Em dois textos vou analisar, na minha perspectiva, que é apenas a de um leigo que gosta de saber o que se passa no mundo e principalmente no seu país, a actual situação económica na Europa (EU) e em Portugal, em particular. Começo pela situação europeia e de seguida num próximo texto falarei do contexto português.
A Europa cada vez mais se confunde com a União Europeia, a chamada Europa dos 27, que no próximo ano serão 28, com a adesão da Croácia (mais um fiel aliado dos alemães); realmente, apenas não estão nela integrados, a Islândia, Suiça, Noruega (belíssima opção do povo norueguês), estados minúsculos, alguns países balcânicos, a Rússia e alguns estados da ex URSS e ainda a Turquia (porque a Alemanha não deixa). De resto, todos os outros estados pertencem à EU, embora o “clube do euro” seja mais restrito, pois há apesar de tudo, políticos um pouco mais espertos que outros.
Convém fazer aqui um parêntesis sobre a Alemanha como país desde quase o início do século XX até hoje: país derrotado das duas únicas guerras mundiais, sempre soube “dar a volta”, devido a dois factores – a inegável capacidade de trabalho do seu povo, e a eficácia dos seus políticos, mesmo que para o mal (caso Hitler); depois da Segunda Guerra Mundial, foi devido ao Plano Marshall,
recuperaram a então Alemanha Ocidental (RFA) e a transformaram, progressivamente numa grande potência económica; a Alemanha de Leste (RDA) nunca passou de mais um aliado da URSS e apenas dava cartas no desporto e na ciência. Com a ajuda ocidental, uma vez mais, e aproveitando a abertura dos tempos de Gorbachev e da sua “perestroika”, o então chanceler alemão Helmut Kholl reunificou de novo a Alemanha em 1990.
De então para cá a Alemanha não tem parado de crescer economicamente e detém hoje posições muito fortes na EU devido essencialmente a essa sua solidez económica.
Com a chegada ao poder do primeiro chanceler alemão oriundo da antiga RDA, Ângela Merkl e principalmente devido à crise económica mundial iniciada em 2008, que lesou essencialmente as economias mais débeis da EU, (que incluem, é claro, Portugal), a Alemanha chamou a si a resolução dos problemas económicos da EU e principalmente da zona euro, beneficiando aqui da ausência do Reino Unido, e começou a ditar leis, coadjuvado por esse fantoche que é Sarkozy. As consequências não se fizeram esperar e a Irlanda, a Grécia e Portugal (tarde demais),três dos chamados PIIGS
tiveram que pedir a ajuda económica internacional. Curiosamente, um país que teve enormes problemas económicos, soube resolvê-los a contento, precisamente por estar fora da EU e consequentemente da zona euro – a Islândia.
Esta dependência económica externa por parte dos três países atrás referidos tem provocado sucessivas ondas de austeridade, que não têm surtido qualquer resultado, pois esquecem de todo o crescimento económico, que é fundamental, quer na Grécia, quer em Portugal, pelo menos; a eminência de situações idênticas noutros países, (Espanha, Itália, Áustria, Bélgica e até a França) têm levado também nesses países à imposição de medidas de austeridade e não se sabe o que mais aí virá, podendo até voltar-se o feitiço contra o feiticeiro, e vir, mais tarde a própria Alemanha a ser atingida.
É que a senhora Merckl pode comandar a Europa comunitária, mas não controla algo mais forte e que é a essência de toda esta situação, que são as agências de rating, ou seja as agências comandadas pelos grandes bancos mundiais e também grandes empresas multinacionais que classificam o risco de investimento não só nos países, mas também nos bancos, empresas e municípios, seus clientes (sim, pois para se ser “classificado” por essas agências, paga-se). E há quem pense que uma nova ordem mundial estará a formar-se por via económica, o que equivale, com o devido distanciamento, quase a uma nova guerra mundial.
A Europa, essencialmente por falta de políticos capazes, está economicamente moribunda, mas ainda há o descaramento de se exigir, por imposição alemã (evidentemente) uma uniformidade no caso do deficit da dívida pública, que não deverá exceder, a curto prazo os 3% do PIB de cada país, o que leva a situações quase utópicas, comparando economias como por exemplo a alemã e a portuguesa.
E, o descaramento atingiu as raias do absurdo, quando há dois dias essa mesma governante
ousou propor o perdão da dívida grega caso a Grécia fosse supervisionada na sua política orçamental pela própria EU, o que levou o ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos a afirmar, com toda a razão, uma frase que deve ser registada como histórica: “Alguém que coloque uma nação perante o dilema de uma «ajuda económica» ou a sua dignidade nacional, ignora algumas lições fundamentais da História”.
Felizmente e como se esperava, esta sugestão vergonhosa foi recusada liminarmente na reunião da EU que ontem terminou, e que nada trouxe de novo, no que toca a resoluções práticas.
Uma coisa é certa, e disso poderão os países agora “cercados” fazer uso: a bancarrota de um país pertencente à zona euro acarretará, a muito curto prazo, o fim do euro, como moeda única. Pelo menos isso…
Adenda: Deixei na caixa de comentários desta postagem um interessante texto sobre a dívida alemã à Grécia (não estou a ironizar).
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Andamos um pouco cansados das historias acerca do euro, e afins, acho que já chega a crise, só por si!!!
ResponderEliminarMas Adorei a foto inicial!!!
Abraço-te
Não tardará que esta Europa comece a arder. O ser humano não aguentará as exigências destes ditadores que afinal não seguiram as ideias da criação desta união. Beijinhos
ResponderEliminarMuito interessante o post. Mas leigo sou eu que não percebo nada de política nem de economia.
ResponderEliminarÉ um ótimo prefácio para as gerações mais novas entenderem o que se (lhes) está a passar - e não digam que nem querem saber: agora toca-nos a todos!
ResponderEliminarPara o segundo capítulo recomendo Nova ficção portuguesa.
(é o terceiro post sobre a Alemanha que leio hoje, em contextos diferentes, onde importa a história - e a idade ou interesses de quem escreve/lê.
Abraço!
Gostei muito do teu post, a verdade é que já se fala há muitos anos que a Alemanha quer conquistar a Europa pela economia e não está longe...
ResponderEliminarO Club do Norte está a formar-se Holanda, Luxemburgo, Suécia e Dinamamrca e Reino Unido sem terem entrado no Euro.
A Alemanha está a jogar em duas frentes. Fica com a Sobrania de países(Grécia e Portugal), aqueles que receberam dinheiro e não se desenvolveram...
Ou simplesmente, acabam-se com os pobres no club dos ricos, e esta medida serve de exemplo para os restantes países que fazem parte da dita união...
A meu ver, com a cambada de politicos que temos. Prefiro que Portugal entregue a Sobrenia, do que saia da zona EURO...
É a minha opinião e vale o que vale
Abraço amigo
Duarte
ResponderEliminartens razão, mas era minha intenção centrar esta exposição, mais no papel da Alemanha no decorrer de toda esta situação, tentando mostrar o percurso que levou este país ao topo da economia europeia, a ponto de a comandar, a seu belo prazer.
Resta saber até quando?
Abraço amigo.
Mary
ResponderEliminarela já começa a estar chamuscada, mas só quando esse "cheiro" chegar às economias mais desenvolvidas, o fogo se ateará.
E nessa altura, medidas imperiosas que deveriam ser tomadas hoje, serão demasiado tardias.
Não gostaria de ser tão pessimista, mas infelizmente a situação económica mundial levará a consequências eventualmente catastróficas, cujo epicentro será o Irão.
Beijinho.
Sad eyes
ResponderEliminarnão será assim tão necessário perceber de política ou economia para ter uma ideia de quão más estão as coisas, para nós portugueses e para muito mais gente, no mundo.
Basta sentir isso no nosso dia a dia...
Abraço amigo.
João
ResponderEliminarainda não sei como vou abordar essa segunda parte do meu pensamento actual, sobre a realidade portuguesa, mas li esse excelente texto no "Jugular" e resume de forma exemplar o actual e eventual futuro da mesquinha política nacional; só tenho uma critica a fazer-lhe: é que com todo aquele (provável) enredo, por onde andará então a nossa economia?
Abraço amigo.
Francisco
ResponderEliminarvou começar pelo fim do teu comentário e que se refere à alienação da nossa soberania; não que eu seja um empedernido patriota (aliás a noção de patriotismo a um nível geral tem vindo a ser progressivamente secundarizada), mas jamais aceitarei e penso que o povo português não o permitirá jamais. A honra é quanto a mim, a última coisa a perder...
E nesse aspecto é perfeitamente abjecta essa proposta alemã, agora efectivada(e rejeitada) sobre a Grécia, pois se formos a analisar o passado, não tão distante assim, os alemães nunca pagaram àquele país os prejuízos que lhe causaram na 2ªGG e a que foram condenados s ressarcir, como fizeram em relação a outros países aliados e vencedores.
A Grécia tem exigido esse avultado pagamento por parte da Alemanha já por diversas vezes, mas eles sempre fizeram orelhas moucas; e com os juros, essa importância teria tirado a Grécia de qualquer problema económico.
Quanto ao tal "Clube do Norte" estou de acordo contigo. Tiveram inteligência suficiente para não aderirem a um sistema monetário, algo utópico e nunca testado.
Abraço amigo.
Para melhor esclarecer o que refiro no comentário que deixei ao Francisco, sobre a dívida alemã à Grécia, decorrente da 2ªGG, aqui deixo uma excelente crónica de Manuel António Pina, no JN, sobre o assunto:
ResponderEliminar«Gostaria de ver os arautos dos "mercados" que moralizam que "as dívidas são para pagar" (no caso da Grécia, com a perda da própria soberania) moralizarem igualmente acerca do pagamento da dívida de 7,1 mil milhões de dólares que, a título de reparações de guerra, a Alemanha foi condenada a pagar à Grécia na Conferência de Paris de 1946.
Segundo cálculos divulgados pelo jornal económico francês "Les Echos", a Alemanha deverá à Grécia em resultado de obrigações decorrentes da brutal ocupação do país na II Guerra Mundial 575 mil milhões de euros a valores actuais (a dívida grega aos "mercados", entre os quais avultam gestoras de activos, fundos soberanos, banco central e bancos comerciais alemães, é de 350 mil milhões).
A Grécia tem inutilmente tentado cobrar essa dívida desde o fim da II Guerra. Fê-lo em 1945, 1946, 1947, 1964, 1965, 1966, 1974, 1987 e, após a reunificação, em 1995. Ao contrário de outros países do Eixo, a Alemanha nunca pagou. Estes dados e outros, amplamente documentados, constam de uma petição em curso na Net (http://aventar.eu/2011/12/08/peticao-sobre-a-divida-da-alemanha-a-grecia-em-reparacao-pela-invasao-na-ii-guerra-mundial) reclamando o pagamento da dívida alemã à Grécia.
Talvez seja a altura de a Grécia exigir que um comissário grego assuma a soberania orçamental alemã de modo a que a Alemanha dê, como a sra. Merkel exige à Grécia, "prioridade absoluta ao pagamento da dívida".
eu tenho um rascunho de um post sobre ter um mealheiro do banco do pelicano cheio de moedas de 1 escudo e 50 centavos e que esteve mais longe de ser aberto... :)
ResponderEliminarhá semanas ouvi o Freitas do Amaral a comentar que a Europa é um directório dirigido por uma pessoa e meia. voltou a repeti-lo dias depois noutro evento.
tb sou muito leiga neste aspecto, mas segundo alguns peritos se sairmos do euro será o colapso da economia. a ver vamos. temos um gene desenrasca...
Margarida
ResponderEliminarinfelizmente esse gene, que reconheço que nós temos, neste caso, não nos vai valer de nada...
Beijinho.
A União Europeia está a dar passos largos para o seu fim e só ainda não foi com os porcos por causa da Alemanha e da França que insistem em mantê-la de pé (e também em nome dos tachos dos parasitas que por lá pululam como o do maoísta Durão Barroso), mas seja como for há muito que o sonho dos pais fundadores da união foi traído e não há mais volta a dar.
ResponderEliminarA Noruega só não está na união por causa da sua zona económica exclusiva, pois não a quer partilhar com mais ninguém. A Suíça não está lá porque é neutra (e faz ela muito bem, pois é mais desenvolvido e organizado que muitos países da Europa), a Rússia por motivos ideológicos e históricos (como se sabe) e a Turquia por não se tratar de um país que partilhe da mesma herança cultural que os restantes povos europeus (até em termos de geografia não se pode considerar a Turquia - tal como a Rússia - como país europeu in jure, mas sim euroasiático) - deixar a Turquia entrar seria um claro convite à aceleração da islamização do velho continente.
Os povos europeus que são representados pelos deputados (mas não foram os povos que os meteram lá para os representarem) já estão cada vez mais cientes dos perigos desta união que serve os propósitos maçónicos da destruição das identidades próprias de cada nação europeia tendo em vista a harmonização do todo em um, daí o crescimento cada vez mais "perigoso" de movimentos de extrema-direita nacionalista. Palpita-me que a união não durará muito mais tempo e a situação do euro poderá ser decisiva para a derrocada. A ver vamos.
FireHead
ResponderEliminarconcordo com as tuas conclusões e penso que haverá grandes e perigosas consequências políticas a nível mundial, após tal situação.
Embora a crise económica domine a actualidade, a situação no que respeita ao Irão é muito preocupante; e a China, com passos de veludo vai-se preparando, ainda por via económica, mas mais tarde por outras vias para dominar o mundo.
Eu há muitos anos que oiço falar no "perigo amarelo"...
Abraço amigo.
Hitler não conseguiu pelas armas ser o Senhor da Europa, mas esta está a tentar consegui-lo pela fome e a desgraça e subjuga todos os governos à sua lei da troika e da repressão...
ResponderEliminarToda esta crise que tem afectado a Europa é muito mais que europeia, é mundial, apesar de ter sido a Europa (até ver) a mais afectada. Não é este o local para fazer a história da origem desta crise, mas quanto ao seu desenrolar e ao seu devir ninguém sabe muito bem como vai acabar. Para já a Regra de Ouro, inventada pelo Merkozy i.e. défices orçamentais inferiores a 0,5% do PIB e dívidas públicas inferiores a 60% do PIB, são regras muito bonitas e fáceis de cumprir em tempo de vacas gordas mas em tempos de vacas magras, como os actuais de vacas magrérrimas, são uma ilusão. Tudo isto vindo da cambada de incompetentes dos políticos europeus e, entretanto, os chineses vão comprando a preço de saldo muitos sectores europeus e devem-se rir a bandeiras despregadas com os mentecaptos dos europeus.
ResponderEliminarLuís
ResponderEliminardaí a foto escolhida para representar Ângela Merckl...
Abraço amigo.
Lear
ResponderEliminarestás achegar à conclusão a que já me referi antes.
Devagar, devagarzinho, A China vai fazendo o seu jogo, pacientemente, "à chinesa"" e para ela a compra da EDP e ainda por cima vendida de mão beijada, foi muito mais importante do que para nós a sua venda; que lhe importa que fique lá o Mexia, ou o "pentelhos", ou a "Celeste imposta pelo Paulinho"...
O que interessa é ter uma importante "chave" para entrar no mundo económico capitalista.
É a política do "deixa-os pousar"...
Abraço amigo.
Pinguim
ResponderEliminarTambém estou muito preocupada com a evolução de toda esta crise, porque não vejo por parte dos políticos europeus uma perceção clara ou uma vontade forte de melhorar as coisas. Na minha opinião, a Europa só se salva com um federalismo mais forte, menos egoísmos nacionais e mais respeito por países que já cá andam há muitos séculos e trouxeram aportes fundamentais à civilização europeia. E Portugal não vai a lado nenhum sozinho.
Sempe fui um Europeísta e continuo a sê-lo... No contexto actual penso que é pior aos Estados Europeus estarem por si só, sem beneficiarem de uma União Económica e Monetária, do que unidos no seio dessa União. O problema não está na União: está nos que a lideram.
ResponderEliminarMas ou muito me engano ou isso resolve-se brevemente... estes políticos medíocres têm os dias contados.
Teresa
ResponderEliminarclaro que nós não podemos seguir sozinhos qualquer rumo, mas temos um trunfo que é sabermos que a nossa bancarrota, a da Grécia ou de qualquer país da zona euro representa um rombo que inevitavelmente conduzirá ao fim da moeda única e mesmo os políticos medíocres que pulam por todo o lado são obrigados a "aguentar o barco",mas tardam a fazê-lo com medidas concretas e eficazes.
Beijinho.
Backpaper
ResponderEliminarachas mesmo que esses políticos têm os dias contados? Não te digo o contrário, mas terão substitutos à altura?
Repara que a direita governa por assim dizer em toda a Europa comunitária, mas à esquerda também não vejo alternativas credíveis, a começar aqui em Portugal com um Seguro muito pouco convincente.
Na França que vai a votos em breve, será François Hollande, o provável sucessor de Sarkozy, um político em que se possa depositar confiança? Penso que não.
Não vejo um Messias aparecer no horizonte, infelizmente.
Abraço amigo.
A meu ver (eu que não percebo nada disto), isto é uma guerra fria capitalista. Os EUA tem as contas bem piores que nós e no entanto não se ouve o alarido que se ouve aqui no nosso continente.
ResponderEliminarTudo isto é subliminarmente alavancado pelas agencias de rating que com uma mera decisão acabam por mudar a sustentabilidade económica de um país.
O Euro está exactamente na situação que está porque teoricamente é uma moeda forte, mas só teóricamente, não tem uma unidade política coesa que o sustente, existe sim várias vozes discordantes que acabam por se subjugar aqueles que aparentemente estão melhores posicionados e os mais astutos.
Os restantes seguem, como cordeiros (tu referiste-os como porcos) a uma europa moribunda e decadente.
A meu ver a moeda tem os dias contados... será um processo lento e gradual, que concerteza levará certamente a um conflito... Resta saber quando e em que forma vem esse conflito.
Os chineses ainda nos recrutam como kamikazes :)
Porcupine
ResponderEliminarquer-me parecer que soubeste sintetizar muito bem a situação.
Abraço amigo.
A Alemanha conseguiu dar "a volta por cima", como referiste. É realmente fantástica a sua extraordinária capacidade de renascer das cinzas, destruída economicamente com a II Guerra Mundial, que perdeu, e dividida posteriormente até à queda do Muro de Berlim, em 1989. Hoje, pode-se dizer que é a "senhora" da Europa, incorporando o seu motor de avanço.
ResponderEliminarComo sabes, sou um critico acérrimo dos atuais moldes desta União Europeia com desejos federalistas, refreados agora com o fracasso da "Constituição Europeia" em 2004/2005. O sonho chamado "União Europeia" sempre teve um propósito: mais tarde ou mais cedo tornar-se uma federação de Estados. E eu nem sou - como nunca fui - nacionalista! Contudo, respeito o princípio das nacionalidades. Cada povo tem direito a manter a sua identidade própria, características únicas que os distinguem, semelhantes às que encontramos em todos nós. Cada pessoa é um ser humano diferente; cada país é uma nação diferente, com a sua cultura, tradições, língua, costumes, etc. É isso que torna a Europa rica e é isso que alguns políticos europeus federalistas não entendem. A Noruega não entrou "no esquema", em 1994, pela última vez, e fez muito bem!
Concordo com uma Europa económica, com cooperação entre Estados, com entreajuda a diversos níveis, todavia, a Europa é um continente e não um país, como a União Europeia pretender ser.
Mark
ResponderEliminare penso que não estaria no pensamento do "pai" desta Europa comunitária, Jean Monnet, uma futura Europa federada de Estados.
E com políticos perfeitamente anti federalistas como De Gaulle, que apenas cedeu na entrada do Reino Unido, depois de muito pressionado pelos seus parceiros, isso era quase utópico.
Mas a Alemanha sempre viu essa união política, por via económica, uma forma de se tornar o país timoneiro e o lançamento do euro, como moeda única era o trampolim, mas de princípio ficou logo com alguma debilidade, devido à recusa de certos países de entrarem nessa aventura.
Nós estávamos condenados a entrar, devido à nossa endémica debilidade económica.
Os resultados estão à vista; a alienação da soberania não é, ainda, algo que se possa deitar para trás das costas.
Abraço amigo.
como já comentei este texto no G+, aproveito apenas para dizer que gosto muito do comentário do porcupine: sintético e acutilante.
ResponderEliminarabraço
Miguel
ResponderEliminareu já tinha dito isso no comentário que aqui lhe deixei.
Abraço amigo.
Penso que já suspeites da minha opinião diferente nesta matéria. Países que acumulam sistematicamente deficits excessivos, sem qualquer controlo nas suas contas, não podem querer pertencer à mesma união económica de países com as contas em ordem. Por isso, das duas uma, ou põem as finanças em ordem, com ou sem ajudas externas, ou orientam-se por si mesmos.
ResponderEliminarFalar da forma como a Islândia resolveu os seus problemas económicos é exagerado, a economia islandesa é uma pequena economia cujo default afetaria apenas moderadamente as economias envolventes. A decisão do 'não pagamos', ainda que prove que a última palavra pertence ao povo, não me parece muito justa no seio de uma comunidade internacional que se ajuda mutuamente.
Amigo Coelho
ResponderEliminarpode a Islândia ser uma pequena economia, decerto não está na UE, e muito menos na zona Euro, mas estava numa situação de bancarrota e numa atitude corajosa, pura e simplesmente deixaram de pagar ao "garrote" que lhes estava a ser apertado por grandes bancos internacionais e hoje é uma economia a crescer, numa Europa cada vez mais em depressão ou a caminho dela.
Quanto a nós, sei que temos compromissos internacionalmente aceites e não poderá ser um simples gesto de "não pagar" que resolve a crise.
Mas também sei, e penso que a Sra. Merkle o saberá também, que um país da zona euro a entrar em bancarrota, levará outros à mesma situação, como um efeito dominó.
E isso não será uma arma, para renegociar a dívida? Para alargar os prazos de um deficit comum?
Da parte da Grécia, de Portugal ou de qualquer outro país.
Mas parece que aqui, neste país, só os senhores do governo é que não entendem para onde estão a levar o país; não há ninguém lá fora que não saiba que esta política de austeridade sobre austeridade é um suicídio.
Até já começa a ser a própria troika a tomar consciência dessa realidade.
Que interessa ser um país cumpridor, se vamos para o abismo?
Haja algum travão em tanta loucura...
Abraço amigo.