Kneza Milosa é uma rua de Belgrado; não é a maior, pois o Boulevard Aleksander, por exemplo é muito maior; não é a mais animada, pois as diversas ruas piedonais no centro, têm uma imensidade de gente sempre, mas sobretudo no Verão; mas é talvez a mais importante rua da capital sérvia – para mim é de certeza, pois é lá que o Déjan mora - mas mesmo para toda a gente, pois esta rua com um movimento automóvel constante, que vem da auto-estrada até ao centro (termina no Parlamento), tem locais muito importantes, nomeadamente a residência oficial do primeiro ministro, vários ministérios (Negócios Estrangeiros, Interior, Defesa, Obras Públicas, entre outros), todos ele belos edifícios, tem muitas embaixadas, entre elas a americana e tem edifícios esventrados, destruídos completamente por bombas lançadas pela Nato, e sob a égide de Bill Clinton, para forçar o então todo poderoso e bastante odiado também pelos sérvios, Slobodan Milosevic a abandonar o Kosovo e a entregar essa província sérvia à guarda das Nações Unidas; nesses bombardeamentos os belos edifícios que agora vimos reconstruídos foram também arrasados, deixando as ruínas do então Ministério da Defesa e do Ministério do Interior, para mostrar a brutalidade dos efeitos das bombas.
Claro que foram bombardeamentos “cirúrgicos” e que visaram, não só em Belgrado, mas em todo o território sérvio, as grandes unidades de produção, as pontes e outros objectivos estratégicos.
Um apontamento para referir que a casa do Déjan é em frente das ruínas do M. da Defesa, pelo que ele, quando as bombas começavam a cair se limitava a abrir as janelas para o efeito das bombas não estilhaçar as vidraças; ainda bem que do outro lado da rua, a 170 metros da sua casa fica a embaixada dos americanos, que com certeza teria que ser poupada.
Por todas estas vicissitudes por que o povo sérvio foi passando, pelos muitos milhares de mortos que a guerra lhe levou, sempre com a ideia de que eles foram sempre os maus e os únicos maus, vale a pena voltar ao assunto do Kosovo.
Assim farei após saber o resultado das eleições presidenciais do próximo domingo, entre o europeísta e actual presidente Tadic e o nacionalista Nikolic, que embora ambos se oponham à independência do Kosovo, terão diferentes modos de agir, talvez.
Claro que foram bombardeamentos “cirúrgicos” e que visaram, não só em Belgrado, mas em todo o território sérvio, as grandes unidades de produção, as pontes e outros objectivos estratégicos.
Um apontamento para referir que a casa do Déjan é em frente das ruínas do M. da Defesa, pelo que ele, quando as bombas começavam a cair se limitava a abrir as janelas para o efeito das bombas não estilhaçar as vidraças; ainda bem que do outro lado da rua, a 170 metros da sua casa fica a embaixada dos americanos, que com certeza teria que ser poupada.
Por todas estas vicissitudes por que o povo sérvio foi passando, pelos muitos milhares de mortos que a guerra lhe levou, sempre com a ideia de que eles foram sempre os maus e os únicos maus, vale a pena voltar ao assunto do Kosovo.
Assim farei após saber o resultado das eleições presidenciais do próximo domingo, entre o europeísta e actual presidente Tadic e o nacionalista Nikolic, que embora ambos se oponham à independência do Kosovo, terão diferentes modos de agir, talvez.
Pois é... é o verso e reverso de uma bela e surpreendente cidade! Imagino que o Déjan, de tão farto e habituado ao massacre quotidiano, já encarasse com alguma paciência e estoicismo os alertas e as bombas que se tornaram omnipresentes.
ResponderEliminarPelo sim, pelo não ia pelo Tadic...
Posso imaginar a tristeza de algu�m a ver as bombas a cair e a destruir a sua cidade. Ainda por cima sempre com o receio que algum dos bombardeamentos cir�rgicos erre o alvo.
ResponderEliminarTamb�m gostaria de ver o resultado das elei�es mas como n�o conhe�o a realidade da pol�tica local n�o tenho nehuma prefer�ncia.
Um abra�o.
Caro João Manuel
ResponderEliminarestou muito preocupado com toda aquela situação; eu também votaria no Tadic, aliás como o Déjan, mas penso que ganhará o outro, o que irá extremar as situações.
O Déjan, infelizmente já passou por situações muito dramáticas, desde os seus 15 anos e eu temo que algo mau, aconteça por ali.
Tentarei no próximo post ser mais explícito.
Bom fim de semana.
Abraço.
Pois, amigo Paulo, embora os bombardeamentos fossem cirúrgicos, muitos mortos causaram, infelizmente.
ResponderEliminarQuanto à situação actual, a "desinformação" que nos chega, é pouca e "trabalhada"; como disse atrás, espero 2ª.feira, esclarecer alguns pontos obscuros...
Abraço e bom fim de semana.
impressionantes as fotos, duma crueldade que chega a ser poética de tão intensa. claro que sabermos que há pessoas como nós, para mais pessoas que amamos, que vivem essa tragédia, retira poesia à situação.
ResponderEliminarconheço muito pouco da situação na região, mas aprendo contigo.
grande abraço
Não sei até que ponto é que situações dessas possam entrar na rotina. Acho que só quem passa por elas poderá ter uma opinião. É bom que não se reconstrua tudo, que fiquem marcas visíveis para ilustrar a história.
ResponderEliminarEnquanto estive lá, li no Público on line um artigo, bastante comentado, que me surpreendeu muito pelo conhecimento demonstrado e pela quase total condenação da independência do Kosovo; será esse o ponto de partida do post prometido.
ResponderEliminarAbraço, amigo Miguel.
Sou da tua opinião, caro Tonghzi
ResponderEliminare também acgo muito bem que certas marcas sejam deixadas para não caírem no esquecimento, não dos que lá vivem, mas dos que por lá passam.
Abraço.
Aguardamos então um parecer mais aprofundado caro Pinguim :)
ResponderEliminarAmigo Will
ResponderEliminarestou a fazê-lo, mas terá que ser necessàriamente extenso e trabalhoso, claro.
Abraço.
Interessante...
ResponderEliminarGosto as fotografias que tão bem complementas com o texto. Vou aguardar esse próximo post.
Um abraço
Amigo João
ResponderEliminarestou com um certo receio desse próximo post; já eatá pràticamente feito, e será o post mais extenso desde sempre, deste blog e estou com medo que por isso mesmo não seja lido; e é pena, pois é preciso que as pessoas saibam coisas que os "media" não dizem...
Abraço.
Amigo,
ResponderEliminargosto tanto de te ler que não tenhas receio, quem não quiser ler não leia, certo?
Fico à espera de aprender contigo :)
Beijinhos
Querida Sónia
ResponderEliminarestou à espera dos resultados para pôr o post; fá-lo-ei logo à noite.
Beijinhos.
Eu que já passei ,num contexto muito diferente, por ver a minha casa meio destruída por bombardeamentos, não posso deixar de me emocionar (negativamente) com estas imagens. Mas não concordo que se deva deixar alguns destroços para preservar a memória histórica. Para isso servem os monumentos.A maior vitória que os povos têm sobre a destruição das guerras é a capacidade de voltar a por tudo de pé.Mas a memória é importante sem dúvida.
ResponderEliminarUm abraço.
Amigo Rui
ResponderEliminarnão sou nem quero ser coscuvilheiro, mas confesso ter ficado curioso, mais pela tua observação de ter sido num contexto muito diferente, sobre as causas dos bombardeamentos sobre a tua casa; quanto á manutenção de alguns destroços para preservar a memória histórica, embora tal, neste caso,desgigure totalmente uma artéria nobre, não deixo de estar de acordo, até porque foram bombardeamentos ordenados por um homem que o mundo se habituou a adnirar, Clinton. E apenas ficaram dois, tendo todos os outros sido reconstruídos.Aliás, em Berlim, permanece e é monumento nacional a torre da Igreja na Ku'dam, a principal rua da cidade.
Abraço.