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domingo, 7 de julho de 2013

Clássicos da dança no feminino

Este post pretende homenagear os grandes nomes da dança feminina, no cinema e refiro-me como é óbvio a  nomes clássicos, já que no cinema mais moderno, muitos outros nomes poderíamos acrescentar.
E nem sequer estou a pretender que estes serão os nomes mais importantes, pois outros haveria que aqui não estão, como Betty Grable ou Cyd Charrisse por exemplo; e poderíamos mesmo contestar a inclusão de Carmen Miranda, essencialmente uma cantora, ou mesmo de Rita Hayworth, acima de tudo,uma actriz.
São de qualquer forma cinco excelentes vídeos, onde além das já citadas Carmen Miranda e Rita Hayworth, podemos encontrar as realmente fabulosas bailarinas que foram Eleonor Parker (aqui acompanhada pelo genial Fred Astaire), Ann Miller e principalmente Ginger Rogers.
Saborear estas preciosidades é bom em tempo de calor e de crise.
Qualquer dia virão os homens...








terça-feira, 11 de junho de 2013

Cinema e música 6 - "Morte em Veneza"


Se há filmes que marcam pela sua sensibilidade, um deles é sem dúvida a obra prima de Luchino Visconti, “Morte em Veneza” (1971).
Aliás todos os filmes que têm Veneza como cenário são mágicos, como mágica é aquela cidade do Adriático. Acredito que não haja no mundo uma cidade tão “cinematográfica”.
Neste filme cuja época nos reporta ao princípio do século passado, um compositor passa férias no Lido, a praia em frente da cidade, onde procura refúgio para problemas recentes, profissionais e pessoais, e acaba por se deixar seduzir por Tadzio, um jovem com uma beleza andrógina, que ali passa uma temporada com a família.
Entretanto é focada também a epidemia de cólera que assolou aquela cidade na altura e que as autoridades procuram esconder para não comprometer a estação turística.
A cena final, da morte do protagonista, só, na praia, e com Tadzio a brincar por perto, é de uma beleza ao mesmo tempo terrível e tocante, com Dirk Bogarde a ter uma das suas mais brilhantes interpretações.
De realçar a beleza e o porte senhoril de uma grande dama do cinema europeu, Silvana Mangano, que tantas vezes trabalhou com Visconti.
E também a presença do jovem actor sueco Bjorn Andrésen, que protagoniza Tadzio, e que podemos ver aqui  num curioso vídeo, em que Visconti o testa para este papel.
Claro que a base desta postagem é a relação do cinema com a música e aqui não só por ser um compositor o principal protagonista. E há quem diga que foi em Gustav  Mahler que Thomas Mann, o autor da obra aqui adaptada, se inspirou para dar vida ao personagem.
E é precisamente deste compositor o principal tema musical do filme, o célebre Adagietto da sua 5ª.Sinfonia, e que para mim é das mais belas peças musicais de sempre.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Sarita

Se eu quisesse fazer uma postagem normal sobre Sara Montiel seguiria os passos normais para o efeito: consultaria a Wikipedia, onde encontraria os principais dados pessoais, profissionais e afectivos dela.
Faria uma pesquisa cuidada na net sobre a actriz, e naturalmente que iria encontrar bastantes postagens em variadíssimos blogs, de onde possivelmente retiraria algumas curiosidades sobre a sua vida, a sua carreira e a sua personalidade.
E com certeza iria ver a sua página no IBDM, a bíblia do cinema mundial, onde teria tudo à disposição sobre a sua carreira cinematográfica.
Mas eu quero aqui dar uma visão intimista do que foi para mim esta mulher, que muito mais que uma mera actriz, uma boa cantora ou uma bela mulher, foi sobretudo para mim, um mito!

Sara Montiel foi durante alguns anos da minha vida o meu maior ídolo, a minha Sarita. 
O meu encontro com Sarita não se dá senão depois de ter visto pela primeira vez “La Violetera”, no final dos anos cinquenta. Foi daqueles filmes que me arrebatou, me fez chorar muitas lágrimas e que posteriormente vi vezes sem conta. Tive os quatros 45 RPM com todas as canções do filme e soletrava-as quase todas, com ênfase natural para o tema musical dominante – “La Violetera”.
Perdi as vezes que revi o filme e só mais tarde vi o seu filme anterior e que afinal foi o que permitiu a rodagem da Violetera – “O Último Couplet” e de donde retirei duas ou três canções dela também muito marcantes.

A partir de então, vi apaixonadamente todos os seus filmes, mesmo aqueles que no final da sua carreira foram pouco apreciados.
A nível musical ela foi a maior, para mim, num vasto grupo de cantoras espanholas que muito admirava. Foi uma mulher muito bela, muito provocante e talvez das poucas que me fez olhar para o sexo oposto com volúpia e desejo.
Claro que conforme fui crescendo, vi muitos filmes, ouvi inúmeras vozes e disseminei os meus gostos por muitos e variados géneros, mas o meu culto por Sarita nunca foi beliscado.
Curiosamente não me interessei muito pela última parte da sua carreira, e que tem a ver com a sua participação televisiva, talvez porque fugia um pouco à “minha” Sarita.
Morreu agora, aos 85 anos, como qualquer mortal, é óbvio, mas eu continuo a vê-la a cantar uma das maisbelas canções do filme "La Violetera"

Até sempre Sarita.

terça-feira, 2 de abril de 2013

A "nona"

No dia 26 de Março de 1827 morreu, em Viena, Ludwig van Beethoven, um célebre alemão, canhoto, surdo, com o rosto marcado pela varíola e a quem chamavam “o espanhol”, devido à sua tez morena e cabelos muito negros.
Tinha nascido em Bona, na Alemanha, no dia 16 de Dezembro de 1770.
Hans von Bülow refere-se a Beethoven como um dos "três Bs da música" (os outros dois seriam Bach e Brahms), considerando as suas 32 sonatas para piano como o Novo Testamento da música.
Ludwig nunca teve estudos muito aprofundados, mas sempre revelou um talento excepcional para a música. Com apenas oito anos de idade, foi confiado a Christian Gottlob Neefe, o melhor professor de cravo da cidade, que lhe deu uma formação musical sistemática, e lhe deu a conhecer os grandes mestres da música alemã.
Neefe afirmava que o seu aluno, de dez anos, dominava todo o repertório de Johann Sebastian Bach, e apresentava-o, orgulhosamente, como um segundo Mozart.
Existem especulações históricas sobre um provável encontro entre Beethoven e Mozart, mas não existe nenhum facto histórico que o possa comprovar. No entanto, existem histórias do seu encontro, como por exemplo, uma que refere um Mozart absorto no seu trabalho, na composição de Don Giovanni, que não terá tido tempo de lhe prestar a devida atenção. Uma outra, bem mais interessante, refere um encontro em que Mozart terá dito acerca de Beethoven: "Não o percam de vista, um dia há-de dar que falar."
Beethoven demonstrou genialidade em praticamente todas as obras que compôs. E foram muitas, entre sinfonias, concertos, quartetos, trios, sonatas, não esquecendo uma ópera.
No ano em que morreu, ainda conseguiu compor cerca de 44 obras musicais.
A sua influência na história da música foi imensa.
Ao morrer, a 26 de Março de 1827, estava a trabalhar numa nova sinfonia e projectava escrever um Requiem.
Conta-se que cerca de dez mil pessoas compareceram no seu funeral, entre elas,Franz Schubert. Ludwig van Beethoven faleceu de cirrose hepática, após contrair pneumonia.
A sua obra-prima, na opinião de muitos, foi a Sinfonia nº 9 em ré menor, Op.125.
Pela primeira vez é inserido um coral num andamento de uma sinfonia.
O texto é uma adaptação do poema de Friedrich Schiller, "Ode à Alegria", feita pelo próprio Beethoven. Otto Maria Carpeaux, na sua obra “Uma Nova História da Música”, afirma que Beethoven assistiu à primeira apresentação pública da sua 9ª Sinfonia, ao lado de Umlauf, que a regeu, mas abstraído na leitura da partitura e já com uma surdez avançada, não percebeu que estava a ser ovacionado até que Umlauf, tocando-lhe no braço, lhe chamou a atenção para a sala, e então Beethoven inclinou-se diante do público que o aplaudia.

E agora faço uma proposta ousada a quem me lê e que sei não vai ser seguida por quase ninguém; a proposta é que arranjem um bocadinho do vosso tempo e que oiçam esta versão da "nona".
É muito tempo? Sim, é algum, mas é tão arrebatador e ao mesmo tempo tão relaxante que será tudo menos entediante. Vá lá, não custa nada...

Sinfonia nº 9 “Ode à Alegria”, de Beethoven
Soprano: Anna Samuil
Mezzo-soprano: Waltraud Meier
Tenor: Michael König
Baixo: René Pape
Coro Nacional da Juventude da Grã-Bretanha
West-Eastern Divan Orchestra
Maestro: Daniel Barenboim

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Dizer adeus custa tanto


Full of feathers, full of feathers lay me down
And with more feathers, more feathers stand up
On my chest, I was already on my chest
This way, the way you want both

Despair, I despair for my
Within me, within me the punishment
Do not want you, I say I do not want you
And at night, I dream of you at night

If you think that one day I shall die
In desperation I have to you do not see
I extend my shawl, I extend my shawl on the floor
I extend my shawl and let me sleep

If I knew, if I knew that dying
Thou hast me, thou hast me crying
On a tear, a tear by your
What joy would kill me

sábado, 19 de janeiro de 2013

Klaus Nomi


Não é por acaso que o documentário "The Nomi Song", de Andrew Horn (talvez o mais profundo trabalho sobre o músico já elaborado), termina com a evocação de uma cena de um velho filme de ficção científica (de série lo-fi) no qual um ovni nos deixa e alguém diz que o encontro “imediato” que tinham visto talvez tivesse acontecido cedo demais, pelo que não estariam preparados para ele... 
Na verdade o tempo de Klaus Nomi foi o certo (militante new wave e fruto de uma etapa de saudável loucura criativa na cena undreground nova iorquina), mas a noção de “ovni” pode ser um bom ponto de partida para a sua descrição. 
Alemão, residente em Nova Iorque desde 1972, era dotado de um registo vocal invulgar, isto numa época em que estava ainda longe a abertura de espaço de interesse pelos contratenores que hoje dão nova vida, sobretudo, grandes criações da ópera barroca. 
Entre espetáculos de vaudeville “alternativo” foi ganhando espaço e cultivando uma personagem que chegou aos ouvidos de Bowie, que o levou a uma atuação no Saturday Night Live
Entre o encanto pelas heranças de outras épocas e a uma nova linguagem pop que se desenhava na altura (atenta à emergência dos sintetizadores), gravou um primeiro álbum em 1981 ao qual deu o seu nome e que se transformaria numa verdadeira peça de referência pelo modo ímpar como juntava esses dois mundos e apresentava a sua voz. Era diferente de tudo e todos... 
Um ano depois regressou a estúdio para gravar um segundo álbum onde, uma vez mais, cruzava ecos de um passado distante (em concreto revisitando uma ária de Purcell e composições de John Dowland) com alguns originais inéditos, sob evidente protagonismo instrumental dos sintetizadores, juntando ainda ao alinhamento uma versão de Falling In Love Again (imortalizada por Marlene Dietrich), uma outra de Ding Dong(da banda sonora de O Feiticeiro de Oz) e ainda uma de Just One Look (originalmente gravada por Doris Troy em 1963). Sem causar o mesmo arrepio do álbum de estreia, Simple Man passa por vezes bem para lá da linha do kitsch e parece fazer pouco mais que a aplicação de uma mesma ideia a uma menos interessante coleção de canções (as versões com memória cinematográfica deixando-nos perplexos algures entre o patamar da paródia e o da tragédia). 
Convém acrescentar que quando trabalhou este disco Nomi estava já certamente doente, tendo morrido de complicações de sida no ano posterior à sua edição. 
Simple Man não será nunca a expressão maior da sua obra (deixemos esse estatuto merecidamente entregue à sua obra-prima, que é o seu álbum de estreia). 
Mas, mais que as peças póstumas editadas em 2007 (a ópera inacabada Ze Bakdaz), junta um segundo lote de canções a uma obra que continua a ser um caso ímpar na história da música pop.

Registo de todos os álbuns de Klaus Nomi:



Klaus Nomi - 1981


Simple man - 1982


Encore - 1984


Essential Klaus Nomi - 1994 (póstumo)


Za Bakdaz - 2007 (póstumo)

Em 2008, no encerramento e entrga de prémios dos "Teddy Awards" do Festival de Cinema de Berlim, foi-lhe prestada uma homenagem, com a interpretação mais conhecida dele e inserida no seu primeiro álbum, "Cold Song", de um invulgar e fabuloso cantor brasileiro, Edson Cordeiro, que tive a felicidade de ver ao vivo, nesse mesmo ano, no S.Luís, em Lisboa. Desse momento, em Berlim, aqui fica o vídeo, imperdível.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Cinema e música - 5

Enrico Caruso foi um tenor italiano, considerado, inclusive pelo ilustre Luciano Pavarotti, o maior intérprete da música erudita de todos os tempos. A sua vida deu origem a um filme americano, de 1951 – “O Grande Caruso” (The Great Caruso), em que a personagem de Caruso foi interpretada pelo grande cantor lírico Mário Lanza. Como curiosidade o facto do filme ter sido proibido em Itália, sob o pretexto de que era demasiado “ficcional” a figura de Caruso.

No vídeo que aqui deixo, fica uma cena do filme, com Mário Lanza a cantar a “Avé Maria” de Gounod, uma interpretação que no dizer dos entendidos foi a melhor de todos os tempos. Neste vídeo, Lanza é acompanhado por um rapazinho, que alguém identificou o miúdo como sendo Luciano Pavarotti, o que é impossível, já que em 1951, Pavarotti tinha à volta de 15 anos e vivia em Itália. A voz que se ouve é realmente a da soprano Jacqueline May Allen.
Deixo para comparação, o vídeo do mesmo tema, desta vez interpretado por Luciano Pavarotti, em 1978.
Como curiosidade, o facto de que os últimos tempos da vida do tenor napolitano, inspiraram a célebre e magnífica canção do recentemente falecido cantor italiano Lucio Dalla, "Caruso".
 


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Cinema e música - 4

Há filmes,que embora não sejam musicais,ficam para sempre ligados a uma determinada música, não a música original do filme,mas sim uma canção, a ponto de que ao ouvirmos essa canção,de imediato os nossos sentidos nos levam ao filme.
Escolhi três filmes,melhor será dizer três canções que exemplificam muito bem esta situação
A primeira é interpretada pela inesquecível Judy Garland, no filme "O Feiticeiro de Oz",a melodia que já foi interpretada vezes sem conta por tantos e tantos cantores "Over the Rainbow"
A segunda faz parte do filme que porventura já mais vezes passou nas televisões de todo o mundo e contunua a merecer um público que não se cansa de ver Ingrid Bergman e Humphrey Bogart a despedirem-se num aeroporto e a pôr fim a um romance que tem, como quase todos os romances têm, uma música que Ingrid pede a um pianista que toque e cante uma vez mais; "As Time Goes By" é a canção que toda a gente já ouviu vezes sem conta, no filme "Casablanca".
Finalmente, uma canção que tem um papel muito importante no desenrolar da acção do próprio filme, quando uma mãe canta uma conhecida canção que o seu filho conhece bem,e a canta o mais alto possível,para que o miúdo, sequestrado naquela casa, a possa ouvir e lhe dê a ela e ao marido (James Stewart) a possibilidade de localizar o sítio onde ele está,através do assobio com que o miúdo costumava acompanhar esta canção que a mãe cantava; a música é muito conhecida "Que será, será", na voz de Doris Day e está no filme de Hitchcock "O Homem que Sabia Demais"

domingo, 30 de dezembro de 2012

Ponto final...

Não, não finalizei coisa nenhuma com o Déjan - até tenho uma boa notícia a comunicar; já comprei bilhete e dia 1 de Fevereiro estarei em Belgrado.
O ponto final tem a ver com este ano, que em boa hora vai embora, apesar de de o próximo se anunciar ainda pior - a ver vamos...
E como queria, uma vez mais, fugir a clichés (taças a tocarem-se, fogos de artifício e afins), decidi seguir o mesmo caminho do Carlos e partilhar um vídeo belíssimo, de despedida, com uma canção interpretada por um dueto improvável , Miguel Bosé...Penélope Cruz.
Espero que gostem e que 2013 nos traga algum alívio a tanto desespero - difícil, mas não impossível.
Como dizia o Solnado, façam o favor de ser felizes (ou pelo menos, tentem...)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Recordar é viver

Já aqui falei no blog, da minha primeira viagem a Inglaterra, realizada em 1964 a convite de um fornecedor da empresa de lanifícios da minha família, e que eu passei em Bradford, uma cidade do Yorkshire. Estive lá um mês e naturalmente com a idade que tinha, ia frequentemente a uma das poucas discotecas que havia na cidade, onde se ouviam os grandes êxitos do momento.
Ora, descobri no Google um link que nos possibilita saber quais as músicas que lideravam o Top Ten em qualquer data e assim descobri os vídeos das músicas que lá andavam na “berra” naquela altura e que eu durante muito tempo ouvia vezes sem conta pois trouxe os discos (na altura nem Cd’s havia).
Uma dessas músicas ainda hoje é célebre pois era o tema principal do primeiro filme dos Beatles, então em exibição em todo o mundo – “A Hard Day’s Night”.
Uma outra tinha como intérprete Cilla Black, uma cantora razoavelmente conhecida na Europa, tendo mesmo chegado a representar o Reino Unido no festival da Eurovisão (mas não com esta canção). A música chamava-se "You're My World".
No entanto as mais populares eram outras, de bandas menos conhecidas. Uma delas passou mesmo despercebida, com a excepção deste grande êxito; chamava-se The Honeycombs e o tema era "Have I the Right".
Finalmente, o grande êxito desse Verão era um tema muito mexido, que toda a gente dançava, duma banda que nessa altura era bastante famosa, os Manfred Mann; a canção tinha um nome divertido "Do Wah Diddy".
Recordar é viver!!!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cinema e Música - 3



  Hoje venho aqui falar de um filme, que à primeira vista, nada teria a ver com esta rubrica “Cinema e Música”. Mas, bem vistas as coisas, a música é sempre um elemento fundamental de um filme e mesmo que não seja o seu principal motivo de interesse, há filmes que nos despertam uma sensibilidade musical muito apurada. O filme de que falo é o muito celebrado “A Lista de Schindler” (1993), realizado por Steven Spielberg, sem dúvida um dos melhores filmes que vi e seguramente um dos que mais vezes me humedeceu as faces… É difícil ficar indiferente à temática do filme, o salvamento de uma enorme quantidade de judeus por um homem de confiança dos nazis, Óscar Schindler. O tema musical do filme é do consagrado Jonh Williams que por este seu trabalho ganhou mais um Óscar dos muitos da sua carreira. É um tema belíssimo, muito triste, como convém num filme com este argumento e que no vídeo aqui apresentado tem como solista o famoso violinista Itzhak Perlman.
 
 Mas o principal motivo da inclusão deste filme na rubrica é uma cena, do filme a única cena que tem algo de cor, e que mostra o percurso de uma pequena miúda com um casaco rosa que se dirige para casa, no gueto de Varsóvia, passando pelo meio de cenas terríveis que vão acontecendo nas ruas quando os nazis invadiram o gueto para matarem e prenderem os judeus. Durante essa cena, e misturada com os sons normais do decorrer da mesma, vai-se começando a ouvir uma belíssima canção, cantada por um coro de crianças. É uma canção célebre entre os judeus, cujo nome é “Oyfn Pripetshik” , cuja tradução inglesa é “On the Cooking Stove”, e que foi escrita em Yiddish na segunda metade do século XIX, tornando-se muito popular na altura entre os judeus da Europa central e oriental, até à época anterior ao holocausto; fala-nos de um “rabbi” que ensina às crianças o alfabeto judaico. É uma melodia que ao longo da cena se vai ouvindo cada vez melhor e que está muito bem integrada nela. A cena é espantosa, como se pode ver no vídeo.

sábado, 24 de novembro de 2012

Cinema e música - 2

Para mim, “West Side Story”, com o incrível título português de “Amor Sem Barreiras” é o melhor musical de sempre.
É um filme de 1961, baseado numa bem sucedida peça apresentada em 1957, na Broadway, da autoria de Arthur Laurents e encenada por Jerome Robbins; tanto a peça como o filme são ambientadas nos anos 50 do século passado, em Manhattan (New York), precisamente na zona conhecida como West Side, mas como uma adaptação livre da obra “Romeu e Julita”, de Shakespeare.
No filme, Tony, antigo leader do gang anglo saxónico branco, os “Jets”, apaixona-se por Maria, irmã de Bernardo, o leader do gang latino dos porto-riquenhos, os “Sharks”. O amor do casal floresce no meio das rivalidades e conflitos dos dois grupos, tais como na peça de Shakespeare entre os Capuletto e os Montechio…
O filme foi realizado pela dupla Robert Wise/Jerome Robbins e ganhou 10 óscares, ente os quais, o de melhor filme, melhor realização, melhores actores secundários, feminino (Rita Moreno) e masculino (George Chakiris), melhor som e melhor banda sonora. A música do filme é da autoria do consagrado Leonard Bernstein.
Não gostei de uma coisa no filme, e que foi a escolha dos protagonistas, principalmente Tony (Richard Beymer) e mesmo Maria (Natalie Wood). Como curiosidade os primeiros nomes a serem falados foram os de Elvis Presley e Audrey Hepburn…
E também como curiosidades extra os directores fomentaram a real desavença entre os dois gangs rivais dando aos Jets melhores condições do que aos Sharks, no que respeita aos guiões e aos camarins de uns e outros; e recentemente a conhecida série televisiva “Glee” realizou um episódio de homenagem a este filme.

O que apresentar neste post, deste filme?
Uma cena era para mim, fundamental, embora seja uma cena dançada e não cantada, que é o prólogo do filme, e que mostra a rivalidade entre os Jets e os Sharks.


Outra cena marcante e que é protagonizada pelos excelentes George Chakiris e Rita Moreno é a muito conhecida canção “América”.

Já para documentar o amor entre os dois protagonistas, parece fora de dúvida que a escolha teria que ser “Tonight”; mas aqui surgiu-me um pequeno dilema: apresentar a canção original do filme, que não é um primor de vozes, ou apresentar dois cantores verdadeiramente bons a interpretar a imortal canção? Acabei por optar por esta última hipótese, e porque gosto muito de dois nomes emergentes do bel-canto actual, escolhi a versão ao vivo, em Berlim da cantora russa Anna Netrebko e do cantor mexicano Rolando Villazón. Espero que não me batam muito…

domingo, 18 de novembro de 2012

Cinema e música - I

Mais uma rubrica a ser iniciada e que conjuga duas artes que muito aprecio: a música e o cinema.
Aqui poderá falar-se ou ver-se um episódio de um filme musical, pode ser um filme não musical , mas com uma banda  sonora que valha a pena recordar ou uma canção que se destaca num qualquer filme, enfim variadíssimas coisas.
Hoje e para começar da melhor maneira, vou referir um filme que vi já há muitos anos e que foi um marco na história do cinema: "2001 - Uma Odisseia no Espaço", do mestre Stanley Kubrick. Não é um filme nada fácil, era um filme de ficção científica, mas com variadas possibilidades de entendimento. Recordo que na altura toda a gente perguntava o significado daquela grande pedra rectangular. Kubrick era um perfeccionista e tinha as suas concepções muito pessoais, e gostava de "jogar" com o espectador em determinadas cenas (não só neste filme).
O vídeo que aqui deixo é assombroso e quem viu o filme decerto recorda esta cena de um estranho e longo bailado de astros, estações orbitais, satélites e outros objectos na imensidão do espaço celeste, ao som de uma das mais belas melodias que o ser humano já produziu - o "Danúbio Azul", de Johann Strauss. E no final do vídeo lá aparece a famosa pedra, cujo verdadeiro significado, possivelmente apenas Kubrick conheceria.
É grande, quase 10 minutos, mas não é tempo perdido.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

De Quentin Crisp até à reflexão...

“Sou demasiado homem de todos os homens para ser o único homem de qualquer homem.”
Esta frase pertence a um dos mais admiráveis homens que conheço e admiro, e cuja vida já deu origem a dois filmes notáveis: “The Naked Civil Servant” e “An Englishman in New York”, ambos protagonizados pelo fabuloso John Hurt. Trata-se de Quentin Crisp, um homem que teve a coragem de viver à frente do seu tempo e que foi mesmo provocador, talvez para se vingar das humilhações que sofreu quando jovem, por causa da sua homossexualidade. Aliás o primeiro dos referidos filmes é a adaptação de um livro seu, autobiográfico. Também a música aqui apresentada, é uma homenagem de Sting a este homem e foi o título da canção que deu o nome ao segundo dos filmes.(Aconselho a visão do clip musical, pois é muito bonito).

Mas, eu não venho propriamente falar de Quentin Crisp. Esta frase da sua autoria reflecte de certa forma uma característica que é muitas vezes imputada aos homossexuais – a promiscuidade – mas que é tão visível no mundo gay como no mundo heterossexual. E, se muitos gays são promíscuos também muitos o não são e depois de encontrarem a pessoa certa, poucos o continuam a ser.
O mundo homossexual, nos últimos anos teve grandes alterações; se nalguns países, nomeadamente do Médio Oriente e de África, continua a haver pesadas penas para estes comportamentos, inclusive a pena de morte, na maior parte do mundo, principalmente nos países mais evoluídos, a homossexualidade é vista como um comportamento normal, pois ninguém é homossexual porque quer e a sexualidade de qualquer ser humano só a ele diz respeito.
Mais importante que a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, é a progressiva, mas demasiado lenta transformação das mentalidades. E se ainda há quem continue a ser tão ignorante ou idiota que considere a homossexualidade uma doença, também há uma crescente forma de encarar a situação positivamente e até muita gente tem perdido o medo de assumir não só a sua homossexualidade, mas também, e em muito maior número a sua bissexualidade. Claro que a homofobia continua a reinar, principalmente comandada pelas religiões, mas o alargamento da visão do mundo através do crescimento dos “media” tem levado muita gente, mesmo sem muita cultura a abrir os olhos.
Este fenómeno foi bem visível no documentário que a SIC apresentou a semana passada sobre o casamento de dois homens simples, residentes numa terra simples, e em que os factos nos foram apresentadas com uma naturalidade tocante, que algumas pessoas até acharam piroso, tão piroso afinal como tantos casamentos heterossexuais que se realizam por esse mundo fora…Mas a homofobia estava lá, quando no final da reportagem apareceu a notícia que ambos os homens haviam sido convidados a abandonar o rancho a que dedicaram tanto tempo das suas vidas.
Também na semana passada houve outros factos interessantes sobre a comunidade homossexual; em Espanha e como se esperava, o governo de Rajoy tentou anular a lei aprovada sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e só não teve êxito porque tal lei está na Constituição espanhola e a sua anulação é anticonstitucional; já o mesmo não sucede em Portugal, e um qualquer governo, como este que temos agora, dispondo de uma maioria parlamentar, o poderá fazer. Este apenas não o faz porque o momento de crise é tão grande que ninguém aceitaria discutir esse assunto, nesta altura; e também porque haverá, como sei que há, nos partidos que constituem o governo, gente, que é homossexual, alguns parlamentares e outros não…
Por outro lado o governo francês aprovou a mesma lei, que será decerto apresentada muito em breve ao Parlamento que a aprovará. Passos no mesmo sentido têm sido dados noutros países como no Brasil. Nos EUA, junto com as eleições presidenciais, houve mais três estados que por referendo aprovaram a mesma lei – Maine, Maryland e Washington- sendo já 10 os estados a terem como legal o casamento homossexual (20% do total dos estados americanos).
E ainda mais importante, foi o facto de o presidente reeleito, Obama, ter referido os homossexuais como outros quaisquer grupos de cidadãos americanos, no seu discurso vitorioso.
Também por cá, e sem surpresa, na recente convenção do Bloco de Esquerda, João Semedo referiu a importante colaboração deste partido na aprovação do diploma já referido. Continuamos no entanto com a grande lacuna da não aprovação da adopção por casais homossexuais, embora ela possa acontecer por um homossexual isolado…

Enfim, todas estas considerações, que já vão longas para chegar ao ponto que pretendia: cabe aos homossexuais, e estou a referir-me essencialmente aos portugueses, contribuir para que este caminho de normalidade seja cada vez mais consolidado; não basta “esperar sentado” e aplaudir depois, dentro do gueto em que muitos comodamente se instalaram. Não! É preciso agir, e não digo que seja preciso fazer parte das organizações LGBT, que tanto têm feito no nosso país; basta assumir o seu papel na sociedade, não ter medo de mostrar que se é homossexual, sem andar com uma tabuleta nas costas, mas fazê-lo de uma forma natural, no dia a dia, não tendo medo de dar a cara.
Claro que sair do armário é um processo que nem sempre é fácil, mas o que será melhor? viver de bem com a sociedade, mas sempre com o estigma da mentira, da ocultação e do medo de ser descoberto, ou viver em paz connosco próprios, mesmo que isso nos tire algum conforto temporário?
Um tema para pensar, e muitos dos meus amigos que aqui me seguem terá aqui um motivo de reflexão.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

90 anos

"Palavras para a Minha Mãe"

 mãe, tenho pena.
esperei sempre que entendesses as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.
pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.
às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo, a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.
lê isto: mãe, amo-te.
 eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.

 José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"

Há cerca de mês e meio cheguei a pensar que não conseguiria comemorar este nonagésimo aniversário da minha Mãe. Sempre gozou de excelente saúde e de uma extrema lucidez.
Mas, de repente, no início de Setembro foi internada no Hospital da Covilhã com uma infecção pulmonar, o que na sua idade era de muito risco. E a situação esteve mesmo à beira do fim; só com uma punção muito demorada e dolorosa, em que lhe extraíram uma enorme quantidade de liquido de um dos pulmões, começou a melhorar, e após três semanas de internamento, regressou a casa, curada da infecção, mas muito fragilizada, como é óbvio. De então para cá, já recuperou bastante fisicamente, já que de espírito esteve sempre muito bem e consciente de que poderia ser o fim.
O que interessa é que hoje terá com ela os seus filhos para a  homenagearmos como é devido a uma Mãe extremosa e muito querida.
Parabéns, Mãe, e que para o ano aqui estejamos todos de novo consigo no 91º. aniversário.

Esta música é uma pequena homenagem, pois desde sempre que me conheço, foi a sua canção preferida. E foi ao som dela que à meia noite lhe dei os parabéns.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sigur Rós: Dauðalogn



Este é um dos dois vídeos premiados no concurso promovido pelos Sigur Rós entre os seus fans e amadores de vídeos, para "ilustrar" canções do seu álbum "Valtari". É lindíssimo e adapta-se perfeitamente à maravilhosa música deste conjunto musical islandês.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Welcome, my love!


 A primeira vez que vi o teu rosto, foi no já distante mês de Setembro de 2006, nove meses depois de ter “encontrado” num sítio de encontros da net. Foi no aeroporto de Belgrado, e as sensações desse encontro já aqui foram retratadas mais que uma vez. Depois disso, muitas vezes te tenho reencontrado após separações impostas por duas vidas difíceis de conciliar, devido à distância; mas nunca desde então, a separação foi tão longa – um ano – e, muito curta vai ser esta visita (pouco mais que uma semana). No entanto vai ser a vez em que as sensações de ambos vão estar mais perto dessa data de há seis anos. O nosso relacionamento, acredito que seja quase único, pois quantos não teriam já sucumbido às tão difíceis provas a que nos temos submetido. Temos tanta coisa a separar-nos: a idade, países diferentes, culturas diferentes, a forma de aceitação da nossa sexualidade diversa por efeitos de uma homofobia quase total num dos países, a indefinição profissional de um de nós, eu sei lá, tanto escolho, que é realmente um amor vencedor. Talvez mesmo, o segredo seja superar os obstáculos. Uma certeza, porém; a próxima separação será curta, pois tenciono ir passar com o Déjan o final do ano, que coincide por assim dizer com o sétimo aniversário do nosso relacionamento. Mas agora, o que importa, é viver e viver intensamente estes dias. Welcome, my love!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Os mitos do cinema - Marilyn Monroe

Se alguém pode ser apelidado de mito, Marilyn Monroe é um exemplo disso. Uma mulher maravilhosamente bela, com um corpo excepcional, ela viveu apenas 36 anos, mas viveu-os intensamente, nem sempre com a felicidade que merecia.
Norma Jeanne Mortenson, o seu verdadeiro nome, nasceu em 1926, e teve uma infância difícil, sem conhecer o seu pai biológico, e aos 16 anos para fugir a uma vida errante e difícil (orfanatos e casas de parentes, pois a mãe e o padrasto não a podiam sustentar), casou com o seu namorado, de apenas 21 anos, Jimmy Dougherty.
Quando o marido foi para guerra, Marilyn, começou a sua carreira de modelo, e uma das suas fotos, que apareceu naqueles célebres calendários, fez furor e levou-a a mais altos voos.
 Divorciou-se do marido que não aceitava a sua carreira de modelo e iniciou-se no cinema, em pequenos papéis, um ano depois, em 1947.
Foi no início dos anos 50, que se começou a distinguir em filmes como "Niagara" ou "Os homens preferem as louras", ambos de 1953, "O Pecado mora ao lado" (1955), onde tem a célebre cena do vestido esvoaçando em cima do ventilador da rua,
 "Paragem de autocarro" (1956) e foi a Londres protagonizar com Lawrence Olivier "O Príncipe e a corista" (1957).
Dois anos depois ganhou o Globo de Ouro pelo seu desempenho na magnífica comédia "Quanto mais quente melhor", e em 1960, fez com Yves Montand "Lets Make Love".
Em 1961 protagonizou o seu último filme "Os inadaptados", filme amaldiçoado, já que os seus principais intérpretes faleceram todos pouco tempo depois (além de Marilyn, Clarck Gable e Montgomery Clift).
Trabalhava num filme que ficou inacabado, quando faleceu: "Something Got to Give", que tinha a cena da piscina com Marilyn nua.
A sua vida afectiva foi muito atribulada, tendo tido casos com alguns dos seus companheiros de filmagens, nomeadamente com Yves Montand.
Mas foi com Joe di Maggio, um jogador de basebol, que casou pela segunda vez, em 1954
casamento que apenas durou 9 meses. Dois anos mais tarde casou com o dramaturgo Arthur Miller, e esse seu terceiro e último casamento durou até ao início de 1961.
Curiosamente ela escolheu o dia da tomada de posse do presidente Kennedy para anunciar o seu divórcio. Sucede, que desde algum tempo antes de Kennedy se tornar presidente dos EUA, já era amante de Marilyn, e esse relacionamento continuou, e levou a especulações sobre a eventual chantagem feita por Edgar Hoover, chefe do FBI, junto dos irmão Kennedy (Robert era ministro da Justiça, que assim tutelava Hoover); nunca se percebeu bem o papel dos dois irmãos junto de Marilyn pois Robert costumava, segundo se dizia, acompanhar o irmão nas suas aventuras amorosas.
De qualquer forma, a morte de Marilyn ficará para sempre envolvida em mistério e ocorreu a 5 de Agosto de 1962, vai fazer 50 anos daqui a menos de duas semanas, pelo que este post que inaugura a rubrica "Mitos do cinema", só podia começar com Marilyn Monroe, que debaixo do seu sorriso e do seu "glamour" mostrava também a sua tristeza.
Finalmente deixo aqui um vídeo magnífico da sua mais célebre canção, no filme "Os Homens preferem as louras"

domingo, 15 de julho de 2012

50 Anos de Rolling Stones!


Cerca de cinquenta anos medeiam entre estas duas fotos, a primeira com a composição inicial da banda que teve a sua génese no encontro entre Mike Jagger e Keith Richards, e a segunda com a sua actual composição.
Falar dos Stones é falar não só de música, mas também de tanta coisa, boa, e alguma menos boa de que este conjunto inglês tem vivido ao longo deste meio século.
Começo por mostrar um vídeo sobre esses 50 anos, da autoria do brasileiro Nelson Motta


A sua discografia é vasta e conhecida, mas permito-me destacar dois temas, um deles porventura a sua música mais representativa

e a outra, que é a minha preferida, que foge até um bocado ao estilo marcante dos Stones

Finalmente referir que das suas vindas a Lisboa, os fui ver na sua primeira actuação entre nós, a 10 de Junho de 1990, num concerto no já demolido Estádio José Alvalade. Foi memorável...
Só por curiosidade, aqui está a ordem das canções aí apresentadas, e só tive pena que eles não tivessem apresentado o "Angie"
01. Start Me Up
02. Sad Sad Sad
03. Harlem Shuffle
04. Tumbling Dice
05. Miss You
06. Almost Hear You Sigh
07. Ruby Tuesday
08. Blinded By Love
09. Rock and a Hard Place
10. Mixed Emotions
11. Honky Tonk Women
12. Midnight Rambler
13. You Can't Always get What You Want
14. Can't Be Seen (Keef)
15. Happy (Keef)
16. Paint It Black
17. 2000 Light Years From Home
18. Sympathy for the Devil
19. Street Fighting Man
20. Gimme Shelter
21. It's Only Rock'n'Roll
22. Brown Sugar
23. Jumpin'Jack Flash
24. Satisfaction (encore)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Uma canção, um filme

Não é costume dedicar postagens a ninguém, mas hoje abro uma excepção.
O culto que o meu amigo Mark tem para com a Mariah Carey
é algo de muito profundo, e eu que nem sequer admiro muito este tipo de canções, embora reconheça que ela tem uma excelente voz, tenho por outro lado uma grande admiração pelo Mark, um "puto" que tem feito um percurso evolutivo notável na sua maneira de ser, é de uma cultura muito acima da média, escreve muito bem e ...last but not the least, sabe muito e adora como eu História.
Assim, este post, pelo que diz respeito à música vai inteirinho para ele.
Mas vamos ao vídeo...
Esta música adapta-se perfeitamente às imagens do clip, que são relativas ao filme "Brokeback Mountain", um filme que me marcou muito, como marcou muita gente, e que é considerado na quase totalidade das listagens já publicadas sobre o assunto, o melhor filme de temática LGBT jamais feito.
Concordo inteiramente. A história das personagens representadas pelo inesquecível Heath Lodger e pelo cada vez melhor actor Jack Gyllenhaal, é um drama afectivo imenso  entre dois homens com vidas familiares estabelecidas, sem qualquer traço que os identifique como homossexuais, mas que, perante determinada situação, se envolvem um com o outro, e mesmo depois da separação, o tempo não apaga essa chama que é reavivada de tempos a tempos.
A forma como o realizador, os actores e a autora do livro em que o filme se baseia, não sendo nenhum deles homossexual, concebem este filme, é notável e há duas cenas que não esquecem nunca mais, e ficam na história do cinema: o beijo trocado no primeiro reencontro

 e a cena final, da visita de Ennis à casa dos pais de Jack. Aqui uma lágrima, não deixa nunca de cair.
Não se trata de ser piegas, é mesmo uma imensa e poderosa sensibilidade que a causa.

Um filme inesquecível!!!