A mediocridade dos políticos portugueses vai sendo, dia a dia, progressiva.
Na actualidade, temos como primeiro ministro, um individuo que nunca fez nada na vida, a não ser uns "pescados" nos negócios do seu padrinho Ângelo Correia, tarde e às más horas, e que se viu catapultado a chefiar o seu partido, o seu verdadeiro e único fim, que conseguiu contra a vontade da maioria dos barões que por lá pululam; arranjou um governo de medíocres tecnocratas essencialmente teóricos, cujas principais figuras se encarregam das pastas mais sensíveis de um governo qualquer e principalmente de um governo em tempo de crise: Finanças e Economia.
Este governante, Passos Coelho, está a pôr em prática, e no superlativo, tudo o que condenou no anterior governo e de cuja queda foi o principal responsável.
Completamente rendido ao regime autoritário que comanda a UE - essa execrável figura que tem por nome Ângela Merckl e o seu fantoche Sarkozy (curioso e anacrónico, como a economia capitalista da UE está nas mãos de uma pessoa formada nos fundamentos económicos comunistas da extinta RDA), este "nosso" PM está internamente nas mãos do Gasparzinho, que com aquela cara de meter medo, parece ele próprio antecipar a morte.
O Portas, no intervalo de umas passeatas, vai dizendo umas patacoadas e esquece completamente todas as suas campanhas contra a violência, a falta de justiça e outras coisas muito próprias do seu populismo de feira, e lá vamos nós a caminho apressado do abismo, com todos os indicadores económico-financeiros cada vez mais negativos e francamente já chega de invocar a herança de Sócrates, pois já lá vão meses suficientes deste (des)governo, para começar a arcar com as responsabilidades próprias da ineficácia das suas medidas.
Para piorar a situação, o maior partido da oposição escolheu um líder que só me faz lembrar o Passos Coelho, quando estava na oposição; o Seguro é uma péssima escolha para liderar o PS, num período já de si, difícil de gerir, pelo facto de estar comprometido pelo acordo com a troika, e de ao mesmo tempo, combater o governo.
Sim, eu sei que sou suspeito, mas sou coerente: embora reconhecendo bastantes erros na governação de Sócrates, também fez coisas válidas e que agora a pretexto apenas de serem políticas suas, são completamente ignoradas - o exemplo do recente cancelamento do investimento da Nissan é disso exemplo, pois este governo se esteve sempre marimbando para as energias alternativas...
A contestação social vai subir de tom em 2012 e a repressão da mesma, também aumentará com formas ignóbeis como recentemente a infiltração de agentes policiais provocadores junto a S.Bento.
As pessoas estão a ficar mais que cansadas, estão a ficar assustadas com o que se passa nos seus agregados familiares e mais ainda com o que mais aí virá.
Sei que é uma hipotética situação completamente absurda, mas serve como exemplo: se hoje (amanhã com maior razão), houvesse eleições legislativas, com os mesmos líderes das últimas eleições, Sócrates ganharia com bastante facilidade essas mesmas eleições.
O título deste post foi-me sugerido por um post do blog "Troubled Water".
Adenda: ler, por favor, este texto
http://pegada.blogs.sapo.pt/1078940.html
©Todos os direitos reservados. A utilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
sabes o que eu acho? é que um número muito grande de pessoas votou no psd ou no pp só para votar contra o Sócrates, porque tinham aquele ódio um pouco histérico ao Sócrates. e agora até têm vergonha de refilar contra o governo porque sabem que são responsáveis por este desaire e pela desgraça em que estamos metidos. e por isso está tudo caladinho, uns com medo outros com vergonha.
ResponderEliminaro que mais me choca nesta governo nem são as medidas de austeridade em si, mas sim o facto de elas serem apresentadas sempre com a justificação de que nós, o povo, os trabalhadores, somos malandros, preguiçosos, vivemos acima das nossas possibilidades, somos endividados, e que a culpa é toda nossa e por isso temos de comer e calar e comer mais a seguir.
um governo que governa contra as pessoas (mesmo as que o elegeram), que passa a vida a dizer mal delas, ou a desprezá-las, ou a ignorá-las, e que só se lembra delas quando se trata de as tornar mais pobres e miseráveis. isto eu nunca tinha visto, nem antes nem depois do 25 de Abril. sim, porque no tempo do Botas eramos pobrezinhos mas honrados, e para o PPC devemos ser pobrezinhos e bandidos.
em vez de termos um governo "of the people, by the people, for the people", como dizia A. Lincoln, temos um governo contra o povo. acho que nem na coreia do norte!
Miguel
ResponderEliminarfaltou-me falar de algo muito importante e...repugnante: a injustiça nos sacrifícios exigidos.
Ainda agora, o Gasparzinho "abriu as pernas" às exigências dos banqueiros, mas vê lá se ele as abre nos mais elementares pedidos dos mais desfavorecidos?
Abraço amigo.
Só se ouve falar em subida de impostos e descida de benefícios.
ResponderEliminarNão me dá para dançar, prefiro as profundezas deste sofá obscuro sempre que me deixam parar e enquanto não tiver que pagar por isso.
ResponderEliminarVolto para partilhar um vido que mostra o que se passa hoje comigo:
ResponderEliminarhttp://jugular.blogs.sapo.pt/3049629.html
O brilho perde-se num país assim.
Gato
ResponderEliminare a procissão ainda só vai no adro, podes estar certo, infelizmente...
Abraço amigo.
Felix
ResponderEliminarfazes tu muito bem, mas não sei se até isso não irá pagar imposto...
Quanto ao vídeo,já o tinha visto e apreciado no blog "Jugular" que sigo atentamente e considero um dos melhores da blogosfera.
Abraço amigo.
Gostaria de chamar a tenção para a "adenda" que pus no texto, agora mesmo.
ResponderEliminarObrigado.
Não é apenas em Portugal. Em Espanha as coisas (embora a mudança de governo) são iguais, em todas as administrações: os políticos medíocres ou preocupados só pelos lucros próprios seguem, incombustíveis.
ResponderEliminarIsto sem dúvida tem que mudar. É uma das reclamações justas dos Indignados.
Saúdos
Eu tenho 2 professores que estão em Portugal fazendo pós doutorado, e pelo o que eles relatam as coisas estão feias por ai.
ResponderEliminarMas já está destinado 131 milhões para o financiamento dos partidos, afinal também precisam de ajuda para as campanhas eleitorais e aos "direito de antena".
ResponderEliminarOra, e se dessem um fim ao parlamento e a todos aqueles que vivem gravitando ao seu redor, não se faria uma boa "poupança"?
Ah, já sei! Seria o fim da democracia.
Mas... vivemos numa democracia???
Não poderia estar mais de acordo. O escolha dos portugueses, neste PSD liderado por Pedro Passos Coelho, também não se me afigurou como a melhor opção, todavia, em democracia vencem as maiorias. As opções também não eram muitas, verdade se diga. O socialismo, na Europa, enfrenta o seu pior momento. A maioria decidiu, está decidido... :/
ResponderEliminarO casal "Merkozy", como vão sendo apelidados, são neoliberais da pior espécie, rendidos ao capitalismo mais selvagem que pode existir e, evidentemente, à pressão dos mercados e das agências internacionais de rating. Os países hoje em dia, como referiu o Drº Mário Soares, avaliam-se com letras...
A UE está condenada ao fracasso: a Alemanha, maior potência europeia, pensa nos seus interesses próprios, o imperialismo sempre foi a tónica por lá; a França tenta desesperadamente manter-se como potência, numa época decrescente. A França não tem o protagonismo de outrora. Questiona-se, até, o seu papel como membro permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Valerá a pena? A língua francesa, anteriormente a língua culta dos grandes filósofos do Iluminismo, perdeu o lugar totalmente face ao inglês e cada vez é mais eclipsada pelo castelhano.
Sarkozy e Merkel destruíram o espírito europeu e integracionista de Jean Monnet. Talvez sem querer - e as consequências todos as veremos - destruirão também a União Europeia. A demolição já começou...
Abraço, my dear. ^^
Kaplan
ResponderEliminara situação política em Espanha é muito parecida à portuguesa; perante uma crise de valores no PSOE e o abandono do desgastado Zapatero, o poder foi cair nas mãos de um político medíocre, Rajoy, que depressa verá diminuir os apoiantes que o elegeram por larga vantagem.
Espero que não desbarate as leis aprovadas pelo anterior governo, nomeadamente sobre os direitos adquiridos pela comunidade LGBT, já que a pressão da Igreja será enorme...
Abraço amigo.
Frederico
ResponderEliminarfeias é uma palavra simpática, para o que aqui se passa; em breve vai voltar a haver uma forte emigração portuguesa, principalmente para países com a mesma língua e economias prósperas: Brasil e Angola.Mas agora, de quadros médios e até superiores.
Abraço amigo.
Rosa
ResponderEliminara "democracia" autocrática da Alemanha que vai alienando aos poucos a soberania nacional...
Beijinho.
Mark
ResponderEliminarresumes tudo com uma simples frase: "a demolição já começou" e PPC tem consigo uma picareta...
Abraço amigo.
A culpa é o Paulo Portas não ser primeiro-ministro porque assim se calhar mudaria alguma coisa. Afinal de contas o CDS está de mãos atadas no governo, o que é uma pena.
ResponderEliminarEm relação aos xuxialistas, como eu tenho alergia aos que são de esquerda, quanto pior liderado o partido estiver, melhor para o país.
Saudades do Salazar, alguém? :P
Abraço.
Amigo Pinguim, não gosto de falar de politica mas vou arriscar. Se não for bem compreendido, faço um post amanhã :)
ResponderEliminarEm Portugal temos vários problemas
A mentalidade(Culpamos sempre os outros, a culpa é dos ministros).
Estes não mandam nada, quem manda são os legisladores, os juizes, os altos funcionários publicos, por aí... Quem comprou os ditos carros e autorizou os respectivos pagamentos?
O Português, vota e quer mudanças no dia a seguir. Que haja sinais que as coisas mudam. Engraçado, o tipico portugues não muda, e depois quer milagres...
Quem manda a um simples portuga comprar uma casa acima das suas possibilidades, o telemovel, o LCD, o carro... Pedem dinheiro ao banco e endividam-se... Que culpa tem o gorverno nisto????
Todos falam mal da Alemanha. Não entendo. Portugal perdoa a divida a Angola Porque??? Depois falam que alguém recebeu diamantes e não acontece nada...
A Alemanha saiu de duas guerras mundiais e já pagou a bruta indmnização a Israel. Eles trabalham, pagam e emprestam dinheiro...
Nós perdoamos dividas, e só alguns é que enriquecem.
O Passos Coelho é uma figura que quis ser primeiro-ministro porque não tem experiencia. Quem tem experiencia sabe que em época de crise é para se "queimar" uns aos outros. A Europa cansou-se...
A Holanda quer o Club do Norte, ou seja que Portugal, Espanha, França, Italia, Grécia e Irlanda que vamos com os porcos...
A Bélgica, o Lexumburgo e a França que são os países de lingua Francesa, há muito que perderam o voto na matéria. O castelhano fala-se em Portugal, Espanha e américa do sul. No Centro da Europa, o holandes, dinamarques e o alemão estão a ganhar grande força...
E, se sairmos do Euro. Portugal entra em banca rôta, que não haja a menor dúvida quanto a isso...
Abraço
Apesar de estar ao lado de Sócrates em muitas iniciativas, não sei se c a última hipótese se concretizaria...
ResponderEliminarAgora sobre os factos, fico feliz por ter despoletado a tua inspiração e este pequeno "barril" de ideias que todos vamos construindo sobre as opções (e percepções) políticas e a ver se chega para tomarmos alguma iniciativa concertada (porque esta está prestes a quebrar!) para mudarmos de rumo... juntos!
E pelo esplêndido artigo de opinião,obrigado!
Abraços conso(l)ados!
FireHead
ResponderEliminarrealmente em política, estamos nos antípodas...
Havia de ser bonito o Paulo Portas como Primeiro Ministro, apesar de, justiça lhe seja feita, ser melhor político do que PPC,o que não é difícil, convenhamos.
Quanto aos socialistas, é o partido da minha eleição, que nos deu o mais inteligente, esclarecido e astuto animal político, depois do 25 de Abril, Mário Soares, embora Sá Carneiro e Álvaro Cunhal, cada um, à sua maneira tivessem também sido políticos a sério. E Sócrates vale bem mais do que qualquer político no activo, no PS actual, com muita pena minha, talvez com excepção de dois ou três nomes: Vitorino, Assis ou António Costa...
Por estes lados, saudades do Salazar, só mesmo tu, e se tivesses vivido sob a sua pata ditatorial, sem poderes exprimir as tuas ideias livremente, como agora fazes, decerto hoje pensarias de forma diferente.
Abraço amigo.
Francisco
ResponderEliminarnuma coisa estou de acordo contigo: a nossa mentalidade é causadora de muita irresponsabilidade social, mas isso não iliba a classe política de ter também uma mentalidade muito tacanha, nos nossos dias.
A Alemanha, por características próprias é um país muito especial, pois realmente só um povo empreendedor e de grande trabalho se ergue dos escombros de duas grandes guerras perdidas e se torna na grande potência económica actual europeia da actualidade; mas não esqueçamos o papel que o Plano Marshall, teve no pós guerra de 1945 e também o extremamente rendoso negócio que foi a reunificação alemã, para não só alargar o seu território, mas principalmente pelas vantagens económicas que a médio prazo tem vindo a obter.
Mas a Alemanha é potencialmente perigosa, sempre o foi, e se hoje o perigo não vem via militar, pois isso foi devidamente acautelado em Potsdam, vem nos nossos dias com o expansionismo sob a forma do expansionismo económico.
A falta de políticos a sério, com visões políticas alargadas, na Europa é bem visível.
E se a saída do euro, para nós ou para qualquer país periférico seja catastrófica, também sabemos que a bancarrota de qualquer país da zona euro é o afundamento da moeda única, por via da falência em efeito dominó dos grandes bancos europeus e não só.
Daí, que as tão incompreendidas palavras de um deputado socialista (que valha a verdade também não as exprimiu na melhor forma) sejam realmente uma arma poderosa que nós temos para forçar a Alemanha e outros países, a renegociar a dívida e a exigir medidas concretas, urgentes e principalmente partilhadas por todos os 27 e não impostas por Ângela Merckl, para fazer face aos mercados internacionais que tudo farão para destruir o euro.
Passos Coelho sob a batuta de quem realmente chefia o governo, esse execrável Gasparzinho, é subserviente a Merckl, não defendendo minimamente o povo português: sacrifícios, sim, justos e para todos, mas aniquilamento da vida da grande maioria do povo português, não, definitivamente!!!
Abraço amigo.
João
ResponderEliminarolha que já foi mais utópica essa ideia...e com o caminho que as coisas estão a tomar, não sei.
Eu é que te agradeço a inspiração.
Abraço amigo.
Subscrevo totalmente este seu post.
ResponderEliminarVenho desejar-lhe, que tenha
o melhor Natal possível.
Um beijinho
Irene
Irene
ResponderEliminarobrigado pela visita aqui ao blog.
Infelizmente, somos cada vez mais a concordar com a insustentabilidade deste (des)governo.
Bem gostaria que assim não fosse, pois seria sinal de que estávamos no bom caminho, mas não é verdade.
Bom Natal.
Beijinho.
Amigo, neste momento o nosso país tem um governo oficial que vai "governando" informalmente". Quem manda nisto são outros agrupados, é o mercado, é a UE, é a estranha Ângela e o esquisito franciú. Comparo o nosso país a um doente em morte cerebral a que todos querem retirar os órgãos para transplantação; é feia a analogia mas é aquela que encontro (maldita profissão!)
ResponderEliminarEspero que saibamos dar luta... literalmente!
Abraço.
Catso
ResponderEliminaraqui a profissão (maldita?) inspirou-te uma analogia perfeita.
Abraço amigo.
Esta seita laranja (PPD/PSD, como diz Santana Lopes) só sabe dizer para emigrar-mos. Vazios de ideias, de moralidade e sobretudo de credibilidade. As patranhas de viajar na TAP em classe económica, de não usar gravata para poupar electricidade, etc. Mas eu pergunto: onde raio estão aqueles que votaram neste governo? Calados, pois...
ResponderEliminarDylan
ResponderEliminarcalados, envergonhados e muitos, mesmo muitos deles, arrependidos.
Depois de tanta propaganda à emigração, primeiro de um secretário de estado e agora do próprio PM, porque não dão eles o exemplo???
Abraço amigo.
olha migo, eu tou tão deprimido, que nem consigo mais ter chama para estar contra ou pensar sequer...se tivesse força, partilharia totalmente da tua opinião. Políticas aparte...
ResponderEliminarAndando na rua nem sequer é Natal, as pessoas andam desanimadas, ao sabor da corrente, mentalizadas que é um dia de cada vez que têm que viver e que não se pode fazer nada contra esta "crise". Sinto que Portugal está triste, está sem força... as pessoas não olham em frente, olham po chão, tal é o peso dos problemas que carregam.
"isto era deitar tudo abaixo e construir de novo".
Ima
ResponderEliminarmas há quem viva à grande e melhor que nunca...
Isso é que me f***!
Abraço amigo.
Olá! Concordo contigo em alguns pontos, tal como com o MST. Tendo tu formação económica, talvez tenhas um olhar mais esclarecido sobre o assunto, mas o comentário do Francisco parece-me pertinente: se hipoteticamente fosse Portugal uma potência europeia como o é a Alemanha, gostariam os cidadãos portugueses de pagar impostos para cobrir juros de países com déficits acumulados? É verdade que Merkel é tecnocrata, mas será que a podemos condenar por estar a defender os interesses do seu país?
ResponderEliminarAntónio José Seguro... ainda bem que ele está à frente do PS. Significa que não estará lá quando houver eleições. Não acredito minimamente na tua suposição, se houvesse eleições hoje Socrates perderia novamente, talvez não da mesma forma, mas há ainda um anti-Socratismo presente e um sentimento que os partidos de direita se têm esforçado em manter, de que ele [Sócrates] é que nos deixou assim. Portanto, na minha perspectiva, o PS precisa de alguém para 'queimar' agora, uma oposição medíocre enquando os portugueses não 'caem na real', e então surge alguém no partido para fazer oposição destacada e se propôr em eleições legislativas.
Tal como tu, não hesito em apontar o dedo à Dra. Manuela Ferreira Leite e o tio Aníbal, esses sim responsáveis em primeira instância pela situação crítica das finanças do país.
Já agora, mais um apontamento: tornou-se vulgar ostracizar o comportamento das agências de rating. Claro que as suas decisões não são independentes de interesses superiores, não sejamos obtusos, mas a avaliação do risco de dívida é uma avaliação como outra qualquer e sempre existiu. O problema é que todas as agências de rating ditas importantes estão localizadas no mesmo país, e com um ou outro protagonista, todos têm interesse na prosperidade do tio Sam. Se há subserviência económica (falando especificamente da crise atual) a algum país, não me parece que seja Portugal à Alemanha, mas sim a União Europeia à América.
E ainda mais um ponto, lol: é bom ver que os gays (entre os outros comentadores do teu blog) têm opinião política formada. Que eu não tenha opinião sobre um assunto que não me afecta, acho normal. Agora ser indiferente a uma coisas que transforma o quotidiano... que avestruz! ;-)
Um coelho
ResponderEliminarexcelente comentário, que agradeço sinceramente, pois é da discussão que nasce a luz.
Vamos por partes: claro que eu percebo o problema dos alemães, que nesse sentido é o mesmo dos holandeses, suecos, finlandeses, etc, ou seja os países ricos que não querem sustentar os países em crise.
Mas esses países estão integrados numa "coisa" chamada UE e que se rege por princípios solidários; por alguma razão a Noruega ficou de fora da UE, porque não quis participar nesse "bodo aos pobres"...
Custa-me é a compreender é como um só país, a Alemanha, comanda toda a política económico-financeira da comunidade, indo ao ponto de interferir de uma forma directa ou indirecta na questão melindrosa que é a soberania de outras nações, esquecendo o governo alemão, que foi devido à ajuda internacional que recuperou do nada. Que a Sra. Merckl tenha problemas internos para ser reeleita no seu país, não pode ser causa da desgraça alheia. E a Alemanha deve saber que a crise das dívidas soberanas, alastrará, sem qualquer dúvida aos seus ricos países, se não forem tomadas medidas diversas daquelas que a dita senhora nos impõe.
Quanto à situação do A.J.Seguro, toda a gente sabia, que na conjuntura política actual, qualquer líder do PS nesta situação,seria para "queimar", mas também, nesta situação, qualquer líder do PS se "arrisca" a tornar-se Primeiro Ministro, pois o povo português não costuma perdoar nas urnas, e se não perdoou a Sócrates, muito menos perdoará a PPC.
Mas é um líder frouxo, que não tem carisma, que não galvaniza,que não tem dotes oratórios e que convenhamos, ainda não vi uma única vez defender alguma medida política do Sócrates, que também as teve positivas...
E já chega de malhar no Sócrates, pois se há coisas de que ele é culpado, de uma coisa não é, com certeza, que é do desgoverno deste governo, que já lá está há tempo suficiente para deixar de invocar a pesada herança do anterior governo.
Outra coisa que me faz confusão é a situação de que o senhor Silva usa, como actual PR para não ser metido ao barulho. Haja algum político que o diga desassombradamente e sem medo, de que tudo começou com ele, quando a Europa nos dava milhões e milhões e ele era o campeão do despesismo publico, sem olhar para o futuro. Deve ser o político mais cínico que este país já conheceu, desde o 25 de Abril.
Sobre os mercados, só o facto de não querer chatear muito com os mesmos temas, quem me segue, me fez intermediar a actual postagem sobre a peça do Nacional, antes de falar sobre eles; mas já tenho delineado, com "ajuda externa", devo confessar, um post que será o próximo em que de uma forma simples e clara, suficientemente clara, se perceba melhor o que é "isso"...
Finalmente, concordo inteiramente contigo: este blog tem uma predominância de seguidores gays, mas não é esse facto, que os impede, como sucede também comigo, de falar e emitir opiniões sobre estes factos; detestaria ter um blog que só falasse do mundo gay e em que os comentadores só o fizessem se o assunto fosse dessa natureza. Tudo tem o seu tempo e somos cidadãos de corpo inteiro, que gostamos de defender os nossos interesses de índole sexual, mas não nos demitimos de sermos cidadãos perfeitamente integrados numa sociedade e assim opinarmos nos diversos assuntos importantes da mesma.
Por isso, estou agradecido, mas não me surpreende o acolhimento que esta postagem tem tido.
Abraço amigo.
Estamos entregues aos bichos, meu caro! Mais não sei o que te diga...
ResponderEliminarAbraços
Francisco
ResponderEliminaracho que disseste tudo...
Abraço amigo.
Eu, para contrastar com a opinião generalizada que li no texto e pela leitura transversal dos comentários, acho que o mercado não tem culpa nenhuma. O mercado funcionou bem em 208 e funcionou e tem funcionado mais ou menos bem daí em diante. O problema foi o resgate financeiro de instituições que deviam ter ido ao fundo. O mercado para funcionar precisa de regras e uma das regras deveria ser a de não gastar dinheiro quando não se tem salvaguarda. Os bancos, instituições de crédito gastaram selvaticamente porque tinham as costas largas debaixo do princípio "demasiado grandes para cair". Na América de Obama pretende-se regular essas instituições, mas, curiosamente, lá, como cá, os principais opositores a essa regularização são os próprios cidadãos que estão a ir na cantiga do "less government". Desde que haja concorrência e regras claras e que salvaguardem os países e os cidadãos que contribuem para a megalomania dos bancos, os mercados funcionam.
ResponderEliminarE não acredito que o Sócrates fosse eleito... nem penso que queria! E independentemente de ser daqui da Covilhã e até amigo do Pinguim, analisando os seus dois mandatos, ninguém conseguirá dizer que fez um bom trabalho. Este se calhar também não, mas ele tem sempre a desculpa que lhe há-de dar pelo menos até ao fim do mandato: a situação que herdou e os contratos com a Troika que herdou.
Johnny
ResponderEliminaracerca dos mercados, aconselho-ta a ler o texto que transcrevo no meu último post...
Quanto ao Sócrates, eu não digo que não fez asneiras, mas já vai sendo tempo de este governo se responsabilizar por medidas próprias ou pretenderá passar toda a legislatura a arcar responsabilidades herdadeás do Sócrates?
Sócrates teve coisa muito positivas, como a aposta nas energias renováveis, nas novas tecnologias, e outras, a que este governo não ligou minimamente,pois fez tábua rasa de tudo o que tem a mão de Sócrates.
E quanto a essa absurda hipótese de eleições virtuais, de quem ganharia, tu ficas com a tua e eu fico com a minha...
Abraço amigo.