sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Letras gay

É com letras, que se escrevem frases, e é com frases que se escrevem livros. Pegando neste abecedário tão belo, muitos autores escreveram magníficas obras sobre temas homossexuais.
Um deles foi Edmund White,
autor de vários livros que já li e de que gostei (O Homem Casado, Um Belo Quarto Vazio, Esfolado Vivo, Sinfonia a Despedida), escolheu os cinco livros gay de que mais gostou e que são os seguintes:


1. Jean Genet, Notre Dame des Fleurs
2. Christopher Isherwood, Um homem singular 
3. Alan Hollinghurst, La stella di Espero 
4. Edward Morgan Forster, Maurice 
5. Andrew Holleran, Dancer from the dance


Destes, li e gostei muito de três: os de Jean Genet, Christopher Isherwood e E.M.Forster.


Achei interessante estas escolhas e aqui deixo as minhas, sem qualquer ordem de referência, e que não foram fáceis de escolher, até porque foram muitas e de grande valor, as minhas leituras deste tipo.

“As Canções”, de António Botto
“Memórias de Adriano” , de Margarite Yourcenar
“As Amizades Particulares”, de Roger Peyrefitte
“A Sombra dos Dias” , de Guilherme de Melo
“De Profundis” , de Óscar Wilde

Talvez surpreenda a inclusão de dois autores portugueses neste lote de cinco livres, mas considero o livro de Guilherme de Melo, uma pedrada no charco, na altura em que foi publicado e em que o autor conta com o mesmo desassombro com que assumiu a sua homossexualidade, na Lourenço Marques de então, onde era uma referência cultural e jornalística, a sua vida, sem omissões ou medos. Uma belíssima auto-biografia.
Quanto a “As Canções” é um livro de poesia, e penso que devia haver aqui um livro de poesia; sendo Botto, esse poeta maldito, quem, em Portugal melhor soube pôr em verso a homossexualidade sem medo, não hesitei.

Gostaria de vos convidar a deixar aqui, as vossas referências, dos livros que já leram, dentro deste contexto, e de que gostaram mais.
É um desafio, que alguns de vós, penso, não irão recusar.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

P.D.I.

Pois é...saio de uma e logo entro noutra...
Agora é daquelas chatas, que mais que doer, incomoda e não é fácil de passar rapidamente.
Estou com uma tendinite no cotovelo direito, isto é uma inflamação naquelas "coisas" que existem junto aos dois ossos do braço e do antebraço: o radio e o cúbito. 

É mais incomodativo que doloroso, e como sou um utilizador quase a 100% do meu braço direito, qualquer pequeno esforço do dia a dia, custa-me.
A minha médica receitou-me uma pomada analgésica e anti inflamatória, já a pus sem resultados, já experimentei uns pensos largos que também são anti inflamatórios e agora estou no Voltaren Gel, mas sempre sem grandes progressos.
Já me disseram tanta coisa que estou assustado: ter que fazer uma infiltração (já fiz uma num calcanhar e vi estrelas ao meio dia), andar com o braço ao peito, etc e tal.
Mas algo tenho que fazer, pois tem consequências negativas nesta doença - usar menos ou mesmo deixar de utilizar o computador e isso para mim é terrível.
Tenho diminuído o tempo aqui passado, mas mesmo assim continuo a ser computo-dependente.
Portanto,não estranhem alguma menor intensidade nos comentários aos vossos blogs, mas que continuarei a seguir e a comentar quando me pareça interessante...

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Para desopilar...

Dedicada a tod@s as pessoas amigas que tenho no Alentejo (vivi quatro maravilhosos anos em Serpa), uma daquelas histórias velhinhas que nos fazem rir e que têm por protagonistas um simpático casal de alentejanos.

Devido à crise, o Aníbal e a sua Maria não tinham sítio recatado para os seus devaneios amorosos e assim num momento de arrebatadora paixão e intenso desejo, apeteceu-lhes algo que apetece tantas vezes a qualquer casal: dar uma "queca"!
O problema de não haver lugar mais privado foi facilmente resolvido pelo casal: uma via férrea ali ao lado, e ali mesmo, "aí vai disto"...
Estavam o Aníbal e a Maria no momento " crítico", quando aparece ao longe, numa curva uma velha automotora, cujo condutor ao ver o que se passava lá adiante, começa a apitar o mais possível. Pois sim, o casal continuava a sua "brincadeira" e até parecia não ouvir qualquer som, senão os seus próprios sons, que não deixo aqui reproduzidos, porque isto não é um filme pornográfico...
A automotora abrandou, abrandou e o condutor teve que meter travões a fundo, tendo parado exactamente uns poucos metros antes daqueles dois loucos.
Louco estava o Zé, o condutor do comboio, que saltou para a linha a berrar e com toda a razão com o Aníbal e com a Maria: que o iam desgraçando, pois se os tivesse atropelado ele é que ficaria com as culpas; que  havia outras maneiras de se matarem; que estas coisas só acontecem em Portugal, etc. e tal...
Só então, o Aníbal levantou a cabeça (só a cabeça) e lhe disse com aquele ar que só os alentejanos têm nestes momentos "apertados": "Compadre, eu estava-me a vir, a minha Maria estava-se a vir, o comboio estava-se a vir...parou quem teve travões, compadre!".

(Claro que os nomes do casal são mera coincidência, eheheh...)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Dois textos de um leigo - 2 - Portugal

Portugal tornou-se membro da EU em 1986, ao mesmo tempo que a Espanha, e na altura o país teve um enorme afluxo de dinheiro vindo desse organismo com o fim de dinamizar e desenvolver o nosso país, que era bastante mais atrasado que o resto dos países comunitários.
Esse acesso aos fundos avultados que então foram postos à nossa disponibilidade, foram utilizados por Cavaco Silva, primeiro-ministro dispondo de maioria absoluta, de 1987 a 1995, de uma forma absolutamente esbanjadora, que aliás é o espelho total da forma de gerir o dinheiro do povo português: gastar o que há e o que há-de chegar, sem precaver minimamente o futuro.
Portanto foi com Cavaco Silva que começou o grande descalabro das contas públicas portuguesas e que continuou com os governos seguintes: Guterres,Barroso, S.Lopes (permitam-me um sorriso…), e por último Sócrates.
Toda a gente sabe o que se passou; Guterres foi-se embora, alegando que o país estava num pântano,
Barroso seguiu-lhe os passos trocando as chatices de Lisboa por mordomias em Bruxelas,
Santana Lopes, foi uma palhaçada que se não fosse triste, tinha posto a rir o país com o que sucedia em S.Bento; foi um erro de casting…
E apareceu Sócrates, com uma natural maioria absoluta e que fez uma primeira legislatura bastante satisfatória; talvez por não estar habituado a uma maioria simples, muito por sua culpa, mas essencialmente pela conjuntura internacional, a segunda legislatura de Sócrates foi bastante negativa, mas mesmo assim com algumas iniciativas interessantes, como a aposta nas energias renováveis, nas indústrias de ponta e outras. Tentou mexer naquelas coisas que nenhum outro chefe de governo antes tinha ousado, principalmente no campo da Educação e da Saúde, e o povo foi-se revoltando contra ele, bem como todos os outros partidos da oposição. Obrigado a tomar medidas impopulares, tomou-as e teve o povo na rua, por assim dizer todos os dias. Foi sem sombra de dúvida o mais vilipendiado de todos os políticos portugueses desde o 25 de Abril e quando da reeleição de Cavaco Silva para o seu segundo mandato, teve que ouvir um discurso ignóbil na AR, que institucionalmente é inconcebível. Quanto a mim, aqui reside o maior erro de Sócrates que se devia ter demitido de imediato e posto assim o ónus da crise na figura do PR.
Acabou por o fazer quando nessa mesma AR, os partidos todos se uniram para reprovarem um novo pacote de medidas de austeridade, impostas pela troika (FMI, BE e EU), que entretanto tinham sido chamadas à resolução da crise portuguesa (quiçá tarde de mais).
E o PSD surge como normal vencedor das legislativas antecipadas, em cuja campanha disse de Sócrates o que o diabo não diz da cruz, repudiou todas as suas políticas e prometeu sinceridade e progresso. O então líder do PSD, um impreparado e mal visto internamente Passos Coelho
torna-se primeiro-ministro e chama para o governo, (em coligação com o PP de Portas, que lhe assegura uma maioria absoluta), dois ministros tecnocratas, dois teóricos, para as pastas chave: Vítor Gaspar para as Finanças e Álvaro Pereira para a Economia.
Um parêntesis para referir que Portas,
o populista oposicionista de há um ano, paladino de que com ele no governo, acabava rapidamente a criminalidade, anda calado como um rato a assistir à assustadora e crescente vaga de assaltos que alastra pelo país.
E é Gaspar
que começa a comandar o barco, sempre debaixo de vários pressupostos: toda a culpa da situação é de Sócrates e SÓ DELE, a necessidade de cumprir as exigências da troika e o apoio do PS. Só que a culpa é de Sócrates, sim, mas também de todos os que lá estiveram antes, a começar em Cavaco e mesmo do próprio PSD que cria uma crise política, apenas com o objectivo de alcançar o poder. Ultrapassa e muito o exigido pela troika, desculpando-se sempre com situações do governo anterior que hoje estão mais que provadas serem falsas. E encontrando um PS, principal partido da oposição numa posição delicada sim, pois assinou o pedido de ajuda, mas com uma débil chefia de um A.J.Seguro
que mais parece um Passos Coelho do PS.
A política de austeridade tem sido tremenda, e sem qualquer medida que revele preocupação com a recuperação económica, com uma recessão galopante, após tantos meses de governação, continua e continuará a ter Sócrates como bode expiatório, não reconhecendo NUNCA a ineficácia das medidas até agora tomadas. E lá vamos caminhando para o abismo, satisfeitos por sermos uns cumpridores exemplares do que nos tem sido imposto.
E o que mais custa é assistirmos à imunidade com que os grandes senhores deste país - políticos, banqueiros, empresários, gestores e oportunistas – resistem a estas medidas mantendo as suas mordomias, quando não as aumentam…Argumentam os “sábios” economistas que nos governam, que o fim dessas mordomias não representam senão uma gota de água no oceano das nossas carências. Mesmo que tal seja verdade, não havia o terrível e enorme sentir da profunda injustiça social que nos envolve.

Até quando?

Por um décimo do que este governo já fez, Sócrates tinha manifestações diárias; agora, há um encolher de ombros e uma intimidação tremenda do governo sobre qualquer movimento social, com a infiltração de agentes à paisana no meio dos manifestantes para mostrar que há violência (causada pelos próprios).
Cavaco tem sido, como sempre foi, um político dividido: tão depressa apoia o governo, como manda bicadas de oposição. É um político sem qualquer crédito neste momento, devido a determinadas atitudes tomadas nada consonantes com o elevado cargo que desempenha; e não me refiro apenas a essa imbecilidade sobre as suas dificuldades económicas, mas sobre outras que revelam um político cínico e que não merece qualquer confiança, desde o já referido discurso de tomada de posse em Janeiro de 2011, à questão das escutas e outras.

Qual a solução? Sinceramente não sei, pois não se vislumbram no horizonte, nomes, nem um só, que garantam a fuga à mediocridade geral dos políticos portugueses actuais.

Não posso deixar de referir um ministro deste governo, que representa tudo o que de mau tem um político: sinistro, manipulador, cínico e convencido, é ele na realidade a imagem do governo que infelizmente nos governa: Miguel Relvas, um NOJENTO!!!

Não sei quando haverá novas eleições, nem mesmo se as haverá, como sucedeu em Itália e na Grécia; mas caso as haja, não há nenhum partido que mereça o meu voto e penso mesmo que deverá ser essa a resposta do povo português: não votar, dando assim uma mostra a quem ganhar que não é mandatado pelo povo para exercer o seu mandato.

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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Dois textos de um leigo - 1 - Europa

Em dois textos vou analisar, na minha perspectiva, que é apenas a de um leigo que gosta de saber o que se passa no mundo e principalmente no seu país, a actual situação económica na Europa (EU) e em Portugal, em particular. Começo pela situação europeia e de seguida num próximo texto falarei do contexto português.
A Europa cada vez mais se confunde com a União Europeia, a chamada Europa dos 27, que no próximo ano serão 28, com a adesão da Croácia (mais um fiel aliado dos alemães); realmente, apenas não estão nela integrados, a Islândia, Suiça, Noruega (belíssima opção do povo norueguês), estados minúsculos, alguns países balcânicos, a Rússia e alguns estados da ex URSS e ainda a Turquia (porque a Alemanha não deixa). De resto, todos os outros estados pertencem à EU, embora o “clube do euro” seja mais restrito, pois há apesar de tudo, políticos um pouco mais espertos que outros.


Tem-se vindo a acentuar de há uns largos anos a esta parte, a preponderância do eixo franco-alemão nesta coligação de Estados, mas nunca como hoje, em que este eixo está totalmente desequilibrado, pois Sarkozy é um político medíocre e pouco esperto, ao passo que a senhora Merkl é uma política também medíocre, mas astuta.

Convém fazer aqui um parêntesis sobre a Alemanha como país desde quase o início do século XX até hoje: país derrotado das duas únicas guerras mundiais, sempre soube “dar a volta”, devido a dois factores – a inegável capacidade de trabalho do seu povo, e a eficácia dos seus políticos, mesmo que para o mal (caso Hitler); depois da Segunda Guerra Mundial, foi devido ao Plano Marshall,


que políticos como Adenauer, recuperaram a então Alemanha Ocidental (RFA) e a transformaram, progressivamente numa grande potência económica;
recuperaram a então Alemanha Ocidental (RFA) e a transformaram, progressivamente numa grande potência económica; a Alemanha de Leste (RDA) nunca passou de mais um aliado da URSS e apenas dava cartas no desporto e na ciência. Com a ajuda ocidental, uma vez mais, e aproveitando a abertura dos tempos de Gorbachev e da sua “perestroika”, o então chanceler alemão Helmut Kholl reunificou de novo a Alemanha em 1990.
De então para cá a Alemanha não tem parado de crescer economicamente e detém hoje posições muito fortes na EU devido essencialmente a essa sua solidez económica.
Com a chegada ao poder do primeiro chanceler alemão oriundo da antiga RDA, Ângela Merkl e principalmente devido à crise económica mundial iniciada em 2008, que lesou essencialmente as economias mais débeis da EU, (que incluem, é claro, Portugal), a Alemanha chamou a si a resolução dos problemas económicos da EU e principalmente da zona euro, beneficiando aqui da ausência do Reino Unido, e começou a ditar leis, coadjuvado por esse fantoche que é Sarkozy. As consequências não se fizeram esperar e a Irlanda, a Grécia e Portugal (tarde demais),três dos chamados PIIGS
tiveram que pedir a ajuda económica internacional. Curiosamente, um país que teve enormes problemas económicos, soube resolvê-los a contento, precisamente por estar fora da EU e consequentemente da zona euro – a Islândia.
Esta dependência económica externa por parte dos três países atrás referidos tem provocado sucessivas ondas de austeridade, que não têm surtido qualquer resultado, pois esquecem de todo o crescimento económico, que é fundamental, quer na Grécia, quer em Portugal, pelo menos; a eminência de situações idênticas noutros países, (Espanha, Itália, Áustria, Bélgica e até a França) têm levado também nesses países à imposição de medidas de austeridade e não se sabe o que mais aí virá, podendo até voltar-se o feitiço contra o feiticeiro, e vir, mais tarde a própria Alemanha a ser atingida.
É que a senhora Merckl pode comandar a Europa comunitária, mas não controla algo mais forte e que é a essência de toda esta situação, que são as agências de rating, ou seja as agências comandadas pelos grandes bancos mundiais e também grandes empresas multinacionais que classificam o risco de investimento não só nos países, mas também nos bancos, empresas e municípios, seus clientes (sim, pois para se ser “classificado” por essas agências, paga-se). E há quem pense que uma nova ordem mundial estará a formar-se por via económica, o que equivale, com o devido distanciamento, quase a uma nova guerra mundial.
A Europa, essencialmente por falta de políticos capazes, está economicamente moribunda, mas ainda há o descaramento de se exigir, por imposição alemã (evidentemente) uma uniformidade no caso do deficit da dívida pública, que não deverá exceder, a curto prazo os 3% do PIB de cada país, o que leva a situações quase utópicas, comparando economias como por exemplo a alemã e a portuguesa.
E, o descaramento atingiu as raias do absurdo, quando há dois dias essa mesma governante
ousou propor o perdão da dívida grega caso a Grécia fosse supervisionada na sua política orçamental pela própria EU, o que levou o ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos a afirmar, com toda a razão, uma frase que deve ser registada como histórica: “Alguém que coloque uma nação perante o dilema de uma «ajuda económica» ou a sua dignidade nacional, ignora algumas lições fundamentais da História”.
Felizmente e como se esperava, esta sugestão vergonhosa foi recusada liminarmente na reunião da EU que ontem terminou, e que nada trouxe de novo, no que toca a resoluções práticas.
Uma coisa é certa, e disso poderão os países agora “cercados” fazer uso: a bancarrota de um país pertencente à zona euro acarretará, a muito curto prazo, o fim do euro, como moeda única. Pelo menos isso…







Adenda: Deixei na caixa de comentários desta postagem um interessante texto sobre a dívida alemã à Grécia (não estou a ironizar).


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domingo, 29 de janeiro de 2012

Desporto ao mais alto nível

Faltam-me as palavras para descrever o evento desportista mais emocionante que vi nos últimos tempos  -  a final singular masculina do Austrália Open,  disputada entre os dois tenistas que ocupam actualmente os dois primeiros lugares do  ranking  ATP : o sérvio Novak Djokovic  (Nole) e o espanhol Rafael Nadal (Rafa). Ninguém merecia perder, após um desgastante encontro de quase 6 horas de duração, com 5 partidas (sets) e alternância na liderança.
Claro que o meu coração pendia para Nole, não só porque o considero o melhor tenista da actualidade, mas também, como é óbvio por ser sérvio e eu já ter um bocadinho de sérvio em mim próprio.
Nos encontros disputados por estes dois monstros do ténis mundial, de há um ano a esta parte, a vantagem era nitidamente de Djokovic, mas havia o handicap deste ter disputado 48 horas antes um outro encontro histórico, de 5 horas, em que derrotou nas meias finais o escocês Andy Murray. No entanto, Djoko parece ir buscar forças ao cansaço e acabou por vencer.
Aliás ele venceu os últimos três grandes torneios mundiais (Wimbledon, USA Open e agora este); se tivesse vencido Roland Garros tinha-os ganho a todos desde o Áustrália Open do ano passado, que também conquistou.
Chegaram ambos ao fim, perfeitamente esgotados e enquanto ouviam os discursos do encerramento, quase caíam, por não se aguentarem de pé, tendo-lhes sido trazidas cadeiras para se sentarem, facto que julgo inédito.

Nos  agradecimentos ambos foram de um extremo desportivismo, tendo Djoko declarado: “Rafa, tu és um dos melhores jogadores da história. Um dos jogadores mais respeitados do circuito. Escrevemos história esta noite e infelizmente não podemos vencer os dois. Desejo-te a melhor sorte possível para o resto da temporada. Espero que tenhamos outras finais como esta».

Parabéns Rafa, por nunca desistires. Parabéns Nole, porque és o maior e …parabéns meu amor, meu Déjanito, porque hoje, mais que nunca tens o enorme orgulho de ser sérvio. É que no mesmo dia, hoje, além deste triunfo a Sérvia venceu a final do campeonato da Europa, de water-polo. É obra!!!
E eis um vídeo do último ponto (match point) que deu a vitória a Djokovic







sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Quem se lembra de... (2)

Hoje mais quatro vídeos, incluindo um de música portuguesa; quem se lembra, recorda decerto com saudade.
Quem não conhece fica a conhecer...
Percy Sledge na sua mais conhecida música, daquelas que "fez nascer" muitas crianças...
Sylvie Vartan foi o ídolo de muita juventude, ela e o seu namorado Johnnye Hallyday.
Esta banda inglesa foi das mais populares da época e esta canção foi nº1 em quase todos os "top ten" durante semanas e semanas a fio.
e finalmente na voz de Maria Clara, uma grande Senhora da canção portuguesa,a homenagem à rainha das praias de Portugal, a "minha" Figueira da Foz...
Uma curiosidade que pouca gente saberá: Maria Clara era o nome artístico de Maria da Conceição Ferreira Machado Vaz, falecida em 2009, com 85 anos, sempre muito bela e distinta era a mãe do conhecido psicólogo que tantas vezes aparece na TV, Júlio Machado Vaz.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Parabéns, Eusébio!

Ocorre hoje o 70º.aniversário de Eusébio da Silva Ferreira, o maior desportista de sempre em Portugal e o maior embaixador deste nosso país no mundo inteiro, a par de Amália.
Figo foi um grande jogador, Cristiano é um excelente jogador, mas como Eusébio só lá fora, pois pertence à galeria muito restrita dos mitos, que difere dos grandes jogadores; grandes jogadores houve e há muitos, mas daqueles que nunca mais se esquecem e que continuam a ser recordados mesmo por quem nunca os viu jogar, apenas três ou quatro: além de Eusébio eu poria Pelé, Maradona e Cruiff, apenas.
Vi jogar Eusébio muitas vezes, ao vivo e na televisão. Ao vivo, não esqueço um jogo em que o Benfica, numa eliminatória da Taça dos Campeões, cilindrou o Real Madrid por 5-1 e Eusébio marcou possivelmente o melhor golo da sua vida.
Na televisão, a segunda final dos Campeões que o Benfica venceu, com o Real Madrid (5-3) e principalmente um épico jogo dos quartos de final do Campeonato do Mundo de 1966, em que Portugal derrotou a Coreia do Norte por 5-3, depois de ter estado a perder por 0-3; Eusébio marcou 4 golos nessa partida!
Aqui deixo um vídeo desse memorável jogo.

Eusébio, o "King", ou o "Pantera Negra", como é costume ser tratado, é e sempre foi um homem extremamente simples, correctíssimo e que consegui ser sempre admirado pelos próprios adversários.
Parabéns, Eusébio!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

" Bacantes" - sublime preversão

Para uma curta série de três espectáculos, no Teatro Municipal S.Luis, esteve em Lisboa a famosa companhia de teatro brasileira "Teatro Oficina Izyna Uzona", dirigida por esse velho mestre do teatro brasileiro que é José Celso Martinez Correa, mais conhecido nos meios artísticos por Zé Celso.
A peça representada foi " Bacantes" segundo Eurípedes, mas com um tratamento alterado.
Esta peça exige uma representação não no chamado palco italiano, como é comum, mas sendo representada num extenso e largo corredor, ao longo do qual estão os espectadores, de ambos os lados, com a orquestra também instalada num desses lados.
O espectáculo tem a duração aproximada de 5 horas e mais dois intervalos, pelo que ontem, domingo, e após um magnífico almoço ( o bacalhau estava uma delícia) em casa do Francisco (Comyxtura), o Miguel (Innersmile), eu e um amigo brasileiro do Francisco nos dirigimos ao belo teatro da mal afamada Rua António Maria Cardoso para assistirmos à representação desta peça, tendo esta sido iniciada às 16,15 e só veio a terminar faltavam 15 minutos para as 23 horas...
Uma autêntica maratona, com  uma peça que eu gostaria de poder exprimir por palavras minhas o seu conteúdo total, mas são tantas as sensações, as imagens, as ideias e as concepções deste espectáculo, que me vou socorrer da excelente cábula que é o texto que o Zé Celso escreveu para esta representação em Lisboa:

“BACANTES, de Eurípedes, TragiComédiOrgya, Ópera de Carnaval, explode este fim de semana em Lisboa, fertilizando novos sentidos, novos valores na Crise da decadência sem elegância da Idade-Mídia–Neo-Liberal.

O Coro dionizíaco tem como antagonista Pentheu, que quer impedir a Macumba da Arte do Teatro que chega à  Tebas-Lisboa, para voduzar a TROIKA que tiraniza a União Europeia.

Dionísios, Bacantes e Satyros, trazem o “Vinho Torna-viagem” da Macumba de Origem Teatral, para brindar o renascimento cultural da Era Ecológica, Cyber, da Economia Verde, da Bio-Genética, Era Erótica-Afetiva, da Neurociência do cientista português Antônio Damásio, anunciando “O Cérebro reinventando o Homem” e da Arábia Feliz trazendo o Eterno Retorno da palavra Revolução.

Kadmos, o Governador de Tebas, irmão da Vaca Sagrada “Europa”, raptada pelo Dragão, mata esta Fera Divinizada por Dionísios e constrói com os dentes dele a Cidade de Tebas. Tebas é erguida exactamente no lugar onde Kadmos reencontrara a sua irmã Europa, desmaiada na exaustão da fuga do Dragão.

Por este assassinato da Fera amaldiçoada já mesmo antes do Cristianismo, Zeus castiga a Casta de Kadmos fazendo-a passar hoje, pela transmutação na Macumba-Teatro: Rito de Morte Iniciática de seu filho, Dionísios, com a mortal Semelle.

O parto prematuro de Dionísios por Semelle, de ventre partido ao meio pelo gozo de Zeus, permanece vivo há milénios, no  Eterno Fogo Vivo no Centro, no Umbigo da Arquitectura da Orquestra no Teatro de Estádio da  Tragédia Grega. E estará vivo, vindo dos porões do Teatro São Luiz.

Neste fogo brando Dionisios ainda dorme em todo mundo. Mas temos a Paixão de seu acordar, atiçar esta brasa dormida, neste fim desta semana no Teatro São Luiz.
Sob o impacto da bomba que a “Standard & Poo’r” lançou  sobre a União Europeia, nestes três dias vamos despoluir os ares, praticando o Rito da Alegria de acordar o deus Dionísios para bombar nosso Phoder Humano expulsando-nos de nossos papéis de escravos na  fracassada “Sociedade de Espectáculos”.


Viemos para, com Dionísios, trazer de volta o Phoder Humano, Individual e Colectivo, através da Arte do Teatro e religá-la às revoluções mundiais de hoje, nos Corpos renascentes na derrocada da Idade Mídia-Neo-Liberal.

A Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona chega com seu “Tyazo” – Companhia Dionizíaca de Teatro em Grego – com  51 atuadores Macumbeiros-Multi-Mídias de Teatro Total: Actores-Actrizes-Músicos-Dançarinos-Cantores- Iluminadores-Sonoplastas-Operadores de Vídeo e Transmissão direccta pela Internet, Produtores, Camareiras, Figurinistas, Directoras de Arte. Todos Mestiços Antropófagos Feiticeiros deste Vodu de espetarmos nos nossos corpos comuns, Público & Atores, a velha ordem e acordarmos em nós todos o Poder trans-humano revolucionário de Dionísios.
BACANTES estreou em 1996 no Teatro Grego de Ribeirão Preto, no Estado de S.Paulo, depois de 13 anos de estudos e superação de obstáculos na direção do temido Eterno Retorno do Rito de Origem do Teatro: a Orgya.



José Celso Martinez Corrêa, artista maior do teatro brasileiro, regressa a Portugal depois de 37 anos com este rito, versão visceral, orgiástica, do texto seminal da TragiComédiOrgya.

Fundado, em 1958 o Teatro Oficina pratica orgiasticamente com os actuadores do Oficina Uzyna Uzona o Teatro Antropofágico, cruzamento e devoração de culturas arcaicas e contemporâneas indígenas, africanas, europeias, mundiais, para a apropriação da energia do Outro, seja do ser desejado ou do Inimigo da hora: a tétrica Troika que quer impedir agora o salto  fora da Crise e o Renascimento consequente da Humanidade.

O Oficina Uzyna Uzona rompeu com o Palco Italiano de Teatro de Costumes, de Auto Ajuda, de Valores, Pequeno Burguês, o da Incomunicabilidade Humana, e pratica o teatro como iniciação alegre e doida da TragyComédiOrgya: a Ópera de Carnaval.

Cria com o desejo do público, daquele que não quer ser somente espectador, do que entra na Folia da Sagrada Orgya de cada noite. Aquele que topa atravessar no  movimento de júbilo da morte e ressureição Inciática, nos 3 actos desta Macumbona.

Em Lisboa chega com toda a paixão de lamber as nossas  línguas: a da mãe-amante portuguesa e a língua acriolada brazyleira, no nosso mesmo jeito comum: sensual afectivo de ex-colonizadores e ex-colonizados que jamais sucumbiram à robótica frieza neo-liberal agonizante.




Mas tenho que acrescentar alguns apontamentos pessoais...
Ontem tive a sensação que não estava em Portugal, pois nunca vi, no nosso país uma representação tão ousada, em diversos campos -  e eu já vi ao longo de anos espectáculos bastante contundentes, desde a trilogia de La Féria, na saudosa Casa da Comédia, ao controverso bailado de Béjart "Romeu e Julieta" e a vários espectáculos dos Fura Del Baus - como esta peça, em que as cenas de nudez e sexo são perfeitamente normais, chegando mesmo a haver orgias em cena, e com participantes do público.
Aliás, sobre esta participação do público há a referir dois casos invulgares, sendo um protagonizado por um jovem assistente masculino, totalmente nu que estava a interagir com os actores e actrizes, quando aparece em cena um suposto namorado do rapaz a querer "resgatá-lo" daquela situação, tendo sido mandado sentar-se.
E a outra foi numa cena bastante "intima" entre uns sete ou oito participantes masculinos, do público, também em total nudez, um deles não "aguentou a pressão" e foi mais ousado nas carícias tendo ganho uma erecção total...
Era vulgar as intérpretes femininas e alguns masculinos andarem entre o público beijando as pessoas "à francesa", a bebida colectiva de várias garrafas de vinho e até uma "ganza" fumada entre o actor principal , o fabuloso Marcelo Drummon
e variados elementos do público.
O membro sexual masculino foi o herói da festa, não só em símbolo, mas principalmente ao vivo e a cores, já que havia um pintado de vermelho e outro a preto.
A música é um elemento fundamental desta representação, com especial relevo para os temas brasileiros de Carnaval.
Afinal tudo foi uma festa, apesar de se estar a representar uma tragédia grega clássica.
Houve quase no final o "aparecimento" de certas figuras públicas (Dilma Roussef, Sarkozy e Ângela Merkl), e nem o nosso (salvo seja) Sr. Silva deixou de ouvir uma piada.
Um espectáculo delirante, surrealista, fabuloso e imperdível.


Finalmente apresento um vídeo desta peça, mas não da apresentação aqui em Lisboa, mas em que se pode perceber um pouco todo o envolvimento desta representação.


Adenda: Excelente a crítica do Miguel no "Innersmile". E já agora vejam o conteúdo destes links:

http://maquinaespeculativa.blogspot.com/2012/01/tragycomedyaorgya.html
     

sábado, 21 de janeiro de 2012

Kirkpinar Oil Festival

A luta entre homens cobertos de óleo é uma modalidade de luta greco-romana muito antiga (1357) que atrai vários lutadores de toda a Turquia. Este é o desporto mais popular do país e é considerado por muitos como o mais forte da Terra. Segundo uma antiga lenda turca o Kirkpinar Oil Festival começou quando o Sultão Suleyman e 40 dos seus guerreiros faziam fortes incursões ao longo da actual fronteira entre a Turquia, a Grécia e a Bulgária e um dia dois de seus guerreiros começaram a lutar e o sultão prometeu ao vencedor um kispet (par de calças de couro). Eles lutaram de manhã até a noite sem um vencedor emergente e ambos os lutadores morreram de exaustão. Eles foram enterrados debaixo de uma figueira de onde brotou uma nascente de água doce e o campo em que o lutaram foi nomeado de Kirkpinar.
O Kirkpinar Oil Festival é um grande evento que se compõe de  música, festas, dança do ventre e outros eventos, mas a luta  continua a ser o destaque do show. Turcos e ciganos, vindos de toda a Ásia e Europa reúnem-se nos arredores de Edirne para  competir numa série de lutas  “gordurosas”. Até 1975 a luta não tinha nenhum limite de tempo e muitas vezes os lutadores lutavam do amanhecer ao anoitecer  e continuavam o seu jogo no dia seguinte, mas em 1975 foi imposto um limite de 40 minutos com tempo extra de 7 minutos, e se mesmo assim não houver um vencedor, será o competidor que marcar mais pontos durante o tempo extra que é declarado vencedor.
Os lutadores usam calças de couro pesando cerca de 13 kg  e uma camada de azeite para afastar o assustador mosquito da malária que acomete em todo o país, e desta forma, esses homens  mantém viva a tradição de homenagear os guerreiros da antiguidade. O Kirkpinar Oil Wrestling Festival é muito mais do que cultura e história, tornando-se interessante para os lutadores, pois os vencedores levam prémios atractivos. Geralmente tem lugar durante o mês de Junho.
Claro que outro atractivo, este mais particular, tem a ver com o homo-erotismo sempre presente nestas lutas, das quais se mostram algumas imagens.




Como adenda a esta postagem, um interessante vídeo sobre estes torneios e onde se pode ver a carga homo erótica desta forma de luta, embora eles que a praticam talvez nem a sintam...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Padrão dos Descobrimentos

O monumento original foi encomendado pelo regime de Oliveira Salazar ao arquitecto Cottinelli Telmo (1897-1948) e ao escultor Leopoldo de Almeida (1898-1975), para a Exposição do Mundo Português (1940), e desmontado em 1958.
O actual monumento, é uma réplica, foi erguido em betão com esculturas em pedra de lioz, erguendo-se a 50 metros de altura. Foi inaugurado em 1960, no contexto das comemorações dos quinhentos anos da morte do Infante D. Henrique, o Navegador.

O monumento tem a forma de uma caravela estilizada, com o escudo de Portugal nos lados e a espada da Casa Real de Avis sobre a entrada. D. Henrique, o Navegador, ergue-se à proa, com uma caravela nas mãos. Em duas filas descendentes, de cada lado do monumento, estão as estátuas de heróis portugueses ligados aos Descobrimentos. Na face ocidental encontram-se o poeta Camões, com um exemplar de Os Lusíadas, o pintor Nuno Gonçalves com uma paleta, bem como famosos navegadores, cartógrafos e reis.
Eis a lista completa das 33 personalidades representadas no monumento:


Infante Pedro, Duque de Coimbra (filho do rei João I de Portugal)
Filipa de Lencastre
Fernão Mendes Pinto (escritor)
Frei Gonçalo de Carvalho
Frei Henrique Carvalho
Luís de Camões
Nuno Gonçalves (pintor)
Gomes Eanes de Zurara (cronista)
Pêro da Covilhã
Jácome de Maiorca (cosmógrafo)
Pêro Escobar (navegador)
Pedro Nunes
Pêro de Alenquer (navegador)
Gil Eanes
João Gonçalves Zarco (navegador)
Fernando, o Infante Santo (filho do rei João I de Portugal)
Infante Dom Henrique, o Navegador
Afonso V de Portugal
Vasco da Gama
Afonso Gonçalves Baldaia (navegador)
Pedro Álvares Cabral
Fernão de Magalhães
Nicolau Coelho (navegador)
Gaspar Corte-Real (navegador)
Martim Afonso de Sousa (navegador)
João de Barros
Estêvão da Gama (capitão marítimo)
Bartolomeu Dias
Diogo Cão
António Abreu (navegador)
Afonso de Albuquerque
São Francisco Xavier
Cristóvão da Gama (capitão)

A norte do monumento uma rosa-dos-ventos de 50 metros de diâmetro, desenhada no chão, foi uma oferta da África do Sul em 1960. O mapa central, pontilhado de galeões e sereias, mostra as rotas dos descobridores nos séculos XV e XVI.

No interior do monumento existe um elevador que vai até ao sexto andar, e uma escada que vai até ao topo de onde se descortina um belo panorama de Belém e do rio Tejo. A cave é usada para exposições temporárias.
Uma das mais interessantes perspectivas do monumento pode ser observada a partir de oeste, à luz do pôr do sol.

(Notas tiradas da Wikipédia)