Um deles foi Edmund White,
autor de vários livros que já li e de que gostei (O Homem Casado, Um Belo Quarto Vazio, Esfolado Vivo, Sinfonia a Despedida), escolheu os cinco livros gay de que mais gostou e que são os seguintes:
1. Jean Genet, Notre Dame des Fleurs
2. Christopher Isherwood, Um homem singular
3. Alan Hollinghurst, La stella di Espero
4. Edward Morgan Forster, Maurice
5. Andrew Holleran, Dancer from the dance
Destes, li e gostei muito de três: os de Jean Genet, Christopher Isherwood e E.M.Forster.
Achei interessante estas escolhas e aqui deixo as minhas, sem qualquer ordem de referência, e que não foram fáceis de escolher, até porque foram muitas e de grande valor, as minhas leituras deste tipo.
“As Canções”, de António Botto
“Memórias de Adriano” , de Margarite Yourcenar
“As Amizades Particulares”, de Roger Peyrefitte
“A Sombra dos Dias” , de Guilherme de Melo
“De Profundis” , de Óscar Wilde
Talvez surpreenda a inclusão de dois autores portugueses neste lote de cinco livres, mas considero o livro de Guilherme de Melo, uma pedrada no charco, na altura em que foi publicado e em que o autor conta com o mesmo desassombro com que assumiu a sua homossexualidade, na Lourenço Marques de então, onde era uma referência cultural e jornalística, a sua vida, sem omissões ou medos. Uma belíssima auto-biografia.
Quanto a “As Canções” é um livro de poesia, e penso que devia haver aqui um livro de poesia; sendo Botto, esse poeta maldito, quem, em Portugal melhor soube pôr em verso a homossexualidade sem medo, não hesitei.
Gostaria de vos convidar a deixar aqui, as vossas referências, dos livros que já leram, dentro deste contexto, e de que gostaram mais.
É um desafio, que alguns de vós, penso, não irão recusar.
Gostei muito deste post...
ResponderEliminarDeixa-me pensar e ver se me lembro do nome dos livro que li acerca de homossexualidade(esse post tem de ser pensado :)
Abraço
Francisco
ResponderEliminargostava realmente de uma referência da tua pessoa.
Abraço amigo.
eheeh gostei dessas letras :)
ResponderEliminarLeio muito, como sabes, (melhor, já li mais) outros tipos de leitura (profissional) me tiram do prazer da leitura que me toca.
ResponderEliminarLi Yourcenar e Oscar Wilde, da tua lista. Não pela especificidade do tema, mas porque os aprecio muito como escritores!
Já leste algum livro de Michael Cunningham?
Frederico
ResponderEliminareste abecedário, além de original, é bonito e não choca.
Abraço amigo.
Fragmentos
ResponderEliminareu também li muito e depois durante demasiado tempo (mesmo muito tempo) não li nada.
Agora estou "à procura do tempo perdido" e tenho um bom ritmo de leitura.
Neste tipo de leitura, a que chamo de literatura gay, cabe muita coisa e os limites são muito esbatidos; dou-te um exemplo, nos cinco livros que escolhi: dois deles são livros que se podem chamar com temas realmente gay - os de Peyrefitte e Guilherme de Melo; já "As Canções", "Memórias de Adriano" e "De Profundis" o não são, mas focam aspectos homossexuais.
Gosto de ler , dentro do possível, a obra toda de um escritor e em relação aos cinco autores que refiro, assim fiz.
Michael Cunningham está na minha lista, tenho até cá em casa "As Horas", mas ainda não cheguei lá.
E Gosto de variar a leitura; agora por exemplo, estou (finalmente) a ler "Se isto é um Homem", de Primo Levi, que nada tem de gay e que é muito bom.
Beijinho.
claro que eu não ia resistir, não é?
ResponderEliminarquanto à lista do Edmund White, há muitos anos que quero ler o Dancer From The Dance, do Andrew Holleran, mas nunca calhou. do Alan Hollinghurst já li 3 livros mas esse que ele indica não (acho quie o título em inglês é The Folding Star). e também nunca li a NSdF do Genet, dele só li o Querelle de Brest.
Quanto à tua lista, identifico-me muito com ela, só não conheço o livro do Roger Peyrefitte. e concordo muito com as tuas explicações, sobretudo em relação ao Botto.
lembrei-me de uma lista que fiz há uns anos no innersmile, dos melhores 5 livros de ficção portuguesa de temática gay. os que escolhi foram estes, com as justificações que dei na altura:
Guilherme de Melo – A Sombra dos Dias. Romance autobiográfico, que me marcou por três razões: pelo relato de como era a vida no Moçambique colonial, pelo relato da experiência da descolonização e da deslocação para Portugal, e por ter sido a primeira vez que eu li num livro de vocação popular um relato tão desabrido e assumido da vivência de um homossexual. Além disso, deu-me (alguém se lembra?) o pretexto para fazer o meu outing aqui no livejournal.
Álamo Oliveira – Até Hoje (Memória de Cão). Outro romance fortemente marcado pela experiência pessoal do autor. É um clássico da literatura de guerra colonial portuguesa, um dos pioneiros nessa área, e um dos que tratou o tema com mais raiva, desencanto e mesmo com uma violenta crueza. Lateral à acção de guerra, mas sempre presente, mesmo quando inominada, a relação entre João e Fernando que, já no fim do livro, iria explodir, ou desabrochar, de uma forma linda mas tristíssima numa pensão da baixa de Lisboa.
Al Berto – Lunário. Com Al Berto as fronteiras são difusas e é difícil dizer se se trata de um romance, de uma colecção de poemas, de um relato de viagens. Mas este relato das aventuras de Beno à procura de um amor perdido, e sobretudo à procura de si próprio, do que fica para lá dos seus limites, é, para todos os que o lêem, uma experiência de confronto que nos transforma e transfigura como só os grandes romances conseguem fazer.
Frederico Lourenço – Pode Um Desejo Imenso. A trilogia, que além do romance homónimo inclui mais dois: O Curso das Estrelas, e À Beira do Mundo. Permanece para mim um mistério a razão porque FL é tão mal-amado por uma certa camada da nossa inteligentzia. FL é dono de uma escrita elegante, fluida, carregada de sentido e de significado, que tenta capturar a intensidade da nossa vida comum, numa mistura bem conseguida de frivolidade, erudição e muito humor.
Eduardo Pitta – Cidade Proibida. Edição recente, é uma obra monumental de pouco mais de uma centena de páginas. Romance social, de onde o tema da homossexualidade, derivado da condição dos principais protagonistas, quase nunca deixa de estar presente, não virando as costas às palavras e às descrições mais cruas. Serve também para incluir nesta lista outras duas obras essenciais do autor: a colecção de contos Persona, e o ensaio literário Fractura. Pitta talvez seja, na actualidade, o nosso mais assumido e consagrado ‘autor gay’.
desta vez é que te deixo aqui mesmo um relatório interminável. mas como sabes quando começo a falar de livros não paro.
abração
Antes de mais devo dizer que este é um post extremamente interessante. Isto meu amigo é serviço publico. Dar a conhecer e divulgar "novos" livros é sempre enriquecedor.
ResponderEliminarQuanto ao meu comentário, acho que vou ficar aqui até amanhã...
Tendo tido uma educação "liberal" sempre pude ler tudo aquilo que me apeteceu. Enquanto os meus pares viajavam pela Inglaterra rural com a Enid Blyton eu percorria o Castro e São Francisco. Serve isto como introdução a lista de livros referente ao tema que aqui abordas e que enuncio por ordem de preferência:
- Correndo com tesouras - Augusten Burroughs
- A linguagem perdida dos guindastes - David Leavitt
- Antes que anoiteça - Reinaldo Arenas
- O vira pautas - David Leavitt
- Efeitos secundários - Augusten Burroughs
- Um criado exemplar - Alain Claude Sulzer
- A colcha de mármore - David Leavitt
- Uma casa no fim do mundo - Michael Cunningham
- O livro dos dias - Stephen J. Rivelle
- Querelle de Brest - Jean Genet
- Foi ontem e já me esqueci - James Bayly
E muitos outros que sinceramente não me lembro bem dos títulos ou dos autores e por isso mesmo não os coloco aqui.
Abreijos
Miguel
ResponderEliminarnem eu te perdoaria...
Mas vamos por partes: reparaste na música?
Quanto ao Peyrefitte, acho que devias ler toda a sua obra - "As Amizades Particulares" é o mais conhecido", mas tem uma série deles versando o Corpo Diplomático, muito interessante (devorei este autor juntamente com outra referência da literatura gay francesa, André Gide).
Da tua lista de ficção portuguesa, além do já citado "A Sombra dos dias", o "Até Hoje" é soberbo, maravilhoso, principalmente para quem esteve na guerra colonial.
Tenho que reler o "Lunário", pois há muitos anos que o li, já.
É uma vergonha só ter lido do Eduardo, o "Fractura" e terei que pôr essa escrita em dia.
Quanto a Frederico Lourenço é um autor que tem sido permanentemente adiado, mas lá chegarei.
Mas...e a lista internacional?
Estou muito curioso e não te vou perdoar a omissão. Quero-a aqui.
Aliás, como diz e bem, o Zé, este post pode e deve funcionar como um "serviço público".
Abraço amigo.
Zé
ResponderEliminarexcelente este comentário e um manancial para esse "serviço público" que referes.
Da tua lista, só li quatr: o do R.Arenas, o "Querelle" (li tudo do Genet) e os dois do David Leavitt, autor de que já li vários e tenho aqui para ler "A Colcha de Mármore".
Dos autores que citas, alguns estão referenciados para próximas compras, caso haja em português, como o Bayly, o Burroughs e o Cunningham.
Os outros dois entram no tal serviço público ("O Criado exemplar" e "Serviço Público").
Há um livro que não pus na lista, que estupidamente limitei a cinco e que lá mereceria estar; trata-se de "Fabrizio Lupo" de Carlo Coccioli!
E de uma forma mais genérica, autores como André Gide, Yves Navarre, Frank Ronan, Gore Vidal, Jim Grimsley e tantos outros.
Um dia havemos de nos encontrar os três, tu, o Miguel e eu, e estaremos horas e horas a falar disto...
Abraço amigo.
bom dia.
ResponderEliminaros livros que mais gostei e que abordam esta temática foram: “De Profundis”; “O retrato de Dorian Gray”; a primeira parte de “Nas tuas mãos”, de Inês Pedrosa, isto é, o diário de Jenny (Jenny é casada com António, que mantém uma relação homossexual secreta com Pedro). de momento, estou a ler Orlando, de Virginia Woolf, que não sendo de cariz homossexual, tem uma dualidade que me atrai, nasceu homem e transformou-se em mulher aos 30 anos.
obrigada pela sugestão. as minhas leituras de romances com esta temática são muito poucas, pelo que alguns dos livros que mencionaste estão na minha lista para ler brevemente.
bjs.
Margarida
ResponderEliminar"De Profundis" é talvez o mais comovente relato de um ser humano e a obra prima de um enorme talento literário que se tornou célebre na altura pelas suas peças repetidamente encenadas até hoje - Óscar Wilde!
Virginia Wolf é também uma enorme referência, neste campo e "Orlando" deve ser um grande livro,pois vi a sua magnífica adaptação ao cinema.
Esse livro de Inês Pedrosa (outro nome permanentemente adiado) será posto na minha agenda.
E quanto ao que dizes, penso que já tens muito material aí, nos comentários anteriores e espero que mais apareçam.
Beijinho.
Também gosto muito do Christopher Isherwood e adorei "Maurice". Os restante não li.
ResponderEliminarAbraços
Olá a tod@s:
ResponderEliminarBom, muitos dos livros ditos aqui já li, mas acho que foi "A linguagem perdida dos guindastes" de Leavitt que foi muito marcante para mim porque o li quando adolescente e era o primeiro de temática gay que lia. Ainda o recomendo a todo o mundo.
Vou recomendar-vos, -e digo-o em espanhol porque o li em castelhano e não sei a tradução do título ao português- da escritora italliana Melania G. Mazzucco: El beso de Medusa. Vão gostar mesmo.
E por falar de um escritor português, o último que li, foi "As lágrimas de Bibi Zanussi", de Pedro Gorski, coletânea de contos mesmo bons.
Mas gostei imenso no meados da década passada de "Pode um desejo imenso" de Frederico Lourenço, leitura interessante e também muito esclarecedora.
Leo
André
ResponderEliminartens razão, toda a obra do Isherwood é muito boa, incluindo, naturalmente o "Adeus,Berlim" e Também E.M.Forster é um extraordinário escritor, com muitas adaptações ao cinema (gostei particularmente do "Quarto com vista para a cidade".
Abraço amigo.
Olá Leonardo
ResponderEliminarobrigado pela tua visita; imagino que sejas português embora residente em Valência.
Sobre o livro de D.Leavitt parece não haver dúvida que é excelente.
Li, mas confesso não me ter surpreendido por aí além o livro do Pedro Gorsky e fiquei curioso sobre esse livro da autora espanhola de que falas.
Também já referi num anterior comentário o meu interesse pela futura leitura do Frederico Lourenço.
Obrigado pela tua participação.
Abraço.
ui, no que eu me fui meter.
ResponderEliminarpor partes: não consigo ouvir a música porque este computador bloqueia o YouTube, só hei-de conseguir ouvir em casa. mas agora deixaste-me em pulgas.
quanto à lista internacional, deixo aqui 11 (já quebrei todas as regras). deixei de fora a poesia e os biografias. para o leque ser mais variado escolhi apenas um livro de cada autor, e aquele que mais me parece mais representativo do tema (e que nem sempre foi o meu preferido - por exemplo, do David Leavitt já te tinha dito que o meu livro preferido é o Escriturário Indiano)
e pronto, a lista é esta:
- Armistead Maupin, Tales of The City (Histórias de São Francisco)
- Alan Hollinghurst, The Swimming-pool Library (A Biblioteca da Piscina)
- Christopher Isherwood, A Single Man (Um Homem Singular)
- Gore Vidal, The City and The Pilar (A Cidade e O Pilar)
- Edmund White, My Lives
- Quentin Crisp, The Naked Civil Servant
- Derek Jarman, At Your Own Risk
- Carlo Coccioli, Fabrizio Lupo
- David Leavitt, Family Dancing (Retratos de Família)
- James Baldwin, Giovanni's Room
- Colm Tóibín, The Story of The Night (História da Noite)
um dia destes vou publicar esta lista no meu estaminé :)
abração
Miguel
ResponderEliminarora cá está!
A.Maupin no seu melhor, não saberia dizer qual dos quatro primeiros livros das suas Crónicas de S.Francisco mais gostei; não gostei nada foi da interrupção da publicação da obra em português...
Isherwood já foi falado e é imprescindível; também já referi a excelência de Fabrizio Lupo.
"Dança de Família" (permite que te corrija), não é para mim o melhor Leavitt, nem mesmo "O Escriturário Indiano" (embora seja um livro magnífico é o menos gay dele),mas ele não tem livros maus.
Isto quanto aos que já li.
Dos não lidos, o de maior expectativa é o de Colm Toíbin, embora os de Derek Jarman e Quentin Crisp (adorei o filme), também sejam muito apelativos.
"A Cidade e o Pilar"está aqui para ser lido e o "My Lives" tem o problema que já sabes - só o encontro em inglês e isso torna a coisa complicada...
No entanto, depois de esgotadas as tentativas na lusa língua, vou tentar o castelhano ou o francês, com que lido muito bem.
De James Baldwin, li há muito "O Filho Nativo" e nada mais.
E ficávamos horas a falar mais de livros e livros...
Abraço amigo.
pinguim ultimamente a leitura não tem feito parte do meu dia a dia e sobre o tema nunca li absolutamente nada. Beijinhos
ResponderEliminarAqui está um exercício dificilimo para mim. Tirando Maupin, acho que nunca li nada dentro deste género, e mesmo Maupin não o enquadraria aqui (pelo menos numa primeira análise).
ResponderEliminarDepois de alguma reflexão, lembro-me do 'Morcegos Libertinos Borboletas Nocturnas', de Nelson Sacramento, que gostei quando li há uns anos atrás.
Mary
ResponderEliminarnão digo que seja sobre o tema gay, que não interessará a muita gente, mas sobre a leitura em geral, olha que faz muito bem, e sempre se arranja um tempinho aqui ou ali...
Beijinho.
Pinguim. A autora de que falo é italiana, não espanhola, e recomendo-te a leitura de qualquer um dos seus livros,embora nem todos sejam de temática gay. É muito boa escritora.
ResponderEliminarAproveito, Pinguim, para te dizer que não sou português, mas espanhol.
Um abraço
Leo
Amigo Coelho
ResponderEliminarembora não seja um conjunto de livros gay, algumas personagens, e importantes são-no, assim como o é o autor e a própria cidade de S.Francisco.
Podem e devem estas Crónicas fazer parte de um universo de literatura gay, e aliás sempre as vi catalogadas como tal.
Mas olha que tens aí em cima, nos diversos comentários, excelentes sugestões.
Abraço amigo.
Leo
ResponderEliminarmas que óptimo; já por aqui tenho um seguidor galego e muito me apraz ter outro do País Valenciano,que conheço e admiro.
Quanto à Malania, sim, eu sabia que era italiana, mas já localizei a obra em castelhano e hei-de adquiri-la.
Obrigado pela dica.
Abraço amigo.
Vou ficar em dívida.
ResponderEliminarPorém, já li "Memórias de Adriano".
Das que conheço, gosto da maior parte das obras já referidas, adorei por exemplo 'A Casa no fim do Mundo' do Michael Cunningham e as 'Memórias de Adriano' são um livro que releio vezes sem conta. Mas também há aqui muitos que não li e já fiz uma lista.
ResponderEliminarEu acrescentaria, dos que não foram aqui falados
Salto Mortal - Marion Zimmer Bradley
Morte em Veneza - Thomas Mann
Brideshead Revisited - Evelyn Waugh
A Confissão de Lúcio - Mário de Sá-Carneiro
toda a obra de Eugénio de Andrade
Dos livros que citas só li "Memórias de Adriano",conheço outras obras de Guilherme de Melo mas não a que citas.
ResponderEliminarAbracinho meu
Não li a maioria dos aqui mencionados (no post e comentários) embora tenha alguns nas estantes à espera de ser lidos.
ResponderEliminarMas escolho "Morte em Veneza", de Thomas Mann (e o filme do Visconti é outra pérola)
Caro Amigo João
ResponderEliminarTenho "As memórias de Adriano" como eterno livro de cabeceira, fascinante de todos os pontos de vista e com uma tradução para português fantástica da saudosa Maria Lamas.
Muito justa também a recordação de Guilherme de Melo e do seu "A sombra dos dias". Curiosamente tomei conhecimento dele de uma forma absolutamente inesperada: Numa daquelas entrevistas em que se fazem algumas perguntas de chacha perguntavam a Simone de Oliveira exemplos de várias coisas e uma delas era o do exemplo de homem mais corajoso que conhecera e ela deu o exemplo do Guilherme de Melo, fiquei curioso e quando vi à venda "A sombra dos dias" e vi o nome do autor e folheei o livro para tentar perceber o porquê do exemplo de coragem! E percebi...
O teu belo post e os magnificos comentários que aqui estão dão-me muitas sugestões de leitura que não irei esquecer igualmente!
Um abraço amigo e votos de boas melhoras!
Luis
Rosa
ResponderEliminare é um excelente exemplo.
O amor entre Adriano e Antinoo é maravilhoso e Yourcenar soube captá-lo de uma forma magnifica.
Beijinho.
Arrakis
ResponderEliminardos teus dois destaques, um é dos que eu citei e talvez o mais célebre dos livros focando a homossexualidade: "Memórias de Adriano" e o outro já há muito o tenho na minha lista e já vi o livro, que segundo dizem está muitos pontos abaixo do livro.
Da tua lista só não li o primeiro, "Salto Mortal"e que está há muito, esgotado. Adorei "Morte em Veneza", toda a poesia de Andrade, e tenho que reler "A Confissão de Lúcio" pois li-o quando ainda era muito jovem.
"Brideshead Revisited" é um clássico e embora o tenha lido só depois de ter visto a série, gostei muito.
Abraço amigo.
Maria Teresa
ResponderEliminarde "Memórias de Adriano" jáse falou muito; eu li a obra toda do Guilherme de Melo, e "A Sombra dos Dias" é melhor que todos os outros juntos; lê-se a correr...
Beijinho.
Sad Eyes
ResponderEliminarrealmente, a adaptação ao cinema de grandes obras literárias,geralmente dão barraca; não foi este o caso e é sem dúvida o melhor livro de Thomas Mann, embora outras obras dele sejam também importantes.
Abraço amigo.
Luís
ResponderEliminarnão foi por acaso que o citei, e o Miguel também; é um livro magnífico e uma das melhores autobiografias que tenho lido.
Reli-o o ano passado com um prazer redobrado; refiro-me, é óbvio ao livro do Guilherme de Melo.
"As memórias de Adriano" são para mim, junto ao "Petit Prince" os livros que mais vezes folheei e reli passagens.
Sobre os comentários a este post, estou verdadeiramente encantado, pois eles têm enriquecido esta postagem de uma maneira que eu nunca pensaria.
Assim, vale a pena ter um blog, com esta interacção, esta partilha.
Obrigado a tod@s.
Abraço amigo.
Caro Pinguim,
ResponderEliminarSou um livro-dependente, mas interessam-me sobretudo os temas de história (dentro desta adoro biografias), política e urbanismo. Por exemplo, no tocante a biografias ficcionais tenho lido um autor britânico que aprecio bastante que escreve sobretudo biografias de personalidades que foram no seu tempo (homo)bissexuais, como por exemplo alguns imperadores de Roma; o autor é Allan Massie. Também já li o Adriano da Yourcenar, onde a relação com Antinoo é central, mas onde se foca igualmente toda a obra desse grande imperador romano. Há algum tempo e, meramente por acaso, li um livro (Agora ou Nunca) de um autor norte-americano (Tom Spanbauer), sobre a descoberta da homossexualidade por parte de um adolescente na América rural, profunda, de meados dos anos 60.
Dele retive uma frase de um dos personagens, um índio que salvo erro se chamava Serano, e que como quase todos os indivíduos do seu grupo étnico era alvo de discriminação. A frase diz mais ou menos o seguinte: só há uma coisa pior do que ser índio: ser homossexual; referia-se obviamente à discriminação de que são alvo ambos os grupos.
O autor não é nenhum Nobel, mas o livro vai-nos transmitindo a impressão de um miúdo que num primeiro tempo o leitor apenas sente como diferente mas que com o desenrolar da história nos vamos apercebendo da sua orientação homossexual. Apercebemos nós os leitores e apercebe-se ele o personagem. Aliás penso que o personagem representa o autor e a sua experiência.
Um abraço de amizade.
Lear
ResponderEliminarembora e isso seja natural, goste de ler ficção e não só, sobre homossexualidade, também como tu, o livro histórico me dá o maior prazer.
Daí comungar contigo a dupla e enorme admiração pelo livro da Yourcenar.
Magníficas as dicas que aqui me deixas e também te quero lembrar dois livros magníficos de Gore Vidal sobre História, e sendo ele gay, os livros não o são: "Juliano" e "Criação"e a célebre trilogia de Mary Renault sobre Alexandre, o Grande.
Abraço amigo.
Pinguim
ResponderEliminarGracias pelas dicas. Do Gore Vidal só li o Washington D.C. Vou procurar os que me sugeres. Quanto ao Alexandre Magno nunca li nenhuma biografia ficcional sobre o personagem embora o conheça bem historicamente falando. Neste caso, e similarmente a Adriano-Antinoo temos a dupla Alexandre-Heféstion.
Um abraço de amizade
Lear
ResponderEliminarestou mesmo satisfeito; vais adorar os dois livros do Gore Vidal, principalmente o "Criação" que mostra como eram a Índia e a China(Catai), nos tempos áureos do imenso império persa.
E a trilogia da Mary Renault também, principalmente "O Jovem Persa".
Abraço amigo.
só ouvi agora a música. adorei a escolha. como já sabias que eu ia adorar.
ResponderEliminarabração
Miguel
ResponderEliminareu tinha-te avisado...
Abraço amigo.
My dear,
ResponderEliminarTambém gostei imenso de ler "O Homem Casado" de Edmund White! "Memórias de Adriano", de Marguerite Yourcenar, também está na lista dos meus favoritos. Devo destacar um livro que foi referido num comentário acima, "Uma Casa no Fim do Mundo", de Michael Cunningham, que é um dos que também gostei imenso de ler. :)
Deixo, aqui, o link de um post em que abordo, precisamente, os meus livros favoritos:
http://asaventurasdemark.blogspot.com/2011/10/desafio-dos-livros.html
Abraço. ^^
Mark
ResponderEliminarparece que fizeste progressos, pois acabaste por ler, e ainda bem, "O Homem Casado".
Claro que o livro de Yourcenar não poderia deixar de ser um dos teus favoritos.
Aconselho-te a ler o meu comentário ao Lear, sobre livros históricos, pois são livros que vais adorar, estou certo.
Abraço amigo.
Confissões de uma Máscara, de Yukio Mishima;
ResponderEliminarA Vida Privada de um Rapaz, de Edmund White;
De Profundis, de Oscar Wilde;
Todos os livros de Michael Cunningham, um dos meus escritores preferidos.
Maurice, de E.M. Forster.
Canções, de António Botto.
E li muitos outros vagamente associados ao tema em discussão.
Isso de «literatura gay» é claramente um exagero, uma nomenclatura que será ultrapassada se um dia vivermos numa sociedade emancipada, o que cada vez parece mais improvável... Enfim, todas as classificações servem para isto: dividir por estantes...
Recomendo vivamente o «Confissões de uma Máscara» de Yukio Mishima.
Abraço.
Tardou mas chegou...
ResponderEliminarEstou-me a referir a este teu comentário, André, pois ao fazer este post,confesso que apenas teria como quase certas as colaborações do Miguel, e as tuas.
Afinal foi uma muito agradável surpresa o grande número, e de alto valor, de comentários acerca deste assunto.
E também tardou, mas chegou,quem aqui pusesse o nome de um dos mais importantes escritores desta área: Yukio Mishima!
Era uma lacuna agora superada e contigo concordo ser "Confissões de uma Máscara" o seu melhor livro.
De resto, muito me satisfaz que ao nomeares os teus livros preferidos na área gay, tivesses optado por duas das milhas escolhas: os livros de Botto e de Wilde.
Cunningham já havia sido referido, mas quase sempre por uma só obra, e ao dares-lhe uma maior abrangência estás a fazer justiça ao autor.
"Maurice" tinha sido uma das escolhas de Edmund White, que foi o "leit motiv" deste post, e finalmente nomeaste aquele que talvez seja o melhor dos muitos livros deste autor sobre este tema- "A Vida Privada de um Rapaz".
Abraço amigo.
Oh amigo, sei que tenho andado um pouco ausente dos comentários... mas acontece que estou com uma constipação daquelas que não me quer largar, com quase 2 semanas - o que me deixa muito mal disposto e sem vontade de fazer nada, além de disparatar contra o governo no meu blog :-)
ResponderEliminarRelativamente ao assunto em questão, acrescentaria um livro que ainda não li porque nunca encontrei, mas que julgo que também deveria estar aqui. Julgo que já há tradução para português: Other voices, other rooms, de Truman Capote. Nenhum cânone dos escritores/literatura gay pode ser feito sem o Truman ;-)
Abraço.
André
ResponderEliminartens razão; ainda não o li, mas já sei onde o posso encontrar.
Também gostei muito do "Súplicas atendidas" do mesmo autor.
As melhoras e um abraço amigo.
Olha, este teu post deu-me uma ideia de escrever sobre «livros que nunca devia ter lido - mesmo».
ResponderEliminarMuito se falou aqui de Oscar Wilde, mas faltou referir-se a obra que é realmente literatura gay: «Teleny» - embora ainda subsistam dúvidas quanto à verdadeira autoria da obra. Eu sou daqueles que - embora o livro seja mesmo muito mau - acredita que é mesmo do Oscar Wilde: tem aqui e ali a linguagem epigramática característica de Wilde. Sobre esta obra escrevi em tempos este post no meu antigo blog: http://andrebenjamim.blogspot.com/2009/04/teleny-ou-o-reverso-da-medalha.html
Um outro livro que não devia ter lido mesmo, também de um dos meus autores dilectos (tem umas cenas homoeróticas, mas é essencialmente hardcore heterossexual), é «Opus Pistorum», de Henry Miller. Refiro-o porque sempre imaginei Henry Miller como a versão heterossexual de Oscar Wilde... (don't ask me why)
Abraço.
Ah, faltou-me acrescentar isto: do Truman Capote é o único livro que ainda não li. Outras vozes, outros quartos... Abraço.
ResponderEliminarQuanto a Súplicas Atendidas, sinceramente foi uma desilusão... Enfim, também para o autor foi um desastre. Obra inacabada, muito imcompleta, e pela qual perdeu os «amigos», e talvez a vida, cedo demais... Abraço.
André
ResponderEliminaré uma boa ideia, essa;
quanto ao "Teleny", também acredito que seja mesmo do OW, embora seja num estilo hard core,que não é o seu.
Como é o caso do "Opus Pistorum".
Aliás qualquer destes dois livros passam a barreira dos livros gays, para quase serem classificados como "pornográficos".
Do T.Capote não conheço muitos livros gay, além dos dois já mencionados.
Claro que duas das suas obras primas têm referências à homossexualidade,principalmente o "Sangue Frio", de longe o seu melhor livro.
Abraço amigo.
Aqui vai a minha lista:
ResponderEliminar1- Enquanto a Inglaterra Dorme de David Leavitt
Brian Bostford tem vinte e três anos, é escritor, e regressou a Londres depois de uma estadia na Alemanha. Inquieto com o que se passa à sua volta, não compartilha as ideias políticas da classe onde nasceu. Numa reunião organizada pelo Partido Comunista para apoiar a causa da República espanhola conhece Edward Phelan, um jovem proletário que trabalha no metro de Londres, e pouco depois começam a viver juntos. Mas Brian, apesar da felicidade que sente com Edward, está convencido de que a sua homossexualidade é uma questão passageira e inicia uma confusa relação com uma mulher. Edward decide então ir combater para Espanha.
A partir daí, o romance — até então uma crónica subtil sobre os jovens intelectuais fascinados pela esquerda e pelo dandismo — converte-se num admirável fresco sobre um dos períodos mais cruciais da nossa história.
Enquanto a Inglaterra Dorme, como disse o Publishers Weekly, é um melodrama no melhor sentido da palavra, subtil e maravilhosamente escrito.
foi o primeiro livro gay que li eo que mais me marcou ate hoje. foi o livro que me fez sair do " armário".
2- Arkansas de David Leavitt
Em Arkansas, o seu primeiro trabalho de ficção, posterior a Enquanto a Inglaterra Dorme (título já publicado pela ASA), David Leavitt reúne três novelas excepcionais que giram em torno do universo da sedução.
Em Saturn Street, um argumentista, deprimido com a vida que leva em Los Angeles, oferece-se como voluntário para distribuir almoços a doentes com SIDA e acaba por se apaixonar por um deles. Em Bodas e Madeira, Nathan e Celia reconciliam-se na Toscana, após uma separação de cinco anos, no meio de um apaixonado jogo de seduções a três que desconhece quaisquer escrúpulos morais. Em Trabalhos de Artista, um escritor chamado precisamente David Leavitt, refugiado em casa do pai depois do escândalo que envolveu a publicação do seu último romance, aceita fazer trabalhos de investigação para estudantes universitários em troca de favores sexuais..
gosto muito do David Leavitt. tenho todos os livros traduzidos.
3- 1ª Antologia de literatura homoerotica portuguesa lançado pela revista Korpus e opusgay ( acho que não saiu um 2º volume)
4- deixo 3 titulos de outro autor
- o anjo mudo - dispersos - lunário de Al Berto.
João
ResponderEliminarando à procura, em todo o lado, desses dois livros do David Leavitt, mas estão esgotados sempre.
Se calhar, um dia ainda tens que me os emprestar...
Quanto à antologia da Korpus, tenho-a e enfim, já li contos melhores...
Do Al Berto, tudo é bom, mas só li o Lunário.
Abraço amigo.
o blog do pinguim - wy not now?
ResponderEliminarAnónimo
ResponderEliminarnão é como dizes; é why not now!
hummmm, acho que só li o Vagabundos como Nós do Daniel Sampaio...ah e o Alma Trocada da Rosa Lobato Faria, muito bom por sinal!
ResponderEliminarIma
ResponderEliminarencomendei o do Daniel Sampaio a semana passada e o da Rosinha, infelizmente, parece estar esgotado...
Abraço amigo.
No mínimo criativo.
ResponderEliminarRafa
ResponderEliminargostava que tivesses deixado o nome de algum livro deste tipo que tivesses gostado.
Abraço amigo.
Olá, João:
ResponderEliminarJá ando há que tempos para te deixar algum registo sobre o tema que aqui tens. Pois, os livros sempre foram e são a minha perdição. Eu acho que leio de tudo um pouco. Andei, até, à procura de algo que escrevi sobre os livros e não encontrei. Devo ter isso guardado algures. Mas, uma coisa é certa. Eu namoro os livros. Olho para eles do lado de fora da montra. E começo a imaginar. Passo uma vez, passo duas e, à terceira, entro. Não resisto! Sou uma compradora compulsiva. Antes de ler, sento-me, a livraria onde vou tem um pequeno buffet com música de fundo, peço qualquer coisa para comer e eis-me, enquanto espero, a admirar o livro. Passo com as mãos pelas capas como quem acaricia o rosto de alguém, viro, reviro, aprecio a textura e, só no fim, é que o abra e embrenho-me no mistério. Ali estou eu, como se fizesse parto daquele todo.
Sobre literatura gay, li do Primo Levi “É isto um homem?” que considero um autêntico murro no estômago. Li o Salto Mortal da Marion Zimmer Bladley, uma maravilha. A história flui com uma doçura incrível.
Posso dizer-te que, além deste livros, este tema já o encontrei em diversas obras, não como ponto fulcral, mas como característica de algumas personagens. Cito-te, por exemplo, “ A coroa de Ervas”. Penso que é o segundo livro sobre o Amor e o Poder em Roma e é da Collen MacCulough. Aí é o imperador Sila que se enamora do escravo Metróbio para desgosto da mulher que irá assassinar. É curiosa a relação entre o imperador e o adolescente, descrito como muito belo. Esta mulher escreve tão bem que dá para ver tudo como se fosse um filme. E eu estou lá, muito perto, a ver e a sentir…
E muito mais haveria que dizer, mas fico por aqui.
Um abraço e boas leituras.
Isabel
Isabel
ResponderEliminardos três livros que falas, acabei de ler há dias o do Primo Levi, e se numa coisa concordo contigo (é um enorme murro no estômago), noutra não, pois é um livro excelente, mas não tem a mínima conotação gay.
O Salto Mortal ando a persegui-lo há muito, mas não o consigo encontrar, esgotado em todo o lado.
E o livro da Collen MacCullouh é uma dica excelente; vou averiguar.
Beijinho.
Olha, João, já li o Primo Levi há muito tempo e estava convencida que tinha qualquer coisa de gay. Olha, deixa lá. Quanto ao salto mortal é excepcional.Já o li há alguns 15 anos. Talvez seja por isso que não o encontres. Se tivesses mais perto, emprestava-te o meu. Quanto aos livros da Collen, talvez seja mais fácil. Tenho a colecção toda. Lá nisto, não falho. E tenho por aqui mais sobre esse tema. Só que, agora, nem me lembro. Livros de tudo e mais alguma coisa não me faltam... Olha, lê o Orlando da Vírginia Woolf. Excelente! Depois, gosto de biografias. Adoro Óscar Wilde e tudo quanto ele escreve. Até a literatura para crianças. Já leste? Livros que nos fazem quase "sangrar"!
ResponderEliminarAbraço
Isabel
Isabel
ResponderEliminareu hei-de conseguir o "Salto Mortal" nalgum lado...
Os livros da Collen já estive a cuscar e parecem-me interessantes, mas por ora tenho muita coisa para ler.
"Orlando" só vi o filme e adorei.
De Óscar Wilde li praticamente tudo.
Beijinho.
Depois de ter escrito sobre o Opus Pistorum, agora foi a vez do Teleny: http://thoughloversbelostloveshallnot.blogspot.com/2012/02/teleny-ou-o-reverso-da-medalha-de-oscar.html
ResponderEliminarAbraço.
André
ResponderEliminarjá lá vou ver...
Abraço amigo.