terça-feira, 19 de junho de 2012

Um mundo novo

É cada vez mais recorrente no meu pensamento o facto de estarmos, e não me refiro só ao que se passa em Portugal, ou na Europa, mas em todo o planeta, a assistir a uma destruição da Vida.
Sim, falo do ambiente, mas não só;  falo da subjugação económica a interesses cada vez mais obscuros, da imensa e cada vez mais profunda desigualdade social, do desrespeito pelos valores maiores que o ser humano deve ter como base, enfim de um mundo que caminha para o abismo sem querer perceber que pode e deve parar…
Está na nossa vontade, no nosso empenho, na nossa força, como habitantes deste planeta, não nos demitirmos de ter uma parte activa nesta desconstrução da felicidade, pois é disso que se trata.
Assistimos a uma progressiva diminuição de competências políticas, à ausência de gente com carisma, e o mundo é regido cada vez mais por complexas e nebulosa teias de interesses que lentamente asfixiam as liberdades humanas.
É tempo de parar. É tempo de dizer basta. É tempo de um “Novo Mundo”.
Porque, apesar de tudo, resta sempre a esperança, porque a música nos acalma, nos ajuda e nos faz reflectir, pois haja música.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

"Crying Men"

Sam Taylor-Wood, nasceu em Londres, em 1967 e é uma artista especializada em fotografia, vídeo e também em cinema, tendo-se graduado no Goldsmiths College.
Os pais do Taylor-Wood divorciaram-se quando ela era adolescente, e Samantha foi morar com a mãe e o padrasto numa comunidade New Age. Quando ela tinha dezasseis anos, sua mãe abandonou-a. Samantha teve problemas nos estudos e foi-lhe difícil entrar na escola de arte, mas finalmente conseguiu. Após a realização de variadas coisas, começou a fazer curtas-metragens em vídeo e tirar fotos.
Em 1995, Taylor-Wood casou-se com Jay Jopling, e a sua primeira filha, Angelica, nasceu em 1997. Logo depois, foi –lhe diagnosticado um cancro no cólon, que conseguiu superar, mas em 1999, foi-lhe diagnosticado um cancro da mama do qual resultou em uma mastectomia. Está actualmente casada com o actor britânico Aaron Johnson, que conheceu na gravação do seu filme “Nowhere Boy” .
Taylor-Wood foi nomeada para o Prémio Turner em 1998.
Algumas de suas obras incluem imagens de gente muito conhecida no mundo musical e social inglês. As suas fotografias estão expostas na National Portrait Gallery, em Londres, no Museu Guggenheim e nas melhores galerias do mundo, sendo uma das artistas britânicas mais aclamados do momento, o que não impede que os seus detratores digam que o seu verdadeiro talento está os números de telefone da sua agenda. Uma agenda que foi bem aproveitada em 2004 com a série Crying Men. São vinte e sete retratos de famosos atores do sexo masculino que se submeteram ao teste de um sincero choro diante da sua câmara. As imagens levantam a questão do que é realmente verdadeiro ou não, nas emoções transmitidas.
Aqui ficam várias fotos dessa famosa série:

Benício del Toro

Paul Newman

Robert Downey Jr.

John Leguizamo

Jude Law

Sean Penn

Gabriel Byrne

Hayden Christensen

Robin Williams

Kris Kristofferson

Tim Roth

Steve Buscemi

Daniel Craig

Ryan Gosling

Dustin Hoffman

Forest Whitaker

Michael Madsen

Ed Harris

Laurence Fishburne

terça-feira, 12 de junho de 2012

Viagens - 5

Corria o início dos anos 60 quando o meu Pai me proporcionou uma deliciosa surpresa; nos negócios da nossa firma têxtil, comprávamos alguma matéria prima, lã, a uma firma inglesa, sediada no Yorkshire.
Ora tendo um dos gerentes dessa firma ido à Covilhã, o meu Pai combinou com ele uma ida minha a Inglaterra, durante o Verão, para praticar a língua inglesa e também para “desabrochar” um pouco.
A estadia seria a cargo desse senhor, exactamente na cidade de Bradford, perto da firma dele e ele teve o cuidado de escolher uma casa familiar, com quartos para alugar, onde eu também tomava as minhas refeições; pude assim ter um contacto com a verdadeira comida inglesa que adorei, com aqueles molhos magníficos. Ainda por cima e para me ajudar mais, uma empregada da casa era uma rapariguita portuguesa, a Conceição, que tinha vindo directamente da Madeira, para ali; quando começámos a falar, não percebia nada do que ela dizia, pelo que combinámos falar em inglês…Também estava ali de férias, um jovem espanhol de Barcelona, um pouco mais velho do que eu e com quem convivi bastante.
Mas antes, devo referir a viagem, a primeira ao estrangeiro, sem ser Espanha, completamente sozinho. Fui de comboio e aproveitei a companhia de três amigos da Covilhã que iam passar férias a Londres e fomos juntos. Recordo que fomos no Sud Express até Paris,tendo chegado à Gare de Austerlitz e só tivemos tempo de apanhar o metro para a Gare do Nord,
início da viagem até Calais. Ali fomos no ferry, até Dover, viagem nocturna, razão pela qual pouco desfrutei da minha primeira viagem de barco.
Quando chegámos à estação de Victória, separei-me dos amigos e fiquei entregue a mim próprio. Confesso que aquela estação me intimidou, pela sua grandeza
e fiquei sem saber bem o que fazer, já que tinha perdido o contacto do senhor e naquela altura não havia telemóveis. Era o fim da tarde e então reparei num pequeno local de acolhimento e ajuda a turistas; lá me dirigi, expliquei a minha situação e pude observar a magnífica eficiência inglesa: uma senhora começa a fazer telefonemas para aqui e para ali, e passado meia hora chamou-me e comunicou-me que estava tudo resolvido. Tinha falado para Portugal com o  meu Pai que lhe deu o contacto do senhor inglês, ela contactou-o e combinou com ele o nosso encontro numa determinada estação, um pouco antes de Bradford, Wakefield. Assim, devia tomar o comboio na linha “x”, às tantas horas, que chegaria às tantas horas a essa estação, onde o referido senhor me esperaria. Como eu não o conhecia, ela deu-me algumas referências a seu respeito tendo feito o mesmo em relação a ele. Devia pois ir comprar bilhete, e depois teria tempo para ir comer alguma coisa, ou na estação, ou ali perto.
Assim, por incrível que pareça, e como sucedeu com Paris, nada vi de Londres. Fiz como ela disse e a viagem foi divertida pois ia num compartimento com uma polaca, um russo e um inglês; os dois primeiros bebiam constantemente vodka e já estavam alcoolizados pelo que foi muito interessante aquele bocado de tempo. Quando cheguei a Wakefield, lá me encontrei com Mr. Joseph, que de carro me levou à casa onde ficaria hospedado em Bradford; foi uma sensação diferente viajar num carro com o trânsito do lado contrário, heheje…
Depois, os dias foram muito interessantes; embora Bradford fosse uma cidade bastante banal e sem grandes atractivos,
eu e o espanhol íamos conhecendo os arredores, com uma óptima piscina em Ilkley, a poucos quilómetros e Leeds, uma grande cidade era mesmo ali perto.
Fartei-me de ir ao cinema ver filmes proibidos pela censura em Portugal, entre os quais o “Dolce Vita” do Felinni e “The Servant” do Losey.
Sempre que podia, Mr.Joseph ia buscar-me para me levar a diversos sítios: fui conhecer a sua empresa e almoçar com a sua família e então fui ver coisas muito interessantes: um jogo de futebol a Old Trafford, em Manchester, entre o United e o West Bromwich Albion;
um jogo de críquete (uma seca, pois não percebi nada, em Birminhgam), corridas de cavalos, em York, uma cidade linda, linda,
e ainda fomos a Sheffield, Coventry, sei lá mais onde. Coventry tinha a catedral velha completamente destruída durante a 2ª.GG, e a nova, maravilhosa obra de arquitectura, ali perto.




O meu relacionamento com o catalão era óptimo, tendo-me ele convidado a visitar Barcelona no ano seguinte, o que fiz. Não sei porquê, mas hoje penso que ele seria homossexual, mas eu, nesse tempo, ainda não era devasso para descobrir essas coisas, hehehe.
Um mês depois, a falar muito melhor a língua inglesa reuni-me com os meus amigos na estação de Victória para a viagem de regresso a Portugal.
Como não tinha levado muito dinheiro e embora lá não tivesse gasto muito, estava sem cheta, no comboio. Os meus amigos ainda reuniram os últimos trocos para uma refeição baratinha no Sud, mas eu fiquei no meu lugar; o meu espanto quando uma senhora já de idade, muito simples no vestir, toda de preto, com um lenço na cabeça, pensei que era uma emigrante, me perguntou porque não tinha ido com os meus amigos, comer. Eu menti e disse que não tinha fome; ela riu-se e disse-me que pensava num neto dela, mais ou menos da minha idade e que se ele estivesse na minha situação, com fome e sem dinheiro, gostaria que alguém o ajudasse, pelo que me convidava a ir almoçar com ela ao restaurante do comboio; pois não me fiz rogado e imaginem a cara dos meus amigos, a ver-me almoçar no Sud, enquanto eles comiam umas sandocas…
Afinal a senhora era da família Calheiros, mãe do então Conde da Covilhã, e até conhecia pessoas da minha família.
O que de maravilhoso nos acontece numa viagem!
Paris e Londres ficaram adiadas.

P.S. - Só agora e bem recordado pelo amigo Coelho, vi que já tinha referido algo desta viagem no post "Viagens - 2".


sábado, 9 de junho de 2012

Construção de imagens

Tenho um novo entretenimento, aqui na net, é o Pinterest, que consiste em partilhar coisas de que se gosta e que temos "armazenadas" em variadas pastas, às quais damos os nomes que bem entendemos (Boards).
Claro que vamos seguindo quem nos interessa, ou melhor quem tem coisas que nos interessam e também nós somos seguidos por outras pessoas.
Fui conquistado por uma série de imagens, que não são fotos, não são ilustrações, e quis autonomizá-las num Board, mas fiquei hesitante no nome a dar ao Board, cheguei a perguntar ao Félix, e acabei por chama-lhe "Construção de imagens", que me parece apropriado.
Deixo aqui algumas imagens desse meu Board, e já agora, pedia a quem tivesse uma sugestão para um melhor nome do que este, que o indicasse.
E que tal interessarem-se também pelo Pinterest?
Podem ver aqui a minha página, em que estão os diversos Boards que constituí.


















quinta-feira, 7 de junho de 2012

"Penélope"...e algumas considerações sobre a Cultura

Voltei ao teatro, pois teatro é Cultura e o ser humano, sem Cultura morre...
Fui ver mais um espectáculo dos Artistas Unidos, no Teatro da Politécnica, de seu nome "Penélope", da autoria do irlandês Enda Walsh, numa encenação de Jorge Silva Melo.
São quatro homens apenas e falam entre si sobre tudo e nada, mas principalmente sobre salsichas, num cenário tremendamente kitsch, de uma sinceridade brega tão verdadeira que nos cega e nos comove.
«A mente é um balde de enguias» é uma das muitas tiradas humorísticas do texto, uma das marcas firmes de Enda Walsh, autor da peça, numa adaptação de Jorge Silva Melo. Estamos perante um espectáculo fascinante, de deixas acutilantes e ricas de uma comédia repleta de subterfúgios muito explícitos.
A conversa mantém-se animada, recordando o momento em que recebem a barbacoa — objecto central do palco — de remetente indefinido, e descobrindo mais tarde que partilharam do mesmo sonho na noite anterior: a tal barbacoa a arder, anunciando a morte. É com este pretexto que surge o nome de Penélope (Joana Barros) pela primeira vez. Em momentos repetidos, os quatro (João Vaz, José Neves, Pedro Carraca e Pedro Luzindro) apresentam estratégias distintas para conquistar Penélope, «um amor inconquistável» e que não se deixa levar pelas fracasdeclarações de quatro fracos humanos. Em vão.
À medida que a trama se desenvolve, é visível a mutação das personalidades distorcidas de cada um deles, e a morte vem ao de cima através de uma epifania.
Estes são os quatro sobreviventes entre quase cem, vivendo no fundo de uma piscina à espera de conquistar Penélope.
As interpretações são seguras e saliento dentro todas a de Pedro Carraca.

A sessão a que fui era a uma hora pouco habitual - 19 horas - mas muito convidativa; no entanto, comigo éramos 7 os espectadores...
Pois, a Cultura de que falo no início, perante a crise, "apaga-se", e esse apagão não é só da parte do público, que terá mais onde gastar o pouco que tem, (embora o preço do bilhete fosse apenas de 5 euros), mas principalmente de quem deve zelar por ela, a nível nacional.
A Cultura, de há muito a esta parte, tem sido sempre o "patinho feio" dos governos sucessivos, a ponto de um deles ter tido como respectivo secretário de estado, um inenarrável Pedro Santana Lopes que até conseguiu pôr Chopin a tocar violino...
Mas, no actual Governo e com a austeridade que o comanda está a atingir-se a estaca zero para a Cultura, sem apoio no cinema, sem comparticipação para as companhias de teatro, no desleixo nos museus, eu sei lá...
Esta continuada política de falta de apoio à cultura já levou para fora do país nomes como Helena Vieira da Silva, Paula Rego e Maria João Pires, entre outros.
Somos assim tão ricos que culturalmente nos possamos permitir esta situação?
Para cúmulo, perdemos no espaço de uma semana dois vultos importantes da nossa Cultura: o cineasta Fernando Lopes e o músico Bernardo Sasseti.
Não menosprezemos a Cultura, pois a Cultura não é elitista, há cultura num Grupo Folclórico, como numa companhia de teatro amador. Direi mais e numa perspectiva subjectiva a cultura (não a Cultura), é tão importante que ela é responsável pela falência de tantas relações afectivas, como os factores sexuais, por exemplo. Quantas relações não terminam porque as duas pessoas não se entendem culturalmente?

E deixo-vos com dois vídeos exemplificativos do que é a Cultura; dois exemplos muito diferentes, mas ambos magníficos, um na música, outro na sétima arte.






segunda-feira, 4 de junho de 2012

"Spring" (Proljece)

Não sei se viram ou se recordam de um filme de 1980, chamado "A Caça" (Cruising), de William Friedkin e com Al Pacino no papel de um polícia que investiga uma série de assassinatos de gays; este filme causou grande polémica, não tanto pelas cenas ousadas lá mostradas, mas principalmente pela muito má recepção que o filme teve por parte da população homossexual americana, já que e segundo argumentavam, dava uma imagem negativa do mundo gay. Foi de tal modo violenta essa reacção que o filme só foi exibido com um aviso, no início do filmem que dizia não ser aquela a realidade da vida gay, mas apenas de uma franja dessa sociedade, ou seja o mundo muito especial e pouco conhecido do sado-masoquismo.
Não sou, de forma alguma adepto de tais prácticas, mas encontrei recentemente uma curta muito curiosa sobre a iniciação de um jovem nesse mundo, onde tudo tem normas e limites, segundo parece.
Toda esta introdução para ser melhor entendida esta curta metragem, cujo fim é perfeitamente ambíguo, exactamente como era ambíguo o fim do "Cruising", quando se vê o polícia (Al Pacino), já depois do caso resolvido, ele que é heterossexual, mas teve que conviver directamente com aquele submundo, ir entrar num bar gay...

sábado, 2 de junho de 2012

Etiquetas

Sim, com isto e ainda com muitas mais coisas, se etiqueta a vida dos homossexuais. É destes clichés que se alimentam as homofobias que por aí capeiam.
E o pior é que mesmo aqueles que apenas desconhecem a realidade da vida dos homossexuais, das suas dificuldades no dia a dia, na sua boa fé, acreditam nestas "verdades" e fazem os seus juízos de valor e não conseguem discernir a mais simples das realidades: ninguém escolhe ser homossexual!
Os preconceitos existem porque são criados,não nascem sem ser semeados...

Num dos comentários recebidos relativos a esta postagem, o do André Benjamim, é contada, na íntegra uma história real que aconteceu no Brasil, não há muito tempo e cuja descrição completa veio publicada num artigo da revista "Época". Aqui deixo o link da postagem do André, e vão ler a história do Pedro e do João, que não darão por mal empregue o tempo  http://thoughloversbelostloveshallnot.blogspot.pt/2012/06/historia-de-pedro-e-joao.html

Fora do contexto, há dois ou três dias que não visito os vossos blogs,mas "vou tratar disso", embora eu nem queira olhar para o Google Reader...

quinta-feira, 31 de maio de 2012

"Shake the dust"

Este vídeo é muito simples; mostra-nos um homem a falar connosco, a falar de nós e para nós.
Pode parecer entediante, não tem música, são só palavras...mas são palavras que se ligam umas às outras de uma forma coerente e que ganham uma enorme força pelo modo como este homem as comunica, no tom de voz, nos gestos, na expressão...
Arrebatador, convence-nos mesmo a "limpar a poeira"!


This is for the fat girls.

This is for the little brothers.

This is for the school-yard wimps, this is for the childhood bullies who tormented them.

This is for the former prom queen, this is for the milk-crate ball players.

This is for the nighttime cereal eaters and for the retired, elderly Wal-Mart store front door greeters. Shake the dust.

This is for the benches and the people sitting upon them,

for the bus drivers driving a million broken hymns,

for the men who have to hold down three jobs simply to hold up their children,

for the nighttime schoolers and the midnight bike riders who are trying to fly. Shake the dust.

This is for the two-year-olds who cannot be understood because they speak half-English and half-god. Shake the dust.

For the girls with the brothers who are going crazy,

for those gym class wall flowers and the twelve-year-olds afraid of taking public showers,

for the kid who's always late to class because he forgets the combination to his lockers,

for the girl who loves somebody else. Shake the dust.

This is for the hard men, the hard men who want to love but know that it won't come.

For the ones who are forgotten, the ones the amendments do not stand up for.

For the ones who are told to speak only when you are spoken to and then are never spoken to. Speak every time you stand so you do not forget yourself.

Do not let a moment go by that doesn't remind you that your heart beats 900 times a day and that there are enough gallons of blood to make you an ocean.

Do not settle for letting these waves settle and the dust to collect in your veins.

This is for the celibate pedophile who keeps on struggling,

for the poetry teachers and for the people who go on vacations alone.

For the sweat that drips off of Mick Jaggers' singing lips and for the shaking skirt on Tina Turner's shaking hips, for the heavens and for the hells through which Tina has lived.

This is for the tired and for the dreamers and for those families who'll never be like the Cleavers with perfectly made dinners and sons like Wally and the Beaver.

This is for the biggots,

this is for the sexists,

this is for the killers.

This is for the big house, pen-sentenced cats becoming redeemers and for the springtime that always shows up after the winters.

This? This is for you.

Make sure that by the time fisherman returns you are gone.

Because just like the days, I burn both ends and every time I write, every time I open my eyes I am cutting out a part of myself to give to you.

So shake the dust and take me with you when you do for none of this has never been for me.

All that pushes and pulls, pushes and pulls for you.

So grab this world by its clothespins and shake it out again and again and jump on top and take it for a spin and when you hop off shake it again for this is yours.

Make my words worth it, make this not just another poem that I write, not just another poem like just another night that sits heavy above us all.

Walk into it, breathe it in, let is crash through the halls of your arms at the millions of years of millions of poets coursing like blood pumping and pushing making you live, shaking the dust.

So when the world knocks at your front door, clutch the knob and open on up, running forward into its widespread greeting arms with your hands before you, fingertips trembling though they may be.

Written and performed by Anis Mojgani

domingo, 27 de maio de 2012

"ROSAS VERMELHAS"


“Praça da Canção” é para mim, o mais belo livro de poemas de Manuel Alegre. No entanto, logo no início tem um texto, em prosa que é um autêntico poema…
É das mais belas homenagens que se pode prestar a uma Mãe.

Chama-se “ROSAS VERMELHAS”:

"Nasci em Maio, o mês das rosas, diz-se. Talvez por isso eu fiz da rosa a minha flor, um símbolo, uma espécie de bandeira para mim mesmo.
E todos os anos, quando chegava o mês de Maio, ou mais exactamente, no dia 12 de Maio, às dez e um quarto da manhã (que foi a hora em que eu nasci), a minha mãe abria a porta do meu quarto, acordava-me com um beijo e colocava numa jarra um ramo de rosas vermelhas, sem palavras. Só as suas mãos, compondo as rosas, oficiavam nesse estranho silêncio cheio de ritos e ternura.
Nesse tempo o Sol nascia exactamente no meu quarto. Eu abria a janela. Em frente era o largo, a velha árvore do largo dos ciganos. Quando chegava o mês de Maio, eu abria a janela e ficava bêbado desse cheiro a fogueiras, carroças e ciganos. E respirava o ar de todas as viagens, da minha janela, capital do mundo, debruçado sobre o largo onde começavam todos os caminhos.
E tudo estava certo, nesse tempo, ou, pelo menos, nada tinha o sabor do irremediável. Nem mesmo a morte da minha tia. Por muito tempo ela ficou nos retratos e no jardim, bordando à sombra das magnólias, andando pela casa nos pequenos ruídos do dia-a-dia, até que, pouco a pouco, se foi confundindo com as muitas ausências que vinham sentar-se na cadeira, onde, dantes, minha tia se sentava.
E eu dormia poisado sobre a eternidade, como se tudo estivesse certo para sempre, eu dormia com muitos olhos, muitos gestos vigilantes sobre o meu sono. Por vezes tinha pesadelos, acordava, inquieto, a meio da noite, qualquer coisa parecia querer despedaçar-se e então exclamava:
- Mãe!
E logo essa voz, tão calma, entrava dentro de mim, mandava embora os fantasmas, e era de novo o meu quarto, a doce quentura da minha casa no cimo da ternura.
Não havia polícia nesse tempo. Ninguém roubaria a tranquilidade do meu sono, ninguém viria a meio da noite para me levar, porque bastava eu chamar:
- Mãe!
E logo uma voz, tão calma, mandava embora os fantasmas. E era a paz, nesse tempo, em que todos os anos, quando chegava o mês de Maio, ou mais exactamente, o dia 12 de Maio, às dez e um quarto da manhã, a minha mãe abria a porta do meu quarto e colocava, religiosamente, um ramo de rosas vermelhas sobre a minha vida, nesse tempo, em que dormir, acordar, nascer, crescer, viver, morrer, eram um rito no rito das estações.
Em Maio de 1963 eu estava na cadeia. Por vezes, a meio da noite, um grito abalava as traves da minha cabeça, direi mesmo da minha vida, e eu acordava suado, dolorido, como se um rato (talvez o medo?) me roesse o estômago. E era inútil chamar. Onde ficara essa voz que dantes vinha repor o sono no seu lugar, repondo a paz dentro de mim? E as manhãs penduradas no mês de Maio, onde acordar era uma festa? Onde ficara a ternura? Onde ficara a minha vida?
Em Maio de 1963 eu estava na cadeia. Dormia – como direi? – acordado sobre cada minuto. Tinha aprendido o irremediável. Alguma coisa, dentro de mim, se despedaçara para sempre (para sempre? Que quer dizer para sempre?). Era inútil chamar. Tinha aprendido, fisicamente, a solidão. Embora na cela do lado, alguém, batendo com os dedos na parede, me dissesse, como se fosse a voz longínqua do meu povo:
- Coragem!
Eu estava, pela primeira vez, fisicamente só, dentro do meu sono povoado por esse grito que estalava por vezes as traves da minha cabeça (onde essa voz que mandava embora os fantasmas?).
E era terrível essa manhã sem manhã, essa realidade branca e gelada, toda feita de paredes, grades, perguntas, gritos. Mesmo que na cela do lado, alguém, batendo com os dedos na parede, me dissesse:

- Bom dia!
era terrível acordar nessa estreita paisagem com sete passos de comprimento por sete de largura, tão hostil, tão dolorosa como as regiões dos pesadelos. Porque acordar era ter a certeza de que a realidade não desmentiria o pesadelo.
Mesmo que os meus dedos batendo na parede transmitissem notícias dum homem que podia responder:
- Bom dia!
de cabeça erguida era terrível acordar no mês de Maio, com a certeza de que no dia 12 a minha mãe não entraria pelo meu quarto, deixando-me na fronte um beijo, e rosas vermelhas sobre os meus vinte e sete anos.
Talvez seja preciso renunciar à felicidade para conquistar a felicidade. Eu estava na cadeia em Maio de 1963. Tinha aprendido a solidão. Tinha aprendido que se pode gritar com todas as nossas forças quando se acorda a meio da noite com um grito na cabeça e um rato (talvez o medo?), roendo-nos o estômago, que ninguém, ninguém virá repor a paz dentro de nós. E, então, é a altura de saber se as traves mestras dum homem resistirão. Pois só a tua voz, amigo, responderá ao teu apelo torturado na noite. E, nessa hora (a mais solitária das horas), se conseguires cerrar os dentes, dar um murro na parede, acender um cigarro, se conseguires vencer esse encontro com a solidão no mais fundo de ti próprio, com que alegria, com que estranha alegria, na manhã seguinte, tu responderás:
- Bom dia!,
mesmo que seja terrível acordar no mês de Maio, nessa estreita paisagem, gelada e branca, com sete passos de comprimento por sete de largura.
É certo que se podem escolher outros caminhos. Mas poderia eu ter escolhido outro caminho? Acaso poderia dormir descansado, onde quer que estivesse, sabendo que algures, na noite, há homens que batem, há homens que gritam?
Os fantasmas tinham entrado no meu sono, invadiram a minha casa no cimo da ternura; os fantasmas eram donos do País. E se eles viessem de repente, a meio da noite, e eu chamasse:
- Mãe!
A voz (tão calma) de minha mãe já nada poderia contra eles. Era um trabalho para mim, uma tarefa para todos aqueles que não podem suportar a sujeição. Eu nunca pude suportar a sujeição. Acaso poderia ter escolhido outro caminho?
Por isso, em Maio de 1963, eu estava na cadeia, isto é, de certo modo, eu estava no meu posto.
No dia 12 não acordei com o beijo de minha mãe.
Porém, nessa manhã (não posso dizer ao certo porque não tinha relógio, mas talvez – quem sabe? -, às dez e um quarto, que foi a hora em que eu nasci), o carcereiro abriu a porta e entregou-me, já aberta, uma carta de minha mãe. E ao desdobrar as folhas que vinham dentro do sobrescrito violado, a pétala vermelha, duma rosa vermelha, caiu, como uma lágrima de sangue, no chão da minha cela."

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Requiem, de Verdi

No dia 22 de Maio de 1874 Giuseppe Verdi subiu ao pódio, na capela de S. Marcos, em Milão, para dirigir a orquestra na estreia da sua Missa de Requiem.
Verdi escolheu esta data para a estreia do Requiem, para comemorar o primeiro aniversário da morte de Alessandro Manzoni, um poeta e romancista italiano muito admirado pelo compositor e com quem se tinha encontrado em 1868. A peça também é, por vezes, referida como Manzoni Requiem. Foi escrita para quatro cantores solistas, coro duplo e grande orquestra.
O Requiem obteve sucesso imediato. Teve sete representações na Opéra Comique, em Paris. Em Veneza, foi feita uma impressionante decoração eclesiástica Bizantina para a sua apresentação. Foram ouvidas versões com acompanhamento de quatro pianos ou conjunto de metais. Mais tarde desapareceu do repertório coral, mas nos anos trinta, do séc. XX, ressurgiu e é, hoje, um marco para qualquer coro.
“Dies Irae”, do Requiem, de Verdi
Baixo: Roberto Scandiuzzi
Mezzo-soprano: Luciana D'Intino
Coro e Orquestra Filarmonia
Coro da Orquestra Sinfónica da Cidade de Birmingham
Maestro: James Levine





Tirado na Íntegra do excelente blog colectivo  “Pegada”, o qual aconselho vivamente, nas suas vertentes político-económica e cultural.


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Let's play...

Esta foto é imensamente curiosa, prestando-se a variadíssimas interpretações; assim sendo venho propor uma brincadeira.
Cada um/a que quiser escreva um comentário com uma eventual legenda para a foto.
Vamos ver até onde chega a vossa imaginação...

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Qüir

De vez em quando aparece no panorama jornalístico português uma nova revista focando temas do mundo LGBT, o que é sempre de saudar.
Não é fácil fazer uma revista deste tipo, sem fotos de sexo, apenas com artigos de texto, pois o público quer sempre outra espécie de revista, infelizmente.
Geralmente, os primeiros números vendem-se, mais pela novidade, para conhecer a revista e depois o interesse decresce e a maior parte das vezes, a publicação não se aguenta.
Claro que actualmente já vai havendo uma certa franja do mercado que vê a população gay como potencialmente interessante para os seus artigos e poderá investir em termos de publicidade, sem a qual qualquer publicação não sobrevive. Mas mesmo revistas com grande suporte publicitário, como a espanhola "Zero", acabam por sucumbir, pelo que é sempre uma aventura o lançamento de uma nova revista deste tipo.
Comprei o primeiro número e devo confessar que esperava mais, principalmente se a compararmos com a anterior "Com'Out", e que não durou muito.
Os artigos parecem-me pouco profundos na sua análise, e dou como exemplo o tema da capa, a adopção por casais do mesmo sexo, e principalmente um outro tema, que conheço bastante bem e que é a homossexualidade durante a guerra colonial, que é abordado quase só com o que se passava nas cidades e não nos quartéis, no meio do mato.
Enfim, fico a aguardar o segundo número para me pronunciar com maior conhecimento.
Espero, é evidente que tenha sucesso, e a tiragem foi cautelosa (600 exemplares), o que mostra o receio, mas também a prudência de quem dirige a nova revista.

sábado, 19 de maio de 2012

"Weekend"


Como tenho afirmado, sou um apaixonado por filmes de temática LGBT e tenho uma boa colecção, tanto de longas como de curtas metragens. Além disso e ainda à espera de visionamento ou de uma nova visão tenho imensos filmes que aguardam pacientemente a sua vez. Estava nesta situação o filme inglês “Weekend”, do realizador Andrew Haigh, e datado do passado ano (o facto de eu referir que o filme é inglês, é importante pois há um outro filme, com o mesmo nome, também feito em 2011 e igualmente de temática LGBT, mas polaco).
Sucede que quase simultaneamente o Miguel publica um post entusiasmante sobre o filme e eu consigo uma versão nova do mesmo, embora tenha demorado muito tempo até ter o filme completo, para substituir a versão que cá tinha, que embora tivesse legendas em português, era muito fraca em termos técnicos. E as legendas são deveras importantes neste filme,pois sendo quase todo o filme um constante diálogo entre os dois protagonistas, e bastante rápido, há certas coisa que escapam, a não ser que se tenha um inglês absolutamente impecável; ora esta nova versão tem legendas…em inglês, mas ajuda bastante.
E sendo assim fui logo ver o filme, que é para mim, um dos melhores que vi nos últimos tempos. Fala-nos de um curto (no tempo) relacionamento entre dois gays que se encontram num bar e que além de partilharem o prazer do sexo, vão trocando entre eles impressões sobre a forma como encaram a sua vida homossexual, o que procuram e o que anseiam. As sua visões não são muito coincidentes, pois um é bastante realista e sabe que este relacionamento estará à partida, limitado, enquanto o outro é mais emotivo, quase romântico e começa logo a elaborar um futuro para toda a vida.
Mas, apesar desta divergência de opiniões, o seu encontro é de uma imensa intensidade, não só sexual, mas também de sentimentos e isso leva a que sigamos o filme quase como quando estamos a ler um livro que nos entusiasma e não conseguimos parar. Neste caso, no filme, quando paramos, ou seja no fim, não consegui esconder uma lágrima, muito ajudada a cair por influência da música que se ouve então e que acompanha os créditos do filme; é uma canção de John Grant, intitulada “I Wanna  go To Marz”, que não resisto, a reproduzir aqui, com a respectiva letra.
Bittersweet strawberry marshmallow butterscotch
Polarbear cashew dixieland phosphate chocolate
My tutti frutti special raspberry, leave it to me
Three grace scotch lassie cherry smash lemon 
free

I wanna go to Marz
Where green rivers flow
And your sweet sixteen is waiting for you after the show
I wanna go to Mraz
We'll meet the gold dust twins tonight
You'll get your heart's desire, I will meet you under the lights

Golden champagne juicy grapefruit lucky monday
High school footall hot fudge buffalo tulip sundae
Almond caramel frappe pineapple rootbeer
Black and white pennyapple henry ford sweetheart maple tea

I wanna go to Marz
Where green rivers flow
And your sweet sixteen is waiting for you after the show
I wanna go to Mraz
We'll meet the gold dust twins tonight
You'll get your heart's desire, I will meet you under the lights

Aliás , no filme há uma outra música lindíssima do mesmo intérprete, “Queen of Denmark”, que aqui também fica registada.
I wanted to change the world
But I could not even change my underwear
And when the shit got really really out of hand
I had it all the way up to my hairline
Which keeps receding like my self-confidence
As if I ever had any of that stuff anyway
I hope I didn't destroy your celebration
Or your Bar Mitzvah, birthday party or your Christmas
You put me in this cage and threw away the key
It was this 'us and them' shit that did me in
You tell me that my life is based upon a lie
I casually mention that I pissed in your coffee
I hope you know that all I want from you is sex
To be with someone that looks smashing in athletic wear
And if your haircut isn't right you'll be dismissed
Get your walking papers and you can leave now

Don't know what to want from this world
I really don't know what to want from this world
I don't know what it is you wouldn't want from me
You have no right to want anything from me at all
Why don't you take it out on somebody else?
Why don't you tell somebody else that they're selfish?
Weepy coward and pathetic ...

Who's gonna be the one to save me from myself?
You'd better bring a stun gun and perhaps a crowbar
You'd better pack a lunch and get up really early
And you should probably get down on your knees and pray
It's really fun to look embarrassed all the time
Like you could never cut the mustard with the big boys
I really don't know who the fuck you think you are
Can I please see your license and your registration?

Don't know what to want from this world
I really don't know what to want from this world
I don't know what it is you wouldn't want from me
You have no right to want anything from me at all
Why don't you take it out on somebody else?
Why don't you tell somebody else that they're selfish?
Weepy coward and pathetic ...

So Jesus hasn't come in here to pick you up
You'll still be sitting here ten years from now
You're just a sucker but we'll see who gets the last laugh
Who knows, maybe you'll be the next queen of Denmark.



Os dois actores, Tom Cullen e Chris New são assombrosos e lindos!
Um filme imperdível, que eu bem gostava que furasse os esquemas das distribuidoras de cinema do nosso país e pudesse entrar no nosso circuito comercial, ou pelo menos que possa aparecer em DVD.

Para informação mais detalhada, há uma interessante página disponível na net:  http://www.weekend-film.com

A versão com legendas em português pode ser encontrada no Intercine Gay, mas é fraquinha sob o ponto de vista técnico. A outra já não recordo onde a encontrei.







quinta-feira, 17 de maio de 2012

Dia Internacional Contra a Homofobia

Hoje é o Dia Internacional contra a Homofobia

É preciso que os políticos, cada vez mais assumam esta luta, não só no Parlamento ou na Comissão Europeia, mas também e principalmente na aprovação de leis apropriadas nos seus países.
Não queremos, no nosso país, ouvir mais vozes como as de Isilda Pegado, João César das Neves ou António José Saraiva...

Mapa europeu dos direitos gay
Que gradua os países numa escala de 30 (direitos plenamente adquiridos) até -12 (graves implicações dos direitos humanos); curiosa a posição de países como a França, e principalmente, a Itália.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

O nosso primeiro abraço

Fiquei muito satisfeito por ter vencido o segundo concurso de histórias que o Sad Eyes promoveu no seu blog.
E fiquei satisfeito porque a minha história até nem era a melhor, havia outras muito bem elaboradas, muito bem escritas e denotando um verdadeiro sentido do que é escrever uma história; sem querer tirar mérito às demais, nas finalistas estavam duas histórias que eu elegi na primeira votação como as duas melhores – a do João e a da Margarida.
Mas a minha história tinha algo importante e que terá sido decisivo: é real e quer mostrar duas coisas, a dificuldade que temos que enfrentar e a grande força do nosso amor.
Esta vitória, uma coisa de nada, eu sei, vai inteirinha para uma pessoa, para o meu querido Déjanito, que aguarda tão ansiosamente como eu, luz verde para que nos possamos abraçar de novo aqui nesta Lisboa que ele adora.
E há muito que tenho vontade de partilhar uma foto nossa, que nem é uma grande foto, mas é talvez a foto de que mais gosto, pois nos nossos olhares está tudo o que sentimos um pelo outro e que é muito, mesmo muito.

Enfim, um imenso obrigado a toda a gente que votou nesta história, a grande maioria porque acredita na nossa história de amor, na nossa luta para mantermos sempre viva e mais acesa a chama do nosso amor.
E um forte abraço para o enorme êxito desta iniciativa do Sad Eyes, que nunca é demais realçar; um abraço a todos os concorrentes pela forma como elevaram o nível deste concurso. Parabéns a todos.

My wonderful Chako Pako
This victory is for you, because this is our story. You know how much I miss you, may be more then never before and I’m anxious to hug and kiss you.
For you my love, one of the most beautiful love songs I know: “The Rose” (you are my rose…)

domingo, 13 de maio de 2012

Feira do Livro


Há que anos eu não ia à Feira do Livro!
Depois da longa hibernação literária em que estive mergulhado, e numa espécie de “em busca do tempo perdido”, tenho lido muito.
Desde que li aquele livro a que dediquei um post sobre as Cruzadas (“O Livro dos Dias”), li mais dois, um deles muito interessante – “O Sentido do Fim” de Julian Barnes - e outro, algo decepcionante, “O Messias dos Judeus” de Arnon Grunberg.
Agora estou a ler um que há muito aguardava na fila e penso lê-lo depressa pois parece ser muito interessante, “A Mentira Sagrada” de Luís Miguel Rocha, uma intriga sobre os segredos do Vaticano.
Mas, no meu regresso à Feira do Livro, fui naquele dia de intenso calor e sendo no mesmo local de sempre (Parque Eduardo VII), a grande diferença é que muitas das editoras que antes tinham um pavilhão, agora não estão lá, ou porque faliram ou porque foram compradas pelos dois grandes grupos editoriais portugueses; a Leya e a Porto Editora, que têm espaços gigantescos.
Depois há aquelas editoras clássicas que ainda resistem, as especializadas e um grande número de pavilhões, de organismos oficiais ou afins. Aliás cruzei-me com a Presidente da Assembleia da República, que ia visitar o pavilhão da AR, acompanhada por um grupo de deputados.
Poucos alfarrabistas e nenhum deles com as obras esgotadas que eu pretendia.
O que comprei? Apesar da crise, os preços não estavam assim tão baixos, e são sensivelmente os descontos que se obtém com o cartão FNAC, nestas lojas.
Mesmo assim lá fui comprando: 3 livros de Augusten Burroughs, 2 de Frederico Lourenço, 3 de Allan Massie (faltou um para ficar com a biografia dos quatro grandes imperadores romanos), “Reflexos num olho doirado” de Carson McCullers, “Agora ou nunca” de Tom Spanbauer e um livro, este sim barato, mas que me custou muito comprar…Trata-se de mais um volume da “História de Portugal”, da Verbo, da autoria de Joaquim Veríssimo Serrão. Estupidamente há uns anos largos comecei a comprar esta colecção, que não é barata (mais de 30 euros cada volume, a preços de hoje), e enquanto a História não envolveu ideologias ou juízos de valor, tudo bem; mas entrados que somos na revolução de 1926, vem ao de cima todo o facciosismo quase fascizante do autor e eu deixei de comprar os últimos volumes, pois comprar algo que faz a apologia daquilo que eu sou absolutamente contra, custa bastante; mas o investimento já feito, lá fui comprando um ou dois volumes…
Agora encontrei todos os volumes a 10 euros; seria uma boa altura para acabar de vez com esta História; mas não me apeteceu gastar tanto dinheiro de uma vez só com esta “porcaria” e como não tinha a certeza de qual era o último volume que adquirira, resolvi comprar…o último, ou seja o XVIII. Verifiquei depois em casa que tenho 13, pelo que faltam “apenas” quatro (XIV, XV, XVI e XVII). Eram só mais 40 euros, mas fica para a próxima Feira, sim porque eu agora não perco mais nenhuma.