segunda-feira, 31 de março de 2008
Henry Scott Tuke
Henry Scott Tuke (1858/1929) foi um pintor e fotógrafo inglês, principalmente reconhecido pelas suas pinturas de jovens rapazes nus, o que lhe deu o estatuto de um dos pioneiros da cultura gay. A sua obra pode ser vista aqui.
sexta-feira, 28 de março de 2008
quarta-feira, 26 de março de 2008
Grandes nomes do cinema - Stanley Kubrick
Stanley Kubrick não é só um dos maiores realizadores do século XX como um dos seus nomes mais misteriosos. Alguém a quem associamos, para além de um génio e um estilo pessoal, uma aura única. Perfeccionista, vanguardista, absolutista; muitas são as etiquetas que se lhe colam. Sempre reservado e pouco dado a entrevistas, pouco ficou para além do que se conta dele e do que, afinal, mais importa – os filmes.
Nessa exposição se reunia toda a carreira de Kubrick: as fotografias para a revista “Look”, os primeiros documentários (“Day of the Fight”, 1951; “Flying Padre”, 1952; “The Seafarers”, 1953), assim como todas as suas longas-metragens (“Fear and Desire”, 1953;”Killer’s Kiss”,1955; “Um Roubo no Hipódromo”, 1956; “Horizontes de Glória”, 1957; “Spartacus”, 1960; “Lolita”, 1962; “Dr. Estranho Amor”,1964; “2001:Odisseia no Espaço”,1968; “Laranja Mecânica”, 1971; “Barry Lyndon”, 1975; “Shinning”, 1980; “Nascido para matar”,1987; “De Olhos bem Fechados”, 1999).
Cada filme teve uma preparação mais meticulosa que o anterior – era esta uma das marcas do realizador. Isso só lhe permitiu fazer treze filmes, mas como disse um dia Scorsese, são suficientes para dez vidas. Cada filme era apresentado como se fosse um objecto nunca antes visto: argumentos originais e corrigidos, esquemas de trabalho, maquetes de cenários, notas pessoais, roupas e “storyboards”, fotografias de rodagem e fotos promocionais, correspondência entre colaboradores, entrevistas a intervenientes, “posters” originais e recortes de imprensa. Todos eles são objectos preciosos e entre eles destacam-se o argumento original de Vladimir Nabokov para “Lolita” (e a correspondência com Kubrick); a carta que informa a proibição de “Dr Estranho Amor” em Portugal; as figuras pop-arte e bonecas do bar “Korova Milkbar” e o fato de Alex (“Laranja Mecânica”); os machados e a máquina de escrever de “Shinning”; o capacete e metralhadora de “Nascido para Matar”; as máscaras em “De Olhos bem Fechados” ou o papel com a palavra passe para a cena de orgia do filme.
A “2001…” é dada atenção especial, com explicações técnicas exaustivas sobre a rodagem, chegando a ser recriada a técnica de transparência utilizada no filme ( colocando virtualmente os visitantes da exposição num dos seus cenários), para além das informações explícitas sobre os outros efeitos especiais ( a viagem ultra-sensorial para Júpiter) ou a presença do próprio HAL. Uma maquete da nave pode ser manipulada por quem o desejar, estando a sua construção documentada em fotografias e vídeo. Mostra-se a influência da época no tempo futuro de “2001”, com uma amostra de objectos feitos por marcas reais (canetas Parker, computadores IBM, roupas vogue), até vemos o manual de instrução da casa de banho de gravidade zero.
Cada documento é a prova rigorosa do trabalho autodidacta e multidisciplinar de Kubrick, quer pelas notas de intenções como pelas fotografias de rodagem, evidenciando-se sempre um realizador atencioso, divertido e integrado em todas as tarefas da equipa, dialogando e rindo com os actores ou jogando xadres durante as pausas.
Kubrick está em todo o lado – observa os intervenientes, filma as suas cenas, segura os reflectores, pinta acessórios, posiciona individualmente os figurantes. Assim foi desde muito cedo – no seu segundo filme “Killer’s Kiss”, 1955), foi realizador, produtor, autor, operador, editor de imagem e de som.
O interesse de Kubrick ultrapassava a simples coordenação de uma equipa. Cada filme era uma missão de pesquisa, um estudo histórico e uma busca de equipamentos perfeitos. Uma sala inteira da exposição é dedicada às suas lentes, algumas vindas da fotografia e adaptadas ao cinema, outras encomendadas para cenas específicas ( como a impressionante lente Zeiss da NASA para a luz das velas em “Barry Lyndon”). Kubrick não só as escolhia pessoalmente como as coleccionava – há dezenas e dezenas na exposição, documentando no estudo extensivo da luminosidade pelo realizador. As câmaras, da portátil Arriflex (a sua preferida) à imponente Mitchell, também são presença constante.
Noutra das salas, um documentário mostra a relação do realizador com a música, associando géneros musicais a temas: marchas para um exagero dramático, electrónica para estimular a percepção, temas litúrgicos para contemplar o incógnito, cordas para a solidão e melancolia, canções populares para mensagens subliminares ou música experimental na entrada de outros mundos. Era um Kubrick maestro que recusava as encomendas e controlava todos os movimentos, indo buscar sentimentos a obras clássicas (na dança dos astros de “2001”, nas notas pontiagudas de “Olhos Bem Fechados”) ou recriando-as como personagens (na reinterpretação robótica de “Laranja Mecânica”).
Os seus projectos não concretizados estão também presentes na exposição: “Aryan Papers”, filme baseado no Holocausto (abandonado quando Spielberg anunciou “ A Lista de Schindler”); os trabalhos preparatórios para “A.I.”, projecto que esperava um avanço nos efeitos especiais (mais tarde finalizado por Spielberg); e sobretudo um filme sobre Napoleão, a grande paixão da vida de Kubrick. O fascínio do realizador pelo imperador francês é explícito – vemos as dezenas de livros de Kubrick sobre a personagem histórica, o argumento escrito e acabado em 1969, o enorme plano de trabalho (organizado ao segundo) que divide a vida de Napoleão em 221 cenas, ou 236 minutos e 41 segundos de filme, e o impressionante armário-ficheiro que reúne todos os meses da sua vida (com cores diferentes para cada personagem). Nenhum estúdio aceitaria projecto tão arriscado.
O que já se sabia de Kubrick confirma-se nesta exposição: um artista controlador e experimental, obcecado com o estudo da natureza humana e com a organização detalhada do seu trabalho. Mas conhecemos também as suas dúvidas, o receio da dispersão, a dificuldade em gerir a pressão e a censura ao seu trabalho. Ao ler as cartas de protesto aos seus filmes (desde o censurado “Horizontes de Glória” até ao seu último filme) e a violência das interpretações que as suas obras geraram (Laranja Mecânica” esteve proibido nos cinemas britânicos), vemos um artista também incompreendido e desolado, preso a uma imagem fria e obsessiva. Afinal, a sua relação com a imagem era acima de tudo apaixonada, como um caminho de desafios por quebrar.
E agora vamos sonhar…sonhar que um dia esta exposição nos visite. Afinal é o sonho que comanda a vida…
Para terminar, informam-se os interessados, que se realiza, de 29 do corrente até 16 de Junho, por iniciativa da Ar.Co http://www.arco.pt/ um curso teórico “Stanley Kubrick: uma mundivisão”, em que é feita a análise integral da obra do autor, e no início das sessões, cada filme será comentado e no final alargado a debate com apoio de textos sobre o realizador. Este curso será conduzido pelo realizador e critico de cinema Lauro António.
segunda-feira, 24 de março de 2008
OBRIGADO !!!
domingo, 23 de março de 2008
Único dia
E eis que recebi um mail que me explica a razão porque tal facto só uma vez na minha vida acontece, precisamente neste ano, hoje.
sexta-feira, 21 de março de 2008
Steve Walker
quarta-feira, 19 de março de 2008
Os "pecados" da Igreja
Porque ataca a eutanásia e defende o valor do sofrimento
Por considerar o aborto como um homicídio, em todos os casos
Por tornar o divórcio deveras difícil, convertendo a vida de um casal num inferno para eles e para os seus filhos, e provocando a violência doméstica
Por impedir outros tipos de matrimónios ou uniões, que em nada prejudicam nem atacam o matrimónio tradicional
Por não tolerar a homossexualidade, considerando-a um desvio moral, uma doença ou um pecado
por querer ensinar a religião duma forma obrigatória a todos, em vez de a reservar ao âmbito familiar ou à comunidade crente
Por não respeitar o laicismo, que é o estado primitivo do individuo
Por se opor à utilização da célula-mãe, que tantas vidas poderia salvar
Por continuar a baptizar as crianças, seres inconscientes do acto que recebem
Por converter a comunhão das crianças num acto de ostentação e riqueza, contrariando a vida pobre de Jesus
Por calar os seus membros, nas festas das aldeias, quando por motivos de honrar santos e virgens, se torturam animais indefesos e inocentes
Porque rejeita o preservativo, elemento indispensável para fazer diminuir a Sida
Por acumular riquezas no Vaticano e em grande parte dos seus templos, quando Jesus disse que Ele não tinha sequer onde deitar a cabeça
Porque toda a hierarquia da Igreja, a partir da sua cúpula, deseja o poder, quando o Mestre veio para servir e não para ser servido
Por rejeitar a pílula, meio eficaz para exercer uma paternidade responsável
Por ser a Igreja apenas uma “repartidora” de sacramentos, em vez de ser a transmissora da Boa Nova
Por impor o celibato a todos os sacerdotes, sabendo que isso não era a regra na Igreja primitiva
Por ter convertido a Igreja numa burocracia descomunal, longe da simplicidade praticada pelos primeiros cristãos
(Este texto foi elaborado por um sacerdote de Valência – Espanha, e foi publicado na revista Zero)
segunda-feira, 17 de março de 2008
Jantar de bloguistas
Daí a ideia de voltar a fazer esse jantar, agora com francas possibilidades de um maior número de participantes, até porque se trata de uma iniciativa conjunta com o Paulo e o Zé, os meus amigos do Felizes Juntos, que aderiram com agrado a esta ideia e assim possibilita os bloguistas que habitualmente frequentam os nossos blogs de se encontrarem além daqueles (e não são poucos), que conhecem simultaneamente os dois blogs..
Desde já lançamos a data, que será no próximo dia 19 de Abril, um sábado, aqui em Lisboa, em local a determinar muito brevemente.
Para que possamos ter uma ideia do número de pessoas que irão estar presentes, solicitamos que nos confirmem , para um dos e-mails de qualquer dos blogs, assinalados em cada um, a sua vontade de participar; claro que esta participação não está limitada, nem apenas aos bloguistas que nos visitam habitualmente, nem quanto a eventuais convidados; basta darem-nos indicação do número de pessoas.
Esperando um bom acolhimento a este evento, cá ficamos à espera das vossas respostas.
quinta-feira, 13 de março de 2008
"Preços de amor"
quarta-feira, 12 de março de 2008
"Os olhos do mundo e a fortuna"
Pois fui lá no passado domingo, para assistir a uma representação (penso que a última), de uma peça apresentada pelo “Grupo de teatro 3-sete-3”, e que tem por título “Os olhos do mundo e a fortuna”, da autoria do dramaturgo canadiano John Herbert, e que foi traduzida, adaptada e encenada por José Henrique Neto, fundador do referido grupo e que nesta peça também é intérprete (é o guarda do reformatório).
Fortune and Men’s Eyes (título retirado do Soneto XXIX de Shakespeare) é uma peça crua e amarga sobre a degradação e a brutalidade física e moral num reformatório masculino. O protagonista é SMITTY, que cumpre uma pena de seis meses por um delito menor. A peça foca a sua transformação de um ser humano essencialmente não criminoso e até um pouco naïf num prisioneiro empedernido, que acaba por se tornar ainda mais insensível e cínico do que os companheiros de cela. Os companheiros de cela são três: ROCKY, oportunista, manhoso e gabarolas; QUEENIE, agressivamente “bicha” quando lhe convém, que manobra o sistema iníquo do reformatório em seu proveito; e LEO (“Mona Lisa”), um rapaz meigo que aprendeu a separar corpo e consciência para ir sobrevivendo. A interacção destes personagens cria a dinâmica da peça, uma tensão sombria que resulta na corrupção final de Smitty.
Esta peça foi escrita nos anos 60, sendo portanto anterior ao episódio de Stonewall, em Nova York, em Junho de 1969, quando o movimento de libertação homossexual, como hoje o conhecemos, ainda não existia, e é curiosamente a peça mais publicada de qualquer dramaturgo canadiano, traduzida em 40 línguas e representada em mais de 60 países; teve um impacto social directo e duradoiro, pois, se por um lado apela à tolerância da diversidade em vez da negação pelo ostracismo e à redenção dos tormentos pessoais pelo amor, por outro lado, apela muito claramente a uma reforma do sistema prisional, e deu um contributo forte e pioneiro para acabar com as caracterizações estereotipadas de personagens homossexuais.
A interpretação está a cargo, além do já referido encenador, de um grupo de quatro muito jovens actores: José Redondo, Luís Lobão, Paulo Brito e Tomás Alves.
Numa breve apreciação pessoal, não sendo uma obra-prima, vê-se com agrado, numa encenação muito simples, tendo os intérpretes, aquém falta alguma experiência de palco, dado o seu melhor; no seu todo, é um espectáculo que nos mostra os relacionamentos “manhosos” que se estabelecem nos estabelecimentos de reclusão, e como lá dentro, vitimas de um sistema, os jovens aprendem à sua custa, a tornarem-se eles próprios os “utilizadores” desse próprio sistema, em que os actos homossexuais têm um papel bastante determinante.
segunda-feira, 10 de março de 2008
And you my love
sexta-feira, 7 de março de 2008
quinta-feira, 6 de março de 2008
Joel-Peter Witkin
O seu trabalho é vulgarmente considerado ofensivo, mas a sua criatividade e o recurso a técnicas originais, como arranhar negativos ou despejar lixívia e tinta nas impressões, levam muitos a catalogarem-no como genial.Pode ser visto aqui e aqui.
terça-feira, 4 de março de 2008
Crianças...
Nos tempos conturbados em que está a decorrer a vida dos professores, nada melhor do que amenizar um pouco a sua vida com aquelas “coisinhas” que todos eles vão encontrando nos seus alunos, principalmente os da faixa etária mais nova; eu próprio, quando professor me dei ao trabalho de compilar algumas das coisas “curiosas” que ia encontrando nos testes e lamento não saber hoje onde pára esse caderninho…
segunda-feira, 3 de março de 2008
A poeira assenta...
Do blog Graphic_diary, roubei descaradamente (mas com prévia autorização), esta imagem/texto, que vem demonstrar parte do exposto por mim em textos anteriores, sobre os interesses americanos no Kosovo. Infelizmente, muito mais há para mostrar o que é aquele “país”, e por isso vos convido a ver aqui e aqui, onde comentadores norte-americanos (não sérvios ou russos), analisam um pouco melhor o que existe naquele “paraíso”, tão rapidamente apadrinhado por grande parte do mundo ocidental.
É realmente incrível que se fechem os olhos perante realidades tão flagrantes numa região que tem como um dos seus dirigentes máximos Hashim Thaci, e que é um autêntico “pequeno mundo” de corrupção, tráfico e anarquia económica e social.
Resta-me a consolação de que Portugal, embora eu pense que acabará por reconhecer o Kosovo, pressionado pelos pesos pesados da EU, tenha até aqui usado de reservas profundas acerca do mesmo, alinhando dentro da EU, ao lado da Espanha, Grécia, R. Checa, Eslováquia, Roménia, Chipre e Malta.
E depois queixam-se os EUA, como grandes vitimas, dos actos (condenáveis, concordo), contra a sua embaixada em Belgrado, mas é difícil conter uma população conformada, depois de lhe ter sido roubado 1/3 do seu território, convenhamos…
E no terreno, ainda há dois dias, mais uma vez os cemitérios da agora minoria sérvia foram profanados; isto já não interessa como notícia, nem leva a protestos internacionais.
sábado, 1 de março de 2008
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Grandes nomes do cinema - John Huston
Houston aliava a paixão pelo casamento com a sua devoção cinematográfica pelas mulheres fortes, capazes de pegar em armas, muito seguras com a sua sexualidade, amadurecidas pelo Sol e pela vida, agrestes e grosseiras, e sempre dispostas a levantar-se quando são derrubadas: falamos de Elizabeth Taylor de “Reflexos num olho dourado”(1967), que aguentava o homossexual reprimido encarnado por Marlon Brando; da Marilyn Monroe de “Os inadaptados”(1961), a sofrer pelos cavalos; da Ava Gardner de “A noite de Iguana”(1964), cuja libertação sexual corria em paralelo com a repressão das outras personagens desta adaptação de T. Williams, e da Kathleen Turner de “A honra dos padrinhos”(1985), a lutar por Jack Nicholson com Anjelica Houston. Mas não esqueçamos as frágeis corajosas como Katharine Hepburn(“A rainha africana”-1951), Deborah Kerr(“O espírito e a carne”-1957) e Audrey Hepburn(“O passado não perdoa”-1960). Houston foi um feminista activo: respeitoso, não deu às mulheres papéis decorativos. Como se faltassem exemplos acrescentemos aqui a Bette Davis e a Olívia de Havilland de “Nascida para o mal”(1942) e a Lauren Baccall de “Key Largo – Paixões em fúria”(1948).
A sua obra abarca desde a idade de ouro do cinema negro doa anos 40, passando pelo esplendor dos actores do Método (só escapou, e por motivos alheios a ambos, James Dean), o western crepuscular “O Juiz Roy Bean”(1972), os filmes dos espiões “A carta do Kremlin” e “O misterioso Mr. MacKintosh” (1970 e 1973), até desembocar numa última fase da sua carreira irregular. Capítulo à parte merecem os filmes malditos, por serem impessoais ou por serem encomendas sem toque. Recordemos “A Bíblia”(1966), onde ele fazia de Noé, “Phobia”(1980), “Fuga para a vitória”(1981), e “Annie”(1982).
Além disso, fez dois biopics notáveis: o impressionista “Moulin Rouge”(1952), sobre a vida de Toulouse-Lautrec, e o grisalho “Freud- além da alma”(1962), com um destroçado Montgomery Clift, e onde contou com um argumentista de peso: Jean Paul Sartre. Adaptou ao cinema Herman Melville “Moby Dick”(1956), Flanery O’Connor “Sangue selvagem”(1979) e Malcom Lowry “Debaixo do vulcão”(1984), além dos já citados Tennessee Williams e James Joyce.
Um capítulo negativo na sua trajectória foram as alterações que sofreram “Sob a bandeira da coragem”(1951), “O bárbaro e a gueixa”(1958) e “O passado não perdoa”(1960). Nem um cineasta tão corajoso, valente e lutador conseguiu aguentar magnatas tão broncos, incultos e ambiciosos. Trabalhou como actor às ordens de três grandes cineastas: Otto Preminger (“O cardeal”- 1963), Orson Welles (no inacabado “The other side of the wind” – 1972) e Roman Polanski (“Chinatown” – 1974). E enfim, também realizou produtos frívolos tão pouco envergonhantes (e até defendidos), como “O tesouro de África”(1953), com argumento de Truman Capote, “As cinco caras do assassino”(1963) e “Casino Royal” (1967).
Fica claro que John Huston foi um intelectual de acção ( e não um rebelde de salão), que se rodeou de outros bom-vivants (e mulherengos) como Chaplin e Hemingway (?), pelo que é difícil encontrar-lhe um herdeiro ou um discípulo. Sobretudo porque as suas aventuras não são épicos de playstation nem os seus aventureiros são super-homens, mas sim párias esfarrapados com pó nos sapatos, os bolsos vazios e a camisa suada, loucos sofridos, imperfeitos, com uma grande história por trás e o orgulho mil vezes moído. Seguramente há um único seguidor: Clint Eastwood, que interpretou o realizador em “Caçador branco, coração negro”(1990), que recriava a rodagem de “A rainha africana”. Se o rude Eastwood tem filmes tão delicados como “As pontes de Madison County”(1995), Houston conseguiu fazer-nos saltar a lágrima com “Entre o amor e a morte”(1969), “Cidade viscosa”(1972) e “Gente de Dublin”(fiquemo-nos com a cena da escada). E se a estátua do Falcão de Malta era feita da matéria com que se fazem os sonhos, a obra de Houston é edificada à base de valor, amor, desafios, murros, mulheres intrépidas, ladrões, soldados, quiméricos inquilinos de uma paisagem aberta e sem limites, personagens indómitos que caçam fortunas, cavalgam sobre baleias, libertam cavalos e convivem com iguanas.
(in “Premiére”)
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
Sempre gostei nuito desta canção com um dos poemas mais belos de Ary dos Santos; quando o poema se tornou realidade, tornou-se uma canção incontornável para mim.
Para ti, Déjan, minha "estrela da tarde"...
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Blogosfera - textos e comentários
Um blog é sempre um projecto pessoal (ou colectivo), onde se pretende, por razões várias, expressar ideias, sentimentos, iniciativas ou quaisquer outros factos que o(s) seu(s) autor(es) queiram tornar públicos. É lógico que a orientação de cada blog é unicamente vinculada pela mente do seu autor e ninguém terá que a questionar; ou gosta e lê, ou não gosta e abstém-se da sua leitura. Tenho na minha já vasta lista de blogs que frequento, as mais variadas orientações, e se lá estão, é porque me agradam, na sua diversidade.
O meu blog nasceu mais por curiosidade que por necessidade, mas, ao ir conhecendo a blogosfera, evoluiu, e hoje é mesmo uma necessidade para mim, pois é nele que expresso ansiedades, alegrias e tristezas, ideias, recordações e curiosidades; nele me encontro com autores doutros blogs com o mesmo tipo de viveres, e não só, alguns dos quais já “pularam” além da blogosfera e outros estarão a caminho; não tenho um blog vocacionado para nenhum tema especializado, alterno o pessoal com a realidade quotidiana, o passado com o presente, o sério com o brejeiro e a música, bem como as curiosidades da vida, têm nele parte importante. Habituei-me, no entanto a estabelecer, sem a preocupação de o fazer calculadamente, uma clara distinção nos assuntos que foco, entre aqueles que trato com uma seriedade e sensibilidade que penso serem inerentes a mim próprio, e aqueles outros que procuram dar alguma “cor” ao blog; os assuntos sérios, gosto de os dissecar, e por vezes sinto que não o faço suficientemente, pelo que a ajuda de alguns comentários, faz-me, nas respostas que retribuo, suprir algumas lacunas eventuais do texto.
E chegamos assim à questão dos comentários; ninguém diga que lhe é totalmente indiferente ter ou não ter comentários, pois embora um blog seja escrito essencialmente para comunicarmos as nossas ideias e gostos, se as sabemos compartilhadas, faz-nos bem ao ego; se não me ralo absolutamente nada em não ter comentários nos chamados posts “ligeiros”, ou tê-los “ligeiros” também, o mesmo não sucede com os textos mais preparados e sérios, pois como já referi, com eles, complemento ideias, completo o texto; habituei-me a comentar todos os comentários, até para mostrar a quem o escreveu, que prestei a devida atenção ao que foi escrito, embora compreenda que a maioria das pessoas o não faça.
Os amigos que atrás referi, que vou encontrando por aqui, só se conquistam mesmo através da troca de comentários, pois não são os textos que estabelecem as amizades, mas sim o conhecimento mútuo, que dos comentários advém, essa importante partilha.
Pela experiência, tenho visto blogs que acabam, ou porque chegaram mesmo ao fim, se esgotaram por si mesmos; ou porque num dado momento, as pessoas se cansam desta rotina; compreendo-os e aceito tais situações, embora nalguns casos, me seja difícil admiti-lo…
Para não cair nesse cansaço, e embora esteja consciente que tenho mais tempo disponível do que a grande maioria dos amigos que vou lendo, ponho um post, mais ou menos de dois em dois dias, para ir tendo tempo para visitar e comentar os outros e dar tempo aos outros de me visitarem a mim.
Espero que estas considerações não tenham sido senão o “chover no molhado”, mas senti necessidade de as explanar aqui e de as dedicar especialmente ao meu amigo Paulo, pois sei o quanto está “saturado” de tanta coisa e tem razões de sobra para isso, e o seu blog (e do Zé, claro), é que paga…
Mas nós não deixamos, podes ter a certeza, rapaz…
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Libertemos a Liberdade
Reclamemos pois a liberdade da própria palavra Liberdade, que nos dias de hoje está sequestrada nas mãos de uns traficantes que apenas a querem prostituir em bordéis mediáticos. Libertemos a liberdade para a colocar no lugar que merece, que não seja a liberdade que protege os interesses e privilégios de alguns, mas sim a liberdade para amar como quisermos, para invocar o deus ou a deusa que mais nos inspire ou a nenhum, e para falar e escrever sem medo das represálias ou da enorme sombra de falsos rumores convertidos em verdades. Liberdade para ir cimentando uma futura convivência mais harmónica e plural.
(Lucía Etxebarria, in “Zero”)
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Klaus Nomi
Nomi mudou-se da Alemanha para Nova York em meados dos anos 70. Após um encontro fortuito num nightclub, David Bowie contratou-o como cantor de suporte para uma actuação no Saturday Night Live em 1979. Nomi também colaborou com Manny Parrish.
Nomi é lembrado pelos seus espectáculos bizarramente teatrais, onde usava bastante maquilhagem, roupa invulgar e penteados altamente estilizados. As suas músicas eram igualmente invulgares, desde interpretações de ópera clássica acompanhadas por sintetizadores a covers de músicas como The Twist de Chubby Checker. Nos anos 90, Nomi era frequentemente mencionado nos monólogos de Dennis Miller como uma das suas referências obscuras favoritas.
Em 2004, foi feito um documentário sobre a sua vida e carreira: The Nomi Song
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Um país...que país?
Caso único, quando a referida Declaração é expressamente feita para resolver o caso do Kosovo?
O enviado especial da RTP diz bem quando refere que o Kosovo é um país completamente inviável, quer política, mas principalmente quer económicamente; e que os festejos de hoje serão uma triste realidade já a partir de amanhã; parece que se está a jogar um jogo entre adolescentes, tipo estratégica, mas com imensos riscos reais.
Fiquei admirado e satisfeito por ouvir ontem as afirmações cautelosas de Cavaco Silva sobre o assunto. Entretanto vamos ver o que dá a reunião de emergência do Conselho de Segurança das NU, iniciada hoje e a prosseguir amanhã, a pedido da Rússia e da Sérvia.
Déjan, I'm ALLWAYS with you and your country!
Abaixo, junto a Declaracão nº.1244 supra citada, que embora longa e em inglês, pode eventualmente interessar alguém.
Adopted by the Security Council at its 4011th meeting,on 10 June 1999
The Security Council,
Bearing in mind the purposes and principles of the Charter of the United Nations, and the primary responsibility of the Security Council for the maintenance of international peace and security,
Recalling its resolutions 1160 (1998) of 31 March 1998, 1199 (1998) of 23 September 1998, 1203 (1998) of 24 October 1998 and 1239 (1999) of 14 May 1999,
Regretting that there has not been full compliance with the requirements of these resolutions,
Determined to resolve the grave humanitarian situation in Kosovo, Federal Republic of Yugoslavia, and to provide for the safe and free return of all refugees and displaced persons to their homes,
Condemning all acts of violence against the Kosovo population as well as all terrorist acts by any party,
Recalling the statement made by the Secretary-General on 9 April 1999, expressing concern at the humanitarian tragedy taking place in Kosovo,
Reaffirming the right of all refugees and displaced persons to return to their homes in safety,
Recalling the jurisdiction and the mandate of the International Tribunal for the Former Yugoslavia,
Welcoming the general principles on a political solution to the Kosovo crisis adopted on 6 May 1999 (S/1999/516, annex 1 to this resolution) and welcoming also the acceptance by the Federal Republic of Yugoslavia of the principles set forth in points 1 to 9 of the paper presented in Belgrade on 2 June 1999 (S/1999/649, annex 2 to this resolution), and the Federal Republic of Yugoslavia's agreement to that paper,
Reaffirming the commitment of all Member States to the sovereignty and territorial integrity of the Federal Republic of Yugoslavia and the other States of the region, as set out in the Helsinki Final Act and annex 2,
Reaffirming the call in previous resolutions for substantial autonomy and meaningful self-administration for Kosovo,
Determining that the situation in the region continues to constitute a threat to international peace and security,
Determined to ensure the safety and security of international personnel and the implementation by all concerned of their responsibilities under the present resolution, and acting for these purposes under Chapter VII of the Charter of the United Nations,
Decides that a political solution to the Kosovo crisis shall be based on the general principles in annex 1 and as further elaborated in the principles and other required elements in annex 2;
Welcomes the acceptance by the Federal Republic of Yugoslavia of the principles and other required elements referred to in paragraph 1 above, and demands the full cooperation of the Federal Republic of Yugoslavia in their rapid implementation;
Demands in particular that the Federal Republic of Yugoslavia put an immediate and verifiable end to violence and repression in Kosovo, and begin and complete verifiable phased withdrawal from Kosovo of all military, police and paramilitary forces according to a rapid timetable, with which the deployment of the international security presence in Kosovo will be synchronized;
Confirms that after the withdrawal an agreed number of Yugoslav and Serb military and police personnel will be permitted to return to Kosovo to perform the functions in accordance with annex 2;
Decides on the deployment in Kosovo, under United Nations auspices, of international civil and security presences, with appropriate equipment and personnel as required, and welcomes the agreement of the Federal Republic of Yugoslavia to such presences;
Requests the Secretary-General to appoint, in consultation with the Security Council, a Special Representative to control the implementation of the international civil presence, and further requests the Secretary-General to instruct his Special Representative to coordinate closely with the international security presence to ensure that both presences operate towards the same goals and in a mutually supportive manner;
Authorizes Member States and relevant international organizations to establish the international security presence in Kosovo as set out in point 4 of annex 2 with all necessary means to fulfil its responsibilities under paragraph 9 below;
Affirms the need for the rapid early deployment of effective international civil and security presences to Kosovo, and demands that the parties cooperate fully in their deployment;
Decides that the responsibilities of the international security presence to be deployed and acting in Kosovo will include:
Deterring renewed hostilities, maintaining and where necessary enforcing a ceasefire, and ensuring the withdrawal and preventing the return into Kosovo of Federal and Republic military, police and paramilitary forces, except as provided in point 6 of annex 2;
Demilitarizing the Kosovo Liberation Army (KLA) and other armed Kosovo Albanian groups as required in paragraph 15 below;
Establishing a secure environment in which refugees and displaced persons can return home in safety, the international civil presence can operate, a transitional administration can be established, and humanitarian aid can be delivered;
Ensuring public safety and order until the international civil presence can take responsibility for this task;
Supervising demining until the international civil presence can, as appropriate, take over responsibility for this task;
Supporting, as appropriate, and coordinating closely with the work of the international civil presence;
Conducting border monitoring duties as required;
Ensuring the protection and freedom of movement of itself, the international civil presence, and other international organizations;
Authorizes the Secretary-General, with the assistance of relevant international organizations, to establish an international civil presence in Kosovo in order to provide an interim administration for Kosovo under which the people of Kosovo can enjoy substantial autonomy within the Federal Republic of Yugoslavia, and which will provide transitional administration while establishing and overseeing the development of provisional democratic self-governing institutions to ensure conditions for a peaceful and normal life for all inhabitants of Kosovo;
Decides that the main responsibilities of the international civil presence will include:
Promoting the establishment, pending a final settlement, of substantial autonomy and self-government in Kosovo, taking full account of annex 2 and of the Rambouillet accords (S/1999/648);
Performing basic civilian administrative functions where and as long as required;
Organizing and overseeing the development of provisional institutions for democratic and autonomous self-government pending a political settlement, including the holding of elections;
Transferring, as these institutions are established, its administrative responsibilities while overseeing and supporting the consolidation of Kosovo's local provisional institutions and other peace-building activities;
Facilitating a political process designed to determine Kosovo's future status, taking into account the Rambouillet accords (S/1999/648);
In a final stage, overseeing the transfer of authority from Kosovo's provisional institutions to institutions established under a political settlement;
Supporting the reconstruction of key infrastructure and other economic reconstruction;
Supporting, in coordination with international humanitarian organizations, humanitarian and disaster relief aid;
Maintaining civil law and order, including establishing local police forces and meanwhile through the deployment of international police personnel to serve in Kosovo;
Protecting and promoting human rights;
Assuring the safe and unimpeded return of all refugees and displaced persons to their homes in Kosovo;
Emphasizes the need for coordinated humanitarian relief operations, and for the Federal Republic of Yugoslavia to allow unimpeded access to Kosovo by humanitarian aid organizations and to cooperate with such organizations so as to ensure the fast and effective delivery of international aid;
Encourages all Member States and international organizations to contribute to economic and social reconstruction as well as to the safe return of refugees and displaced persons, and emphasizes in this context the importance of convening an international donors' conference, particularly for the purposes set out in paragraph 11 (g) above, at the earliest possible date;
Demands full cooperation by all concerned, including the international security presence, with the International Tribunal for the Former Yugoslavia;
Demands that the KLA and other armed Kosovo Albanian groups end immediately all offensive actions and comply with the requirements for demilitarization as laid down by the head of the international security presence in consultation with the Special Representative of the Secretary-General;
Decides that the prohibitions imposed by paragraph 8 of resolution 1160 (1998) shall not apply to arms and related matériel for the use of the international civil and security presences;
Welcomes the work in hand in the European Union and other international organizations to develop a comprehensive approach to the economic development and stabilization of the region affected by the Kosovo crisis, including the implementation of a Stability Pact for South Eastern Europe with broad international participation in order to further the promotion of democracy, economic prosperity, stability and regional cooperation;
Demands that all States in the region cooperate fully in the implementation of all aspects of this resolution;
Decides that the international civil and security presences are established for an initial period of 12 months, to continue thereafter unless the Security Council decides otherwise;
Requests the Secretary-General to report to the Council at regular intervals on the implementation of this resolution, including reports from the leaderships of the international civil and security presences, the first reports to be submitted within 30 days of the adoption of this resolution;
Decides to remain actively seized of the matter.
Annex 1
Statement by the Chairman on the conclusion of the meeting of the G-8 Foreign Ministers held at the Petersberg Centre on 6 May 1999
The G-8 Foreign Ministers adopted the following general principles on the political solution to the Kosovo crisis:
Immediate and verifiable end of violence and repression in Kosovo;
Withdrawal from Kosovo of military, police and paramilitary forces;
Deployment in Kosovo of effective international civil and security presences, endorsed and adopted by the United Nations, capable of guaranteeing the achievement of the common objectives;
Establishment of an interim administration for Kosovo to be decided by the Security Council of the United Nations to ensure conditions for a peaceful and normal life for all inhabitants in Kosovo;
The safe and free return of all refugees and displaced persons and unimpeded access to Kosovo by humanitarian aid organizations;
A political process towards the establishment of an interim political framework agreement providing for a substantial self-government for Kosovo, taking full account of the Rambouillet accords and the principles of sovereignty and territorial integrity of the Federal Republic of Yugoslavia and the other countries of the region, and the demilitarization of the KLA;
Comprehensive approach to the economic development and stabilization of the crisis region.
Annex 2
Agreement should be reached on the following principles to move towards a resolution of the Kosovo crisis:
An immediate and verifiable end of violence and repression in Kosovo.
Verifiable withdrawal from Kosovo of all military, police and paramilitary forces according to a rapid timetable.
Deployment in Kosovo under United Nations auspices of effective international civil and security presences, acting as may be decided under Chapter VII of the Charter, capable of guaranteeing the achievement of common objectives.
The international security presence with substantial North Atlantic Treaty Organization participation must be deployed under unified command and control and authorized to establish a safe environment for all people in Kosovo and to facilitate the safe return to their homes of all displaced persons and refugees.
Establishment of an interim administration for Kosovo as a part of the international civil presence under which the people of Kosovo can enjoy substantial autonomy within the Federal Republic of Yugoslavia, to be decided by the Security Council of the United Nations. The interim administration to provide transitional administration while establishing and overseeing the development of provisional democratic self-governing institutions to ensure conditions for a peaceful and normal life for all inhabitants in Kosovo.
After withdrawal, an agreed number of Yugoslav and Serbian personnel will be permitted to return to perform the following functions:
Liaison with the international civil mission and the international security presence;
Marking/clearing minefields;
Maintaining a presence at Serb patrimonial sites;
Maintaining a presence at key border crossings.
Safe and free return of all refugees and displaced persons under the supervision of the Office of the United Nations High Commissioner for Refugees and unimpeded access to Kosovo by humanitarian aid organizations.
A political process towards the establishment of an interim political framework agreement providing for substantial self-government for Kosovo, taking full account of the Rambouillet accords and the principles of sovereignty and territorial integrity of the Federal Republic of Yugoslavia and the other countries of the region, and the demilitarization of UCK. Negotiations between the parties for a settlement should not delay or disrupt the establishment of democratic self-governing institutions.
A comprehensive approach to the economic development and stabilization of the crisis region. This will include the implementation of a stability pact for South-Eastern Europe with broad international participation in order to further promotion of democracy, economic prosperity, stability and regional cooperation.
Suspension of military activity will require acceptance of the principles set forth above in addition to agreement to other, previously identified, required elements, which are specified in the footnote below.(1) A military-technical agreement will then be rapidly concluded that would, among other things, specify additional modalities, including the roles and functions of Yugoslav/Serb personnel in Kosovo:
Withdrawal
Procedures for withdrawals, including the phased, detailed schedule and delineation of a buffer area in Serbia beyond which forces will be withdrawn;
Returning personnel
Equipment associated with returning personnel;
Terms of reference for their functional responsibilities;
Timetable for their return;
Delineation of their geographical areas of operation;
Rules governing their relationship to the international security presence and the international civil mission.
Notes
Other required elements:
A rapid and precise timetable for withdrawals, meaning, e.g., seven days to complete withdrawal and air defence weapons withdrawn outside a 25 kilometre mutual safety zone within 48 hours;
Return of personnel for the four functions specified above will be under the supervision of the international security presence and will be limited to a small agreed number (hundreds, not thousands);
Suspension of military activity will occur after the beginning of verifiable withdrawals;
The discussion and achievement of a military-technical agreement shall not extend the previously determined time for completion of withdrawals.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Lisboa Antiga
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
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Onde é que andam o IPPAR, o IPA e todos esses institutos que, supostamente, servem para preservar o nosso legado histórico? a espada do Nuno! Com estojo e tudo! Telefonem, depressa!
Colete não recomendado contra o crime Não dá para ir à Cova da Moura, mas pelo menos fica bem com a T-shirt dos Iron Maiden
Se for preciso até canto a do cacilheiro! Porra, além de tudo o resto, a senhora tem carteira de fadista! Que mais é que você quer para a sua empresa?
Aviso: Carolina Salgado estará presente; dá-sa preferência a odores fortes...