sexta-feira, 7 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
O jantar de 2010
Houve uma certa renovação dos presentes, e houve, como o ano passado as desistências de última hora, que são sempre desagradáveis pois aparecem após terem sido comunicados o número de presenças às senhoras do restaurante, a quem assegurámos na quinta feira 39 presenças, e que apenas foram realmente 33 (mais duas, após o jantar); um agradecimento ao Restaurante Guilho, que não nos exigiu mais dinheiro por isso e nos apresentou um excelente jantar. Caso haja próximo jantar, o local será o mesmo,pelas condições oferecidas, e apenas se tentará modificar um pouco a forma de estar com mais alguma mesa, sem quebrar a alternância de lugares que permite um convívio mais abrangente.
Conheci mais gente, tive saudades de muita gente, mas é sempre difícil conciliar datas e principalmente distâncias; por isso uma palavra especial para quem veio de propósito de Portimão, de Portalegre e de Coimbra.
A parte final, passada na rua foi super divertida e eram quase duas e meia da manhã quando tudo acabou…
Além de alguns acompanhantes, estiveram presentes os seguintes blogs: Ângelo no País das Maravilhas, Secret Garden,Rabiscos e Garatujas, Percursos, Hydrargirum, Individualmente, Um Voo Cego a Nada, Beijinhos Embrulhados, Vícios e Realidades, United States of Whatever, Não Sei o que Vai Ser Isto…, Sinestesia, Sinfonia do Horizonte, Amor, Feminismo e Arte, O Melhor de Dois Mundos, Take.It. Isa, Detrás do Véu, Tong Zhi, Blog do Carametade, Comyxtura, e claro Felizes Juntos e Whynotnow; apareceram mais tarde HowThe Engine Trobs e Ophi-3.
A todos um imenso e muito amigo OBRIGADO!
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Até amanhã
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Estou feliz...
Este é um texto que tenho há longo tempo na minha cabeça e que só hoje é publicado, porque recebi há algumas horas um telefonema que me permite enfim contar uma história, que é uma história pessoal, mas é também um pouco uma história que reflecte a forma como está a Justiça em Portugal.
Recuemos no tempo: trabalhei, desde Janeiro de 1980 a final de 1993 na empresa textil familiar que havia na Covilhã, e que hoje é um belo edifício, que serve de residência universitária dos alunos da UBI. Aí, junto com o meu Pai e dois dos meues irmãos demos continuidade à fabrica iniciada pelo meu Avô e onde também trabalhava um tio meu. Fui tendo a meu cargo a direcção comercial e à morte de meu Pai, e após um período de gerência da minha irmã que a partilhava com o meu tio, quando esta abandonou a firma por motivos pessoais, fui chamado à gerência, num peíodo crucial e muito difícil pois a indústria textil começava a sua crise sem retorno, e ali passei, sem conseguir conciliar o sono, tais eram os inúmeros problemas a resolver, dois difíceis anos. Por inconciliáveis questões de gerência com o meu tio, e com o acordo de todos os meus irmãos e de minha Mãe, herdeiros da parte do meu Pai, fiz uma proposta ao meu tio: ele deixar de trabalhar na empresa, recebendo os seus honorários enquanto vivo, ou no caso de o não querer fazer ficaria sózinho na fábrica e nós venderíamos a nossa parte a ele por um valor simbólico – 1 escudo! Ele aceitou esta proposta e nós saímos. Deixei uma carta à gerência, nos termos legais a renunciar à gerência, com data de 23 de Dezembro de 1993 e encerrámos para férias, para reabrir a 2 de Janeiro, já sem mim. Os salários e o subsídio de Natal pagos e o dinheiro para pagar o IVA e o Imposto de Selo, referentes a Dezembro, no cofre, pois se pagava sempre a 15 do mês seguinte.
A fábrica morreu para mim, e nem sequer tive direito ao subsídio de desmprego, por ser gerente…Qual o meu espanto, quando 14 anos depois, em 2006, recebo duas notificações das Finanças em que devia pagar 1200 euros do Imposto de Selo referente a Dezembro de 1993 e 14.000 euros do Iva do mesmo mês, que a nova gerência não tinha pago a 15 de Janeiro de 1994. Fui às Finanças da Covilhã, onde me explicaram que devia fazer duas exposições (uma sobre cada processo) para apreciação. Assim fiz, tendo juntado todos os documentos que provavam que na altura eu já não era gerente; essas exposições não foram aceites pelo Chefe das Finanças alegando que essas importâncias eram referentes a Dezembro de 1993 eassim eu era responsável; fui constituído arguido e a próxima contestação teria que ser judicial , feito por um advogado; claro que falei com o meu advogado que me disse na altura (recordo-me bem das palavras dele), que o que me estava a acontecer era um roubo autêntico, e que os processos eram para ser ganhos, mas deveria estar preparado para tempos difíceis.
De imediato fiquei sem nada em meu nome, pois caso contrário seria penhorado e as alegações do advogado eram brilhantes, aliás idênticas, só variando o montante e o destino (I.Selo e IVA). Claro que me penhoraram um terço da pensão de reforma, já de si baixa e retiveram-me o que teria a receber do IRS durante dois anos. Um dos casos, o mais pequeno, foi entretanto apreciado por um juiz que deu razão às alegações do advogado e desse fiquei desde logo ilibado, sem julgamento , e sem nada; mas também já me tinham sacado mais do que o valor da dívida, que era de 1200 euros e eles têm lá mais de 2000 euros que me tiraram ou não pagaram; curiosamente deixaram de me penhorar a pensão e começaram a dar-me o reembolso do IRS, mas o segundo processo foi para a frente e foi a julgamento, tendo eu que apresentar duas testemunhas; esse julgamento realizou-se em Castelo Branco em finais de Janeiro de 2009 e hoje, dia 28 de Abril de 2010 foi comunicado ao meu advogado que eu tinha razão e nada devo!!!!!
Agora quem me deve, são as Finanças, todo o dinheiro que indevidamente me tiraram e me vai ser ressarcido, sabe-se lá quando…
Acima do que representa essa soma para mim, está o facto de poder ter as minhas coisas em meu nome, de não estar sempre a tremer quando recebia alguma carta das Finanças e sobretudo, isso é que é o mais importante, de ter o meu nome limpo!
Hoje sou um homem feliz, muito feliz!!!!
©Todos os direitos reservados. A utlilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Com bolinha...ou talvez não...
Este texto de Millôr Fernandes poderá eventualmente chocar algumas mentes mais conservadoras, mas ele é exemplificativo de um sem número de pessoas que usam estes vernáculos, no seu dia a dia, quer oralmente, quer principalmente em pensamento. E deixemos-nos de questões moralistas, pois estes termos fazem parte da língua portuguesa e quem os emprega de vez em quando, não pode nem deve ser apelidada de grosseira ou mal criada: tudo depende do seu uso devido ou indevido, do contexto e até da região onde ele usado; no Norte do país estas frases são muito mais usadas que nas outras regiões, por exemplo...
"O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à
quantidade de "foda-se!" que ela diz.
Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?
O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma
pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Liberta-me.
"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"
"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então,
foda-se!"
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos
extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário
de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos
mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua
língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que
vingará plenamente um dia.
"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a
ideia de muita quantidade que "comó caralho"?
"Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão
matemática.
A Via Láctea tem estrelas comó caralho!
O Sol está quente comó caralho!
O universo é antigo comó caralho!
Eu gosto do meu clube comó caralho!
O gajo é parvo comó caralho!
Entendes?
No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a
mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".
Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem
nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.
O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto.
Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades
de maior interesse na tua vida.
Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro
para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência.
Solta logo um definitivo:
"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!".
O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro
Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema,
e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)
Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu
correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente,
sílaba por sílaba.
Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito
assim, põe-te outra vez nos eixos.
Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se
reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um
merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.
E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua
maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"?
Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus
quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de
seu interlocutor e solta:
"Chega! Vai levar no olho do cu!"?
Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima.
Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar
firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado
amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de
maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a
sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".
Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para
uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de
ameaçadora complicação?
Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor
num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo
assim como quando estás a sem documentos do carro, sem
carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a
mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"
Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada
funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a
saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os
empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e
em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a
desejada reforma tem que aumentar … tu pensas “Já me fodi!”
Então:
Liberdade,
Igualdade,
Fraternidade
e
foda-se!!!
Mas não desespere:
Este país … ainda vai ser “um país do caralho!”
Atente no que lhe digo
Millôr Fernandes
sexta-feira, 23 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Ponto da Situação
domingo, 18 de abril de 2010
Como é possível...
Como é possível nos tempos que correm, toda esta vergonha suja da Igreja, com o Papa à cabeça, a esconder e a contemporizar com todos os inúmeros casos de pedofilia de padres, bispos e por aí acima?
“Um homem que seja verdadeiramente um homem, um homem heterossexual, nunca deseja que o mundo morra consigo. Esse homem deixa, em princípio, filhos e aquilo que ele deseja é que, à sua morte, o mundo seja pacífico e próspero, porque esse é o seu desejo para os seus filhos. É diferente com um homossexual. Depois dele, não há nada. Não faz diferença nenhuma que o mundo morra com ele. Os homossexuais são, por isso, pessoas potencialmente violentas, os destruidores por excelência. Se, para além de homossexuais forem portadores de HIV, então junta-se a fome com a vontade de comer. Não só não deixam nada, como eles próprios não ficam cá por muito tempo. Estão abertas as portas da destruição.”
(…….)
“Voltando aos homossexuais. Uma comunidade de homossexuais é uma comunidade sempre pronta a explodir em violência. A violência em comunidades homossexuais é sempre incomparavelmente maior do que em comunidades heterossexuais. Os Vândalos possuiam uma forte cultura de homossexualidade, e o mesmo acontecia com todos os povos que foram designados por bárbaros.
Existe na cultura ocidental um filósofo que recebeu a alcunha de O Destruidor, uma alcunha que lhe foi posta pelos seus conterrâneos, e que lhe foi muito bem posta. Só pode ter sido homossexual. É o Kant. Viveu sempre com o seu criado, de nome Lampe, dizem as biografias dele. Era criado era ... Era criado para todo o serviço.”
Como é possível??????
A ilustração está no blog "Os tempos que correm" do Miguel Vale de Almeida.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
4º. Jantar de Blogs
domingo, 11 de abril de 2010
Novamente...a contar o tempo
O Déjan partiu há umas horas e as saudades já se fazem sentir, amenizadas apenas de ser esta a vez em que a separação é mais curta: "apenas" cinco semanas, pois a 18 de Maio estará aqui de novo, até final do mês.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Os vivos e os mortos
Sim, estou vivo, melhor, eu e o Déjan estamos vivos!!! E felizes depois de uns dias no Minho, onde percorremos sítios maravilhosos e passámos momentos de boa amizade com o nosso amigo Ophiu, que nos acolheu na sua casa de Braga (e nos proporcionou tantas amabilidades), que foi o nosso quartel general minhoto.
Daí fomos a Viana, Ponte de Lima, Barcelos, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e as maravilhas da Peneda, Suajo e do Gerez (na Peneda até fomos brindados com um nevão).
E claro vimos as festividades da Semana de Santa de Braga, e as suas procissões, incluindo a do Senhor Morto na sexta feira…
E daí a ligação a deste texto a alguém que há precisamente um ano nos deixou, mas que continua vivo na nossa memória – esse Amigo maravilhoso que foi o João Manuel, o Catatau! Onde quer que estejas, João, um enorme abraço e uma Amizade que não findou com a tua partida…
(Peço desculpa de estar tão fora da blogosfera nestes últimos tempos, mas há prioridades na vida…prometo em breve, pôr a “escrita em dia”).
domingo, 28 de março de 2010
Machões!!!
quinta-feira, 25 de março de 2010
A verdadeira "prenda" vem amanhã...
terça-feira, 23 de março de 2010
No dia de hoje
Faz hoje anos que a minha Mãe teve uma imensa alegria, pois lá pelas seis e meia da manhã, num parto normal teve o seu primeiro filho do sexo masculino, o segundo dos seus cinco filhos, hoje apenas quatro e infelizmente o mais velho.
Como o Déjan não está presente, pois só chegará na sexta feira, não posso considerar que seja um dia feliz; é apenas mais um dia.
E até a prenda mais ansiada, o êxito no seu exame, também teve que ser adiada, pois só depois de amanhã saberá o resultado, embora não lhe tenha corrido mal…mas eu já não digo nada.
Comecei com a minha Mãe e com ela termino este pequeno post: é ela nos seus lúcidos 87 anos que está de parabéns e não eu; é ela que merce ser homenageada pelo dia de hoje que recorda decerto com uma alegria imensa.
Obrigado por me teres dado a Vida, Mãe!
domingo, 21 de março de 2010
Taça da Liga
Uma cena memorável
quinta-feira, 18 de março de 2010
Gramática sexual
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.
Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.
Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento.
Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.
Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo.
Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.
Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois.
Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.
Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros.
Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.
Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.
Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisto a porta abriu-se repentinamente.
Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.
Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.
Que loucura, meu Deus!
Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.
Só que, as condições eram estas:
Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
(Recebido por mail)
segunda-feira, 15 de março de 2010
Uns dias no Norte
Regressei hoje de uns dias passados no Norte, que foram bons, mas não foram óptimos… Isto porque eles estavam programados para serem passados num passeio com 4 pessoas (Duarte, o seu amigo Rich, eu e o Déjan) e como já se sabe o Déjan só chega a 26…
Assim, foi-me, nalguns momentos algo penoso estar sózinho, embora tenha uma presença garantida no Norte com ele na semana santa, em Braga, mais propriamente; o JP foi de uma amabilidade extrema e convidou-nos a passar ali esses dias, pelo que durante os dias iremos percorrer alguns belos locais do Minho, mas sempre regressando para jantar e dormir em Braga, onde teremos oportunidade de assistir às solenidades próprias da época.
Agora parámos primeiro no Porto, que o Rich não conhecia e demos a habitual volta pelos sítios mais emblemáticos da cidade e acabámos no “Adão” na marginal de Gaia, embora não tivesse a companhia dos habituais amig@s do Porto, pois o Déjan não estava presente.
No dia seguinte a visita foi a Guimarães que está cada vez mais interessante e a zona histórica é linda de verdade; lá almoçámos e depois tivemos um memorável jantar em casa de um amigo de há muitos anos do Duarte, divertido e super informal; o Carlos e a Cristina foram impecáveis, e muito agradável a presença dos filhos, genro, irmã e cunhado – conversou-se, comeu-se (bem), bebeu-se (melhor) e brincou-se muito.
No dia seguinte fomos até Braga, onde se nos juntou o sobrinho do Duarte - André – e o seu amigo luso-galego António; no agradabilíssimo jantar num restaurante a que quero voltar, tivemos a companhia do JP, charmoso e excelente conversador, como sempre. Vai ser um prazer reencontrá-lo, a ele e ao P, na semana santa.
No domingo visitámos duas jóias minhotas: Viana e Ponte de Lima (aqui com uma festa inesperada) antes de rumarmos a Vigo, única e grande desilusão destes dias: a cidade alegre e bonita que eu conhecia está transformada num mono, com um “casco viejo” quase fantasma e onde o cimento impera; teria sido bem melhor não termos lá ido jantar e dormir (e gastar dinheiro, claro).
E hoje regressámos. Agora as saudade são cada vez maiores e a expectativa sobre a vinda do Déjan, superlativa; foi marcada a data do exame para 23, curiosamente o dia do meu aniversário e que bela prenda o Déjan me poderá dar: a notícia de que acabou o curso!
Ao chegar fui de imediato à Catedral da Luz, comprar bilhetes (dos poucos que restavam) para irmos ver ao vivo a constelação de estrelas do Benfica ganhar ao Braga…o Déjan vai adorar.
terça-feira, 9 de março de 2010
Le Sorelle Marinetti
Acho magnífico este trio vocal ao estilo dos anos 40: claro que as três divas são na realidade três "divos", pelo que podiam bem chamar-se "Il Divo II".
Espero que gostem tanto como eu.
Entretanto vou estar fora 4 dias, a partir de quinta feira e estarei de volta na segunda feira.
sábado, 6 de março de 2010
4º. Jantar de Bloguistas
Pelo quarto ano consecutivo e pela terceira vez com a preciosa colaboração do Paulo e do Zé (Felizes Juntos), este blog vai realizar o habitual jantar de bloguistas.
Com este primeiro post sobre o assunto, queremos, acima de tudo sinalizar a data, a fim de programarem, na medida do possível, a vossa presença. Vai ser nodia 1 de Maio, um sábado e o local será o mesmo do ano passado, o Restaurante Guilho, na Amadora, já que apreciámos muito as condições que nos proporcionaram, quer no binómio qualidade/preço, quer na disponibilidade de utilização exclusiva para nós do restaurante, o qual funcionará, como no ano anterior em regime de bufete, para assim poder haver um maior convívio entre todos os participantes.
Estão óbviamente convidados todos os bloguistas amigos des blog e do Felizes Juntos e não se põe de parte ninguém que queira participar e tenha um blog, salvo os mal intencionados, que há quase sempre…Também quem aqui comenta e no Felizes Juntos está incluído, mesmo que não possua blog. E cada um/a poderá trazer acompanhantes, como é normal.
Irão oportunamente ser dadas mais notícias, podendo de momento adiantar desde já que o preço a pagar, com tudo incluído será de 15 euros.
As inscrições poderão ser feitas tanto aqui como no blog Felizes Juntos, utilizando para isso os mails de cada um dos blogs. Para não acontecer o mesmo que o ano passado em que à última da hora, por vários motivos, faltaram vários inscritos, irá ser pedida uma “caução” de 5 euros por pessoa, no acto da confirmação da inscrição, para evitar o encarecimento do preço na altura do pagamento. A forma do pagamento será também posteriormente comunicada.
Espero que os que já estiveram voltem, e penso que todos terão razão para o fazer e que os muitos para quem a iniciativa é inédita, venham também.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Cá estarei à espera dele
Quando há tempos anunciei, entusiasmado, num post entitulado “Primavera em Berlim”, o meu próximo encontro com o Dèjan, estava muito longe de imaginar quão complicado seria esse reencontro.
Devido a problemas com a disponibilidade do meu amigo berlinense, achámos que o melhor e mais económico seria a vinda do Déjan aqui e acabaria por passar cá o meu aniversário; para ainda ser mais agradável, o meu companheiro de casa, o Duarte combinou o mesmo período para a vinda do seu namorado, Rich, americano e assim passaríamos os quatro umas belas férias com uma ida ao Norte (Porto, Guimarães, Braga , Vigo e Santiago de Compostela). Assim foram comprados os bilhetes, viajando o Déjan, dia 9 de Belgrado para Roma e no dia seguinte para Lisboa, na mesma data de chegada do Rich.
Mas o destino prega-nos partidas inesperadas, e neste caso tudo aconteceu devido ao famigerado exame final que o Déjan tenta fazer há cerca de um ano e que, contra as expectativas foi sendo adiado, tendo sido marcada a prova escrita (de que ele está dispensado) para a passada quarta feira, dia 24; comecei logo a temer que a oral fosse cair em cima da data dos voos e comecei a ficar com uma ansiedade redobrada: a normal por causa da sua vinda e a expectante sobre a sua viabilidade nas datas estabelecidas. O Déjan dizia-me que não haveria problemas, até que no final da semana começou a admitir como provável a não vinda nas datas programadas.
E ontem houve a confirmação: a Universidade avisou que as orais serão efectuadas entre 19 e 24 de Março!!! Sendo assim, a ansiedade, pelo menos da minha parte, cessou e deu lugar depois de uma rápida e natural desilusão (não haveria férias conjuntas com o Duarte e o Rich e o Déjan não passaria o meu aniversário comigo), para algo mais positivo: planear as coisa de novo e com entusiasmo! Acertámos, eu ele, novas datas posteriores às datas das orais, e ainda ontem se alteraram junto das companhias aéreas a mudança das mesmas: no que concerna à Jetway, companhia sérvia de aviação, e que não é low-cost, tudo se resolveu com um pagamento extra de 50 euros para as duas viagens, ida e volta; já no que respeita à Easy Jet (voos entre Roma e Lisboa), e por ser uma companhia low cost além de ter uma penalização de 30 euros em cada viagem , teve que se pagar a alteração do preço, que ainda é significativa – cerca de 150 euros no total; mas tudo está acertado e o Déjan vai chegar aqui a 26 de Março e regressará a 11 de Abril.
Quanto à ida ao Norte, os hotéis estão reservados e o Duarte insiste que eu vá com eles, até porque há um quarto reservado e pago; vou pois, mas não irei fazer jantar algum como estava prometido, pois o Déjan não estará presente; farei uma excepção, em Braga onde irei encontrar-me com o meu amigo Ophiu, até porque há algo a combinar com ele sobre a minha ida ao norte quando o Déjan vier: quase certo que passaremos a Páscoa na cidade dos arcebispos e em muito boa companhia; e daí visitaremos o Minho, que tanta coisa bela tem a ver. E já os planos fervilham: o Déjan vai poder assistir ao vivo a um jogo do Benfica, coisa há muito ansiada por ele, e logo que jogo vai ser: Benfica- Braga!
Enfim, espero que à terceira seja de vez, e para mim, o pior está passado: não consigo conviver com a dúvida; agor, e sem o “fantasma” das datas, o Déjan tem 15 dias para se concentrar no mais importante: passar no seu exame.
Eu cá estarei à espera dele: afinal são só mais 22 dias…
quarta-feira, 3 de março de 2010
O Silêncio
A “Fábrica de Letras” seleccionou para este mês um tema que me é dificil escrever algo sobre ele.
Não tenho arte nem engenho para ficcionar uma história em que o tema seja esse e chego a invejar quem o faz com tamanha facilidade.
Pensei em, pela primeira vez, não enviar o meu contributo, o que até teria alguma lógica, pois estava a marcar o meu “silêncio”…
Mas, não sou capaz de deixar de dizer algo sobre um assunto que todos, sem excepção, vivemos ao nosso modo. Costuma dizer-se que o silêncio é de oiro, e quem sou eu para contrariar tal afirmação?. Apesar disso, convivo mal com os “silêncios”; incomoda-me de uma forma violenta. Quando surge um qualquer problema, silenciá-lo dentro de mim, e não descanso enquanto não falo no assunto, pois de outra forma sufoco. Talvez por isso não consigo compreender a palavra ódio, pois o que me fere, tem que sair, antes de se transformar numa hidra que me envolva num turbilhão de pensamentos e conjecturas nefastas. Compreendo quem assim não procede e se cale, guarde o seu silêncio e se sinta bem assim, mas não consigo fazê-lo.
Claro que por vezes necessito do meu silêncio, mas isso é diferente; é a catarse que todos necessitamos fazer de tempos em tempos e que só o silêncio permite.
E há silêncios belíssimos, quando apenas se ouve o som do mar ou o som do vento, até mesmo o som da chuva…Dos silêncios mais impressionantes que já me foi dado observar foi, sem dúvida, o som da selva, principalmente de noite, quando em operações no mato, o silêncio era imperativo: era magnifica, aquela mistura de sons de muitas espécies de animais, com o cheiro da savana e o barulho do nosso cérebro a funcionar juntamente. Foi nesses silêncios africanos que tomei decisões importantes da minha vida, principalmente aquela de me aceitar totalmente como sou…
E há o silêncio da morte; apenas posso conjurar, mas penso que na hora da morte nos envolverá um imenso silêncio, mesmo antes do silêncio definitivo.
(Escrito para a "Fábrica de Letras")
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Ashes and Snow
Tomei conhecimento deste vídeo no blog "Filho de Neptuno", de um bom amigo, o Fernando, que tive o prazer de reencontrar aqui na blogosfera.
Além de ser um vídeo de uma beleza e sensibilidade invulgares, quero chamar a atenção para o blog em referência, já que não sendo unicamente versado em assuntos sobre psicologia, esta é a vertente mais focada, e com muito interesse já que o Fernando é um excelente profissional; quando se aprende algo num blog, está a estabelecer-se a principal motivação da blogosfera: a partilha. É o caso.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Um desastre já anunciado
Adenda
Para complementar o que atrás refiro, aqui deixo para quem esteja interessado. um sonho de um "profeta" chamado Cecílio Gomes da Silva, e que já tem 25 anos de idade (foi escrito em Janeiro de 1985).