! Este Governo, claramente, assemelha-se a um governo de iniciativa presidencial. Cavaco quer este Governo, logo, apoia-o intransigentemente.

    Quanto a uma aliança PS/CDU/BE... mais facilmente Jesus viria de novo à Terra...


    abraço.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mark
      tudo o que dizes tem o meu total apoio, quer ao governo nos seus diferentes aspectos, quanto a política, confiança dos cidadãos e apoio presidencial; quer a esta anedota que alguém escolheu para ser PR deste país, quer à unica solução prática positiva para o nosso futuro, mas completamente inviabilizada pelos antolhos de certos políticos - a aliança PS/CDU/BE.
      Abraço amigo.

      Eliminar

Evita ser anónimo, para poderes ser "alguém"!!!