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sábado, 17 de dezembro de 2011

Aqui D'El Rei...

A mediocridade dos políticos portugueses vai sendo, dia a dia, progressiva.
Na actualidade, temos como primeiro ministro, um individuo que nunca fez nada na vida, a não ser uns "pescados" nos negócios do seu padrinho Ângelo Correia, tarde e às más horas, e que se viu catapultado a chefiar o seu partido, o seu verdadeiro e único fim, que conseguiu contra a vontade da maioria dos barões que por lá pululam; arranjou um governo de medíocres tecnocratas essencialmente teóricos, cujas principais figuras se encarregam das pastas mais sensíveis de um governo qualquer e principalmente de um governo em tempo de crise: Finanças e Economia.
Este governante, Passos Coelho, está a pôr em prática, e no superlativo, tudo o que condenou no anterior governo e de cuja queda foi o principal responsável.
Completamente rendido ao regime autoritário que comanda a UE - essa execrável figura que tem por nome Ângela Merckl e o seu fantoche Sarkozy (curioso e anacrónico, como a economia capitalista da UE está nas mãos de uma pessoa formada nos fundamentos económicos comunistas da extinta RDA), este "nosso" PM está internamente nas mãos do Gasparzinho, que com aquela cara de meter medo, parece ele próprio antecipar a morte.
O Portas, no intervalo de umas passeatas, vai dizendo umas patacoadas e esquece completamente todas as suas campanhas contra a violência, a falta de justiça e outras coisas muito próprias do seu populismo de feira, e lá vamos nós a caminho apressado do abismo, com todos os indicadores económico-financeiros cada vez mais negativos e francamente já chega de invocar a herança de Sócrates, pois já lá vão meses suficientes deste (des)governo, para começar a arcar com as responsabilidades próprias da ineficácia das suas medidas.
Para piorar a situação, o maior partido da oposição escolheu um líder que só me faz lembrar o Passos Coelho, quando estava na oposição; o Seguro é uma péssima escolha para liderar o PS, num período já de si, difícil de gerir, pelo facto de estar comprometido pelo acordo com a troika, e de ao mesmo tempo, combater o governo.
Sim, eu sei que sou suspeito, mas sou coerente: embora reconhecendo bastantes erros na governação de Sócrates, também fez coisas válidas e que agora a pretexto apenas de serem políticas suas, são completamente ignoradas - o exemplo do recente cancelamento do investimento da Nissan é disso exemplo, pois este governo se esteve sempre marimbando para as energias alternativas...
A contestação social vai subir de tom em 2012 e a repressão da mesma, também aumentará com formas ignóbeis como recentemente a infiltração de agentes policiais provocadores junto a S.Bento.
As pessoas estão a ficar mais que cansadas, estão a ficar assustadas com o que se passa nos seus agregados familiares e mais ainda com o que mais aí virá.
Sei que é uma hipotética situação completamente absurda, mas serve como exemplo: se hoje (amanhã com maior razão), houvesse eleições legislativas, com os mesmos líderes das últimas eleições, Sócrates ganharia com bastante facilidade essas mesmas eleições.

O título deste post foi-me sugerido por um post do blog "Troubled Water".

Adenda: ler, por favor, este texto
http://pegada.blogs.sapo.pt/1078940.html


©Todos os direitos reservados. A utilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Os Kennedy's - a realeza americana

Numa ensolarada manhã de Setembro do ano de 1953, em Newport, Rhode Island, a igreja de Saint Mary, decorada com crisântemos brancos e gladíolos rosa, recebia 700 convidados ilustres. O arcebispo de Boston presidia à cerimónia de casamento, que, para o regozijo dos presentes, teve direito a bênção papal, através de uma carta enviada pelo próprio Pio XII. Do lado de fora, 3 mil curiosos aglomeravam-se para ver tudo. A imprensa ocupava-se com os mínimos detalhes. A nação inteira torcia pela felicidade de Jacqueline e John Kennedy. Não fora o facto de eles serem cidadãos de uma república presidencialista, o casamento teria sido uma cerimónia real. Nos Estados Unidos não existem castelos, mas, se existissem, eles teriam sido habitados pela dinastia Kennedy.

Porém nem tudo que reluz é ouro na história dessa família. Tragédias também assombram o clã, cuja trajectória política teve início no século 19, quando o primeiro Kennedy decidiu "fazer a América".

Filho de imigrantes irlandeses pobres, P.J. Kennedy tinha tudo para ser mais um trabalhador braçal e alcoólatra quando largou a escola para trabalhar como estivador no porto de Boston. Mas, diferentemente dos irlandeses que trabalhavam naquele e em tantos outros portos ao redor dos Estados Unidos, ele não gostava muito de bebidas alcoólicas. Sem beber, Kennedy conseguiu comprar o primeiro bar, aos 22 anos, com o dinheiro que juntara trabalhando. Cinco anos mais tarde, em 1885, ele já era dono de três bares e de uma importadora de bebida, a P.J. Kennedy and Company.

Naquele mesmo ano, ele foi o primeiro Kennedy a entrar para a política, na Câmara de Representantes. A seguir vieram outros mandatos como representante e como senador.

Em Boston, outro político rivalizava com P.J. Kennedy: o prefeito John Francis Fitzgerald. Durante anos, eles alternaram momentos de oposição e aliança. Kennedy saiu-se bem na política. Já Fitzgerald envolveu-se em escândalos por causa de infidelidade e fraude, perdendo várias eleições para cargos diferentes. Entre alianças e rivalidades, as famílias Kennedy e Fitzgerald uniram-se em 1929, no casamento dos seus filhos, Joe Kennedy e Rose Fitzgerald.
Joe e Rose tiveram nove filhos e ficaram milionários de um dia para o outro. Foi em 24 de Outubro de 1929, exactamente no crash da Bolsa de Valores de Nova York. Joe ganhou 15 milhões de dólares, negociando acções antes do mercado explodir. Ele tinha informações privilegiadas, o que, numa época sem qualquer regulamentação, não era crime.

A fortuna de Joe Kennedy multiplicar-se-ia dez vezes em poucos anos, não apenas por causa dos seus investimentos imobiliários, da sua carreira de produtor de Hollywood ou do seu diploma em Harvard. A grande jogada de Joe foi burlar a Lei Seca, que imperava nos Estados Unidos desde 1920, proibindo a importação e o consumo de bebidas alcoólicas. Usando os seus contactos em Washington, obteve permissão para importar quantidades enormes de bebidas como se fossem medicamentos. Uma parte delas, vendeu-a aos compatriotas alcoólatras, ilegalmente. A outra parte foi guardada até que a Lei Seca acabasse e Joe tivesse o maior reservatório de licores do país.
“Joe Kennedy combinava a falta de escrúpulos com uma certa prudência. Foi assim que ele adquiriu riqueza e poder na bolsa de valores e em todos os seus outros negócios", afirma o escritor Ronald Kessler, autor do livro The Sins of the Father ("Os pecados do pai", sem tradução para o português).

Como bom jogador, Joe Kennedy apostou em Franklin Roosevelt para presidente na eleição de 1932. No ano seguinte, Roosevelt acabou com a Lei Seca e, em 1934, ofereceu ao aliado o cargo de presidente da recém-criada Comissão de Valores Mobiliários, que deveria regular o mercado de acções. A oferta foi aceite. 

Na campanha de 1936, Kennedy esteve de novo ao lado de Roosevelt e foi convidado para outros cargos. De 1938 a 1940, chegou ao auge da carreira política, como embaixador na Grã-Bretanha. Mas Kennedy teve de deixar o cargo após se posicionar contra a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Diferentemente do sogro, que continuou insistindo na própria carreira - e perdendo -, preferiu dedicar-se às carreiras políticas dos filhos. Joe Kennedy apostava na vocação política do primogénito Joseph Jr., que morreu na 2ª Guerra Mundial.
O patriarca então voltou os olhos para os outros filhos. Três deles decidiram seguir seus passos: John, Robert e Edward graduaram-se em Harvard e entraram para a política.
John Kennedy entrou para a Câmara de Representantes em 1946. Carismático, ele cumpriu três mandatos até que foi eleito senador, em 1952.
Naquele mesmo ano, John conheceu uma jornalista e fotógrafa principiante do Washington Times-Herald. O seu nome era Jacqueline Bouvier. Ela vinha duma família rica e aristocrata de Long Island. Falava francês e italiano, gostava de moda e tinha acabado de passar uma temporada em Paris. Jackie estreou na profissão com uma coluna própria, "Inquiring Camera Girl", em que publicava fotos e opiniões sobre os assuntos do dia de cidadãos que encontrava nas ruas da capital - um deles foi John Kennedy.


Jackie e Kennedy casaram-se depois dele ser eleito senador por Massachusetts, em 1953. No primeiro ano de casamento, John Kennedy teve que ser operado às costas e ficou oito meses de cama. Escreveu o livro Profiles of Courage ("Perfis de coragem",sem tradução para o português), sobre senadores americanos. Foi um best-seller que ganhou o prêmio Pulitzer de 1957, dando um prestígio intelectual fundamental para a carreira de Kennedy.


Em 1960, quando John Kennedy anunciou que concorreria à presidência dos Estados Unidos, foi a vez de Jackie ficar de cama. Grávida e com um histórico de fragilidade (já havia sofrido um aborto e tido uma filha nada morta), ela precisava de repouso. Participou na campanha trabalhando em casa, respondendo a cartas, dando entrevistas e escrevendo uma coluna semanal intitulada "Campaign Wife" (esposa em campanha) que era distribuída aos jornais de todo o país. 

A sua ajuda foi fundamental para John, que venceu Richard Nixon numa das eleições mais disputadas da história dos Estados Unidos. Segunda a editora de moda do Washington Post, Robin Givhan, "os críticos diziam que Jackie era francesa demais. Mas não havia quem não a imitasse. E o seu guarda-roupas é copiado no mundo todo até hoje".
 Entre a vitória e a posse nasceu o segundo filho do casal, John Fitzgerald Kennedy Jr. Teriam ainda mais um filho, que morreria dias depois de nascer. O discurso de posse entrou para a história: "Não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer por seu país". 

John Kennedy deu o cargo de secretário de Justiça para seu irmão, Robert Kennedy.
Juntos, eles enfrentaram a Crise dos Mísseis, quando um avião de espionagem americano fotografou navios soviéticos levando armas nucleares para Cuba. Por um acordo entre os governos dos EUA e da União Soviética, a tão temida guerra nuclear não aconteceu.
Em 22 de Novembro de 1963, fez a semana passada 48 anos, o mandato de John F. Kennedy, um dos mais populares da história da política americana, foi tragicamente interrompido. Num desfile presidencial pelas ruas de Dallas, no Texas, o presidente foi assassinado com um tiro na cabeça e outro no pescoço.
 
Quando a morte de John completou cinco anos, seu irmão, Robert, foi assassinado. Ele era candidato à presidência e vencera as primárias do Partido Democrata na Califórnia.
Nas décadas seguintes, vários Kennedys assumiram cargos públicos, mas tragédias impediram que a família tivesse outro representante na corrida pela presidência dos Estados Unidos. Foram tantas que há quem diga que o clã é amaldiçoado. 

John-John, filho de JFK, morreu pilotando o seu próprio avião em 1999, matando a esposa e a cunhada.
 O descendente mais notório tornou-se o irmão mais novo de John e Robert, o senador Edward Kennedy, mais conhecido como Ted, que faleceu em 2009 devido a um tumor maligno no cérebro. Ele nunca se candidatou à presidência, porque um episódio em 1969 manchou a sua imagem pública. Enquanto dirigia embriagado, o seu carro embateu numa ponte e caiu num rio de Massachusetts, matando a sua secretária. Ele só informou a polícia no dia seguinte. Ted, que não morreu nem quando um raio atingiu o seu avião em pleno ar, sempre afirmou que essa história de maldição familiar não é real.
Para uma família que ficou milionária com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, que teve a alegria de ver um de seus membros à frente da nação mais poderosa do mundo e o viu morrer assassinado, a céu aberto, num desfile presidencial, sorte e azar são conceitos que parecem não caminhar separadamente.
Eles enriqueceram enquanto o mundo ruía, conquistaram o Senado, a Casa Branca e inúmeras beldades de Hollywood. Não fossem as tragédias que ensombram a sua história, os Kennedy’s seriam uma família invejável.

domingo, 11 de setembro de 2011

Um documento emocionante

Tinha pensado não fazer um post dedicado ao décimo aniversário dos acontecimentos verificados nos EUA em 11/9/2001.
No entanto ao ver este vídeo postado por Pedro Sales no "Arrastão", não me contive e quase fora do controle, aqui está o vídeo do Daily Show de Jon Stewart dessa data.
Tocante e extraordinário.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Roberto e o BPN

Quase simultâneamente duas notícias vieram a público e ambas têm a ver com “vendas”.
Por um lado, o Governo anuncia a venda do BPN por 40 milhões de euros e por outro o Benfica anuncia a venda do guarda redes Roberto ao Saragoça por 8 milhões e 600.000 euros.
Parece não haver qualquer razão para estar a referir num só texto estas duas operações económicas; mas vejamos melhor…
No que respeita ao Roberto, o Benfica comprou este guarda-redes ao Saragoça por 8,5 milhões de euros, por 5 épocas, o que foi considerado, desde logo, um negócio esquisito, pois dar uma quantia tão elevada por um guarda-redes, só em casos excepcionais e nem o Benfica é o Real Madrid ou o Chelsea, nem o Roberto era um jogador rotulado por aí além. Veio a verificar-se que, desde logo, nos jogos de apresentação, como no início do campeonato, em que o Benfica perde os três primeiros jogos, que Roberto não terá sido, de forma alguma, um bom negócio para o maior clube português.
Ao fim de uma época, penosa para o jogador e para o clube, e contratados três novos guarda- redes, era evidente que o Benfica teria que “despachar” Roberto, mas para quem e em que condições que não lesassem demasiado as finanças do clube – dado, não, mas era certo que ou seria emprestado ou vendido por tuta e meia. Eis senão quando, um milagre se dá: Roberto é vendido ao Saragoça, clube com dívidas assustadoras, e com um lucro de 100.000 euros!
Eu, que até sou do Benfica, rejubilei duplamente, por saber que o Roberto não voltaria a dar “frangos” no Glorioso, e pela brilhante operação financeira. Mas, na realidade, há algo aqui que parece obscuro ou está mal explicado, o que levou a CMVM a pedir explicações, e muito bem ao clube da Luz.
Por outro lado, e num plano absolutamente diferente e muito mais importante, pois afecta todos os portugueses, o Governo, e dando cumprimento a um dos requisitos do acordo com a “troika”, vendeu o BPN ao BIC, que é liderado por Mir…ra Amaral e que é um dos mais importantes investimentos do governo angolano em Portugal, por…quarenta milhões de euros!!! Grande negócio, afirmam os senhores do Governo, os Espíritos Santos e outros que tal, pois acabou-se o sorvedouro de dinheiro dos contribuintes dos últimos longos meses para sustentar um banco dirigido quase exclusivamente por aqueles senhores que todos conhecemos muito bem e que têm em comum a estranha (?) coincidência de todos serem da esfera política chegada, e até pessoal do nosso (?) senhor Silva.
E além do mais, tinha sido mais uma das obrigações a que o actual Governo dá cumprimento, pois “eles” são assim: cumpridores e se possível com cumprimento a mais e tudo…
Só que, havia mais interessados no negócio da venda do BPN, entre os quais o Montepio Geral e um grupo de investidores, que já veio anunciar ter oferecido 100 milhões de euros, em vez dos quarenta, e, ainda mais importante, garantindo a manutenção de todos os postos de trabalho. Claro que no Parlamento, os pedidos de esclarecimento de um caso tão grave são chumbados pela maioria governamental, e lá irá uma Secretária de Estado a justificar o injustificável e mais nada.
Não seria, por absurdo que eu sei que é a comparação, um caso para que a CMVM pedisse explicações ao Governo?

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Grécia ... e nós, por cá!

A situação na Grécia está incontrolável, economicamente, politicamente e de uma forma especial, socialmente.
Os gregos já não sabem para onde se voltar e quase já não têm país.
Claro que muitas das culpas desta situação, vem desde há muito do descalabro da forma de viver dos gregos, com falcatruas, mentiras e inconcebíveis medidas, das quais (e são tantas), só refiro a mais ridicula: ser cabeleireiro era considerada uma profissão de risco, e como tal susceptível de reforma aos 50 anos!!!!!!!!!!!
Só quem nunca esteve em Atenas se pode admirar, pois se tomas um táxi, tens que o partilhar com mais 2 ou 3 pessoas e depois todos pagam...
Mas, claro que não foi só por causa destas coisas que a Grécia está como está: o mundo económico está numa espiral perigosíssima, com a Europa e o euro no meio do furacão e quem está a ser "triturado" nessa onda é principalmente a Grécia.
Sinceramente, não encontro, a curto prazo, uma solução para ver, sequer a luzinha ao fundo do túnel; mas eu não sou nem economista nem político.
Em vez de fotos chocantes dos acontecimentos chocantes dos últimos dias em Atenas e homenageando o desgraçado povo grego, aqui deixo dois vídeos com 35 anos de intervalo, ambos focando uma das mais conhecidas músicas e danças gregas, o tema de "Zorba, o grego", que Teodorakis compôs e Anthony Quinn dançou, no filme, com Alan Bates e depois com o próprio Teodorakis, quando já tinha 85 anos.

E porque quem fala na crise grega, fala logo em Portugal, aí está a primeira medida "salvadora" de Passos Coelho: vamos todos passar um Natal mais alegre; sim, pois como diz o povo "pobrete, mas alegrete"!!!!
E a procissão ainda está no adro...

Se fosse Sócrates a tomar esta iniciativa, já estaria convocada uma greve geral...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O CV do meu vizinho



Atente-se no CURRICULUM do moço que vai ser Primeiro-Ministro de Portugal

Nome: Pedro Passos Coelho
Morada: Rua da Milharada - Massamá
Data de nascimento: 24 de Julho de 1964
Formação Académica: Licenciatura em Economia (?)
(concluída em 2001, com 37 anos de idade), na Universidade Lusíada

Percurso profissional:
Até 2004, apenas actividade partidária na JSD e
PSD;
a partir de 2004 (com 40 anos de idade) passou a desempenhar
vários cargos em empresas do amigo e companheiro de Partido, o Engº
Ângelo Correia, tais como:

(2007-2009) Administrador Executivo da Fomentinvest, SGPS, SA;
(2007-2009) Presidente da HLC Tejo,SA;
(2007-2009) Administrador Não Executivo da Ecoambiente,SA;
(2005-2009) Presidente da Ribtejo, SA;
(2005-2007) Administrador Não Executivo da Tecnidata SGPS;
(2005-2007) Administrador Não Executivo da Adtech, SA;
(2004-2006) Director Financeiro da Fomentinvest, SGPS,SA;
(2004-2009) Administrador Delegado da Tejo Ambiente, SA;
(2004-2006) Administrador Financeiro da HLC Tejo, SA.



Eis o magnífico Curriculum Vitae do homem que vai governar este País!
Um homem que nunca soube o que era trabalhar, até aos 37 anos de idade!
Um homem que, mesmo sem ocupação profissional, só conseguiu terminar a
Licenciatura com 37 anos de idade (???!!!!...)!
Mais: um homem que, mesmo sem experiência de vida e de trabalho, conseguiu
logo obter emprego como ADMINISTRADOR!... Em empresas de Ângelo Correia,
barão do PSD e seu tutor político!...

E que acha o máximo estar com o Belmiro, o que mais fugas aos impostos faz em Portugal, com a sua rede de centros comerciais e supermercados!

E que nesse universo continua a exercer funções, sendo a eminência parda
deste futuro governante laranja...

É ESTE O HOMEM QUE FALA DE ESFORÇO NA VIDA? E DE MÉRITO?!
É ESTE O HOMEM QUE PRETENDE DAR LIÇÕES DE VIDA A MILHARES DE
TRABALHADORES PORTUGUESES QUE NUNCA CHEGARÃO A ADMINISTRADORES DE
EMPRESA ALGUMA, MAS QUE LABUTAM ARDUAMENTE HÁ MUITOS E MUITOS ANOS NAS SUAS EMPRESAS, GANHANDO ORDENADOS DE MISÉRIA!

É ESTE O HOMEM QUE, EM TOM MORALISTA, FALA DE BOYS? E DE COMPADRIOS?

E para finalizar em beleza o perfil deste nosso futuro primeiro ministro, esta "pérola"

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A diferença

Será realmente bastante diferente, fazer um discurso de vitória ou assumir uma derrota.
Mas um político democrático, tanto o é, como vencedor ou como vencido.
Vem isto a propósito de uma comparação que tenho que fazer entre o discurso vencedor de Cavaco Silva, no dia em que venceu a reeleição presidencial e o discurso de hoje em que José Sócrates assume por inteiro a responsabilidade da derrota do PS nas eleições legislativas de hoje.
Foi um discurso de um grande político, pese embora os seus adversários “pessoais”, que são muitos, e compreende-se que sejam muitos, dada a impopularidade das medidas que tomou; foi um discurso de um Homem, a quem espero a História faça justiça e para mim, a nível pessoal foi um discurso que me comoveu como amigo pessoal que sou dele.
Não me arrependo, é óbvio, do voto que lhe dei e só espero que o líder que o substitua no partido  - Francisco Assis é o meu preferido -  seja capaz pelas suas conhecidas capacidades, seja num breve período, um candidato a derrubar um Pedro Passos Coelho, para quem não vai haver estado de graça nem tempo para festejar.
Não temo que me chamem, como ontem me chamaram de “estúpido”, ao deixar aqui uma saudação muito especial a José Sócrates!!!!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vergonhoso!



Artigo de Vasco Graça Moura no DN

Há coisas que são de uma evidência escandalosa. Tenho vindo a enumerá-las e as circunstâncias impõem que continue a fazê-lo.
O Partido Socialista, nestes anos do Governo, deu cabo do país. Arruinou-o e fê-lo resvalar para um estado de penúria e de impotência que não tem comparação nem paralelo com nenhuma das crises mais graves dos últimos dois séculos. Enfeudou-o sem alternativa a interesses estrangeiros. Desacreditou-o internacionalmente. Tornou-o inviável.
Portugal não vale nada e passou a ser um país "abaixo de cão", ou, se se preferir, um não-país sem conserto. Um não-país que ficou na dependência absoluta dos seus credores. Um não-país que perdeu toda a autonomia política e económica. Um não-país cujos dirigentes socialistas perderam de todo o sentido da recuperação e da decência. Um não-país que nada pode oferecer à geração dos seus filhos e que já comprometeu todos os recursos que deveriam ser guardados para os seus netos.
Portugal é um não-país à imagem do Partido Socialista. O Partido Socialista tornou-se um partido sem dignidade e sem mérito, conduzido por gente sem mérito e sem dignidade. A única metáfora aplicável à situação (simples metáfora, sublinho, não vá algum dos idiotas úteis de serviço pôr-se a fazer interpretações literais) é a de que, nas próximas eleições, o Partido Socialista merece ser corrido a pontapé pelos portugueses.
Num país de abjecta subsidio-dependência e de calaceiros profissionais, isto pode não passar de wishful thinking como, de resto, algumas sondagens parecem indiciar. Mas alimentar essa esperança é a única saída que resta a qualquer cidadão decente: constitui uma obrigação cívica contribuir para o afastamento radical de uma cambada. Essa gente delapidou de tudo o que podia configurar uma independência nacional e representar um património produtivo, dignificador e útil.
Vemos o Partido Socialista, impante, a encrespar-se e a mandar vir todos os dias, como se o desastre não fosse com ele e não tivesse absolutamente nada a ver com o estado em que Portugal se encontra.
Sabe que não precisa de analisar a situação, nem de falar nas causas da desgraça, nem de fazer mea culpa e muito menos de assumir responsabilidades de qualquer espécie. "Lá vamos, cantando e rindo" podia ser o slogan insensato da sua campanha.
Esta estranha inversão dos comportamentos e da realidade dos factos só é possível num país de lorpas, em que a aldrabice infrene se tornou um método de acção política e a irresponsabilidade governamental aspira a transformar-se em princípio constituinte. Se Portugal não fosse um país de lorpas contumazes, é de duvidar que Sócrates saísse ileso dos lugares em que se põe a arengar e a dizer o que diz.
O homem apresenta-se como a encarnação da excelência governativa, paradigma das políticas virtuosas, campeão irrepreensível e bem sucedido do desenvolvimento e do progresso, salvador destemido da pátria. Vê-se na televisão, ouve-se na rádio, lê-se nos jornais e não se acredita.
Mas reconheçamos que em tudo isso há um mérito sinistro. A criatura sabe a quem se dirige e conta, mais uma vez, com a canalha analfabeta e irresponsável do costume para lhe dar um número expressivo de votos. Sabe que não precisará de cumprir nada daquilo que prometer, que terá depois a desculpa das imposições da troika e que a piolheira mais ignóbil provavelmente votará nele porque nunca deixará de esperar que haja sempre mais alguma coisinha a pingar do erário público.
É neste contexto que os responsáveis pelo maior falhanço da nossa história desde a revolução liberal procuram fazer dos outros parvos para lançarem uma estratégia de "sucesso".
Um novo sucesso de José Sócrates seria a última instância do trágico e a catástrofe sem remédio para Portugal. A troika fez um diagnóstico implacável e impôs todo um catálogo coerente de medidas correctivas. Mas, ante a repugnante bronquidão previsível no eleitorado deste não-país, o erro da troika foi um e só um: devia ter imposto a saída imediata de José Sócrates pela esquerda baixa.


(Os destaques são da minha autoria.) 

VGM pode ser um excelente tradutor, que o é. Mas é também um cacique ao serviço do PSD e  à espera de um tacho; sempre foi um lambe botas e não tem qualquer autoridade moral para insultar, como faz neste artigo, portugueses como ele, só porque não compartilham o seu compadrio político.
Vergonhoso!




sexta-feira, 29 de abril de 2011

O senhor Silva americano...




E ao contrário do senhor Silva, este Homem, engana-se algumas vezes e não comunica com os seus concidadãos pelo Facebook...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dia da Liberdade


Hoje, 37 anos passados, é mais importante que nunca, relembrar Abril. Agora, quando fruto de uma crise que a todos atinge, e que, em grande parte, se deve a uma crise mundial que pretende acima de tudo, destruir o euro, tanta voz se começa a levantar a pedir um novo Salazar, ou seja uma nova ditadura, das duas uma: ou se tem medo de perder regalias ou se é idiota chapado, caso deste palhaço

Pergunto a mim mesmo se este homem é digno de Abril?
Abril foi feito por homens de fibra, que apenas quiseram acabar com uma ditadura e uma guerra e entregar-nos a Liberdade de um país novo.
Na antítese desse palhaço está um grande militar e um grande Homem, que a morte ceifou cedo de mais, e que é, na realidade o rosto desta data que hoje se comemora: Salgueiro Maia.


Infelizmente, nos países democráticos da Europa Central e do Norte, começam a tomar uma força assustadora, alguns partidos da extrema direita, apologistas de políticas xenófobas e neo-nazis.
A Europa é um continente que está a perder a sua força, não só em relação aos EUA, mas e principalmente aos países chamados emergentes: Brasil, Índia, Rússia e principalmente China.
As novas gerações, que com honrosas excepções, quase desconhecem o que foi o 25 de Abril, e que sempre puderam expressar livremente as suas opiniões, decerto pensariam um pouco mais e com maior preocupação, se soubessem o que é viver em ditadura.

sábado, 2 de abril de 2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

A explicação do "porquê"

E que tal "perder" 14 minutos do seu tempo e ver este vídeo? Eu sei que quando aparece na blogosfera um vídeo longo, e aparentemente "chato", a tendência é ignorá-lo e passá-lo à frente.
Não importa; se houver meia dúzia de pessoas que o vejam, já fico satisfeito. E mesmo que as não haja, fico bem comigo mesmo em deixar esta mensagem aqui no meu blog.
Este vídeo explica muita coisa e mostra-nos que os problemas que hoje enfrentamos aqui em Portugal têm uma explicação, uma raiz que será muito difícil erradicar.
Entrámos numa espiral diabólica, de que é difícil sair e isto ultrapassa as políticas e os políticos portugueses, que apenas fazem parte de toda a engrenagem.
Peço desculpa, não estou a dizer que Sócrates tem razão; ele é apenas uma peça, como o será amanhã Passos Coelho e que não se resolve com protestos de rua ou com políticas de descontentamento defendendo os trabalhadores. Trabalhadores e reformados, estudantes e desempregados somos todos os que sofremos.
Por culpa de quem?
Talvez o vídeo ajude a explicar...

terça-feira, 15 de março de 2011

Mais uma do Sr. Silva


O sr. Silva continua a ser "brilhante" nos seus discursos recentes.
Hoje, na comemoração dos 50 anos do início da Guerra Colonial:

«Importa que os jovens deste tempo se empenhem em missões e causas essenciais ao futuro do país com a mesma coragem, o mesmo desprendimento e a mesma determinação com que os jovens de há 50 anos assumiram a sua participação na guerra do Ultramar.»

Senti-me, visado, e de uma maneira totalmente contrária; nem coragem, nem desprendimento e muito menos determinação. Era um jovem completamente "à rasca", como agora se diz.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Homossexuais no Estado Novo (1)


Acabei há dias de ler um livro muito interessante e que nos mostra como era difícil ser-se homossexual em Portugal nos últimos 100 anos, sendo um bom ponto de partida para a história dos movimentos LGBT no nosso país.
Trata-se de “Homossexuais no Estado Novo”, da autoria de São José Almeida, que cumprimento pelo seu trabalho de pesquisa e divulgação. Neste livro, colaboraram muitas pessoas, indirectamente, através dos seus testemunhos e documentação, entre os quais me permito destacar duas, sempre muito ligadas à história da homossexualidade em Portugal: o jornalista Fernando Dacosta e principalmente o Professor Universitário António Fernando Cascais.
Eu dividiria este livro em duas partes, muito subjectivamente: os anos que medeiam o início do Estado Novo e os meados da década de sessenta, e os posteriores, até ao 25 de Abril (embora no livro haja algumas referências ao imediato pós 25/4).
E isto porque foi nesse meio tempo que eu vim estudar e viver para Lisboa e comecei a viver a minha homossexualidade.
Dos tempos passados, se há figuras bem conhecidas, como António Botto, João Villaret e outros, também há nomes e histórias que eu não conhecia, principalmente no campo lésbico.
E há um muito apurado estudo de todo um processo legislativo da homossexualidade, ainda quando era considerada um crime e depois quando passou a ser considerada uma patologia. A documentação é grande e trabalhosa.
Há a descrição de episódios pessoais, que só por si valeriam a leitura; e há uma conclusão imediata: durante esses tempos a homossexualidade era vista de diferente maneira, conforme ela era passada numa elite burguesa e intocável, ou se era praticada pela sociedade em geral, o povo.
A partir de 1963, comecei a ver e a entender, enfim a “viver” as coisas de uma forma directa e portanto o livro tornou-se quase um álbum de recordações, de pessoas e lugares. Por isso e em próximas postagens irei dedicar alguma prosa a certas pessoas e locais desta Lisboa que eu conheci razoavelmente bem.

terça-feira, 8 de março de 2011

E viva o megafone

Parece que a moda veio para pegar; agora o que está a dar é o megafone.
Pega-se num megafone e aí vão os deolindos por uma reunião partidária adentro "chamar a atenção" para a "geração à rasca" e ao mesmo tempo promover a célebre manifestação do dia 12. E como, numa qualquer reunião partidária de qualquer partido, foram normalmente expulsos!
Pois que não, foram barbaramente agredidos, até invocaram o Dia da Mulher (ena valentes) e pois então foi uma atitude antidemocrática, porque não puderam ler o seu manifesto.
Não eram jovens carenciados e pouco evidenciavam ser partidários de partidos de esquerda; mais parecem aqueles betinhos que aparecem nos comícios do PSD ou do CDS.
É que esta manifestação dá para todos e dá para tudo...
Mas enfim, deixo aqui um extracto do telejornal da SIC, com declarações do novo ídolo português, Jel, o homem que vai desafiar a chanceler alemã a Dusseldorf, pois então; e também de Miguel Sousa Tavares com uma apreciação à vitória dos "cómicos" no Festival da Canção e o aproveitamento político disso para a manifestação do dia 12.
Numa coisa, pelo menos, estou de acordo com ele: não quero voltar a viver numa ditadura, pois ao contrário da grande maioria dos que estarão na manifestação, já vivi sob uma.


segunda-feira, 7 de março de 2011

O PREC na Eurovisão


Eu estou-me completamente borrifando no Festival da Eurovisão e na canção que ali nos representa.
Já foi tempo em que tanto o Eurofestival, como a escolha da canção representante do nosso país eram espectáculos de grande audiência e de enorme disputa; hoje, interessam a muito pouca gente.
Mas, vai-se repetindo a rotina e lá se escolheu no passado sábado a lusa representação.
Não vi o programa e não tenho qualquer opinião sobre as canções em disputa. Apenas conheço a que ganhou e com espanto vejo que foi escolhida uma canção que se tivéssemos mandado em 1975, durante o governo daquele tipo, o Vasco Gonçalves, teria algum cabimento.
Mas agora, com uma democracia estabelecida, pretender transformar uma canção de um grupo de imbecis numa bandeira do protesto de toda uma geração à rasca, é perfeitamente absurdo.
Esta é a minha opinião; e por concordar em absoluto com a opinião do cronista Ferreira Fernandes, do DN, aqui deixo a transcrição da sua última crónica, e que versa sobre este tema.
"A arma do povo é o televoto. Para o maior dos portugueses, elegeu Salazar; para os maiores do cançonetismo, os Homens da Luta. É um conservador este povo de valor acrescentado: se não são botas são boinas, é para aí que lhes foge o chinelo do voto. Mas foge-lhes só a eles? O povo votante deste Festival da Canção esteve ao nível das escolhas de tantos júris anteriores: o gel do Jel vale o mesmo que gelatinosas canções outrora vencedoras, o espanto fingido na cara pitosga do Falâncio é igual ao fingimento geral de outras divas que "nos" representaram. E, no entanto, este 47.º Festival foi especial. O duo disparatado que o ganhou vai dar o seu próximo recital na manifestação do dia 12 - aquela contra todos os partidos e todos os políticos, mas que já teve apoio expresso de alguns partidos e alguns políticos. Jel e Falâncio vão com aquele enxoval que os cunhou (como a carapinha loura ao Abel Xavier): a boina e as calças à boca de sino, o "pá" e o "camarada", mais a procissão que agora os acompanha, a ceifeira, o operário da Lisnave, o furriel de camuflado... Os saudosos do Verão Quente de 75 deveriam aborrecer-se, porque gozados pelo duo idiota, mas, ao que parece, estão encantados. Estes Homens da Luta são instrumento de uma tenebrosa vontade conspirativa? Antes fosse. Estes Homens da Luta são só a expressão vazia (mas vasta) de quem pensa, mesmo, que isto vai lá de megafone".

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Política e políticos portugueses


" Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal pelo Governo liberal de José Sócrates, um caso de um outro governo de centro-direita pedindo ao povo Português a fazer sacrifícios, um apelo repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora, historicamente deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria.

E não é por eles serem portugueses.
Vá ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores socioeconómicos, e você vai descobrir que doze por cento da população é portuguesa, o povo que construiu um império que se estendia por quatro continentes e que controlava o litoral desde Ceuta, na costa atlântica, percorrendo a costa africana até ao Cabo da Boa Esperança, a costa oriental da África, no Oceano Índico, o Mar Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da Índia e Sri Lanka. E foi o primeiro povo europeu a chegar ao Japão....e Austrália.
Esta semana, o Primeiro Ministro José Sócrates lançou uma nova onda dos seus pacotes de austeridade, corte de salários e aumento do IVA, mais medidas cosméticas tomadas num clima de política de laboratório por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contacto com o mundo real, um esteio na classe política elitista portuguesa, no Partido Social Democrata e no Partido Socialista, baloiços de má gestão política que têm assolado o país desde anos 80.
O objectivo? Para reduzir o défice. Por quê?
Porque a União Europeia assim o diz. Mas é só a UE?
Não, não é. O maravilhoso sistema em que a União Europeia se deixou levar é aquele em que as agências de Ratings, Fitch, Moody's e Standard and Poor's, todas elas estabelecidas nos Estados Unidos da América (onde havia de ser?) virtualmente controlam as políticas fiscais, económicas e sociais dos Estados Membros da União Europeia através da atribuição das notações de crédito.
Com amigos como estes organismos, quem precisa de inimigos? Sejamos honestos. A União Europeia é o resultado de um pacto forjado por uma França tremente e com medo, apavorada com a Alemanha depois que as suas tropas invadiram o seu território três vezes em setenta anos, tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e por uma astuta Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de pesadelo de Hitler. França tem a agricultura, a Alemanha ficou com os mercados para sua indústria.
E Portugal? Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos por motoristas particulares para transportar exércitos de "assessores" (estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e adivinhem de que país eles vêm? Não, eles não são Peugeot e Citroen ou Renault. Eles são Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.
Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD (Partido Social Democrata, direita) e PS (Socialista, de centro), têm sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos portugueses pelo esgoto abaixo, destruindo a sua agricultura (agricultores portugueses são pagos para não produzir) e sua indústria (desapareceu) e sua pesca (arrastões espanhóis em águas lusas), a troco de quê?
O que é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total de qualquer possibilidade de criar emprego e riqueza em uma base sustentável?
Aníbal Cavaco Silva, agora Presidente, mas primeiro-ministro durante uma década, entre 1985 e 1995, anos em que estavam despejando biliões através das suas mãos a partir dos fundos estruturais e do desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos melhores políticos de Portugal. Eleito fundamentalmente porque ele é considerado "sério" e "honesto" (em terra de cegos, quem tem olho é rei), como se isso fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal, é) e como se a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fossem um bando de sanguessugas e parasitas inúteis (que são), ele é o pai do défice público em Portugal e o campeão de gastos públicos.
A sua "política de betão" foi bem concebida, mas como sempre, mal planeada, o resultado de uma inepta, descoordenada e, às vezes inexistente localização no modelo governativo do departamento do Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses investidos que sugam o país e o seu povo.
Uma grande parte dos fundos da UE foram canalizadas para a construção de pontes e auto-estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o transporte interno e fomentando a construção de parques industriais nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que assentava no litoral.
O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para fugirem do interior e chegar ao litoral ainda mais rápido. Os parques industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram criadas, em muitos casos já fecharam
Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da UE vaporizou-se em empresas e esquemas fantasmas. Foram comprados Ferraris. Foram encomendados Lamborghinis e Maseratis. Foram organizadas caçadas de javali em Espanha. Foram remodeladas casas particulares. O Governo de Aníbal Silva ficou a observar, no seu primeiro mandato, enquanto o dinheiro foi desperdiçado. No seu segundo mandato, Aníbal Silva ficou a observar os membros do seu governo a perderem o controlo e a participarem. Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu próprio partido político. E nisso ele é um dos melhores.
Depois de Aníbal Silva veio o bem-intencionado e humanitário, António Guterres (PS), um excelente Alto Comissário para os Refugiados e um candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um buraco negro em termos de (má) gestão financeira. Ele foi seguido pelo diplomata excelente, mas abominável primeiro-ministro José Barroso (PSD) (agora Presidente da Comissão da EU, "Eu vou ser primeiro-ministro, só que não sei quando") que criou mais problemas com o seu discurso do que o resolveu, e passou a batata quente para Pedro Lopes (PSD), que não tinha qualquer hipótese ou capacidade para governar e não viu a armadilha. Resultando em dois mandatos de José Sócrates; um Ministro do Ambiente competente, que até formou um bom governo de maioria e tentou corajosamente corrigir erros anteriores. Mas foi rapidamente asfixiado por interesses instalados.
Agora, as medidas de austeridade apresentadas por este primeiro-ministro, são o resultado da sua própria inépcia para enfrentar esses interesses, no período que antecedeu a última crise mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo foram buscar três triliões de dólares de um dia para o outro para salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis, enquanto nada foi produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou projectos de educação).
E, assim como seus antecessores, José Sócrates, agora com minoria, demonstra falta de inteligência emocional, permitindo que os seus ministros pratiquem e implementem políticas de laboratório, que obviamente serão contra producentes. A Pravda entrevistou 100 funcionários, cujos salários vão ser reduzidos. Aqui estão os resultados:
Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos (94%). Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu melhor para me aposentar cedo, mudar de emprego ou abandonar o país (5%). Concordo com o sacrifício (1%) um por cento. Quanto ao aumento dos impostos, a reacção imediata será que a economia encolhe ainda mais enquanto as pessoas começam a fazer reduções simbólicas, que multiplicado pela população de Portugal, 10 milhões, afectará a criação de postos de trabalho, implicando a obrigatoriedade do Estado a intervir e evidentemente enviará a economia para uma segunda (e no caso de Portugal, contínua) recessão. Não é preciso ser cientista de física quântica para perceber isso. O idiota e avançado mental que sonhou com esses esquemas, tem resultados num pedaço de papel, onde eles vão ficar. É verdade, as medidas são um sinal claro para as agências de ratings que o Governo de Portugal está disposto a tomar medidas fortes, mas à custa, como sempre, do povo português. Quanto ao futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de um retorno para o PSD, enquanto os partidos de esquerda (Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português) não conseguem convencer o eleitorado com as suas ideias e propostas.
Só em Portugal, a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de punir o povo por se atrever a ser independente. Essa classe, enviou os interesses de Portugal no ralo, pediu sacrifícios ao longo de décadas, não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais castigos. Esses traidores estão levando cada vez mais portugueses a questionarem se deveriam ter sido assimilados há séculos, pela Espanha. Que convidativo, o ditado português "Quem não está bem, que se mude". Certo, bem longe de Portugal, como todos os que podem, estão a fazer. Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora. Que comentário lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico, e uma classe política abominável.

Timothy Bancroft-Hinchey (director do jornal russo Pravda para a língua inglesa e portuguesa.