quarta-feira, 28 de julho de 2010

Desporto "fora do armário"

O amigo Ovelha Tresmalhada publicou há dias um excelente post acerca da “saído do armário” do famoso atleta de rugby galês Gareth Thomas. Foi talvez até ao momento o desportista que assumiu a sua homossexualidade, com maior impacto, devido a praticar um desporto viril e de características marcadamente masculinas, mas também pelo tipo de pessoa que é: reservado, adulto e nada espalhafatoso, muito comedido.
Claro que houve , antes, diversos atletas de variadas actividades, que tiveram a mesma coragem de Gareth Thomas; e este post é uma homenagem a todos el@s, mas deixo no ar uma pergunta: quantos homene e mulheres, uns mais conhecidos que outros, e que praticam desporto não são homossexuais ou lésbicos? Como se sabe, cerca de 10% da população mundial pertence ao mundo GLBT e porque há tão poucos a admitir as suas orientações homossexuais? Geralmente por medo. E foi mesmo esse  medo que levou ao suicídio do único futebolista, com certo renome a não aguentar a pressão de ter mostrado ao mundo que era homossexual:  Justin  Fashanu.
Estou certo que depois de G.Thomas outros surgirão, como sucedeu com alguns atletas olímpicos, mas de pouca nomeada.
Aproveito para deixar aqui os links de uma excelente reportagem sobre este assunto, que o amigo Mike me enviou, que apenas pecam pela sua duração:
"Inside Sport - A Look At Gay Sportsmen Around the World"
Parte 1 -
http://www.youtube.com/watch?v=wjU2FeU_3qI
Parte 2 - http://www.youtube.com/watch?v=vDYOPXyXEaQ
Parte 3 -  http://www.youtube.com/watch?v=w9QDiASNfc8
Seguem as fotos de alguns dos mais conhecidos desportistas que tiveram a coragem de se assumir como homossexuais ou lésbicas.
A primeira desportista a assumir-se e uma lenda do ténis mundial - Billie Jean King

John Amaeshi, basquetebolista norte americano.
Greg Louganis, o famoso nadador norte americano
Justin Fashanu, futebolista inglês, que se suicidou após ter-se assumido como homossexual.
Martina Navratilova, uma das melhores tenistas de sempre.
Donal Óg Cusack, atleta irlandês de uma modalidade pouco conhecida entre nós - o hurling.
Amelie Mauresmo, tenista francesa, ainda hoje em actividade e muito bem colocada no ATP.
Mathew Mitchum, o saltador para a água australiano, medalha de ouro nos JO de Pequim.
Gareth Thomas, galês, um dos melhores jogadores do rugby mundial.

22 comentários:

  1. è bom ver que no mundo do desporto em geral se começa a ver atletas a saírem do armário, acho que o campo do desporto está um pouco lado a lado com o da tropa em termos de descriminação.

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  2. Ricardo
    no desporto impera o medo, no que se refere à reacção do público; foi essa reacção negativa que levou Justin Fashanu ao suicídio.
    Abraço amigo.

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  3. Uma pessoa homossexual não é menos profissional por isso.
    Não é menos humana por sê-lo.

    Custo a acreditar como ainda existe gente que se nega a admitir homossexuais na sociedade. Principalmente em um momento em estão na moda conceitos como "inclusão", "aceitação", "não ao preconceito".

    Que hipocrisia é essa, meu deus!

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  4. GiGi
    Neste caso, não será hipocrisia, mas puro medo de um mundo hostil.
    Beijinho.

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  5. belo post, Pinguim. acho que só falta aqui um dos meus ídolos, o Greg Louganis. sempre o admirei muito e, curiosamente, sempre achei que ele era gay, até ter sido assumido por ele, a seguir aos Jogos Olímpicos de Seoul.
    abração

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  6. Miguel
    tens toda a razão; foi uma falha imperdoável, que se reparares já está colmatada. Assim pudesse acontecer em todas as coisas - quando algo faltou, poder ainda acrescentar a falta e assim enriquecer a verdade das questões.
    Obrigado pela chamada de atenção e provavelmente haverá outr@s, mas também depende um pouco da popularidade de cada um, a sua inclusão aqui.
    Abraço amigo.

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  7. Por acaso, às vezes em conversa, já tenho ironizado com o assunto, porque ao que parece, Portugal deve ser o único país do mundo (ou era até há bem pouco tempo) em que não havia homossexuais! Na visa política, na vida do espectáculo, na nossa vida de todos os dias. Havia o diz que disse, mas assim alguém que chegasse e desse o peito à batalha, ah isso nem pensar. Isto remete-me para o ser católico. Ahh poizé! As pessoas têm medo de dizer "eu sou católico", porque haverá logo uns quantos pseudo-intelectuais que virão com todas as teorias da conspiração. A comparação aqui vem só do medo, temos que dar a mão à palmatória, que tantas e tantas vezes a mesquinhez da sociedade tem justificado. A verdade é que ninguém é melhor ou pior desportista, ou profissional de uma qualquer área por causa da sua opção. Pode-se é ser um bocadinho menos homem/mulher na forma como olhamos o mundo e o aceitamos/vivemos.
    Beijo

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  8. Meldevespas
    em Portugal, também no futebol se murmurou acerca de "a" ou "b", mas nada de concreto.
    Vou até fazer uma confidência pessoal: eu, há muito tempo atrás, por uma questão de acaso, mais do que qualquer outra, dormi uma noite na mesma cama com um futebolista de popularidade muito relativa, e "as coisas aconteceram" e o à vontade da pessoa em causa foi notório; pois de manhã, estava aterrorizado com a ideia de que eu pudesse tornar publica essa nossa intimidade, pois dizia ele, destruiria a sua carreira...
    Isto é um bom exemplo, penso eu.
    Quanto ao meio artístico, já vão surgindo as primeiras "coragens": Victor de Sousa, Goucha, Dina, Ana Zanatti, Lara Li, João Grosso e outros, embora haja tantos que continuam a assobiar para o lado, apesar de toda a gente saber o que se passa, como por exemplo o Malato, o Herman, entre outros.
    Penso que em nada teriam as suas carreiras prejudicadas se se assumissem; o caso de um pivot da SIC, cujo nome desconheço, que ao assumir a sua homossexualidade, teve da parte de Balsemão, inclusive, a oferta de férias para poder ir casar aos EUA com o seu companheiro.
    Os tempos estão a mudar, mas até "tudo" ser considerado normal, como é, o caminho é longo.
    Beijinho.

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  9. pinguim não sabia que Justin Fashanu se tinha suicidado nem tão pouco o motivo. Aliás nem o conhecia. Isso chocou-me, chocou-me porque me choco sempre quando esta sociedade não consegue ouvir uma verdade, não consegue ouvir alguém sincero e não consegue concluir que não lhe cabe a ela julgar os gostos de alguém. Ele apenas amava, não matou, não roubou, apenas quis ser corajoso e sincero e assumir o que muitos escondem. Escondem e compreende-se porque, nem todos aguentam a pressão que é feita sobre eles. Esta sociedade está feita para os hipocritas e moldada por eles. Tenho muita admiração pelos corajosos, esses merecem todo o meu apoio tenham eles os gostos que tiverem. Assumirem-se como são é o mais digno que pode haver. Já te disse que tens lá outro selo?
    Beijinhos

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  10. Brown Eyes
    infelizmente assim foi...
    tudo está explicado nessa reportagem de que deixo os links.
    Ainda não vi o teu selo, pois estou bastante atrasado na leitura dos blogs; possivelmente vou lá esta noite.
    Mas desde já fico agradecido.
    Beijinho.

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  11. João, sabia que ias aproveitar os links melhor que eu.:-)
    É realmente uma reportagem interessante sobre um assunto controverso que ainda é muito como a política das forças armadas americanas do "don't ask don't tell".
    E de todos os desportistas que abriram a porta do armário, nenhum deles deixou de ser bom naquilo que fazia só por se dizer gay.
    Aliás, no caso do Gareth Thomas (que tenho seguido com algum interesse...vá-se lá saber porque, ehehe), ele diz que não é um jogador de rugby gay. É um jogador de rugby, um homem.´
    É particularmente interessante ver a atitude dele e ouvi-lo falar é inspirador.
    Já agora deita o olho aqui: http://www.youtube.com/watch?v=vVQPgE5s3pM

    Grande abraço.

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  12. Miguel
    só se "ser gay" fosse um estigma, eles deixariam de ser excelentes profissionais; e isso ainda não passou pela cabeça dos homofóbicos.
    Já conhecia a declaração de Gareth Thomas, que é de longe, o exemplo máximo de uma correcta postura como Homem e como Desportista.
    Aproveitei para me "rir" de alguns comentadores do vídeo de que falas - que tristeza!
    Abraço grande.

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  13. Olá pinguim embora ache que não há necessidade de se andar com a orientação sexual colada na testa, também acho que cada vez há menos razões para se esconder e viver com sentimento de vergonha. As coisas na minha opinião devem ser naturais, isso é apenas um dos aspectos das pessoas que elas devem partilhar com o resto do mundo apenas se tiverem vontade. Agora concordo que figuras emblemáticas como as que abordaste neste post ajudam a afirmar a normalidade das pessoas com uma orientação sexual diferente da heterossexual e a deitar por terra muitos estereótipos. Abraço grande.

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  14. Olá Psi
    concordo inteiramente contigo; apenas constato que dentro do universo de pessoas que se assumem, no dia a dia, voluntariamente e porque se sentem bem em fazê-lo, a percentagem de desportistas é imensamente pequena, comparada a outros sectores da sociedade igualmente sujeitos a grande popularidade, como por exemplo no meio artístico.
    E, como também tu verificas, a saída do armário de um Gareth Thomas tem um eco, e estou a referir-me ao nosso "portugalzinho", muito mais profundo do que o facto do Goucha o ter feito (facto que me sensibilizou, mas que não foi senão assumir algo que toda a gente já sabia).
    Abraço amigo.

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  15. pinguim, passa la no Retiro a levantar uma coisa tua.

    Beijo*

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  16. Retiro...
    já passei e levantei duas coisas, em vez de uma, eheheheh.
    Quanto ao desafio, como lá deixei expresso vou dar continuidade: tenho dois posts na forja e depois lá virá esse...
    Beijinhos e obrigado pela(s) tua(s) lembrança(s).

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  17. Daqui a dez anos temos o Cristiano!

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  18. Félix
    sim, pelo menos 10 anos...
    Abraço amigo.

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  19. Já conhecia a maior parte das personalidades como sendo sendo homossexuais mas desconhecia a história de Justin Fashanu. Fui pesquisar e fiquei impressionado com alguns pormenores da sua vida. E mais convicto ainda de que o mundo do futebol é extremamente homofóbico. Justin foi o único futebolista homossexual a assumir-se e suicidou-se. E 20 anos depois dele ter saido do armário não houve mais nenhum homossexual a assumir-se no mundo do futebol profissional...
    Um reparo: a foto que publicaste não é do Justin mas sim do irmão John (que até é mais giro).
    Abraço

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  20. Caro X
    tens toda a razão no que referes à homofobia no mundo do futebol.
    Ainda há pouco aparecer uma foto que até nem era de um conteúdo gay, de dois conhecidos jogadores do Barcelona e perante certas reacções dos media, um dos jogadores teve declarações machistas e ordinárias revelando a sua total homofobia; e até é sueco!
    Quanto à foto do Justin, vou ver o que se passa.
    Abraço amigo.

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  21. a reportagem fica para quando tiver ligação net mais rápida, mas assim de repente o apanhado é bastante ecléctico. e eu gosto de listas! nem que seja para estruturar ideias e situar personalidades no tempo. além disso, por exemplo, nunca tinha ouvido falar de Billie Jean King...

    abraço

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  22. Paulo
    Billie Jean King foi a percurssora, talvez a mais corajosa de todas as pessoas que aqui estão, devido à época e por ser mulher.
    Abraço grande.

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Evita ser anónimo, para poderes ser "alguém"!!!