O julgamento, pelo Tribunal Supremo da Espanha, do juiz Baltasar Garzón, é um exemplo de nossos tempos, nos quais a subversão da lógica e da ética é a mais pavorosa forma de terrorismo. Como no século passado, estamos assistindo aos recados do fascismo, que se reergue, dos subterrâneos da História.
O cineasta Pedro Almodovar realizou um vídeo de homenagem a este juiz espanhol, que por denunciar os crimes do franquismo, foi julgado e condenado a abandonar a sua vida profissional.
Garzón sempre foi um defensor dos valores da liberdade e a ele se ficou a dever a prisão de Pinochet.
Condenam-se os milhões de mortos que monstros como Hitler ou Estaline causaram. E o mais de milhão de mortos que se podem assacar a Franco?
Garzón tentou denunciá-los, mas calaram-no.
Até quando?
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Hasta quando????
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Um homem notável. O que se está a passar é vergonhoso. Realmente 'Até quando?' vamos aceitar que as coisas continuem assim!!!
ResponderEliminarArrakis
ResponderEliminarinfelizmente está a assistir-se na Europa a um recrudescer da direita, com a desculpa da crise económica e por aquilo que se está a passar, temo realmente pela democracia no "velho continente".
Quando Homens do calibre de Garzón são "enxovalhados" na sua dignidade, tudo é possível,infelizmente.
Só quem já viveu sob uma ditadura sabe o que é ser-se realmente livre...
não tenho informação sobre o julgamento do juiz Garzon para perceber bem o que esteve em causa e poder ter uma opinião. mas fui tocado por este filme do Almodóvar, que reforçou a minha admiração e o meu apreço por aquilo por que ele tem lutado.
ResponderEliminaragradeço-te, a ti, teres trazido para o teu blog um tema tão importante, e este documento tão eficaz quanto tocante.
Miguel
ResponderEliminarcada vez tenho mais a noção de que um blog não pode ser demasiado "monocromático", mas deve ser o ais ecléctico possível.
Colho muita informação aqui na net, não só nos outros blogs, mas de uma maneira geral, não prescindo da minha visão pessoal das coisas e procuro que a opinião dos outros, através dos comentários ajude a enriquecer as postagens; é esta a minha "política".
E há tempo para tudo...
Abraço amigo.
Para tudo. E a Espanha parece-me tão atávica quanto a tudo isto, calando as vozes que despertam a realidade destes fantasmas.
ResponderEliminarE sim, a justiça é tão arbitrária quanto conluiada com o poder.
Obrigado, Almodóvar y Pinguíno, por non calaren!
João
ResponderEliminarpelo menos que se denuncie, já é um passo...
Abraço amigo.
ele abandonou mesmo ou foi proibido de exercer durante 11 anos?
ResponderEliminartens razão quando te referes ao crescimento da direita e receio que ainda virão tempos piores, mas o pavio está muito curto. até quando, perguntas?
bjs.
Margarida
ResponderEliminarfoi proibido!!!
E sim, o pavio está demasiado curto.
Vai começar provavelmente nas eleições gregas, democraticamente realizadas,mas...
Beijinho.
É preciso continuar a lutar, como Garzón fez e faz, e um dia estas arbitrariedades e estes crimes acabarão!
ResponderEliminarJustine
ResponderEliminarhomens como este não se calam, e muito menos se abatem...
Beijinho.
Tenho acompanhado esse processo, vejo muita TV Espanhola. A injustiça continua a crescer, de dia para dia, o fascismo continua, com outro nome. Beijinhos.
ResponderEliminarMary
ResponderEliminarhá uma espécie de "fascismo democrático" se isso não fosse uma aberração...
Beijinho.
Não podia estar mais de acordo. Até quando é a expressão certa!
ResponderEliminarAbraço
Mais uma boa lição...
ResponderEliminarSempe admirei esse grande homem :)
Abraço
Sérgio
ResponderEliminarpois é, e não devia ser...
Abraço amigo.
Francisco
ResponderEliminarchega-se à conclusão que se é admirado quando se trata de assuntos de cidadãos de outros países, como foi no caso de Pinochet, mas quando se trata do nosso povo (deles, dos espanhóis), aí já não se admira - pisa-se o risco, e é-se condenado.
o Homem é o mesmo e as acções semelhantes: denunciar situações de abuso de autoridade com consequências trágicas.
Abraço amigo.
Enquanto a investigação dele foi "lá fora", as vozes da direita espanhola andaram caladas. Mas quando se começa a mexer no vespeiro em casa.....
ResponderEliminarFernanda
ResponderEliminaracabei de te deixar um comentário sobre a coincidência destes dois posts: o teu e o meu.
Lê o que escrevi no comentário anterior...
Beijinho.
Há qualquer coisa no processo do juiz Garzón que me escapa. A Espanha é um país democrático, deve ter havido irregularidades. E ninguém está acima da lei, nem mesmo os heróis populares, como Baltazar Garzón.
ResponderEliminarBjs
Teresa
ResponderEliminarainda por cima quase todo o processo foi durante o governo de Zapatero, pese embora a separação de poderes, político e judicial...
Beijinho.
São histórias destas que me recordam que ainda há tanto para fazer...
ResponderEliminarBackpacker
ResponderEliminare tu estarás em melhor situação para ajuizares por ti próprio tudo isso que ainda há para fazer...
Abraço amigo.
E, no entanto, ninguém esperaria tal de um país que defendeu a coragem deste juiz!
ResponderEliminarAgressivos costumes? Não! Corruptos costumes! :(
Uma Sociedade sem valores, ou melhor com contra valores, está sujeita ao colapso. É só olhar a História...
De facto isto é vergonhoso. Em países que deveriam ser o expoente da democracia assiste-se a uma subversão da liberdade gritante. Com pena (e ironia) digo que 'não só em Portugal acontecem destas coisas'.
ResponderEliminarFragmentos
ResponderEliminaracima de tudo é isso que me intriga: como pode um homem coerente com os seus princípios de denúncia de crimes contra a Humanidade, passar de bestial (caso de Pinochet, em que quase foi considerado herói nacional) a besta, quando denuncia os crimes de Franco durante a Guerra Civil Espanhola?
Beijinho.
Um Coelho
ResponderEliminarnão, na corrupção, na hipocrisia política, e na "intocável" Justiça(?), Portugal está, infelizmente muito bem acompanhado.
Abraço amigo.
Estou chocada, desconhecia, realmente isto é vergonhoso em pleno século XXI e acontecerem situações destas.
ResponderEliminarIsto faz-me lembrar uma situação que li algures sobre um País eliminar dos seus livros de história uma guerra importante , só porque esta vitimava muita gente e as crianças não estão preparadas para tamanha barbaridade.
Abraço apertado :)
Sairaf
ResponderEliminareste mundo por vezes não merece certas pessoas...
É o caso!
Beijinho.
Sabes, em Portugal, após o 25 de Abril de 1974 e já com a Constituição de 1976, previa-se o julgamento dos responsáveis pela PIDE / DGS. Aliás, ainda hoje o mesmo se encontra patente na nossa Constituição, no artigo 292º da nossa Lei Fundamental e em outros diplomas avulsos. Conheceste algum caso de "um PIDE" que tenha sido julgado e condenado? Assim conheci eu!!! --'
ResponderEliminarAbraço. ^^
Mark
ResponderEliminarnós somos o tal país dos brandos costumes...
Não advogo o julgamento de todos os pides, embora o seu trabalho não seja o mais digno, mas dos dirigentes, sim, principalmente dos implicados em assassinatos conhecidos, como o de Humberto Delgado.
Abraço amigo.
Garzón cometeu o pecado capital, meteu-se com os franquistas! É preciso entender que a democracia espanhola se construiu com o beneplácito do movimiento franquista em troca de que os crimes do franquismo nunca seriam investigados e muito menos punidos. Garzón que tem toda a minha admiração, teve a coragem de afrontar esse acordo tácito da transição espanhola. E os franquistas, que ainda existem muitos em Espanha, não lhe perdoam essa audácia. Para mais num tempo, a nível internacional, que é pouco favorável. Alguns fascismos, ainda que disfarçados, vão pululando por aí. Por último, quero saudar o vídeo do Almodóvar, sensível e humano como sempre.
ResponderEliminarLear
ResponderEliminarum contributo, como sempre, muito válido para esclarecimento do facto em causa.
Abraço amigo.
Amarela
ResponderEliminarobrigado pela tua visita.
Beijinho.