O pianista e compositor tinha cancelado recentemente um espetáculo na Culturgest por motivos de saúde, mas, de acordo com o semanário Expresso, Bernardo Sassetti terá morrido depois de cair acidentalmente de uma falésia na zona de Cascais, onde se encontrava a tirar fotografias. Entretanto, esta informação foi confirmada à agência Lusa pelo pianista Mário Laginha.
Nascido em Lisboa a 24 de junho de 1970, Bernardo Sassetti era bisneto do antigo Presidente da República Sidónio Pais. Casado com a atriz Beatriz Batarda, Sassetti tinha duas filhas.
O site da Clean Feed, a sua editora, refere que Bernardo Sassetti foi influenciado por Bill Evans e Keith Jarrett. Com formação clássica desde os nove anos, Sassetti acaba por destacar-se aos 18 anos no campo do jazz, com o Quarteto de Carlos Martins e o Moreiras Jazztet.
Bernardo Sassetti viria a atrair atenções internacionais com a composição de bandas sonoras para cinema, participando na longa-metragem “O Talentoso Mr. Ripley”, de Anthony Minghella. Assinou ainda bandas sonoras de filmes portugueses como “Alice”, de Marco Martins, “Um Amor de Perdição”, de Mário Barroso, ou “A costa dos Murmúrios”, de Margarida Cardoso.
“Nocturno”, o seu disco de 2002, foi distinguido com o Prémio Carlos Paredes. Viria ainda a gravar “Índigo” e “Livre”. Ao longo do seu percurso musical, Sassetti trabalhou com músicos jazz, do fado, do pop rock e do hip hop.
Em 2010, Bernardo Sassetti juntou-se a Carlos do Carmo para fazer um trabalho inédito, que reúne músicas nunca antes cantadas, tocadas ou gravadas por qualquer um dos dois. Entre os compositores escolhidos para este disco estavam José Afonso, Sérgio Godinho, Fausto, Rui Veloso, Violeta Parra, Léo Ferré e Jacques Brel. O álbum incluía ainda um original de Sassetti com poema original de Mário Cláudio. No site da editora Universal é recordada uma apresentação deste disco na RTP.
Os últimos trabalhos de Sassetti foram uma participação no disco “Mútuo Consentimento”, de Sérgio Godinho, e “3 Pianos”, com Mário Laginha e Pedro Burmester.
que tragédia, que tristeza tão grande, que perda tão irreparável.
ResponderEliminarera um dos melhores. e suponho que "morre jovem o que os deuses amam".
ainda estou a digerir... perda, que grande perda :(
ResponderEliminarbjs.
Miguel
ResponderEliminarestá a desaparecer gente que faz tanta falta, meu Deus...
E as bestas, os inúteis e os idiotas continuam a vegetar e a considerarem-se únicos.
Que revolta!!!
Abraço amigo.
Margarida
ResponderEliminare quase um cliché dizer de quem parte, que era bom, e mais isto e aquilo...
Mas o Bernardo era mais que bom, era perfeito. Compunha e interpretava música maravilhosa.
Beijinho.
É sempre triste ver as pessoas que são boas e especiais a partirem muito cedo...se realmente perdeu a vida por acidente, é mesmo uma grande tragédia... :S
ResponderEliminarHórus
ResponderEliminarvai haver muita especulação sobre esta morte, estou mesmo a adivinhar.
Mário Laginha era o seu maior amigo e tantas vezes tocaram juntos.
Assisti a um concerto de ambos, muito bom, no CCB, há uns tempos.
Abraço amigo.
A morte é uma coisa mesmo lixada (para não dizer outra coisa).
ResponderEliminarLuís
ResponderEliminarnão tenhas medo de a usar porque é a apropriada: a morte é FODIDA!
Abraço amigo.
Realmente para morrer, basta estar vivo :)
ResponderEliminarTão novo, faz-me imensa confusão...
Paz à sua Alma
Abraço amigo
Francisco
ResponderEliminarcom tanto para dar; a música portuguesa perdeu um dos seus mais sólidos valores.
Abraço amigo.
Repetindo o que já disse noutros blogs, mais uma figura da nossa Cultura que se apaga este ano. :(
ResponderEliminarCoelho
ResponderEliminarno espaço de 15 dias o país perdeu três vultos importantes e em diferentes áreas: Miguel Portas, na política, Fernando Lopes, no cinema, e agora Bernardo Sassetti, na área da música.
É demasiado empobrecimento para um país com tanta gente medíocre em lugares importantes.
É acima de tudo, injusto...
Abraço amigo.
É verdade; muito vai especular-se sobre esta tragédia... e para quê?
ResponderEliminarO que importa é que "perdemos" alguém :(
Rosa
ResponderEliminaré curioso o que se passa com Bernardo Sassetti.
Ninguém ousa questionar a sua muita boa qualidade de intérprete e compositor. No entanto, foi uma pessoa discreta na sua vida que sempre procurou estar fora das luzes da ribalta, tanto na sua vida profissional como na vida pessoal; tenho a certeza que a maior parte das pessoas desconhecia que era casado com aquela que eu considero a maior actriz portuguesa da sua geração, Beatriz Batarda.
No entanto continuo sem perceber a razão porque as pessoas continuam a expor-se aos perigos de sítios como aqueles em que o Bernardo caiu, e ainda mais quando são pessoas cultas. Ainda há um mês ali acontecera outro acidente fatal...
Beijinho.
Certamente conduzido pela sensibilidade ao seu último percurso nesta vida... Assim são os retratos da vida dos mestres.
ResponderEliminarCertamente que sim, Paulo.
ResponderEliminarAbraço amigo.
Tal como toda a gente, também eu fiquei chocado, ninguém estava a espera deste desfecho
ResponderEliminarAbraço
Sérgio
ResponderEliminara morte acaba sempre por nos afectar; quando ceifa uma vida jovem e cheia de realidades lindas e muitas promessas no campo musical, mais nos choca.
E nestas circunstâncias, torna-nos quase incrédulos.
Abraço amigo.
João,
ResponderEliminarRecebi a notícia da morte de Sassetti por SMS. Sem pormenores. Quando mais tarde os conheci, fiquei chocado. Porque, todos o sabemos, a morte faz parte da vida, mas desaparecer daquela forma e com aquela idade, é sempre uma morte estúpida. Se a isso juntarmos o facto de estarmos perante uma figura grada da nossa cultura, um virtuoso do piano e da composição musical, então aí temos uma tragédia para a nossa identidade enquanto povo.
Num tempo que tem sido, infelizmente, fértil em perdas de figuras maiores da nossa cultura.
Isto enquanto pululam por aí umas figurinhas cinzentas, sem graça, que nos envergonham... pelo menos a mim envergonham. Figuras como a daquele indivíduo que na passada 6.ª feira disse uma palermice qualquer acerca dos desempregados e do desemprego.
Um abraço de amizade!
Lear
ResponderEliminareu sei que é uma ideia absurda e de um terrível mau gosto, mas confesso que me passou pela cabeça, mesmo que meteóricamente: Não poderia ter havido uma troca (estou a referir-me ao teu último parágrafo).
Abraço amigo.
Olá, João.
ResponderEliminarDei uma vista de olhos por aquilo que as pessoas aqui te deixaram e por aquilo que tu próprio escreveste. Como sempre! É essa uma das tuas grandes qualidades: feed-back.
Sim, a morte apanha-nos sempre de surpresa. Sim, a morte faz parte da vida e morrer novo é, sei lá!...
De momento, encaro a morte com naturalidade. Acho que nada me prende... Posso ir quando tiver que ser. E é por isso que dou tanto valor à vida! Contraditório, não é?
Estou a ouvir a música deste "Homem" e é como alguém aqui disse." Era uma pessoa discreta!" Foi isso que eu senti! A música preenche-nos e transporta-nos para outras esferas... A discrição não é daqui e é pertença dos sábios.
Seria bom que investigassem a morte do Bernardo. É tudo tão estranho!
Beijo
Isabel
Isabel
ResponderEliminarpois é isso mesmo. A morte não escolhe datas nem modos de actuar, mas esta morte está em tudo na oposição à ideia que eu tinha do Bernardo Sasseti.
Beijinho.
Como já referi noutros espaços, devo dizer que esta morte chocou-me bastante. Por vários motivos: era um homem ainda novo e as circunstâncias do seu óbito são tão imprecisas e macabras que é impossível ficar indiferente. :(
ResponderEliminarQue descanse em paz! :(
Mark
ResponderEliminarpor tudo o que dizes é que esta morte tem tido uma cobertura em tudo antagónica ao que foi a sua vida: uma descrição total, uma afabilidade extrema, um desapego da fama e um enorme, tremendo valor como músico, compondo e interpretando.
Falava-se pouco do Bernardo, mas afinal ele era imensamente conhecido.
Não é preciso pôr-nos em bicos dos pés para aparecermos...
Abraço amigo.
Seria impossível não falar de Bernardo Sassetti :(
ResponderEliminarTodos nos sensibilizámos com a sua perda! E quando se seguia o seu percurso de perto...
Um imenso pesar que tem a vastidão da sua musicalidade. E da sua generosidade.
Muito obrigada pelas tuas afáveis palavras sobre o que eu própria escrevi! Ou melhor, senti...
Fragmentos
ResponderEliminarfui muito sincero; foi das melhores coisas que li sobre o desaparecimento de Bernardo Sassetti, na blogo.
E temos que nos felicitar todos por uma coisa: raras vezes uma morte de uma pessoa avessa a focos de grande notoriedade reuniu tanto consenso como a dele. A razão é simples - ele era um músico genial...
Beijinho.
Bela homenagem a este jovem artista que nos fez sonhar tantas vezes! Estamos todos de luto...
ResponderEliminarJustine
ResponderEliminaro país está a ficar mais pobre, em todos os campos...
Beijinho.
Tragédia. Tem havido imensas e a crise aumenta-as. Beijinhos
ResponderEliminarMary
ResponderEliminarnestes tempos, estas situações ainda parecem ser ainda mais difíceis de aceitar.
Não vale a pena dizer mais nada sobre a falta que o Bernardo faz ao nosso país, não é só à música, é a toda a Cultura.
Beijinho.