“Handsome Harry” (2009) é um filme corajoso, realizado por Bette Gordon e com um excelente argumento de Nicholas T. Proferes e que faz perguntas ao espectador e permite a este chegar às suas próprias conclusões. Questiona directamente a homofobia e num final um pouco ambíguo, deixa a pairar a questão fundamental: valerá a pena sofrer em silêncio para não ferir a família e a sociedade, ou viver em paz consigo mesmo, sendo coerente com a sua condição.
Um homem procura fugir do passado, mas percebe que primeiro ele tem que enfrentar o presente, depois de ter recebido um telefonema desesperado de um seu antigo camarada da marinha, no tempo da guerra do Vietnam.
Harry Sweeny (Jamey Sheridan), é um cinquentão divorciado, pai de um filho distante e que vive uma vida discreta numa pequena cidade, onde tem um pequeno negócio e tem na dona do café local uma admiradora muito interessada, mas ele nunca foi muito adiante nessa situação. Canta num coro e por isso é estimado por toda a comunidade local.
Mas a sua vida nem sempre foi assim tão fácil e ele só é confrontado com o seu passado quando esse velho amigo Tom Kelly (Steve Buscemi) lhe pede no seu leito de morte que obtenha o perdão de um outro camarada e amigo David Kagan (Campbell Scott), que ambos agrediram violentamente juntamente com mais três, em virtude de actos homossexuais praticados por ele, agressão essa que lhe causou o esmagamento da mão.
Inicia então um périplo pelos seus três amigos, a quem não via desde então e vai descobrindo em cada um os fantasmas do passado que também o atormentam, e reconhece que nenhum está muito disponível para recordar essa agressão.
Finalmente no reencontro com Kagan, vem ao de cima a verdade sempre ocultada.
É essa dualidade que transparece na cena final, e se eu a considero ambígua, é porque nada fica definido quanto ao futuro, já que quanto ao passado tudo foi dito, sem reservas e com perdões.
Penso não ter sido exibido comercialmente em Portugal, o que é pena, pois é um excelente filme.
E que tal passar por aqui...
E que tal passar por aqui...
Tenho que o ir procurar na net :)
ResponderEliminarAbraço amigo
Este filme é tão belo... e tem um desempenho fabuloso de Jamey Sheridan.
ResponderEliminarFrancisco
ResponderEliminareu já o tenho há tempos e não sei onde o fui buscar. Se entretanto souber, digo-te, pois vale bem a pena.
Abraço amigo.
Parece ser muito bom, também vou procurar ver! ^^
ResponderEliminarAbraço :3
Luís
ResponderEliminaré um filme que mostra bem a hipocrisia que gira à volta da homossexualidade, mas é mais do que isso; é um filme que mostra os fantasmas do passado, em gente que viveu conflitos e que procura esquecê-los, justificando-se com uma vida aparentemente feliz, mas cheia de "remorsos".
Sim, a interpretação de Jamey Sheridan é muito boa, mas foi um prazer reencontrar Steve Buscemi, Aidan Quinn, John Savage e Campbell Scott (Longtime Companion).
Tu que estás muito metido nestas coisas do cinema LGBT, sabes se o filme foi exibido comercialmente cá? E se há DVD? (na FNAC não existe).
Abraço amigo.
Hórus
ResponderEliminarolha que vale a pena...
Abraço amigo.
Não vi o filme, mas pela discrição parece-me muito bom.
ResponderEliminarVidas diferentes e pensamentos diferentes, mas no fim o mesmo desejo de partilha e de felicidade.
Luís
ResponderEliminaré uma pena que certos filmes não cheguem ao circuito comercial, nem mesmo ao circuito dos DVD's.
Só mesmo através de certos links os conseguimos visionar ou obter.
Este é um caso, e é pena pois é um filme que não foi feito só para festivais, teve uma exibição comercial normal na maior parte do mundo cinéfilo, conhecidos intérpretes e fica ao alcance de muito poucos que se dão ao trabalho de o procurar.
Abraço amigo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarFrancisco, Hórus e Luís
ResponderEliminarfiz uma adenda ao texto que talvez vos interesse,
E de uma forma geral gostaria de recomendar a quem gosta de filmes de temática LGBT que seguissem o blog do amigo brasileiro Lobinho,
http://www.intercinegay.com.br
Abraços.
Não conheço, mas parece ser legal. Mais uma dica anotada, assim que puder assistirei :)
ResponderEliminarAcrescentei o filme à lista de filmes a ver. Agora é esperar x)
ResponderEliminarFrederico
ResponderEliminare não te vais arrepender...
Abraço amigo.
K
ResponderEliminaro link está lá e tem legendas em português.
O filme, claro que vale a pena.
Abraço amigo.
Olá João
ResponderEliminarPor acaso numa tarde fria de domingo acabei por ver esse filme, e posso acrescentar que gostei muito, nunca imaginava o fim daquela forma, e ainda bem que assim foi, gostei imenso e recomendo, toda a gente em particular devia ver, há sempre pessoas que ficaram tatuadas nas nossas memorias por mais anos que passem!
Grande abraço, grande João ;)
Também estou curioso. E a dica do blog do Lobinho é excelente.
ResponderEliminarAbraço amigo.
Rikardo
ResponderEliminareu, ao contrário de ti, já esperava aquele final, mas como digo no texto, soube-me a pouco, pois nos deixa a imaginar o que irá suceder...
É um filme muito interessante, deveras.
Abraço amigo.
Arrakis
ResponderEliminaro Lobinho é um bom amigo e tem um notável trabalho na recolha e divulgação de filmes LGBT.
Está agora a tentar "levantar" dois outros blogs semelhantes, que foram muito abaixo com o caso da Megapload, mas eu darei notícias sobre isso.
Este filme vais gostar, podes estar certo.
Abraço amigo.
Nunca tinha ouvido falar desse filme, João, mas confio na sua opinião
ResponderEliminarSó pelo argumento que descreveste, parece interessante. O tipo de filme que eu gosto mesmo. Ainda nem vi o Drei, que recomendaste, ainda não tive tempo... :) lá irei um dia... beijo
ResponderEliminarCarlos
ResponderEliminarai, esse "sua", hehehe...
É um filme pouco conhecido mas muito bom.
Abraço amigo.
Eva
ResponderEliminarsão filmes diferentes e a maior diferença é que um é americano e outro europeu...
Claro que sempre preferi o cinema europeu.
Mas o argumento deste filme está muito bem construído e assenta num, ou em vários problemas da sociedade actual, e depois visto sob o prisma de pessoas adultas, já nos cinquentas...
Beijinho.
Não João, o filme não estreou comercialmente em Portugal e também não existe nenhuma edição do filme em DVD em português...
ResponderEliminarOlá Luís
ResponderEliminarbem me parecia.
Obrigado pela confirmação.
Abraço amigo.
Bom filme.
ResponderEliminarNão conhecia e fiquei com vontade de ver.
Aproveito o post para te deixar um abraço especial. Sabes porquê com certeza: a tua presença e os teus comentários dão-me alento.
Obrigado!
Pedro
ResponderEliminarnão sou tão imodesto como o senhor silva que dizia quando era primeiro ministro que nunca se enganava; mas quando apoio com algum empenho um novo blog como fiz com o teu e com o da Margarida, sei do que falo.
Agora gostava muito que apoiassem o blog do Rikardo Ramos - "Letras despidas", que sem postar muitas vezes, sempre o faz com muito interesse.
Abraço amigo.
João, será com gosto que irei ver o novo blogue do Rikardo. afinal, o que é o teu e o nosso propósito, aqui? também conhecer blogues, comentar, partilhar e receber :) bjs.
ResponderEliminarMargarida
ResponderEliminaro blog não é novo, mas não tem divulgação e vale bem a pena; não ligues à última postagem dele, mas vê as outras e decerto vais gostar.
E, por experiência própria sabes bem como é agradável sermos lidos e partilhados.
Por isso te agradeço.
Beijinho.
tens razão, já o adicionei ao leitor e asap vou lê-lo, pelo menos os textos mais recentes.
ResponderEliminarps: acabei por não comentar o filme (afinal o titulo do post.) não vejo mts filmes da net, mas consegui que mo sacassem o drei e já o vi. :) vou comentar o teu post sobre isso, assim q o encontrar :D.
Margarida
ResponderEliminarmais uma vez obrigado no que respeita ao blog do Rikardo.
Quanto a este filme ele é deveras interessante pois não é vulgar ver pessoas daquela idade falarem e viverem (com medo, é claro) dos fantasmas do passado...
Beijinho.
Logo que tenha tempo, vê-lo-ei. (:
ResponderEliminarMark
ResponderEliminargostaria muito de ter a tua opinião.
Abraço amigo.
Concordo com o João e com Rikardo: o desenrolar era expectável (se bem que muito tedioso) mas o protagonista surpreendeu-me no fim...
ResponderEliminar...mas a resposta ficou dada (não posso explicar mais para não estragar o final para quem vai ver o filme)
Estes filmes fazem sempre lembrarme a letra "Discoteca" dos Pet Shop Boys:
"I don't speak in anger
Though the chances that I've let
Pass me by and now regret
I can't forget
They're haunting me
Like a score of unpaid debts
Is it enough
To live in hope
That one day we'll be free
Without this fear?
I'm going out
And carrying on as normal"
A esperança é sempre para quem há-de vir.
Muito obrigado pela dica!
PS: dado que não há à venda em Pt, posso dizer que se turrenta bem... ;) e também se mula.
Nuno
ResponderEliminarolha que a dica do intercine gay facilita muito a questão comparativamente com a turrenta e com a mula...
O filme entusiasma-me principalmente por analisar comportamentos de pessoas cinquentonas, o que não é vulgar...
O fim...não é assim tão explícito, digamos que nos permite escolher a opção mais desejável...
Abraço amigo.