Não sei exactamente por onde começar…
São cinco e meia da manhã e acabei agora mesmo de fazer algo impensável apenas algumas horas atrás – ler pela primeira vez na vida um e-book!
Tudo aconteceu quando ontem à noite, ao dar uma vista de olhos pelos blogs que sigo, deparei com a postagem acabada de ver no blog da Margarida, e dei comigo a escrever-lhe um comentário lacónico “estou quase tentado a ler um e-book pela primeira vez na vida…”.
Estava a fechar o PC quando reparei que um filme do qual estou a fazer o download no e-Mule estava a receber muito bem e portanto não quis fechar logo o computador; mas porque já tinha fechado tudo da net, excepto o e-Mule, e para preencher o tempo fui à área de trabalho e abri o atalho do Adobe Digital Editions, onde tinha posto durante a tarde o e-book que o João Máximo me tinha enviado (como sempre) do livro do Miguel, ontem mesmo editado, mesmo sabendo ele que eu iria comprar o livro na Bubock para o ler fisicamente, como gosto e sempre faço (até tínhamos falado nisso, ao telefone).
E dei comigo a começar a ler um livro, cujo título é um bocado estranho – “Elvis sobre a baía de Guanabara e outras histórias”, de um autor que eu conheço muito bem, e que faz o favor de ser meu amigo – o Miguel.
Li a primeira história – “Furadouro”, e li mais duas, tendo a terceira um título deveras interessante para mim, “Rua de S.Marçal”, porque foi nessa rua que eu vivi os meus primeiros quatro anos lisboetas.
E quando a terminei, dei por mim a pensar em tudo o que eu vivi nessa rua e adjacentes, e pensei que ainda um dia iria escrever sobre essa rua, também…
Talvez porque esses pensamentos me tivessem ocupado a mente, talvez por ser tarde, verifiquei que as fontes do download, tinham secado, e assim sendo, fechei o computador e fui dormir.
Como é meu hábito, o sono para mim é completamente irregular e assim acordei pelas 4 e 20 da madrugada e de imediato fui abrir o PC, não para ver algo dos blogs, do correio electrónico, ou repor o e-Mule a fazer downloads; fui deliberadamente continuar a leitura do livro do Miguel.
E não consegui parar!!!
Li tudo, tudinho e como Carneiro que sou aqui estou a dizer isto tudo e que se resume em poucas palavras: acabei de ler um dos mais belos livros que já li em toda a minha vida.
Não, não digo isto porque o Miguel é meu amigo, digo-o convictamente porque o livro é para mim, absolutamente maravilhoso.
Eu não sou um grande crítico literário e até tenho alguma inveja em ler belíssimas criticas na bloga a livros lidos, nomeadamente do Miguel.
Tenho dificuldade em dizer porque gosto ou não gosto, tenho alguma inércia de procurar trechos que evidenciem o valor de um livro, enfim, aprecio muito e fico com uma ideia precisa daquilo que vou lendo, mas sem o expressar, sem desenvolver as ideias com que fiquei.
Neste caso, estes contos são de tal maneira intensos por um lado, e tão maravilhosamente descritivos por outra, que fiquei rendido, total e inequivocamente rendido.
Seria maravilhoso deixar aqui uma impressão de cada um, mas não o farei e a obra vale pelo todo, porque não há contos melhores ou piores, são todos bons e devem ser lidos como um todo, uma laranja sumarenta e doce, com os seus gomos apetecíveis.
No entanto há dois contos que realço, e por razões diversas.
Um é “Chez Toi” por aquilo que ele representa para o Miguel; é um conto muito pessoal, o mais pessoal de todos eles, atrever-me-ia mesmo a dizer.
O outro é o último – “Quatro Canções”, subjectivamente o meu preferido e objectivamente um conto memorável. Além do mais, não no desfecho, mas no seu início, tem muito a ver com vivências minhas…
Para finalizar faço um apelo: por favor leiam este livro!
É imprescindível para qualquer pessoa que goste de ler, para quem tiver sensibilidade, para quem goste de sentimentos e de formas diversas de os viver.
E lanço desde já aqui um desafio, ao João e ao Luís, que em boa hora “deram à luz” este livro, para num futuro próximo, numa data a combinar com o Miguel, (e depois de eu e mais algumas pessoas terem adquirido o livro físico), de fazer um jantar de apresentação formal deste livro.
Não será um jantar de blogs, de forma alguma, mas sim um encontro que tem como objectivo único reunir pessoas que tenham lido e gostado deste livro e também , é óbvio daquelas pessoas que estejam interessadas em lê-lo.
Contem comigo, e decerto com a Margarida para pormos esta iniciativa de pé.
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terça-feira, 25 de junho de 2013
quinta-feira, 20 de junho de 2013
"Os perigos de uma história única"
Já ouviram falar de Chimamanda Amichie?
Eu também nunca tinha ouvido falar e desconhecia completamente a existência de uma escritora nigeriana com este nome.
Mas porque a blogo vale a pena, muito mais que todas as redes sociais do mundo, descobri esta brilhante mulher num blog que há muito sigo e que já por várias vezes recomendei aqui no meu blog , as “Tertúlias” do meu bom amigo Ricardo, um brasileiro que habita em Viena há já bastante tempo e que delicia os seus seguidores com as suas incríveis descobertas.
Pois é retirado deste seu blog que aqui tenho o imenso prazer de partilhar este vídeo brilhante com esta fabulosa Senhora, numa dissertação sobre os “perigos de uma história única”.
Mas porque a blogo vale a pena, muito mais que todas as redes sociais do mundo, descobri esta brilhante mulher num blog que há muito sigo e que já por várias vezes recomendei aqui no meu blog , as “Tertúlias” do meu bom amigo Ricardo, um brasileiro que habita em Viena há já bastante tempo e que delicia os seus seguidores com as suas incríveis descobertas.
Pois é retirado deste seu blog que aqui tenho o imenso prazer de partilhar este vídeo brilhante com esta fabulosa Senhora, numa dissertação sobre os “perigos de uma história única”.
E, parecendo que nada tem a ver com isto, mas tem tudo a ver
com a riqueza desta blogo que não me canso de enaltecer, façam favor de passar
pelo blog “Felizes Juntos” e vejam os deliciosos preliminares de mais uma
história do “The Book Of Distance”; para já são sete postagens imperdíveis…
segunda-feira, 27 de maio de 2013
O Jantar
Como estava programado realizou-se no passado sábado, dia 25, o sexto jantar de blogs por mim organizado e desta vez com a ajuda da Margarida, tendo o Paulo S. Mendes contribuído com o “banner” do mesmo.
Como sempre, deu-me muito trabalho, a começar na escolha da data, a qual se pretende seja a mais consensual possível, mas nunca poderá ser a ideal.
Tenho muitos contactos na blogo, quer daqueles que estão no activo, quer de muitos que já não estão, mas que continuam a privilegiar estes eventos e até simples comentadores.
A todos contacto e sei que se por pura utopia todos pudessem estar presentes teríamos que repensar o jantar, pelo menos quanto ao espaço.
No entanto esses contactos trazem inúmeras e a maior parte das vezes, compreensíveis respostas negativas e por diversos motivos: terem que se deslocar, casos de trabalho, e alguns casos de menor assiduidade no contacto virtual, que levam a uma quase normal recusa.
Mas também há recusas que me custam aceitar e que são em primeiro lugar aquelas que provêm de um total alheamento do contacto, sem se dignarem a um simples “não”.
Depois há os que alegam motivos perfeitamente identificados com desculpas esfarrapadas, quando seria muito mais bonito dizer que não vão porque não querem.
Há ainda e são vários os casos em que há o medo de se mostrarem publicamente, e aqui se associa a maior parte das vezes um medo de se assumirem como homossexuais que são, com a ideia errada de que o simples facto de estarem presentes os identifica como tal…
Enfim, muitas justificações para uma não presença que considero normal dentro do contexto deste tipo de reuniões.
Depois há os que aderem de imediato, e se eu aceito que até à data do evento algo possa acontecer que impeça a sua presença, aceito ainda melhor quem me diga que sim, estarão presentes em princípio, mas isso dependerá de circunstâncias que só mais na hora poderão confirmar; claro que não os incluo na lista dos participantes e aguardo a semana do jantar para definir a sua situação.
E também aqui há por vezes alguma precipitação pois não é uma eventual tarefa ou compromisso que os impedirá de estar presentes, mas sim um futuro estado de espírito.
Concluindo, não é fácil determinar com exactidão o número de participantes e as últimas horas são mesmo stressantes, principalmente depois de ter comunicado ao restaurante o número de presenças.
Este ano tive especial cuidado com o cálculo desse número, tendo-o fixado em 40.
Estivemos 37; uma presença agradavelmente não esperada e quatro ausências, duas delas justificadas pela presença dos companheiros que quiseram mesmo assim estar presentes e duas não justificadas, sem dar cavaco (salvo seja…)
Mas os 37 foram um belo grupo e mais que suficiente para uma noite muito bem passada e que justificou em absoluto o trabalho que tive.
Quero, como é óbvio agradecer em primeiro lugar a todos os que estiveram presentes, mais ainda aos que vieram de fora: Cadaval, Coimbra, Évora, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia, Porto, Braga e Galiza!
O jantar decorreu normalmente com as pessoas a conhecerem-se mutuamente ou a recordar encontros anteriores e mais uma vez a norma funcionou: aqueles que vieram pela primeira vez e foram bastantes, gostaram verdadeiramente e ficaram com vontade de mais convívios deste tipo.
Claro que neste tipo de eventos é necessário usar de algumas formas que levem a um clima de convivência bom; o primeiro é termos mais uma vez optado por um jantar volante, que pode não ser o ideal, mas leva a que não se fique limitado a conhecer apenas os 3/4 companheiros de mesa.
Outro e importante é apresentar sempre alguma coisa extra-jantar, que una por alguns minutos todos os convivas.
Este ano esse momento foi dividido em três partes: primeiro, o Luís e o João apresentaram o seu projecto, que tão bons resultados está a obter e que nunca é demais enaltecer – o Index ebooks –
e depois fizeram informalmente uma apresentação da série “Dois Mundos”, do Pedro Xavier, da qual já estão editados os dois primeiros livros, como referi no meu anterior post.
Depois foi apresentado o André, e mostrado o seu magnífico trabalho de design de automóveis e motos, o qual já foi premiado com vários prémios mundiais.
E finalmente, e tendo como base as iniciativas do Sad eyes, foram lidos alguns contos dos concursos por ele promovidos, com natural destaque para os Pixel – LGBT e também outros dois textos de pessoas presentes.
Este momento, permitiu um ainda maior convívio, principalmente de quem ainda estava com alguma timidez. Já passava das duas de manhã, quando os últimos “resistentes” partiram, até porque o restaurante tinha que fechar.
Não poderia terminar sem uma palavra de agradecimento para a equipa do Restaurante Guilho
que nos presenteou com a melhor ementa de todas as quatro vezes que já ali festejamos; excelente a confecção, muito boa a organização, inexcedível a simpatia.
Se algum problema não existirá num próximo jantar de blogs, esse será a escolha do local, pois já está naturalmente escolhido – o mesmo.
Resta apresentar aqui a lista dos participantes, com a indicação dos links dos blogs ainda activos.
Estiveram presentes o Zé Varandas, Zé Grilo, Carlos Martins, Sérgio (Lampejo), Paulo Medeiros e Nuno (Engine), já com blogs desactivados e os seguintes blogs activos: Sad eyes, João, André Luder, Francisco Eustáquio, Francisco Mendes, Miguel/Vilna/Queta, Ophiucus, Nuno, Pedro Xavier, Marco, Paulo e Zé, Mark, Ribatejano, Miguel Nada, João e Luís, Margarida, Ima e eu mesmo.
Também a presença de um antigo comentador e presença habitual nestes jantares, o Rui Carriço e de dois convidados meus – o Duarte, naturalmente, e o Zé Sapinho. De referir o facto de alguns dos participantes terem levado os seus acompanhantes, um dos quais me parece ter ficado entusiasmado com esta atmosfera e irá iniciar em breve um blog; assim o espero.
Um enorme obrigado a tod@s!
Como sempre, deu-me muito trabalho, a começar na escolha da data, a qual se pretende seja a mais consensual possível, mas nunca poderá ser a ideal.
Tenho muitos contactos na blogo, quer daqueles que estão no activo, quer de muitos que já não estão, mas que continuam a privilegiar estes eventos e até simples comentadores.
A todos contacto e sei que se por pura utopia todos pudessem estar presentes teríamos que repensar o jantar, pelo menos quanto ao espaço.
No entanto esses contactos trazem inúmeras e a maior parte das vezes, compreensíveis respostas negativas e por diversos motivos: terem que se deslocar, casos de trabalho, e alguns casos de menor assiduidade no contacto virtual, que levam a uma quase normal recusa.
Mas também há recusas que me custam aceitar e que são em primeiro lugar aquelas que provêm de um total alheamento do contacto, sem se dignarem a um simples “não”.
Depois há os que alegam motivos perfeitamente identificados com desculpas esfarrapadas, quando seria muito mais bonito dizer que não vão porque não querem.
Há ainda e são vários os casos em que há o medo de se mostrarem publicamente, e aqui se associa a maior parte das vezes um medo de se assumirem como homossexuais que são, com a ideia errada de que o simples facto de estarem presentes os identifica como tal…
Enfim, muitas justificações para uma não presença que considero normal dentro do contexto deste tipo de reuniões.
Depois há os que aderem de imediato, e se eu aceito que até à data do evento algo possa acontecer que impeça a sua presença, aceito ainda melhor quem me diga que sim, estarão presentes em princípio, mas isso dependerá de circunstâncias que só mais na hora poderão confirmar; claro que não os incluo na lista dos participantes e aguardo a semana do jantar para definir a sua situação.
E também aqui há por vezes alguma precipitação pois não é uma eventual tarefa ou compromisso que os impedirá de estar presentes, mas sim um futuro estado de espírito.
Concluindo, não é fácil determinar com exactidão o número de participantes e as últimas horas são mesmo stressantes, principalmente depois de ter comunicado ao restaurante o número de presenças.
Este ano tive especial cuidado com o cálculo desse número, tendo-o fixado em 40.
Estivemos 37; uma presença agradavelmente não esperada e quatro ausências, duas delas justificadas pela presença dos companheiros que quiseram mesmo assim estar presentes e duas não justificadas, sem dar cavaco (salvo seja…)
Mas os 37 foram um belo grupo e mais que suficiente para uma noite muito bem passada e que justificou em absoluto o trabalho que tive.
Quero, como é óbvio agradecer em primeiro lugar a todos os que estiveram presentes, mais ainda aos que vieram de fora: Cadaval, Coimbra, Évora, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia, Porto, Braga e Galiza!
O jantar decorreu normalmente com as pessoas a conhecerem-se mutuamente ou a recordar encontros anteriores e mais uma vez a norma funcionou: aqueles que vieram pela primeira vez e foram bastantes, gostaram verdadeiramente e ficaram com vontade de mais convívios deste tipo.
Claro que neste tipo de eventos é necessário usar de algumas formas que levem a um clima de convivência bom; o primeiro é termos mais uma vez optado por um jantar volante, que pode não ser o ideal, mas leva a que não se fique limitado a conhecer apenas os 3/4 companheiros de mesa.
Outro e importante é apresentar sempre alguma coisa extra-jantar, que una por alguns minutos todos os convivas.
Este ano esse momento foi dividido em três partes: primeiro, o Luís e o João apresentaram o seu projecto, que tão bons resultados está a obter e que nunca é demais enaltecer – o Index ebooks –
e depois fizeram informalmente uma apresentação da série “Dois Mundos”, do Pedro Xavier, da qual já estão editados os dois primeiros livros, como referi no meu anterior post.
Depois foi apresentado o André, e mostrado o seu magnífico trabalho de design de automóveis e motos, o qual já foi premiado com vários prémios mundiais.
E finalmente, e tendo como base as iniciativas do Sad eyes, foram lidos alguns contos dos concursos por ele promovidos, com natural destaque para os Pixel – LGBT e também outros dois textos de pessoas presentes.
Este momento, permitiu um ainda maior convívio, principalmente de quem ainda estava com alguma timidez. Já passava das duas de manhã, quando os últimos “resistentes” partiram, até porque o restaurante tinha que fechar.
Não poderia terminar sem uma palavra de agradecimento para a equipa do Restaurante Guilho
que nos presenteou com a melhor ementa de todas as quatro vezes que já ali festejamos; excelente a confecção, muito boa a organização, inexcedível a simpatia.
Se algum problema não existirá num próximo jantar de blogs, esse será a escolha do local, pois já está naturalmente escolhido – o mesmo.
Resta apresentar aqui a lista dos participantes, com a indicação dos links dos blogs ainda activos.
Estiveram presentes o Zé Varandas, Zé Grilo, Carlos Martins, Sérgio (Lampejo), Paulo Medeiros e Nuno (Engine), já com blogs desactivados e os seguintes blogs activos: Sad eyes, João, André Luder, Francisco Eustáquio, Francisco Mendes, Miguel/Vilna/Queta, Ophiucus, Nuno, Pedro Xavier, Marco, Paulo e Zé, Mark, Ribatejano, Miguel Nada, João e Luís, Margarida, Ima e eu mesmo.
Também a presença de um antigo comentador e presença habitual nestes jantares, o Rui Carriço e de dois convidados meus – o Duarte, naturalmente, e o Zé Sapinho. De referir o facto de alguns dos participantes terem levado os seus acompanhantes, um dos quais me parece ter ficado entusiasmado com esta atmosfera e irá iniciar em breve um blog; assim o espero.
Um enorme obrigado a tod@s!
sábado, 25 de maio de 2013
Dois Mundos, uma série de Pedro Xavier
Estes são os dois títulos já publicados desta série, de um jovem autor, de 22 anos, que agora se lança no mundo da escrita, e cuja edição, quer em e-book, quer em livro se fica a dever à iniciativa louvável da INDEX ebooks.
Infelizmente só ontem à tarde recebi a encomenda que tinha feito à Amazon do primeiro volume, pelo que não o tendo ainda lido, não o vou comentar.
O segundo já está também encomendado.
Pedro Xavier, aliás como o João e o Luis, da Index, vão estar hoje presentes no jantar dos blogs onde vai ser feita uma informal apresentação destes livros, entre outras iniciativas, literárias e não só.
Dá-se o caso de que o Pedro também é excelente a fazer vídeos, que já são vários, e fez um para apresentação desta série que deveria também fazer parte desta "apresentação informal"; mas não consegui arranjar nenhum projector para que o vídeo pudesse ser projectado e a televisão do restaurante não permite a reprodução de vídeos por meio de uma pen ou de um DVD.
Fica aqui um apelo aquem vai ao jantar, se acaso possuir algo que dê para projectar o vídeo na parede do restaurante, que o leve.
E que alguém leve um "portátil" levezinho para se poder ver lá, pelo menos.
Eu levo o meu, mas é muito grande...
Na impossibilidade total de isso acontecer aqui fica o vídeo em questão, que o Pedro Xavier hoje colocou nas redes sociais
quinta-feira, 23 de maio de 2013
Um vídeo e um livro
Estava-me a preparar para deixar aqui uma postagem sobre um
daqueles livrinhos da sempre interessante colecção “& etc”, que acabei de
ler, da autoria de José António Almeida, do qual já tinha lido da mesma
colecção outro livro, só de poesia – “Obsessão”, quando vi aqui,
um vídeo que me assustou e repugnou, com uma entrevista a uma tal Drª. Madalena
Fontoura, presumo que seja psicóloga e que não resisto em trazer aqui e para o
qual peço a vossa especial atenção, já que entre outras preciosidades, esta doutora
afirma que é normal as crianças terem pequenos desvios quando são pequenas e
ficam com a ideia de que são homossexuais, e depois muito mal influenciadas por
adultos pérfidos acabam por entrar nesse mundo, de onde saem fragilizados e
que têm dificuldade em sair dele…mas conseguem, claro, com a ajuda de pessoas esclarecidas como ela.
Em comparação, José António Almeida, apresenta-nos neste seu livro, de nome “O Casamento sempre foi gay e nunca triste”,
uma primeira parte com alguns pequenos textos em que procura explicar a problemática de ser ao mesmo tempo homossexual e católico, nos tempos de uma Igreja conservadora e retrógrada, aliás na linha das três grandes religiões monoteístas – cristianismo, judaísmo e islamismo.
Escolhi um texto que me parece muito correcto e que a drª. Madalena Fontoura deveria ler para tentar perceber porque é que ela é tão ignorante.
“Um homossexual tem de abrir dentro e fora de si um espaço para poder ser. Esse espaço interior de construção de si mesmo e essa projecção de um mundo de possibilidade fora de si exigem-lhe recursos extraordinários. Enquanto os heterossexuais encontram um mundo pronto-a-vestir, os homossexuais têm de construir a estrada para poder circular, essa via que lhes permita avançar na direcção do futuro. Esta ausência de perspectivação do futuro creio que é o maior problema com que se deparam os adolescentes que se descobrem com uma orientação sexual diversa da maioritária. E como podem falar livremente de homossexualidade num mundo social, familiar e religioso onde a homossexualidade era ainda em tempos muito recentes um tabu ou um assunto marcado com o ferrete da ignomínia? E, sobretudo, como falar disso no meio de desertos de intensa solidão afectiva? Como viver de escassa meia dúzia de carícias e de beijos trocados em noites que, para o mundo dos outros, nunca existiriam?”
Note-se que José António Almeida é um poeta e o resto deste pequeno livro é preenchido com alguns poemas, que e na minha opinião, estão num patamar inferior às reflexões que deixa anteriormente nos textos que escreve.
Publicada por
João Roque
à(s)
14:45
41 comentários:
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segunda-feira, 20 de maio de 2013
O jantar de sábado
E cá estamos, na semana do nosso jantar.
É já no próximo sábado e não vou a acrescentar nada ao que já foi dito aqui.
Apenas peço a quem atempadamente se inscreveu, me confirmem, aqui ou por mail, a mim ou à Margarida a sua presença; e principalmente àquel@s que deixaram para mais tarde a sua resposta (são agora muito poucos), que digam rapidamente a sua decisão, pois como compreenderão, devemos comunicar com dois a três dias de antecedência ao restaurante o número de pessoas, para que possam confeccionar as quantidades suficientes de comida.
Estamos até agora confirmados 40 pessoas, e penso que essas confirmações estão na sua grande maioria asseguradas, mas entra-se agora no período crítico e quando o meu telemóvel dá sinal de um número de alguém inscrito, fico sempre receoso.
Aconteceu no sábado, com a desistência, mais que justificada de duas pessoas e que o fizeram atempadamente; éramos na altura 41 , ficámos 39, mas entretanto houve mais uma confirmação e estamos num número muito agradável de presenças.
Também já houve, mas isso é normal, algumas desculpas esfarrapadas, quando é tão bonito dizer que afinal não vão porque perderam a vontade, ou porque se precipitaram quando disseram que iam, em vez de atabalhoadamente inventarem desculpas que são tão ridículas que nem existem…
Apenas sei que vai ser de certeza uma noite agradável com gente muito interessante e com algumas surpresas.
Qualquer esclarecimento deve ser pedido aqui ou aqui. E agora, preparem a disposição, esqueçam crises e o Benfica e vamos partilhar a blogosfera.
É já no próximo sábado e não vou a acrescentar nada ao que já foi dito aqui.
Apenas peço a quem atempadamente se inscreveu, me confirmem, aqui ou por mail, a mim ou à Margarida a sua presença; e principalmente àquel@s que deixaram para mais tarde a sua resposta (são agora muito poucos), que digam rapidamente a sua decisão, pois como compreenderão, devemos comunicar com dois a três dias de antecedência ao restaurante o número de pessoas, para que possam confeccionar as quantidades suficientes de comida.
Estamos até agora confirmados 40 pessoas, e penso que essas confirmações estão na sua grande maioria asseguradas, mas entra-se agora no período crítico e quando o meu telemóvel dá sinal de um número de alguém inscrito, fico sempre receoso.
Aconteceu no sábado, com a desistência, mais que justificada de duas pessoas e que o fizeram atempadamente; éramos na altura 41 , ficámos 39, mas entretanto houve mais uma confirmação e estamos num número muito agradável de presenças.
Também já houve, mas isso é normal, algumas desculpas esfarrapadas, quando é tão bonito dizer que afinal não vão porque perderam a vontade, ou porque se precipitaram quando disseram que iam, em vez de atabalhoadamente inventarem desculpas que são tão ridículas que nem existem…
Apenas sei que vai ser de certeza uma noite agradável com gente muito interessante e com algumas surpresas.
Qualquer esclarecimento deve ser pedido aqui ou aqui. E agora, preparem a disposição, esqueçam crises e o Benfica e vamos partilhar a blogosfera.
segunda-feira, 13 de maio de 2013
Pixel Happy Xmas
Por sugestão do Sad Eyes, que em boa hora tem promovido estes concursos de contos, ficou combinado que todos os participantes dedicassem uma postagem nos seus blogs hoje e à mesma hora, para assinalar o lançamento da edição em e-book do livro Pixel 3 e que esteve a cargo, como do anterior volume, da Index, da qual aqui deixo o link da página respeitante aos Pixel, e na qual estão indicados todos os links onde se pode obter este livro.
Como fiz quando do lnaçamento do Pixel 1 e 2, vou encomendar o livro "físico" à Amazon.
Não posso deixar de referir uma vez mais e com um grande abraço, quer o Sad Eyes, pela sua iniciativa, quer o João Máximo e o Luís, da Index, pelo empenhamento na edição da obra, e naturalmente a todos os participantes que foram muitoe e bons,
Como é impossível referi-los a todos, aqui deixo a história muito justamente vencedora da autoria do Silvestre,
ZACARIAS
Como fiz quando do lnaçamento do Pixel 1 e 2, vou encomendar o livro "físico" à Amazon.
Não posso deixar de referir uma vez mais e com um grande abraço, quer o Sad Eyes, pela sua iniciativa, quer o João Máximo e o Luís, da Index, pelo empenhamento na edição da obra, e naturalmente a todos os participantes que foram muitoe e bons,
Como é impossível referi-los a todos, aqui deixo a história muito justamente vencedora da autoria do Silvestre,
ZACARIAS
Zacarias
cresceu sem sorte. A sua vida era um túnel de vento ártico, todos os dias.
Pequeno e mirrado sempre lhe disseram que nunca iria a lado nenhum e não foi.
Ficou ali mesmo. Nunca saiu da casa onde nasceu, a mesma onde o olhar de
resignação dos pais por aquele filho murcho continuava a escorrer por todas as
paredes, penetrando-lhe o esqueleto enfezado como humidade cortante. Trabalhava
no Zoo como tratador de felinos, por favor do Diretor ao pai e à mãe do
Zacarias que ali tinham trabalhado em vida. De tão magro e feio nem os leões o
quereriam comer e se quisessem, o mundo não perderia grande coisa. Mandava a
lei que andasse sempre com dardos tranquilizantes nas calças, apesar do Diretor
do Zoo preferir que fosse comido para poupar o dinheiro dos dardos. A vida
arrastava-lhe o corpo numa sobrevivência dormente. Sentado no sofá à espera de
ter sono, Zacarias viu cair um papel pela chaminé, «Feliz Natal» dizia.
Tinha-se esquecido que hoje era dia 24 de Dezembro. Ouviu a campainha. «O Pai
Natal» pensou desinteressado enquanto abria a porta. Algo o projetou contra a
parede da sala, depois o chão. Em 10 segundos estava de novo no ar pendurado
pelo pescoço «onde está o dinheiro cabrão? Fala ou morres agora!». A mão
hercúlea esmagava-lhe a traqueia, «não tenho» disse com dificuldade. A mão
gémea daquela vasculhava-lhe as calças. Zacarias não conseguia respirar, ia
morrer. Caiu no chão… não ia morrer. O ladrão estava de joelhos, tonto… tombou.
«Os dardos» pensou, «picou-se». Zacarias olhou para o corpo enorme no chão.
Sentou-se em cima dele. Atou-lhe as mãos enormes atrás das costas e sentiu algo
que nunca tinha sentido, uma ereção. Nunca tinha pensado em homens, sequer em
sexo. Pensava-se assexuado, será que não era? Estava disposto a descobrir.
Puxou as calças do ladrão para baixo, subiu-lhe a camisola até ao pescoço. O
corpo dele era magnífico, dorsais vincados, nádegas esféricas cobertas por uma
leve penugem dourada, pernas amplas e grossas. Desceu-lhe a mão entre as
nádegas, sentiu a humidade, as coxas. A ereção doía-lhe, vulcânica. Tinha de
telefonar à polícia. «Depois» pensou. Foi à cozinha buscar manteiga. Era noite
de consoada e tinha apetite pela primeira vez.
terça-feira, 16 de abril de 2013
6º. Jantar de Bloggers
O 6ª. Jantar de bloggers já tem data marcada.
Vai realizar-se no último sábado de Maio, ou seja dia 25 do próximo mês.
Estamos conscientes que a data não será eventualmente do agrado de duas ou três pessoas, mas qualquer outra data, o seria também.
É a um sábado para quem se queira deslocar, sendo de fora de Lisboa, e o convívio terá lugar nessa data, pelas 20 horas, no mesmo local onde se realizaram os jantares de 2010 e 2011, pois o ano passado não se efectuou.
Será pois no Restaurante Guilho, situado à entrada da Amadora, logo no final da N117, mais conhecida como a recta dos hipermercados; quando essa estrada termina, vêm-se um pouco à direita, dois bancos seguidos, o Millenium e o Banco Popular e é ai junto a essas agências que há um parque automóvel e o restarante fica numa ruazinha sem trânsito que desemboca nesse parque de estacionamento, mesmo em frente a um Centro de Saúde (isto para quem vem de carro); quem vem de comboio, sai para o lado contrário da C.M.Amadora, passa o Centro Cultural e está a 100 metros do restaurante.
Mas indicaremos mais perto da data, com mais detalhe, a sua localização.
A razão de mantermos o local é simples: fomos muito bem recebidos as duas vezes que ali fizemos o nosso convívio; é um restaurante pequeno e optámos, como das outras vezes por um jantar volante de forma a que todos nos possamos conhecer uns aos outros. O “buffet” fica numas mesas ao fundo, haverá umas mesas de apoio junto de duas paredes e o resto do local tem cadeiras para as pessoas se sentarem.
A porta está aberta, e dá para uma rua sem trânsito e sem muita gente a passar, pelo que o convívio se faz também na rua ao pé da porta.
Quanto ao menú, só o prato principal varia: este ano é um prato consensualmente do agrado de todos – Rojões à Guilho, com condimentos especiais, acompanhados de batata frita, arroz e salada.
Este prato tem uma particularidade que o aconselha para jantares volantes, pois os pedaços da carne são bastante pequenos o que evita o uso da faca para trinchá-la.
Além deste prato, há as habituais entradas, que consistem em pão, manteigas, azeitonas, o (bom) paté da casa, queijo e chourição temperado com azeite de orégãos.
Haverá um conjunto de sobremesas que fogem ao habitual sendo realmente muito boas.
Como bebidas haverá vinho tinto à descrição (da casta Aragonês), jarros de sumo, águas e cerveja (com stock limitado). E claro, café.
As bebidas pedidas antes ou após o serviço do jantar serão pagas à parte na altura do seu consumo.
O preço, com tudo incluído, é de 15 euros por pessoa, o que não se pode considerar caro.
Avisa-se que não há cartão de crédito, mas há três caixas de multibanco a 30 metros do restaurante.
O espaço é só nosso e podemos estar ali em convívio até à hora de fecho – duas da manhã…
Temos a certeza que a Lia e a Ana, proprietárias do restaurante nos servirão tão bem e com tanto gosto como nos dois anos em que lá fizemos o nosso jantar.
Claro que as pessoas podem levar acompanhantes, bastando para o efeito que digam no acto da inscrição quantas pessoas são; e também todos aquel@s que não tendo blog, comentam ou nos seguem, serão benvindos.
As inscrições podem ser feitas aqui no meu blog, no blog da Margarida, ou pelo meu e-mail pessoal (jcroque@zonmail.pt).
Apenas agradeço, mas agradeço mesmo, que não aconteça o mesmo que nos outros anos em que nas últimas 48 horas antes do jantar, “adoeceram” várias pessoas, apareceram mil e um problemas que “afinal” impediam a vinda ao jantar, a ponto de eu chegar a ter receio de atender o telemóvel…
É preferível um não, e só eu sei quanto me alegra a presença de tod@s, do que uma desistência à última hora, embora possa sempre haver imponderáveis, como é evidente...mas aceito-os como excepções e não como desculpa de que afinal resolveram não comparecer.
E mais uma vez, reafirmo que não se trata de um jantar de convívio de blogs gay, mas sim e tão só um jantar de amig@s, em que alguns blogs são de pessoas gay, mas muitos também não o são.
No cimo deste post está o “banner” deste jantar de 2013, que como os dos anos anteriores tem a autoria do Paulo Simões Mendes, o qual felicitamos e agradecemos.
Qualquer esclarecimento sobre este evento pode ser pedido à Margarida ou a mim próprio.
Ficamos à espera das vossas inscrições e aproveito para informar que mesmo sem data marcada estão já confirmadas 16 pessoas e 4 apenas estavam à espera da data para se inscreverem.
Estou convencido que não deixaremos de ser entre 35 a 40 pessoas, pelo menos assim o espero.
Vai realizar-se no último sábado de Maio, ou seja dia 25 do próximo mês.
Estamos conscientes que a data não será eventualmente do agrado de duas ou três pessoas, mas qualquer outra data, o seria também.
É a um sábado para quem se queira deslocar, sendo de fora de Lisboa, e o convívio terá lugar nessa data, pelas 20 horas, no mesmo local onde se realizaram os jantares de 2010 e 2011, pois o ano passado não se efectuou.
Será pois no Restaurante Guilho, situado à entrada da Amadora, logo no final da N117, mais conhecida como a recta dos hipermercados; quando essa estrada termina, vêm-se um pouco à direita, dois bancos seguidos, o Millenium e o Banco Popular e é ai junto a essas agências que há um parque automóvel e o restarante fica numa ruazinha sem trânsito que desemboca nesse parque de estacionamento, mesmo em frente a um Centro de Saúde (isto para quem vem de carro); quem vem de comboio, sai para o lado contrário da C.M.Amadora, passa o Centro Cultural e está a 100 metros do restaurante.
Mas indicaremos mais perto da data, com mais detalhe, a sua localização.
A razão de mantermos o local é simples: fomos muito bem recebidos as duas vezes que ali fizemos o nosso convívio; é um restaurante pequeno e optámos, como das outras vezes por um jantar volante de forma a que todos nos possamos conhecer uns aos outros. O “buffet” fica numas mesas ao fundo, haverá umas mesas de apoio junto de duas paredes e o resto do local tem cadeiras para as pessoas se sentarem.
A porta está aberta, e dá para uma rua sem trânsito e sem muita gente a passar, pelo que o convívio se faz também na rua ao pé da porta.
Quanto ao menú, só o prato principal varia: este ano é um prato consensualmente do agrado de todos – Rojões à Guilho, com condimentos especiais, acompanhados de batata frita, arroz e salada.
Este prato tem uma particularidade que o aconselha para jantares volantes, pois os pedaços da carne são bastante pequenos o que evita o uso da faca para trinchá-la.
Além deste prato, há as habituais entradas, que consistem em pão, manteigas, azeitonas, o (bom) paté da casa, queijo e chourição temperado com azeite de orégãos.
Haverá um conjunto de sobremesas que fogem ao habitual sendo realmente muito boas.
Como bebidas haverá vinho tinto à descrição (da casta Aragonês), jarros de sumo, águas e cerveja (com stock limitado). E claro, café.
As bebidas pedidas antes ou após o serviço do jantar serão pagas à parte na altura do seu consumo.
O preço, com tudo incluído, é de 15 euros por pessoa, o que não se pode considerar caro.
Avisa-se que não há cartão de crédito, mas há três caixas de multibanco a 30 metros do restaurante.
O espaço é só nosso e podemos estar ali em convívio até à hora de fecho – duas da manhã…
Temos a certeza que a Lia e a Ana, proprietárias do restaurante nos servirão tão bem e com tanto gosto como nos dois anos em que lá fizemos o nosso jantar.
Claro que as pessoas podem levar acompanhantes, bastando para o efeito que digam no acto da inscrição quantas pessoas são; e também todos aquel@s que não tendo blog, comentam ou nos seguem, serão benvindos.
As inscrições podem ser feitas aqui no meu blog, no blog da Margarida, ou pelo meu e-mail pessoal (jcroque@zonmail.pt).
Apenas agradeço, mas agradeço mesmo, que não aconteça o mesmo que nos outros anos em que nas últimas 48 horas antes do jantar, “adoeceram” várias pessoas, apareceram mil e um problemas que “afinal” impediam a vinda ao jantar, a ponto de eu chegar a ter receio de atender o telemóvel…
É preferível um não, e só eu sei quanto me alegra a presença de tod@s, do que uma desistência à última hora, embora possa sempre haver imponderáveis, como é evidente...mas aceito-os como excepções e não como desculpa de que afinal resolveram não comparecer.
E mais uma vez, reafirmo que não se trata de um jantar de convívio de blogs gay, mas sim e tão só um jantar de amig@s, em que alguns blogs são de pessoas gay, mas muitos também não o são.
No cimo deste post está o “banner” deste jantar de 2013, que como os dos anos anteriores tem a autoria do Paulo Simões Mendes, o qual felicitamos e agradecemos.
Qualquer esclarecimento sobre este evento pode ser pedido à Margarida ou a mim próprio.
Ficamos à espera das vossas inscrições e aproveito para informar que mesmo sem data marcada estão já confirmadas 16 pessoas e 4 apenas estavam à espera da data para se inscreverem.
Estou convencido que não deixaremos de ser entre 35 a 40 pessoas, pelo menos assim o espero.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
Kalizma*
“Corta!”, disse Mankiewicz.
Richard Burton, vestido de Marco António, beijava Elizabeth Taylor, despida de Cleópatra, há mais de um minuto.
Estava calor – a rodagem do épico sobre a mais famosa egípcia da Antiguidade era nos estúdios da Cinecittà, nos arredores de Roma. Os holofotes, postados acima do décor, derretiam as pedras de gelo no bourbon de Mankiewicz.
Mas Burton e Taylor não desgrudavam.
“Corta!”, repetiu o realizador.
“Importam-se que eu termine a cena?”.
Nada. Continuavam a beijar-se.
Mankiewicz insistiu: “Interessa-vos que já seja hora de almoço?”
Desde esse dia, Richard Burton, o grande actor clássico, e Elizabeth Taylor, a grande estrela de Hollywood, nunca mais pararam de se amar. E de se odiar.
Ele já a tinha visto uma vez. Fora há nove anos, na piscina de Stewart Granger e Jean Simmons, em Beverly Hills.
Ela só tinha vinte e um, estava de biquini azul claro, tirou os óculos escuros e fitou-o por um segundo, naquela explosão violeta que era o olhar de Liz Taylor.
Ele ficou de queixo tão caído que quase desatou à gargalhada.
Não foi só o olhar que o impressionou: “Ela era extraordinária. Os seios eram apocalípticos, podiam derrubar impérios”.
Conteve-se.
Nessa tarde, fez de Richard Burton, o galês com voz de tempestade, o declamador de memória dos sonetos de Shakespeare, a criança nascida na miséria das minas de carvão do País de Gales, o filho de alcoólico, o décimo segundo de treze irmãos. O “angry young man” prestes a conquistar a América.
Ela não lhe ligou nenhuma.
Richard Burton, vestido de Marco António, beijava Elizabeth Taylor, despida de Cleópatra, há mais de um minuto.
Estava calor – a rodagem do épico sobre a mais famosa egípcia da Antiguidade era nos estúdios da Cinecittà, nos arredores de Roma. Os holofotes, postados acima do décor, derretiam as pedras de gelo no bourbon de Mankiewicz.
Mas Burton e Taylor não desgrudavam.
“Corta!”, repetiu o realizador.
“Importam-se que eu termine a cena?”.
Nada. Continuavam a beijar-se.
Mankiewicz insistiu: “Interessa-vos que já seja hora de almoço?”
Desde esse dia, Richard Burton, o grande actor clássico, e Elizabeth Taylor, a grande estrela de Hollywood, nunca mais pararam de se amar. E de se odiar.
Ele já a tinha visto uma vez. Fora há nove anos, na piscina de Stewart Granger e Jean Simmons, em Beverly Hills.
Ela só tinha vinte e um, estava de biquini azul claro, tirou os óculos escuros e fitou-o por um segundo, naquela explosão violeta que era o olhar de Liz Taylor.
Ele ficou de queixo tão caído que quase desatou à gargalhada.
Não foi só o olhar que o impressionou: “Ela era extraordinária. Os seios eram apocalípticos, podiam derrubar impérios”.
Conteve-se.
Nessa tarde, fez de Richard Burton, o galês com voz de tempestade, o declamador de memória dos sonetos de Shakespeare, a criança nascida na miséria das minas de carvão do País de Gales, o filho de alcoólico, o décimo segundo de treze irmãos. O “angry young man” prestes a conquistar a América.
Ela não lhe ligou nenhuma.
Em 1963, depois do primeiro beijo que incendiou um
filme prestes a consumir um dos grandes estúdios, aMGM (o
orçamento descontrolou-se tanto que gerou uma factura equivalente a dois
“Titanic”), fizeram amor “como coelhos”, em todo o lado: iates emprestados,
hotéis da Via Venetto, o camarim dele.
Os paparazzi, que Fellini inventara
no seu “La Dolce Vita”, ganhavam a razão de existir.
Elizabeth Taylor
estava casada (era o quarto matrimónio) há pouco tempo com o cantor Eddie
Fisher. Roubara-o à amiga Debbie Reynolds.
Richard Burton estava casado há
catorze anos com a também galesa Sybil, a sua âncora emocional. Mas Burton
já estava solto em mar alto.
Ainda fez uma tentativa: “Não me posso separar de
Sybil e dos miúdos”, disse a Taylor.
Ela tentou suicidar-se – enfiada numa
camisa de noite Dior, claro — com uma overdose de barbitúricos. Acordou
com Eddie Fisher à cabeceira da cama, com uma arma apontada à cabeça: “Não te
preocupes, que nunca dispararia sobre uma cara tão bonita”.
A 5
de Março de 1964, dois dias depois de Taylor obter o divórcio de Fisher,
meteu-se com Burton num charter para Montreal e casaram. Ela ia de amarelo.
Ele ia feliz.
Na mais intensa e pormenorizada biografia do
casal, “Furious Love – Richard Burton, Elizabeth Taylor and the Marriage
of the Century”, editada em 2011 pela Harper & Collins,
o amor colérico, caótico, contraditório de Liz/Burton atingiu a plenitude
quando Richard ofereceu a Elizabeth um iate exausto mas supremamente elegante
– como eles -, veterano da Primeira e Segunda Guerra Mundiais, chamado
“Minona” na primeira encarnação, agora pronto para um segundo período de
beligerância.
“Kalizma”, assim foi baptizado o barco pelo casal, em homenagem
aos filhos Kate (de Burton com Sybil), Liza (de Liz com Michael Todd, o produtor
morto num desastre de aviação) e Maria, uma menina alemã adoptada por ambos
– para desgosto do casal, Taylor nunca poderia ter filhos de Burton após
uma histerectomia.
Richard sonhava com Liz mesmo antes de a conhecer.
Com doze anos e “Lassie Come Home” ou “National Velvet”, ela já era um
ídolo das matinés. Fazia parte da primeira aristocracia do cinema sonoro.
De pais norte-americanos e abastados, educada em Inglaterra, em Hampstead,
Liz frequentara o mesmo colégio da princesa Isabel. Não conhecia dificuldades,
só adulação.
Já Richard vinha de Pontrhydyfen, terra pobre e impronunciável.
Nunca conhecera a mãe, o pai desaparecia durante semanas em odisseias de
jogo e whiskey, fora educado pela irmã mais velha e a sua pátria eram os
livros. Liz e Richard não podiam ser mais diferentes.
Mas havia pontos comuns: ambos precisavam de
analgésicos (sofriam dos ossos e da coluna); ambos sentiam o vazio da fama;
ambos bebiam, muito.
Ele, para minorar os sentimentos de culpa – de ter deixado
Sybil, de o pai achar que ele era um inútil com uma profissão de maricas,
de ter optado pelo estrelato no lugar de uma respeitável carreira teatral, de o irmão mais velho ter caído uma noite no chalet
do casal em Céligny, na Suiça, pelo final dos anos 60, após uma tremenda sessão
de copos com Richard e batido com o pescoço num parapeito, ficando paralisado.
Ela
emborcava para aguentar o peso da celebridade e para dissipar a tensão
dos dias de rodagem com catorze horas.
Quando se conheceram, passaram a
beber mais, bebendo-se um ao outro.
Após o impacto do affair – os franceses chamaram
ao caso Le Scandale e o
Vaticano emitiu um comunicado a censurar a vida dissoluta dos adúlteros
– Elizabeth e Richard decidiram pisar terra apenas quando as câmaras estivessem
prontas a rodar: o “Kalizma” tornou-se o lar flutuante do clã Liz/Burton.
Em meados dos anos sessenta, os Burton possuíam
uma quinta com cavalos no condado de Wicklow, na Irlanda, a Casa Kimberley,
uma vivenda junto ao mar na costa oeste mexicana (foram eles que puseram
Puerto Vallarta no mapa), o De Havilland, um jacto privado que custou um
milhão (chamava-se “Elizabeth”), casas em Gstaad, 685 hectares nas Canárias,
apartamentos em Londres e Paris.
Mas a garantia do seu estilo de vida itinerante
era o “Kalizma”.
Além disso, o iate permitia-lhes fugir aos impostos
sobre as centenas de milhões de dólares que amealharam nessa década.
Gastaram-nos bem – tornou-se célebre a expressão “spending money like the Burtons”.
Afinal, nada fazia Liz sorrir mais do que uma jóia. E Richard sabia-o. Começou
por oferecer-lhe o Krupp, um diamante do tamanho de uma uva (pagou o equivalente
a dois milhões de dólares pela pedra).
Tinham especial prazer em atracar o
iate de 50 metros nos portos em que Onassis procurava seduzir Jacqueline
Kennedy.
Quando Burton conseguiu superar a oferta de Onassis no leilão
pelo maior diamante do mundo à época, o Cartier, escreveu no seu diário que
“esta pedra tem que ser usada pelo mais bela mulher da Terra. Teria um ataque
se ela fosse para Jackie Kennedy”.
Valendo cerca de 6 milhões de dólares ao
câmbio actual, o diamante foi rebaptizado “Taylor-Burton”. Liz só estava
autorizado a usá-lo trinta dias por ano, sempre na presença de seguranças.
Claro que ela se divertia a exibi-lo no “Kalizma”. Só para os dois, em alto
mar. Era a única roupa que usava.
Mas a melhor prenda de Richard a Liz foi o “Kalizma”.
O pai de Liz era um reputado marchand, e
ela herdou o instinto paterno.
Os Monet, Picasso e Van Gogh do casal foram
direitinhos para o iate, distribuídos pelos sete quartos (apesar de Liz
passar horas nas três casas de banho da embarcação, não chegaram a pendurar
uma tela em qualquer delas).
A tripulação era de oito pessoas, incluindo
uma criada e um mordomo. Entre maquilhadoras para Liz, amas e preceptoras
para os filhos de ambos e consultores de marketing para o casal, Richard e
Elizabeth chegaram a ter quarenta e duas pessoas na sua folha de pagamentos
(Richard também sustentava quase todos os seus doze irmãos). John Gielgud,
o actor shakespereano amigo do casal, passou uma temporada com eles no
“Kalizma” e ficou impressionado com os “14 marinheiros portugueses” da
embarcação (talvez Gielgud, homosexual assumido, alucinasse).
Sendo o
par mais glamoroso da sua época, eram recebidos como realeza cada vez que
punham os pés em terra firme – reinventaram a fama, e o casal Brangelina
seria um duo de pobres missionários a seu lado.
Percorriam o Mediterrâneo
como piratas ao largo da civilização, bebendo três garrafas de vodka por
dia (só ele despachava duas), fazendo amor todas as noites. Se não bebiam,
não conseguiam.
A única alternativa era uma discussão feroz. A luta era o
motor da sua líbido: nada lhes dava mais tesão do que vinte shots ou uma magnífica
sequência de insultos.
Depois, a cama era inevitável.
Como diz Liz, “imaginem
ter a voz de Richard Burton no vosso ouvido enquanto fazem amor. Todos os problemas
desaparecem”. Burton responde: “Ela é uma amante loucamente excitante,
bela para além dos sonhos da pornografia. Irei amá-la até morrer”.
Quando não estavam entretidos um com o outro, apareciam
convidados: Grace Kelly, a princesa Margarida, Wallis Simpson, ou a
mulher de Rex Harrison que, certa noite, bêbada, resolveu masturbar o seu
cão no deck do “Kalizma”.
Depois de “Reflexos Num Olho Dourado”, a fita de
John Huston em que contracenara com Liz, Marlon Brando começou a frequentar
o iate. Richard tinha ciúmes dele e, de acordo com a biografia da ex-mulher
de Brando, Anna Kashfi, houve uma cena de pugilato entre os dois a bordo. Acabaram
sorridentes, nos copos.
Após dez anos de amor furioso, Elizabeth Taylor e
Richard Burton divorciaram-se em 1974. Não aguentaram muito tempo: voltaram
a casar-se no ano seguinte. Durou sete meses. A separação foi, dessa vez,
definitiva, e o “Kalizma” foi vendido por mútuo acordo.
O barco que sobrevivera
a duas guerras mundiais não resistiu ao vendaval Liz/Burton.
Com destino vago nas duas décadas seguintes, o
Kalizma salvou-se do esquecimento em 1995 graças a Vijay Mallia, um milionário
da distribuição de bebidas alcoólicas – pelo álcool houve alguma justiça
poética. Mallia gastou mais de três milhões de dólares a restaurar o
velho itinerante num estaleiro de Bombaim.
Hoje, o “Kalizma” tem um novo
motor, bombas, ar condicionado e casco. Os quartos, assim como a sala de
jantar, mantêm-se (há agora um jacuzzi no deck), e os Monet, Van Gogh e
Picasso ainda habitam o barco.
Mais importante do que tudo, a suite dos Burton,
com a sua cama de dossel, sobreviveu. “Sempre tive a impressão de que nos
íamos casar uma terceira vez”, disse Elizabeth um ano antes de morrer.
Se
calhar casaram. E ainda fazem amor como coelhos.
*Texto escrito por Pedro Marta Santos, no blog "Escrever é triste". Agradeço ao Pedro a autorização para esta publicação e recomendo vivamente o blog em referência.
A primeira e quarta fotos constam da postagem original. As restantes tirei-as da net.
A primeira e quarta fotos constam da postagem original. As restantes tirei-as da net.
quarta-feira, 27 de março de 2013
"A borboleta" ou o reverso da medalha
Cada vez mais fico mais convencido da importância dos comentários; mais uma vez um comentário me trouxe à memória um certo acontecimento e o que é curioso é que apenas relacionei esse acontecimento com o que relatei no post anterior, mas agora num campo oposto. O "intruso" fui eu e apenas não houve qualquer alusão monetária em todo o contexto.
É curioso que eu já publiquei este conto (em 6 de Março de 2009), que escrevi para participar no primeiro concurso que o Sad Eyes promoveu, ainda no seu anterior blog "Uma imensa minoria" e a que ele deu como mote para as participações o tema "blind date". Esse concurso decorreu durante o mês de Janeiro de 2007, teve participações muito interessantes e seria curioso que, se por acaso alguém participou nesse concurso , deixasse essa participação no blog que tem, embora à distância me pareça pouco provável que ainda ande pela blogosfera algum desses participantes.
Mas aqui vai o conto, a que dei o título de "A Borboleta"
Foi numa sauna já desaparecida desta Lisboa que o vi.
Era lindo,sedutor, diferente.
A sauna estava cheia, a fauna habitual, que ao ver "sangue novo", se excita e se prepara para atacar a presa. O homem, trintão, ar estrangeirado, ia deambulando pelos espaços, e um bando de vampiros o seguia, sequioso.
Deixei-me ficar, observando a cena, mas tão excitado como os demais.
Alguns minutos mais tarde, o homem, visivelmente agastado, dirigiu-se ao sítio dos cacifos, para se vestir e sair.
Fui mais rápido, agi prontamente e saí primeiro.
Não o esperei cá fora; uma estranha intuição me dizia que seria de uma companhia de aviação, e provavelmente estaria hospedado no Sheraton (intuição de puta, dirão...).
Para lá me dirigi e não tive que esperar muito tempo para ver parar um táxi que o trazia.
Sorri-lhe, sorriu-me, entrámos, subimos ao seu quarto sem uma palavra e pude ver tatuada na sua nádega direita uma pequeníssima e bela borboleta.
Não sei do que mais gostei, se da borboleta, se do seu habitat.
Era manhã, quando deixei a borboleta voar.
É curioso que eu já publiquei este conto (em 6 de Março de 2009), que escrevi para participar no primeiro concurso que o Sad Eyes promoveu, ainda no seu anterior blog "Uma imensa minoria" e a que ele deu como mote para as participações o tema "blind date". Esse concurso decorreu durante o mês de Janeiro de 2007, teve participações muito interessantes e seria curioso que, se por acaso alguém participou nesse concurso , deixasse essa participação no blog que tem, embora à distância me pareça pouco provável que ainda ande pela blogosfera algum desses participantes.
Mas aqui vai o conto, a que dei o título de "A Borboleta"
Foi numa sauna já desaparecida desta Lisboa que o vi.
Era lindo,sedutor, diferente.
A sauna estava cheia, a fauna habitual, que ao ver "sangue novo", se excita e se prepara para atacar a presa. O homem, trintão, ar estrangeirado, ia deambulando pelos espaços, e um bando de vampiros o seguia, sequioso.
Deixei-me ficar, observando a cena, mas tão excitado como os demais.
Alguns minutos mais tarde, o homem, visivelmente agastado, dirigiu-se ao sítio dos cacifos, para se vestir e sair.
Fui mais rápido, agi prontamente e saí primeiro.
Não o esperei cá fora; uma estranha intuição me dizia que seria de uma companhia de aviação, e provavelmente estaria hospedado no Sheraton (intuição de puta, dirão...).
Para lá me dirigi e não tive que esperar muito tempo para ver parar um táxi que o trazia.
Sorri-lhe, sorriu-me, entrámos, subimos ao seu quarto sem uma palavra e pude ver tatuada na sua nádega direita uma pequeníssima e bela borboleta.
Não sei do que mais gostei, se da borboleta, se do seu habitat.
Era manhã, quando deixei a borboleta voar.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Vamos jantar?
No passado domingo, realizou-se no Parque das Nações, um encontro de alguns dos participantes do concurso de contos Pixel 3, subordinados ao tema “Natal”, em boa hora lançado pelo Sad Eyes, que já havia lançado os dois primeiros, e como eles, teve um enorme êxito, pois houve um elevado número de participações, muitas das quais de grande qualidade.
A iniciativa deste encontro foi, como é natural, do próprio Sad, e conseguiu-se reunir um interessante número de participações: além do Sad, estiveram presentes a Margarida, o João e o Luís (que vão editar na sua cada vez mais interessante “empresa”, o conjunto destas histórias, à semelhança do que fizeram com a edição das histórias dos dois primeiros concursos), o Ricardo, o K, o Arrakis, o Francisco, o Silvestre (com o seu simpático companheiro), e eu, claro.
Foi um bocado de tarde muito bem passado, conversou-se essencialmente dos concursos e dos blogs e para mim, foi excelente reencontrar alguns amigos que já conhecia e conhecer alguns outros, pela primeira vez.
Estes encontros são muito salutares e se dúvidas tinha de retomar uma “velha” iniciativa minha de realizar, de novo este ano, um jantar anual de bloguistas, elas diminuíram consideravelmente.
Tendo organizado já cinco jantares, o primeiro em 2007, com um número reduzido de participantes, mas também ainda não estava há muito na blogo, no bar Agito, no Bairro Alto, em 2008, e com uma elevada participação, mudámos para o Caruso, no Pátio Bagatella, e depois, em três anos consecutivos, assentámos arraiais no Restaurante Guilho, mesmo às portas da Amadora, onde temos tido oportunidade de conviver sem ser sentados numa só mesa, confinados aos vizinhos de ocasião, já que têm sido jantares volantes, com o apoio de mesas e cadeiras e com a totalidade do espaço para nós, o que é excelente.
Tirando o primeiro ano, nas quatro edições seguintes, tive o apoio precioso do Paulo e do Zé (Felizes Juntos), mas essa colaboração, por falta de tempo não se vai reeditar num eventual novo jantar.
Por estar sozinho, e porque fico sempre algo desiludido com as desistências de última hora (tenho um pavor de ouvir o telemóvel tocar nas últimas 48 horas, antes do evento), não organizei o jantar o ano passado.
Ora tendo conversado sobre este assunto com a Margarida, ela predispôs-se a dar-me um apoio nesta iniciativa, este ano.
O Paulo, fará, com sempre o “bonequinho” do jantar e como em equipa vencedora não se mexe, o local está mais que escolhido, faltará escolher uma data, que será sempre um sábado de Maio e questionar as pessoas sobre a viabilidade de aparecerem.
Claro que há muita gente que não vive na região da grande Lisboa, mas é impossível realizar este jantar noutro local do país, pois a grande maioria dos bloguistas que conheço residem aqui e tem havido sempre a participação de gente de outras terras, pois é um fim de semana que se vem passar aqui, e se aproveita para um bom convívio.
Um outro óbice para alguns é darem a cara, o que embora respeitando, não entendo, pois este jantar não é um jantar de blogs gays, cada vez o é menos, com muitas participações de gente hétero e é bom que se desmistifique de todo essa ideia, pois nem se fala disso nestes encontros, a não ser como um tema de conversa como tantos outros, que são normais.
Acresce o facto de eu ter a certeza da presença de várias pessoas que já tiveram blog ou o têm inactivo, mas que já se habituaram a estes convívios.
Portanto, o objectivo desta postagem é “apalpar o terreno”, principalmente daqueles que nunca participaram nestes jantares, pois os que já estiveram presentes só não virão de novo, se não puderem, tenho a certeza. Por ora nada mais adianto, ficando a aguardar as vossas reacções.
Para quem não sabe, este jantar está aberto a bloguistas, com os acompanhantes que quiserem, mas também a comentadores habituais deste ou doutros blogs, embora não tenham eles próprios um blog. E claro aos bloguistas “parados”.
Vamos a isto?
A iniciativa deste encontro foi, como é natural, do próprio Sad, e conseguiu-se reunir um interessante número de participações: além do Sad, estiveram presentes a Margarida, o João e o Luís (que vão editar na sua cada vez mais interessante “empresa”, o conjunto destas histórias, à semelhança do que fizeram com a edição das histórias dos dois primeiros concursos), o Ricardo, o K, o Arrakis, o Francisco, o Silvestre (com o seu simpático companheiro), e eu, claro.
Foi um bocado de tarde muito bem passado, conversou-se essencialmente dos concursos e dos blogs e para mim, foi excelente reencontrar alguns amigos que já conhecia e conhecer alguns outros, pela primeira vez.
Estes encontros são muito salutares e se dúvidas tinha de retomar uma “velha” iniciativa minha de realizar, de novo este ano, um jantar anual de bloguistas, elas diminuíram consideravelmente.
Tendo organizado já cinco jantares, o primeiro em 2007, com um número reduzido de participantes, mas também ainda não estava há muito na blogo, no bar Agito, no Bairro Alto, em 2008, e com uma elevada participação, mudámos para o Caruso, no Pátio Bagatella, e depois, em três anos consecutivos, assentámos arraiais no Restaurante Guilho, mesmo às portas da Amadora, onde temos tido oportunidade de conviver sem ser sentados numa só mesa, confinados aos vizinhos de ocasião, já que têm sido jantares volantes, com o apoio de mesas e cadeiras e com a totalidade do espaço para nós, o que é excelente.
Tirando o primeiro ano, nas quatro edições seguintes, tive o apoio precioso do Paulo e do Zé (Felizes Juntos), mas essa colaboração, por falta de tempo não se vai reeditar num eventual novo jantar.
Por estar sozinho, e porque fico sempre algo desiludido com as desistências de última hora (tenho um pavor de ouvir o telemóvel tocar nas últimas 48 horas, antes do evento), não organizei o jantar o ano passado.
Ora tendo conversado sobre este assunto com a Margarida, ela predispôs-se a dar-me um apoio nesta iniciativa, este ano.
O Paulo, fará, com sempre o “bonequinho” do jantar e como em equipa vencedora não se mexe, o local está mais que escolhido, faltará escolher uma data, que será sempre um sábado de Maio e questionar as pessoas sobre a viabilidade de aparecerem.
Claro que há muita gente que não vive na região da grande Lisboa, mas é impossível realizar este jantar noutro local do país, pois a grande maioria dos bloguistas que conheço residem aqui e tem havido sempre a participação de gente de outras terras, pois é um fim de semana que se vem passar aqui, e se aproveita para um bom convívio.
Um outro óbice para alguns é darem a cara, o que embora respeitando, não entendo, pois este jantar não é um jantar de blogs gays, cada vez o é menos, com muitas participações de gente hétero e é bom que se desmistifique de todo essa ideia, pois nem se fala disso nestes encontros, a não ser como um tema de conversa como tantos outros, que são normais.
Acresce o facto de eu ter a certeza da presença de várias pessoas que já tiveram blog ou o têm inactivo, mas que já se habituaram a estes convívios.
Portanto, o objectivo desta postagem é “apalpar o terreno”, principalmente daqueles que nunca participaram nestes jantares, pois os que já estiveram presentes só não virão de novo, se não puderem, tenho a certeza. Por ora nada mais adianto, ficando a aguardar as vossas reacções.
Para quem não sabe, este jantar está aberto a bloguistas, com os acompanhantes que quiserem, mas também a comentadores habituais deste ou doutros blogs, embora não tenham eles próprios um blog. E claro aos bloguistas “parados”.
Vamos a isto?
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Um livro...uma ideia...um outro livro
Acabei de ler um livro de ensaio, género que há muito não
lia, e que devo confessar, não me é muito apelativo. Prefiro a ficção, a
poesia, as biografias e os romances históricos; mas este era um livro especial
que eu precisava de ler, e não dei o tempo por mal empregue.
Trata-se da obra “Homossexualidade – Uma História” (1995), da autoria do polifacetado autor inglês Colin Spencer. Este escritor escreveu sobre diversos temas – Ficção, Ensaio, Teatro, Livros de Culinária, e foi também desenhador.
Além deste título, escreveu no ano seguinte, um outro ensaio sobre a homossexualidade (“O Kama Sutra Gay”).
Não sendo uma obra prima e sendo um livro ambicioso, pois não é fácil falar da homossexualidade desde a Pré História até aos nossos dias, terá algumas justificadas lacunas, mas o essencial está lá, desde os tempos em que a homossexualidade (este termo só começou a ser utilizado no século XIX) era considerada normal – Grécia, certos períodos durante o Império Romano, e outras civilizações antigas, incluindo as do extremo oriente e as pré-colombianas, algumas repúblicas renascentistas, mas também e sobretudo da enorme perseguição que quase sempre, ao longo dos séculos, lhe foi movida, a começar pelos judeus, que através da religião lhe moveram uma contínua luta.
Aliás, ainda hoje, grande parte dos argumentos da religião cristã, contra a homossexualidade, se baseiam em textos bíblicos insertos no Antigo Testamento e em S.Paulo. Basta lembrar o exemplo do texto sobre Sodoma e Gomorra…
Não vou entrar em pormenores sobre todo o texto do livro, eles são muitos, apenas recordar que a homofobia tem grandes e profundas raízes no passado e chegou até nós, na actualidade, pese embora as grandes conquistas que se têm feito, neste campo, nos últimos tempos.
Aliás, uma das lacunas (natural) deste livro, é que tendo sido escrito em 1995, a época desde então até hoje (quase 30 anos) tem sido aquela em que mais se tem implementado em variados países desenvolvidos, do Ocidente, uma visão muito mais aceite desta situação.
Uma coisa é fácil de concluir: apesar de ser a homossexualidade não uma opção, mas uma questão genética, e de ainda hoje haver países que a consideram um crime que leva até à pena de morte, aquilo porque passaram os nossos antepassados pelo facto de serem homossexuais foi algo de terrível e com consequências absolutamente abomináveis, como por exemplo no tempo da Inquisição. No nosso país, no mundo ocidental de uma forma genérica, os dias que correm, são, na defesa dos direitos homossexuais e no reconhecimento da sua existência um quase paraíso por comparação com esses tempos.
Aproveito esta postagem para chamar a atenção para o aparecimento no nosso país de uma editora bastante original, ideia do João Máximo e do Luís, cujo nome é Index ebooks, que aproveitando a vaga das novas tecnologias com o aparecimento e crescimento dos ebooks, têm editado alguns livros de temática LGBT, incluindo algumas traduções de obras importantes, sem edição normal em Portugal; é um trabalho notável que pode ir sendo seguida no blog do João e do Luís.Não sendo uma obra prima e sendo um livro ambicioso, pois não é fácil falar da homossexualidade desde a Pré História até aos nossos dias, terá algumas justificadas lacunas, mas o essencial está lá, desde os tempos em que a homossexualidade (este termo só começou a ser utilizado no século XIX) era considerada normal – Grécia, certos períodos durante o Império Romano, e outras civilizações antigas, incluindo as do extremo oriente e as pré-colombianas, algumas repúblicas renascentistas, mas também e sobretudo da enorme perseguição que quase sempre, ao longo dos séculos, lhe foi movida, a começar pelos judeus, que através da religião lhe moveram uma contínua luta.
Aliás, ainda hoje, grande parte dos argumentos da religião cristã, contra a homossexualidade, se baseiam em textos bíblicos insertos no Antigo Testamento e em S.Paulo. Basta lembrar o exemplo do texto sobre Sodoma e Gomorra…
Não vou entrar em pormenores sobre todo o texto do livro, eles são muitos, apenas recordar que a homofobia tem grandes e profundas raízes no passado e chegou até nós, na actualidade, pese embora as grandes conquistas que se têm feito, neste campo, nos últimos tempos.
Aliás, uma das lacunas (natural) deste livro, é que tendo sido escrito em 1995, a época desde então até hoje (quase 30 anos) tem sido aquela em que mais se tem implementado em variados países desenvolvidos, do Ocidente, uma visão muito mais aceite desta situação.
Uma coisa é fácil de concluir: apesar de ser a homossexualidade não uma opção, mas uma questão genética, e de ainda hoje haver países que a consideram um crime que leva até à pena de morte, aquilo porque passaram os nossos antepassados pelo facto de serem homossexuais foi algo de terrível e com consequências absolutamente abomináveis, como por exemplo no tempo da Inquisição. No nosso país, no mundo ocidental de uma forma genérica, os dias que correm, são, na defesa dos direitos homossexuais e no reconhecimento da sua existência um quase paraíso por comparação com esses tempos.
Por outro lado, tiveram uma ideia muito interessante e que está apenas a dar os primeiros passos e que será a compilação de um Dicionário de Literatura Gay Portuguesa.
Para tal efeito, foi por eles criado um grupo no site goodreads, (que eu aconselho vivamente a quem gosta de ler) e que se chama precisamente “Literatura Gay Portuguesa”, onde os aderentes podem ir acrescentando livros que conheçam e caibam no âmbito do grupo. Por ora, apenas estão inscritos neste grupo, além do João e do Luís, a Margarida, o Miguel e eu próprio. Seria muito interessante que mais pessoas aderissem e contribuíssem com o acrescentar de obras, o debate de críticas e ideias, pois tudo isso é importante para o aparecimento futuro desse Dicionário.
sábado, 12 de janeiro de 2013
Estatísticas
Hoje, por um acaso, reparei na coluna do lado esquerdo deste blog, que o número de visualizações que ele teve, está por assim dizer nas 200.000.
Se referirmos que estas visualizações só foram implementadas em Maio de 2008, deixando para trás não só todas as postagens desaparecidas do blog (257), como também as primeiras 161 desta segunda fase, conclui-se que em 800 postagens houve cerca de 200.000 visualizações, o que dá uma média de 250 por postagem.
Estas visualizações referem-se a todas as vezes que o blog é aberto numa certa página e é curioso ver que entre as postagens mais vistas estão aquelas que têm nomes que facilmente são procuradas no Google e que portanto não foram procuradas deliberadamente por causa do blog.
O post mais visualizado – 1107 visualizações – foi escrito em 08/09/2011 (A Lisboa gay que eu conheci) e o segundo, com 937, postado em 25/09/2011 foi “15º.Queer Lisboa (balanço final)”. Só depois surge um post específico, com 779 visualizações (5 anos de blog), postado em 06/11/2011.
Estas visualizações maiores são de posts não recentes, o que é natural pois estão disponíveis há muito mais tempo que os mais recentes. Destes, só uma postagem ultrapassou a média, com 273 visualizações (Um casamento diferente) e isso deve-se em parte a ter sido partilhado pelo Marcos no FB.
Já quanto aos comentários eles são neste momento cerca de 34.900, nas 961 postagens que o blog tem, desde a sua interrupção, o que dá uma média de 36 comentários por post.
Só uma vez, logo no início houve um post sem comentários, em 23/08/2007 (Sina Peynard), bem interessante, por sinal; e por cinco vezes se ultrapassaram a centena de comentários, sendo os recordistas, com 104 comentários cada: “Parar e reflectir” (23/09/2008) e “A crise da blogosfera” (06/02/2010), curiosamente duas postagens com características semelhantes.
Enfim, curiosidades de um blog que me tem dado muitos momentos de satisfação, e sobretudo me tem dado a conhecer pessoas muito interessantes, algumas das quais passaram a barreira da blogosfera para entrarem na verdadeira Amizade.
Se referirmos que estas visualizações só foram implementadas em Maio de 2008, deixando para trás não só todas as postagens desaparecidas do blog (257), como também as primeiras 161 desta segunda fase, conclui-se que em 800 postagens houve cerca de 200.000 visualizações, o que dá uma média de 250 por postagem.
Estas visualizações referem-se a todas as vezes que o blog é aberto numa certa página e é curioso ver que entre as postagens mais vistas estão aquelas que têm nomes que facilmente são procuradas no Google e que portanto não foram procuradas deliberadamente por causa do blog.
O post mais visualizado – 1107 visualizações – foi escrito em 08/09/2011 (A Lisboa gay que eu conheci) e o segundo, com 937, postado em 25/09/2011 foi “15º.Queer Lisboa (balanço final)”. Só depois surge um post específico, com 779 visualizações (5 anos de blog), postado em 06/11/2011.
Estas visualizações maiores são de posts não recentes, o que é natural pois estão disponíveis há muito mais tempo que os mais recentes. Destes, só uma postagem ultrapassou a média, com 273 visualizações (Um casamento diferente) e isso deve-se em parte a ter sido partilhado pelo Marcos no FB.
Já quanto aos comentários eles são neste momento cerca de 34.900, nas 961 postagens que o blog tem, desde a sua interrupção, o que dá uma média de 36 comentários por post.
Só uma vez, logo no início houve um post sem comentários, em 23/08/2007 (Sina Peynard), bem interessante, por sinal; e por cinco vezes se ultrapassaram a centena de comentários, sendo os recordistas, com 104 comentários cada: “Parar e reflectir” (23/09/2008) e “A crise da blogosfera” (06/02/2010), curiosamente duas postagens com características semelhantes.
Enfim, curiosidades de um blog que me tem dado muitos momentos de satisfação, e sobretudo me tem dado a conhecer pessoas muito interessantes, algumas das quais passaram a barreira da blogosfera para entrarem na verdadeira Amizade.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
The Gay Men Project
Já por variadas vezes falei aqui, de outros blogs que conheço e sigo; as últimas vezes tem acontecido mais em relação a blogs que estão no seu início e funcionam como uma chamada de atenção para o aparecimento de um novo blog e raras vezes tenho apostado mal.
Tenho até orgulho no percurso que entretanto certos blogs tiveram depois disso, pois quer se queira, quer não, um blog sem seguidores ou comentadores não passa de um diário.
Mas hoje falo de um blog que é um clássico da blogo, mais antigo que o meu, um dos resistentes dos velhos e bons tempos da blogosfera.
Trata-se do blog do Miguel e se o chamo assim e não pelo seu nome (a referência ao blog obtém-se ao clicar no nome), é porque o Miguel, como o Félix, como o Paulo, só para dar alguns exemplos são para mim, muito mais Amigos do que bloguistas.
Mas neste caso, o blog, ali enclausurado num condomínio fechado da blogosfera, chamado Livejournal, é um blog que merece ser lido pois revela uma pessoa sensível, culta, com bom gosto e com variadas ramificações de interesses. Não somos muitos os seguidores, mas somos imensamente fiéis.
E foi neste blog que encontrei esta recente postagem, que está muito dentro daquilo que eu penso de certos blogs, que se “perdem” com fotos quando os seus autores têm capacidades muito mais amplas que isso, e ao mesmo tempo chama a atenção para um blog novo, interessantíssimo e que no texto está bem referenciado.
Depois deste longo introito, eis o texto em causa, devidamente autorizado pelo Miguel, como é óbvio.
"The Gay Men Project
Tenho até orgulho no percurso que entretanto certos blogs tiveram depois disso, pois quer se queira, quer não, um blog sem seguidores ou comentadores não passa de um diário.
Mas hoje falo de um blog que é um clássico da blogo, mais antigo que o meu, um dos resistentes dos velhos e bons tempos da blogosfera.
Trata-se do blog do Miguel e se o chamo assim e não pelo seu nome (a referência ao blog obtém-se ao clicar no nome), é porque o Miguel, como o Félix, como o Paulo, só para dar alguns exemplos são para mim, muito mais Amigos do que bloguistas.
Mas neste caso, o blog, ali enclausurado num condomínio fechado da blogosfera, chamado Livejournal, é um blog que merece ser lido pois revela uma pessoa sensível, culta, com bom gosto e com variadas ramificações de interesses. Não somos muitos os seguidores, mas somos imensamente fiéis.
E foi neste blog que encontrei esta recente postagem, que está muito dentro daquilo que eu penso de certos blogs, que se “perdem” com fotos quando os seus autores têm capacidades muito mais amplas que isso, e ao mesmo tempo chama a atenção para um blog novo, interessantíssimo e que no texto está bem referenciado.
Depois deste longo introito, eis o texto em causa, devidamente autorizado pelo Miguel, como é óbvio.
"The Gay Men Project
A net está cheia de representações da masculinidade homossexual. Na maior
parte dos casos, na enormíssima parte dos casos, isso equipara-se a fotografias
de gajos nus muito carregadas eroticamente (deixemos de fora a pornografia pura
e dura, cuja circulação e disponibilidade, segundo alguns mal-intencionados,
foi a verdadeira razão para qual a internet foi inventada!)
A questão é que, em rigor, a construção desse imaginário homo-erótico deve muito pouco à representação da homossexualidade masculina, e eu até me atreveria a dizer que é, em grande parte, vincadamente heterosexual, ainda que dirigido à fantasia, e à líbido, dos homossexuais.
Não me esqueço de que há toda uma imagética ligada directamente a diversos estilos de vida (ou culturas) tipica ou exclusivamente gays; estou-me a lembrar, por exemplo, da cultura bear e dos seus códigos visuais (ainda que, mesmo neste caso, não ande longe de certos imaginários predominantemente heterossexuais, como por exemplo o dos motards). Mas o ponto é que não há site pessoal ou blog que não esteja cheio de fotografias mais ou menos ‘sexys’ (atenção às aspas) de modelos e modelitos, de corpos irrepreensíveis e dirigidos a variados paladares, que constituem, digamos assim, o denominador comum (mínimo ou máximo, será questão de perspectiva) entre delírios gays de todas as idades e fantasias femininas de pendor mais ou menos adolescente.
Onde eu quero chegar é que não são afinal nada frequentes os lugares da net que apresentam representações da masculinidade que sejam especificamente homossexuais (ou gays, ou queers, ou o que se quiser), e nos quais a sexualidade não se esgote no seu apelo mais ou menos erótico, mas que aposte no carácter identitário dessas representações.
São todas estas reflexões que (me) sugerem o extraordinário trabalho do Kevin Truong no seu site/blog The Gay Men Project, que se apresenta como ‘the visual catalog of gay men across the world’. No site, o Kevin Truong fotografa homens gays (originalmente nas suas casas ou espaços de trabalho, mas depois o projecto alargou-se a outros sets) e apresenta pequenos depoimentos dos fotografados acerca das suas experiências enquanto homossexuais. Vale a pena conhecer o site, e é obrigatório visitá-lo frequentemente.
Ainda que seja para concluir, como me parece ser o caso (e ainda bem), que essas representações não traduzem, afinal, um mundo aparte, e que a resposta à questão “com que se parece um gay?”, só possa ser “com uma pessoa qualquer”."
A questão é que, em rigor, a construção desse imaginário homo-erótico deve muito pouco à representação da homossexualidade masculina, e eu até me atreveria a dizer que é, em grande parte, vincadamente heterosexual, ainda que dirigido à fantasia, e à líbido, dos homossexuais.
Não me esqueço de que há toda uma imagética ligada directamente a diversos estilos de vida (ou culturas) tipica ou exclusivamente gays; estou-me a lembrar, por exemplo, da cultura bear e dos seus códigos visuais (ainda que, mesmo neste caso, não ande longe de certos imaginários predominantemente heterossexuais, como por exemplo o dos motards). Mas o ponto é que não há site pessoal ou blog que não esteja cheio de fotografias mais ou menos ‘sexys’ (atenção às aspas) de modelos e modelitos, de corpos irrepreensíveis e dirigidos a variados paladares, que constituem, digamos assim, o denominador comum (mínimo ou máximo, será questão de perspectiva) entre delírios gays de todas as idades e fantasias femininas de pendor mais ou menos adolescente.
Onde eu quero chegar é que não são afinal nada frequentes os lugares da net que apresentam representações da masculinidade que sejam especificamente homossexuais (ou gays, ou queers, ou o que se quiser), e nos quais a sexualidade não se esgote no seu apelo mais ou menos erótico, mas que aposte no carácter identitário dessas representações.
São todas estas reflexões que (me) sugerem o extraordinário trabalho do Kevin Truong no seu site/blog The Gay Men Project, que se apresenta como ‘the visual catalog of gay men across the world’. No site, o Kevin Truong fotografa homens gays (originalmente nas suas casas ou espaços de trabalho, mas depois o projecto alargou-se a outros sets) e apresenta pequenos depoimentos dos fotografados acerca das suas experiências enquanto homossexuais. Vale a pena conhecer o site, e é obrigatório visitá-lo frequentemente.
Ainda que seja para concluir, como me parece ser o caso (e ainda bem), que essas representações não traduzem, afinal, um mundo aparte, e que a resposta à questão “com que se parece um gay?”, só possa ser “com uma pessoa qualquer”."
sábado, 5 de janeiro de 2013
Nunes
O Sad Eyes, além das três edições dos contos Pixel, cuja
última edição subordinada aos temas Natal e LGBT, está agora em fase de
votação, lançou um outro desafio, a que deu o nome “The Book of Distance” e que
consiste na escrita de pequenas histórias, que não têm ligação entre si e que
de alguma forma sugiram distância. Essas histórias serão nove, o número de
letras da palavra DISTÂNCIA, e cada uma delas terá um título começado com a
letra correspondente. O próprio Sad escolheu, e bem o Arrakis para o primeiro
conto, que corresponde à letra D, e depois cada um, escolhe o autor da história
seguinte, evidentemente com um título começado pela letra respectiva,
respeitando a sequência. As histórias são manuscritas num caderno pequenino,
que vai andando de mão em mão, até ser devolvido pelo autor da última história
ao Sad.
Sucede que após a quarta história, escrita pelo K, este
muito gentilmente convidou-me para escrever a história seguinte; mas eu estava
naquele período de pausa do blog, e com pena, declinei o mesmo. Mas parece eu estava
mesmo fadado que teria que escrever uma das histórias, e o Miguel, conseguiu “dar-me
a volta” e aqui estou com a história correspondente ao N.
É uma história real, como quase sempre são as minhas
histórias, passou-se comigo e as outras duas personagens são reais (apenas com
os nomes alterados) e está baseada num
dos episódios daquela minha saga “A guerra cá do João” que publiquei já há
bastante tempo. A noção de distância, nesta história não é apenas baseada em
ter como cenário um local distante, mas principalmente uma distância
(distanciamento) que tem que haver na hierarquização militar.
Só para terminar e antes de aqui colocar a história, fico
muito satisfeito de poder comunicar que o próximo autor, da história começada
por C, será o Paulo (Zoninho) do blog “Felizes Juntos”, que estou certo dará uma
excelente colaboração a esta ideia que o Sad em boa hora teve.
Nunes era um jovem furriel operacional da companhia que eu comandava, no Niassa moçambicano, para onde tinha sido enviado. Lá longe, e numa rendição individual, fui encontrar 200 homens que nunca tinha visto antes e que a partir daí, iria comandar; eram quase todos de raça negra, da chamada “incorporação local”, ou seja, oriundos da própria colónia, incluindo mesmo alguns brancos, alferes, furriéis e cabos. Do continente não éramos mais que 20, todos brancos, dois alferes, os sargentos, alguns (poucos) furriéis e cabos e até um que outro soldado com especialidades menos comuns, como os que tratavam dos barcos pneumáticos nos quais fazíamos a travessia do Lugenda para a outra margem, onde decorriam quase todas as operações.
Eu sentia-me muito só, pois embora por feitio fosse muito comunicativo, tinha como obrigação não estabelecer amizades ou contactos privilegiados com quer que fosse, pois na vida militar e numas condições de vida, assim precárias, isolados do mundo, sem população num raio de 100 kms, o comandante tinha que ser o garante de uma hierarquização, mais necessária do que desejada; sim, havia convívio, mas não ultrapassava os limites que os factos impunham.
Por outro lado, a minha condição de homossexual estava ainda numa fase que não era plena e total, e tinha perfeita consciência que não seria ali que iria ter qualquer tipo de relação sexual, e nem era preciso um grande sacrifício, pois estava perfeitamente capacitado disso. Aliás, as idas com alguma regularidade a Vila Cabral, ou em menor escala, a Nampula permitiam-me, nessas alturas “carregar baterias”. E também nunca olhei nenhum homem sob o meu comando, segundo um ponto de vista sexual; havia dois ou três bastante dentro do meu padrão de gosto pessoal, mas nada mais que isso.
Sabia, isso sim, que havia homossexuais na companhia, pois que alguns, não muitos, tinham aquele “não sei o quê”, que os homossexuais sentem em relação aos restantes homens, mas nunca se tinha visto ou falado em ninguém a ser conhecido por comportamentos homossexuais.
Até que um dia, (há sempre um dia), estava eu no “parrot”(*)que servia de refeitório a oficiais e sargentos e vi um livro, cujas capas estavam forradas, em cima de uma mesa e peguei nele; era um livro que já tinha lido, “As Amizades Particulares” do Roger Peyrefitte, bem conhecido na então muito incipiente literatura homossexual. E curiosamente, algumas das partes mais “interessantes” estavam sublinhadas a lápis.
Estava a folhear interessadamente o livro, vendo esses sublinhados, quando entrou o furriel Nunes, um bocado apressado e parou aterrado ao ver-me com o livro na mão; vi logo de imediato que o livro era dele e para o pôr à vontade disse-lhe que conhecia o livro , que o achava interessante, principalmente as partes sublinhadas; não poderia ter sido mais directo, mas tudo sucedeu sem uma intenção real de interesse pelo rapaz, que até era bem apessoado, e sim de o sossegar pois ele estava quase em pânico. O facto é que realmente lhe disse implicitamente que era homossexual e notei o alívio com que ficou.
Uns dias mais tarde, o Nunes que era “sabidote”, de uma forma respeitosa, perguntou-me se eu era realmente homossexual e eu disse-lhe que sim, não menti. Abri uma torneira, pois o Nunes logo me foi dizendo que já havia estado com a,b,c,d, eu sei lá o abecedário inteiro…e só nessa altura me capacitei do “perigo” que corria de ficar a fazer parte do abecedário, o que não era aflitivo, pois pelos vistos, quase todos os elementos brancos da companhia já tinham tido experiências homossexuais, mas sendo eu o comandante, não estava nada interessado em transformar a minha companhia numa companhia de “homens com gostos diferenciados” para não usar termos grosseiros…
Mas o Nunes e por iniciativa própria, assegurou-me que nunca me exporia e que tudo o que já se tinha passado entre ele e outros, tinha sido feito com o necessário recato.
O que é um facto é que, visto o Nunes estar a par da minha situação, e porque sempre fui muito oportuno e rápido na forma de agir, em tais circunstâncias, sugeri ao rapaz que nas noites em que estivesse escalado para fazer rondas às sentinelas, passasse pela minha cabana – eu era o único a ter o privilégio de dormir sozinho, sem ser em camaratas – para “conversarmos um pouco”… Convite aceite, e assim passei a ter periodicamente direito a um muito agradável convívio sexual e que ninguém mais soube.
Tive a certeza disso, quando já com a guerra acabada, vim a conhecer melhor, aqui em Lisboa o Martins, alferes lá na companhia e que teve há tempos um bar e depois um restaurante no Bairro Alto e com quem muito conversei aqui sobre esses tempos que lá passámos. Ao falar casualmente no Nunes, ele descaiu-se e disse-me que tinha tido relações com ele lá, coisa que eu nunca soube, e quando eu lhe confessei que o mesmo se passara comigo, ele quase não quis acreditar…
Falámos então de alguns homens que ele, Martins, tinha conhecido sexualmente na companhia e daí concluí mesmo, e depois de ter visto o que vi em Vila Cabral, Nampula e Beira, de que uma grande maioria dos homens que fizeram a guerra colonial, tiveram lá experiências homossexuais.
O Martins e eu tornámos-mos bons amigos, mas nunca houve sexo entre nós e uma bela noite estávamos os dois num bar gay daqui de Lisboa, a beber um copo, quando apareceu…o Nunes! Que festança fizemos, o que rimos e o que falámos, os três até de manhã. O Nunes morava no Norte, tinha vindo a Lisboa de fim de semana e perdi-lhe o rasto. Até mesmo o Martins, deixou o restaurante do Bairro Alto e nunca mais o vi… Distâncias…
(*)Parrot
domingo, 30 de dezembro de 2012
Ponto final...
Não, não finalizei coisa nenhuma com o Déjan - até tenho uma boa notícia a comunicar; já comprei bilhete e dia 1 de Fevereiro estarei em Belgrado.
O ponto final tem a ver com este ano, que em boa hora vai embora, apesar de de o próximo se anunciar ainda pior - a ver vamos...
E como queria, uma vez mais, fugir a clichés (taças a tocarem-se, fogos de artifício e afins), decidi seguir o mesmo caminho do Carlos e partilhar um vídeo belíssimo, de despedida, com uma canção interpretada por um dueto improvável , Miguel Bosé...Penélope Cruz.
Espero que gostem e que 2013 nos traga algum alívio a tanto desespero - difícil, mas não impossível.
Como dizia o Solnado, façam o favor de ser felizes (ou pelo menos, tentem...)
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
"Pièce de résistance"
O Sad Eyes tem um blog. Esse blog tem um nome grande e muito curioso: "Good friends are hard to find”; além de grande e curioso é muito verdadeiro, pois os amigos não aparecem por acaso, nem por vontade própria, mas são fruto de uma convivência que se vai estreitando, de um entendimento nos assuntos mais importantes da vida, na discussão correcta das diferentes concepções de alguns assuntos e sempre e acima de tudo por um grande e mútuo respeito.
Antes, esta convivência obrigava a um convívio real, mas agora com as novas tecnologias, a convivência virtual vai contribuindo em grande parte para o aparecimento de novas e boas amizades. Claro que nunca haverá uma amizade concreta e duradoura sem que as pessoas se conheçam ao vivo, mas isso é um passo que é dado com alguma frequência entre os bloguistas após tempos de simples conhecimento virtual.
Ando na blogo há mais de seis anos, já assisti ao aparecimento e ao desaparecimento de tantos blogs que, fatalmente teria que ter ganho amigos nesta comunidade virtual; e alguns deles, têm-se transformado mesmo em grandes amigos, com quem convivo hoje extra blogosfera, são amigos para a vida. Tenho uma certa facilidade no contacto com as pessoas e isso facilita muito e sempre que posso lá estou eu a proporcionar um encontro e é curioso que é raro enganar-me na “fotografia” que faço às pessoas apenas pelo contacto virtual. Na realidade elas são o que mostram nos seus textos e nos seus comentários. Os últimos bloguistas que tive o prazer de conhecer pessoalmente foram a Margarida e o João Máximo (e o Luís, pois claro) e essa regra manteve-se, não foi surpresa a excelente impressão que me deixaram.
Ora o Sad também já o conheço pessoalmente, e é curioso que num passado recente, andámos sempre desencontrados; ele trabalhava na minha terra, na Covilhã, onde eu geralmente só vou em épocas festivas, altura em que o Sad vinha para junto da família. Na altura o blog do Sad era outro (confesso não me recordar o nome), mas a estrutura era muito semelhante à deste seu blog; talvez mais sucinto, pois apenas consistia numa simples frase, quase sempre muito bem escolhida, e nada mais. Não havia música, não havia fotos, nada. Mas foi nesse blog que ele iniciou certas iniciativas que ainda hoje continuam, como a célebre “frases que podiam ser gays” ou desafios de escrita.
Mas actualmente, o seu blog “abriu” um pouco mais, embora continue curto de textos, e ele não abdica da forma como o concebeu e faz muito bem, pois um blog é sempre a vontade e tem a forma que o seu autor lhe deseja imprimir. Eu, tenho a minha visão da blogo, que é a minha e em muitas coisas diferente da forma como muitos blogs que sigo e com interesse, têm. Não sou apologista de muitas postagens, curtas e apenas com uma foto ou uma música e nada mais, pois isso não é convidativo a uma coisa fundamental para mim – a caixa dos comentários! Reparem que eu não digo os comentários, mas sim a caixa dos comentários. Gosto de textos mais elaborados, mais extensos e que promovam uma salutar troca de impressões com quem me lê e me comenta. Por isso, não publico mais que três posts semanais, em média, tendo alguns deles um trabalho de pesquisa que muito aprecio.
Voltando ao Sad, conheci-o numa tarde naquilo que prometia ser um interessante encontro entre os concorrentes aqui da região lisboeta do seu primeiro desafio Pixel; infelizmente fui o único a aparecer, nas foi uma oportunidade para conversar mais com ele do que teria tido se houvesse mais gente. Esses desafios Pixel já vão na terceira edição, que está a ser, tais como as anteriores, um sucesso, tendo as contribuições dos concorrentes às duas primeiras sido editadas pelo João Máximo em e-book, mas também em livro, que eu adquiri através da Amazon (assim mesmo…). Também em curso uma outra iniciativa muito interessante, que é o “Book of Distance”, que está agora em meu poder, mas que enviarei dentro de dias ao antepenúltimo “contador de histórias”, um dos tais velhos amigos que hoje quase nunca escreve no seu blog, e que é um amigo do coração, que não foi difícil convencer.
E chegamos (já não é sem tempo) ao motivo principal desta postagem; o Sad "fabrica" t-shirts!!! Têm todas o mesmo modelo, apenas variam na cor, no desenho ou nas palavras. Das muitas que ele já nos mostrou, decerto que por variadas vezes nos apeteceria ter esta ou aquela. Ora agora, e ao jeito das “piscinas do Arrakis” (outra interessante iniciativa), ele resolveu começar a ofertar t-shirts aos amigos, sempre muito apropriadas às características de cada um.
Calhou-me agora a mim a sorte de receber uma, que mostro na foto e que muito me sensibilizou, não só por ele se ter lembrado de mim, mas principalmente pela frase que escolheu, que eu entendo como uma dupla homenagem: ao meu blog, pela sua longevidade, neste mar revolto pelas redes sociais, mas que vai sobrevivendo e que é a blogosfera. E…”last but not the least”, ao meu muito difícil mas muito forte relacionamento afectivo com o Déjan, que faz este mês seis anos – seis anos de alegria, de amor, mas também de lágrimas e separações quase insuportáveis.
Muito obrigado, Sad, e o agradecimento é de ambos, do Déjan e meu.
Antes, esta convivência obrigava a um convívio real, mas agora com as novas tecnologias, a convivência virtual vai contribuindo em grande parte para o aparecimento de novas e boas amizades. Claro que nunca haverá uma amizade concreta e duradoura sem que as pessoas se conheçam ao vivo, mas isso é um passo que é dado com alguma frequência entre os bloguistas após tempos de simples conhecimento virtual.
Ando na blogo há mais de seis anos, já assisti ao aparecimento e ao desaparecimento de tantos blogs que, fatalmente teria que ter ganho amigos nesta comunidade virtual; e alguns deles, têm-se transformado mesmo em grandes amigos, com quem convivo hoje extra blogosfera, são amigos para a vida. Tenho uma certa facilidade no contacto com as pessoas e isso facilita muito e sempre que posso lá estou eu a proporcionar um encontro e é curioso que é raro enganar-me na “fotografia” que faço às pessoas apenas pelo contacto virtual. Na realidade elas são o que mostram nos seus textos e nos seus comentários. Os últimos bloguistas que tive o prazer de conhecer pessoalmente foram a Margarida e o João Máximo (e o Luís, pois claro) e essa regra manteve-se, não foi surpresa a excelente impressão que me deixaram.
Ora o Sad também já o conheço pessoalmente, e é curioso que num passado recente, andámos sempre desencontrados; ele trabalhava na minha terra, na Covilhã, onde eu geralmente só vou em épocas festivas, altura em que o Sad vinha para junto da família. Na altura o blog do Sad era outro (confesso não me recordar o nome), mas a estrutura era muito semelhante à deste seu blog; talvez mais sucinto, pois apenas consistia numa simples frase, quase sempre muito bem escolhida, e nada mais. Não havia música, não havia fotos, nada. Mas foi nesse blog que ele iniciou certas iniciativas que ainda hoje continuam, como a célebre “frases que podiam ser gays” ou desafios de escrita.
Mas actualmente, o seu blog “abriu” um pouco mais, embora continue curto de textos, e ele não abdica da forma como o concebeu e faz muito bem, pois um blog é sempre a vontade e tem a forma que o seu autor lhe deseja imprimir. Eu, tenho a minha visão da blogo, que é a minha e em muitas coisas diferente da forma como muitos blogs que sigo e com interesse, têm. Não sou apologista de muitas postagens, curtas e apenas com uma foto ou uma música e nada mais, pois isso não é convidativo a uma coisa fundamental para mim – a caixa dos comentários! Reparem que eu não digo os comentários, mas sim a caixa dos comentários. Gosto de textos mais elaborados, mais extensos e que promovam uma salutar troca de impressões com quem me lê e me comenta. Por isso, não publico mais que três posts semanais, em média, tendo alguns deles um trabalho de pesquisa que muito aprecio.
Voltando ao Sad, conheci-o numa tarde naquilo que prometia ser um interessante encontro entre os concorrentes aqui da região lisboeta do seu primeiro desafio Pixel; infelizmente fui o único a aparecer, nas foi uma oportunidade para conversar mais com ele do que teria tido se houvesse mais gente. Esses desafios Pixel já vão na terceira edição, que está a ser, tais como as anteriores, um sucesso, tendo as contribuições dos concorrentes às duas primeiras sido editadas pelo João Máximo em e-book, mas também em livro, que eu adquiri através da Amazon (assim mesmo…). Também em curso uma outra iniciativa muito interessante, que é o “Book of Distance”, que está agora em meu poder, mas que enviarei dentro de dias ao antepenúltimo “contador de histórias”, um dos tais velhos amigos que hoje quase nunca escreve no seu blog, e que é um amigo do coração, que não foi difícil convencer.
E chegamos (já não é sem tempo) ao motivo principal desta postagem; o Sad "fabrica" t-shirts!!! Têm todas o mesmo modelo, apenas variam na cor, no desenho ou nas palavras. Das muitas que ele já nos mostrou, decerto que por variadas vezes nos apeteceria ter esta ou aquela. Ora agora, e ao jeito das “piscinas do Arrakis” (outra interessante iniciativa), ele resolveu começar a ofertar t-shirts aos amigos, sempre muito apropriadas às características de cada um.
Calhou-me agora a mim a sorte de receber uma, que mostro na foto e que muito me sensibilizou, não só por ele se ter lembrado de mim, mas principalmente pela frase que escolheu, que eu entendo como uma dupla homenagem: ao meu blog, pela sua longevidade, neste mar revolto pelas redes sociais, mas que vai sobrevivendo e que é a blogosfera. E…”last but not the least”, ao meu muito difícil mas muito forte relacionamento afectivo com o Déjan, que faz este mês seis anos – seis anos de alegria, de amor, mas também de lágrimas e separações quase insuportáveis.
Muito obrigado, Sad, e o agradecimento é de ambos, do Déjan e meu.
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