segunda-feira, 26 de abril de 2010

Com bolinha...ou talvez não...


Este texto de Millôr Fernandes poderá eventualmente chocar algumas mentes mais conservadoras, mas ele é exemplificativo de um sem número de pessoas que usam estes vernáculos, no seu dia a dia, quer oralmente, quer principalmente em pensamento. E deixemos-nos de questões moralistas, pois estes termos fazem parte da língua portuguesa e quem os emprega de vez em quando, não pode nem deve ser apelidada de grosseira ou mal criada: tudo depende do seu uso devido ou indevido, do contexto e até da região onde ele usado; no Norte do país estas frases são muito mais usadas que nas outras regiões, por exemplo...


"O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à

quantidade de "foda-se!" que ela diz.

Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?

O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma

pessoa melhor.

Reorganiza as coisas. Liberta-me.

"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"

"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então,

foda-se!"

O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos

extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário

de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos

mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua

língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que

vingará plenamente um dia.

"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a

ideia de muita quantidade que "comó caralho"?

"Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão

matemática.

A Via Láctea tem estrelas comó caralho!

O Sol está quente comó caralho!

O universo é antigo comó caralho!

Eu gosto do meu clube comó caralho!

O gajo é parvo comó caralho!

Entendes?

No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a

mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".

Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem

nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.

O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto.

Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades

de maior interesse na tua vida.

Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro

para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência.

Solta logo um definitivo:

"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!".

O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro

Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema,

e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)

Há outros palavrões igualmente clássicos.

Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu

correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente,

sílaba por sílaba.

Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito

assim, põe-te outra vez nos eixos.

Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se

reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um

merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.

E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua

maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"?

Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus

quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de

seu interlocutor e solta:

"Chega! Vai levar no olho do cu!"?

Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima.

Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar

firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado

amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de

maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a

sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".

Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para

uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de

ameaçadora complicação?

Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor

num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo

assim como quando estás a sem documentos do carro, sem

carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a

mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"

Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada

funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a

saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os

empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e

em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a

desejada reforma tem que aumentar … tu pensas “Já me fodi!”

Então:

Liberdade,

Igualdade,

Fraternidade

e

foda-se!!!

Mas não desespere:

Este país … ainda vai ser “um país do caralho!”

Atente no que lhe digo

Millôr Fernandes

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ponto da Situação

Já muito falei neste blog sobre a blogosfera e sobre as diversas fases que a mesma tem passado e todos nós que temos um blog, temos também as nossas fases em relação a ela.
Isso tem-se notado, mas a blogosfera não morre.
Vem isto a propósito de uma explicação que aqui quero deixar, não que me seja pedida, mas que gosto de expressar, sobre a minha ausência de comentários nos vossos blogs.
Como podem observar, a minha lista de blogs é grande, muito grande mesmo e se um blog ali está significa que é um blog para ler ou ver e eventualmente comentar.
Ora basta ter uns dias de ausência aqui na blogosfera para o número de posts a ver/ler se tornar assustador; na passada semana, depois de o Déjan cá ter estado e devido a ter ido passar dois dias à Covilhã com a minha Mãe, chegou a superar as 800 entradas!!!
Agora, está quase a coisa resolvida - faltam-me para aí umas 170, mas crescem todos os dias. E como tenho andado engripado, também não tenho estado aqui no Pc o tempo habitual.
Quando a "coisa" estiver arrumada, começo a comentar normalmente, pois gosto de o fazer, e sei que todos gostamos de receber comentários, mesmo que digamos que isso não é importante...
E depois há o jantar; tenho-me multiplicado em telefonemas, em mails enviados, em msgs no Facebook, para ter um grupo agradável de pessoas no mesmo. Felizmente e confirmadas estão neste momento 30 pessoas, mas há várias pessoas que ficaram de me dar uma resposta e que eu peço que não se atrasem...
É importante para que tudo funcione bem; é que isto de organizar um jantar de blogs não é só marcar uma data, um local e já está! Não, dá trabalho, mas depois vale bem a pena!!!

domingo, 18 de abril de 2010

Como é possível...


Como é possível nos tempos que correm, toda esta vergonha suja da Igreja, com o Papa à cabeça, a esconder e a contemporizar com todos os inúmeros casos de pedofilia de padres, bispos e por aí acima?
Faz-se tanta manifestação neste país e não há uma manifestação que mostre a esse "senhor" Bento que nós por cá detestamos a hipocrisia do Vaticano????

E, embora diferente aqui fica o registo de duas passagens de uma postagem do "distinto economista" Pedro Arroja, no seu blog "Portugal Contemporâneo"; e fica aqui porque é tão vergonhoso e sujo como o caso da pedofilia na Igreja:

“Um homem que seja verdadeiramente um homem, um homem heterossexual, nunca deseja que o mundo morra consigo. Esse homem deixa, em princípio, filhos e aquilo que ele deseja é que, à sua morte, o mundo seja pacífico e próspero, porque esse é o seu desejo para os seus filhos. É diferente com um homossexual. Depois dele, não há nada. Não faz diferença nenhuma que o mundo morra com ele. Os homossexuais são, por isso, pessoas potencialmente violentas, os destruidores por excelência. Se, para além de homossexuais forem portadores de HIV, então junta-se a fome com a vontade de comer. Não só não deixam nada, como eles próprios não ficam cá por muito tempo. Estão abertas as portas da destruição.”

(…….)

“Voltando aos homossexuais. Uma comunidade de homossexuais é uma comunidade sempre pronta a explodir em violência. A violência em comunidades homossexuais é sempre incomparavelmente maior do que em comunidades heterossexuais. Os Vândalos possuiam uma forte cultura de homossexualidade, e o mesmo acontecia com todos os povos que foram designados por bárbaros.

Existe na cultura ocidental um filósofo que recebeu a alcunha de O Destruidor, uma alcunha que lhe foi posta pelos seus conterrâneos, e que lhe foi muito bem posta. Só pode ter sido homossexual. É o Kant. Viveu sempre com o seu criado, de nome Lampe, dizem as biografias dele. Era criado era ... Era criado para todo o serviço.”

Como é possível??????


A ilustração está no blog "Os tempos que correm" do Miguel Vale de Almeida.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

4º. Jantar de Blogs

O convite foi lançado por mim, e depois pelo Felizes Juntos, a tempo e horas de irem reservando agenda e tempo para o jantar anual – o 4º, por sinal. Nesta entrada, eu já informei onde e quando era (1 de Maio, 20h). A inscrição é obrigatória.

Outros pormenores, como preço, localização, ementa, etc., seguirão, preferencialmente, por email. Possuímos uma lista bastante actualizada dos contactos, mas pedimos aos mais novos – e que não apresentem meio de contacto no blogue – que nos enviem um email para trocarmos contactos.

Se precisarem de um desenho, peçam que a gerência logo vê o que se arranja; por outro lado, se precisarem de alguma outra coisa, comprem que há sítios que vendem.

Claro, o convite é dirigido a tod@s os que carinhosamente nos seguem: às mulheres, aos novos, aos velhos, aos assim-assim... especialmente, a quem ainda não conhecemos e que poderão ter algum receio ou reserva. Não tenham! Descansem: somos todos muito boa gente e nenhum de nós foi ou é padre (pelo menos que tenhamos conhecimento).

Queremos mesmo é contar contigo!

Agora, está na hora de se inscreverem impreterivelmente até dia 24 de Abril. Pode ser através deste blog ou do meu mail, que consta no mesmo ou no blog Felizes Juntos.

Não aceitamos desistências, esquecimentos e outros percalços imprevisíveis, 'tá.

domingo, 11 de abril de 2010

Novamente...a contar o tempo





O Déjan partiu há umas horas e as saudades já se fazem sentir, amenizadas apenas de ser esta a vez em que a separação é mais curta: "apenas" cinco semanas, pois a 18 de Maio estará aqui de novo, até final do mês.
Esta semana em Lisboa foi fantástica, ajudada por um tempo magnífico e arranjei sempre percursos alternativos para ir mostrando coisas diferentes ao Déjan, e curiosamente acabei por conhecer coisas que nunca tinha visto: já tinha referido o Cristo Rei, pois agora posso juntar a Mãe d'Água e a Casa da Amália!!!
Andámos por ruas velhinhas, por uma Lisboa muito menos turística, mas que ele adora e fizémos, na companhia da Isabel o percurso do mítico eléctrico 28, e apanhámos uma muito interessante feira de artesanato no sempre bonito Jardim da Estrela.
Fomos gozar o sol e o cheiro a mar para a via pedestre de Oeiras e voltámos (voltamos sempre...) ao Chiado!
Aqui ficam umas fotos e a promessa de um post próximo com novidades sobre o jantar dos blogs que é já dia 1 de Maio - não se esqueçam!!!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Os vivos e os mortos

Sim, estou vivo, melhor, eu e o Déjan estamos vivos!!! E felizes depois de uns dias no Minho, onde percorremos sítios maravilhosos e passámos momentos de boa amizade com o nosso amigo Ophiu, que nos acolheu na sua casa de Braga (e nos proporcionou tantas amabilidades), que foi o nosso quartel general minhoto.

Daí fomos a Viana, Ponte de Lima, Barcelos, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e as maravilhas da Peneda, Suajo e do Gerez (na Peneda até fomos brindados com um nevão).

E claro vimos as festividades da Semana de Santa de Braga, e as suas procissões, incluindo a do Senhor Morto na sexta feira…

E daí a ligação a deste texto a alguém que há precisamente um ano nos deixou, mas que continua vivo na nossa memória – esse Amigo maravilhoso que foi o João Manuel, o Catatau! Onde quer que estejas, João, um enorme abraço e uma Amizade que não findou com a tua partida…

(Peço desculpa de estar tão fora da blogosfera nestes últimos tempos, mas há prioridades na vida…prometo em breve, pôr a “escrita em dia”).

domingo, 28 de março de 2010

Machões!!!

Em tempos de "recolhimento" (...) e oração (ontem fui à "Catedral" e hoje, pela primeira vez ao Cristo Rei (é verdade!), nada melhor que um pouco de "bichisse" (de vez em quando até tem graça)

quinta-feira, 25 de março de 2010

A verdadeira "prenda" vem amanhã...

Infelizmente, a prenda desejada não me foi dada, não por culpa do Déjan, mas porque algo está mal equacionado na conclusão daquela última cadeira do curso, que mais uma vez não foi superada.
Conheço o Déjan suficientemente bem, para saber que tal não se deve a falta de estudo e muito menos a falta de capacidade.
O assunto será falado com calma aqui, sem estar a implicar nenhum impedimento da sua vinda amanhã, e estou certo que virá bem disposto, embora lá dentro continue a questionar o porquê do insucesso.
É a melhor altura para vir aqui, pois estará duas semanas desligado daquele pesadelo e precisa do afago que não lhe vou regatear, é claro.
Amanhã terá uma manhã bem agitada pois terá que apanhar o autocarro para o aeroporto às 5 da madrugada, para fazer o check-in para o voo até Roma, onde terá duas horas para mudar de terminal e apanhar o voo para Lisboa, onde o esperarei com um sorriso pelas 13 horas!!!
Ontem, mostrou-me dois vídeos de uma banda nova "S.A.R.S.", que está a fazer sucesso na Sérvia e de que gosto muito realmente.
A servir de boas vindas aqui deixo os dois vídeos (não só a música é boa, os vídeos também).
Welkome home, my love!

terça-feira, 23 de março de 2010

No dia de hoje

Faz hoje anos que a minha Mãe teve uma imensa alegria, pois lá pelas seis e meia da manhã, num parto normal teve o seu primeiro filho do sexo masculino, o segundo dos seus cinco filhos, hoje apenas quatro e infelizmente o mais velho.

Como o Déjan não está presente, pois só chegará na sexta feira, não posso considerar que seja um dia feliz; é apenas mais um dia.

E até a prenda mais ansiada, o êxito no seu exame, também teve que ser adiada, pois só depois de amanhã saberá o resultado, embora não lhe tenha corrido mal…mas eu já não digo nada.

Comecei com a minha Mãe e com ela termino este pequeno post: é ela nos seus lúcidos 87 anos que está de parabéns e não eu; é ela que merce ser homenageada pelo dia de hoje que recorda decerto com uma alegria imensa.

Obrigado por me teres dado a Vida, Mãe!

domingo, 21 de março de 2010

Taça da Liga

Como é que estes dois estupores acabam o jogo sem serem expulsos? O Bruno Alves então é perfeitamente maldoso; aquilo não é virilidade, é pura maldade...
Não só envergonham o clube que representam como se forem ao Mundial vão envergonhar Portugal.
Do jogo, nem vale a pena falar, falam os números.

Não resisto a complementar este post com o excelente (como sempre) cartoon de Henrique Monteiro.

Uma cena memorável

Se há filmes que me ficam na memória, um deles é certamente "Filadélfia", magistralmente interpretado por Tom Hanks, e que lhe valeu um merecido Óscar.
E além disso, acontece por vezes que recordamos um filme, não pelo seu todo, mas por uma determinada cena, daquelas que fica para sempre como uma cena lembrada por toda a gente que viu o filme; não é o caso de "Filadélfia", pois todo o filme é excelente, mas nesta película há duas cenas marcantes: uma, quando no hospital, Hanks se despede dos seus entes queridos, nomeadamente o namorado (António Banderas) e principalmente da mãe (a fabulosa Joanne Woodward). A outra, é esta que este vídeo reproduz, embora o mesmo comece um pouco antes; e se escolhi este vídeo, falado em italiano, mas legendado em inglês, foi precisamente para enquadrar a cena melhor no filme, para explicar a presença do advogado (o sempre magnífico Denzel Washington), antes da cena propriamente dita, que é a interpretação que Hanks faz da audição de Maria Callas, na ária " La mamma morta" da ópera "André Chenier".

quinta-feira, 18 de março de 2010

Gramática sexual

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.

Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.

O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.

Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento.
Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.

Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo.

Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.

Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois.

Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.

Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros.

Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.

Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.

Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.

Nisto a porta abriu-se repentinamente.

Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.

Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.

Que loucura, meu Deus!

Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.

Só que, as condições eram estas:

Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.


(Recebido por mail)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Uns dias no Norte

Regressei hoje de uns dias passados no Norte, que foram bons, mas não foram óptimos… Isto porque eles estavam programados para serem passados num passeio com 4 pessoas (Duarte, o seu amigo Rich, eu e o Déjan) e como já se sabe o Déjan só chega a 26…

Assim, foi-me, nalguns momentos algo penoso estar sózinho, embora tenha uma presença garantida no Norte com ele na semana santa, em Braga, mais propriamente; o JP foi de uma amabilidade extrema e convidou-nos a passar ali esses dias, pelo que durante os dias iremos percorrer alguns belos locais do Minho, mas sempre regressando para jantar e dormir em Braga, onde teremos oportunidade de assistir às solenidades próprias da época.

Agora parámos primeiro no Porto, que o Rich não conhecia e demos a habitual volta pelos sítios mais emblemáticos da cidade e acabámos no “Adão” na marginal de Gaia, embora não tivesse a companhia dos habituais amig@s do Porto, pois o Déjan não estava presente.

No dia seguinte a visita foi a Guimarães que está cada vez mais interessante e a zona histórica é linda de verdade; lá almoçámos e depois tivemos um memorável jantar em casa de um amigo de há muitos anos do Duarte, divertido e super informal; o Carlos e a Cristina foram impecáveis, e muito agradável a presença dos filhos, genro, irmã e cunhado – conversou-se, comeu-se (bem), bebeu-se (melhor) e brincou-se muito.

No dia seguinte fomos até Braga, onde se nos juntou o sobrinho do Duarte - André – e o seu amigo luso-galego António; no agradabilíssimo jantar num restaurante a que quero voltar, tivemos a companhia do JP, charmoso e excelente conversador, como sempre. Vai ser um prazer reencontrá-lo, a ele e ao P, na semana santa.

No domingo visitámos duas jóias minhotas: Viana e Ponte de Lima (aqui com uma festa inesperada) antes de rumarmos a Vigo, única e grande desilusão destes dias: a cidade alegre e bonita que eu conhecia está transformada num mono, com um “casco viejo” quase fantasma e onde o cimento impera; teria sido bem melhor não termos lá ido jantar e dormir (e gastar dinheiro, claro).

E hoje regressámos. Agora as saudade são cada vez maiores e a expectativa sobre a vinda do Déjan, superlativa; foi marcada a data do exame para 23, curiosamente o dia do meu aniversário e que bela prenda o Déjan me poderá dar: a notícia de que acabou o curso!

Ao chegar fui de imediato à Catedral da Luz, comprar bilhetes (dos poucos que restavam) para irmos ver ao vivo a constelação de estrelas do Benfica ganhar ao Braga…o Déjan vai adorar.

terça-feira, 9 de março de 2010

Le Sorelle Marinetti


Acho magnífico este trio vocal ao estilo dos anos 40: claro que as três divas são na realidade três "divos", pelo que podiam bem chamar-se "Il Divo II".
Espero que gostem tanto como eu.

Entretanto vou estar fora 4 dias, a partir de quinta feira e estarei de volta na segunda feira.

sábado, 6 de março de 2010

4º. Jantar de Bloguistas

Pelo quarto ano consecutivo e pela terceira vez com a preciosa colaboração do Paulo e do Zé (Felizes Juntos), este blog vai realizar o habitual jantar de bloguistas.

Com este primeiro post sobre o assunto, queremos, acima de tudo sinalizar a data, a fim de programarem, na medida do possível, a vossa presença. Vai ser nodia 1 de Maio, um sábado e o local será o mesmo do ano passado, o Restaurante Guilho, na Amadora, já que apreciámos muito as condições que nos proporcionaram, quer no binómio qualidade/preço, quer na disponibilidade de utilização exclusiva para nós do restaurante, o qual funcionará, como no ano anterior em regime de bufete, para assim poder haver um maior convívio entre todos os participantes.

Estão óbviamente convidados todos os bloguistas amigos des blog e do Felizes Juntos e não se põe de parte ninguém que queira participar e tenha um blog, salvo os mal intencionados, que há quase sempre…Também quem aqui comenta e no Felizes Juntos está incluído, mesmo que não possua blog. E cada um/a poderá trazer acompanhantes, como é normal.

Irão oportunamente ser dadas mais notícias, podendo de momento adiantar desde já que o preço a pagar, com tudo incluído será de 15 euros.

As inscrições poderão ser feitas tanto aqui como no blog Felizes Juntos, utilizando para isso os mails de cada um dos blogs. Para não acontecer o mesmo que o ano passado em que à última da hora, por vários motivos, faltaram vários inscritos, irá ser pedida uma “caução” de 5 euros por pessoa, no acto da confirmação da inscrição, para evitar o encarecimento do preço na altura do pagamento. A forma do pagamento será também posteriormente comunicada.

Espero que os que já estiveram voltem, e penso que todos terão razão para o fazer e que os muitos para quem a iniciativa é inédita, venham também.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Cá estarei à espera dele

Quando há tempos anunciei, entusiasmado, num post entitulado “Primavera em Berlim”, o meu próximo encontro com o Dèjan, estava muito longe de imaginar quão complicado seria esse reencontro.

Devido a problemas com a disponibilidade do meu amigo berlinense, achámos que o melhor e mais económico seria a vinda do Déjan aqui e acabaria por passar cá o meu aniversário; para ainda ser mais agradável, o meu companheiro de casa, o Duarte combinou o mesmo período para a vinda do seu namorado, Rich, americano e assim passaríamos os quatro umas belas férias com uma ida ao Norte (Porto, Guimarães, Braga , Vigo e Santiago de Compostela). Assim foram comprados os bilhetes, viajando o Déjan, dia 9 de Belgrado para Roma e no dia seguinte para Lisboa, na mesma data de chegada do Rich.

Mas o destino prega-nos partidas inesperadas, e neste caso tudo aconteceu devido ao famigerado exame final que o Déjan tenta fazer há cerca de um ano e que, contra as expectativas foi sendo adiado, tendo sido marcada a prova escrita (de que ele está dispensado) para a passada quarta feira, dia 24; comecei logo a temer que a oral fosse cair em cima da data dos voos e comecei a ficar com uma ansiedade redobrada: a normal por causa da sua vinda e a expectante sobre a sua viabilidade nas datas estabelecidas. O Déjan dizia-me que não haveria problemas, até que no final da semana começou a admitir como provável a não vinda nas datas programadas.

E ontem houve a confirmação: a Universidade avisou que as orais serão efectuadas entre 19 e 24 de Março!!! Sendo assim, a ansiedade, pelo menos da minha parte, cessou e deu lugar depois de uma rápida e natural desilusão (não haveria férias conjuntas com o Duarte e o Rich e o Déjan não passaria o meu aniversário comigo), para algo mais positivo: planear as coisa de novo e com entusiasmo! Acertámos, eu ele, novas datas posteriores às datas das orais, e ainda ontem se alteraram junto das companhias aéreas a mudança das mesmas: no que concerna à Jetway, companhia sérvia de aviação, e que não é low-cost, tudo se resolveu com um pagamento extra de 50 euros para as duas viagens, ida e volta; já no que respeita à Easy Jet (voos entre Roma e Lisboa), e por ser uma companhia low cost além de ter uma penalização de 30 euros em cada viagem , teve que se pagar a alteração do preço, que ainda é significativa – cerca de 150 euros no total; mas tudo está acertado e o Déjan vai chegar aqui a 26 de Março e regressará a 11 de Abril.

Quanto à ida ao Norte, os hotéis estão reservados e o Duarte insiste que eu vá com eles, até porque há um quarto reservado e pago; vou pois, mas não irei fazer jantar algum como estava prometido, pois o Déjan não estará presente; farei uma excepção, em Braga onde irei encontrar-me com o meu amigo Ophiu, até porque há algo a combinar com ele sobre a minha ida ao norte quando o Déjan vier: quase certo que passaremos a Páscoa na cidade dos arcebispos e em muito boa companhia; e daí visitaremos o Minho, que tanta coisa bela tem a ver. E já os planos fervilham: o Déjan vai poder assistir ao vivo a um jogo do Benfica, coisa há muito ansiada por ele, e logo que jogo vai ser: Benfica- Braga!

Enfim, espero que à terceira seja de vez, e para mim, o pior está passado: não consigo conviver com a dúvida; agor, e sem o “fantasma” das datas, o Déjan tem 15 dias para se concentrar no mais importante: passar no seu exame.

Eu cá estarei à espera dele: afinal são só mais 22 dias…

quarta-feira, 3 de março de 2010

O Silêncio

A “Fábrica de Letras” seleccionou para este mês um tema que me é dificil escrever algo sobre ele.

Não tenho arte nem engenho para ficcionar uma história em que o tema seja esse e chego a invejar quem o faz com tamanha facilidade.

Pensei em, pela primeira vez, não enviar o meu contributo, o que até teria alguma lógica, pois estava a marcar o meu “silêncio”…

Mas, não sou capaz de deixar de dizer algo sobre um assunto que todos, sem excepção, vivemos ao nosso modo. Costuma dizer-se que o silêncio é de oiro, e quem sou eu para contrariar tal afirmação?. Apesar disso, convivo mal com os “silêncios”; incomoda-me de uma forma violenta. Quando surge um qualquer problema, silenciá-lo dentro de mim, e não descanso enquanto não falo no assunto, pois de outra forma sufoco. Talvez por isso não consigo compreender a palavra ódio, pois o que me fere, tem que sair, antes de se transformar numa hidra que me envolva num turbilhão de pensamentos e conjecturas nefastas. Compreendo quem assim não procede e se cale, guarde o seu silêncio e se sinta bem assim, mas não consigo fazê-lo.

Claro que por vezes necessito do meu silêncio, mas isso é diferente; é a catarse que todos necessitamos fazer de tempos em tempos e que só o silêncio permite.

E há silêncios belíssimos, quando apenas se ouve o som do mar ou o som do vento, até mesmo o som da chuva…Dos silêncios mais impressionantes que já me foi dado observar foi, sem dúvida, o som da selva, principalmente de noite, quando em operações no mato, o silêncio era imperativo: era magnifica, aquela mistura de sons de muitas espécies de animais, com o cheiro da savana e o barulho do nosso cérebro a funcionar juntamente. Foi nesses silêncios africanos que tomei decisões importantes da minha vida, principalmente aquela de me aceitar totalmente como sou…

E há o silêncio da morte; apenas posso conjurar, mas penso que na hora da morte nos envolverá um imenso silêncio, mesmo antes do silêncio definitivo.


(Escrito para a "Fábrica de Letras")

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Ashes and Snow


Tomei conhecimento deste vídeo no blog "Filho de Neptuno", de um bom amigo, o Fernando, que tive o prazer de reencontrar aqui na blogosfera.
Além de ser um vídeo de uma beleza e sensibilidade invulgares, quero chamar a atenção para o blog em referência, já que não sendo unicamente versado em assuntos sobre psicologia, esta é a vertente mais focada, e com muito interesse já que o Fernando é um excelente profissional; quando se aprende algo num blog, está a estabelecer-se a principal motivação da blogosfera: a partilha. É o caso.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Um desastre já anunciado

Eu estive mesmo tentado a não falar aqui na imensa tragédia que aconteceu na ilha da Madeira, pois sentia que não poderia escrever algo, que não colidisse com opiniões oficiais e/ou oficiosas sobre o ocorrido; e as imagens que toda a gente viu foram tão impressionantes que me faltava a coragem, de nas horas imediatamente consequentes, exprimir quaisquer palavras que não fossem de solidariedade para todos os madeirenses e principalmente para as pessoas de lá, que conheço.
Mas acabei de ver um vídeo no blog da Violeta, feito em 2008, e que não tem qualquer conotação política, que me impressionou terrivelmente; penso que este vídeo devia passar nas televisões para que os responsáveis autárquicos e governamentais da Madeira fossem responsabilizados numa grande quota parte do sucedido e que podia e devia ter sido evitado.
Em vez de andar a tentar camuflar o número de mortos, AJJ, o principal responsável, deveria assumir o erro de não olhar a meios para uma construção desenfreada e totalmente contra todos os planos previamente julgados como manifestamente perigosos, feitos por entidades científicas.
Para honrar a memória dos que perderam a vida e dos que tudo perderam, deveria assumir o seu erro: jamais o fará!


Adenda
Para complementar o que atrás refiro, aqui deixo para quem esteja interessado. um sonho de um "profeta" chamado Cecílio Gomes da Silva, e que já tem 25 anos de idade (foi escrito em Janeiro de 1985).

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Padres e freiras...(para rir)

Este blog tem andado muito sério, demasiado preocupado com as coisas políticas e sociais. Chegou à altura de tentar sorrir, e como são anedotas, espero não ferir susceptibilidades.

Na confissão ...
- Padre, eu toquei nos seios da minha namorada.
- Tocou por cima ou por baixo da blusa dela?
- Foi por cima da blusa dela, padre.
- Você é muito estúpido! Por baixo da blusa!!!, a
penitência é a mesma!!



O velho acaba de morrer. O padre encomenda o corpo e
rasga-se em elogios:
- O finado era um óptimo marido, um excelente cristão,
um pai exemplar!!...
A viúva vira-se para um dos filhos e diz-lhe ao ouvido:
- Vai até o caixão e vê se é mesmo o teu pai que está lá!



Na hora do almoço, a madre superiora anuncia:
- Irmãs, hoje teremos bananas de sobremesa!!
- Ehhhhh hhhh!!!!Vibram as freiras.
- Em rodelas!!,acrescenta a madre
E as freiras, decepcionadas:
- Ooooohhhhhhhhh!!!!...



A freira vai ao médico:
- Doutor, tenho tido ataques de soluços, que não me
deixam viver. Não durmo, não como, e tenho dores no corpo de tanto
movimento compulsivo involuntário.
- Tenha calma, irmã, que vou examiná-la.
O médico examina-a e diz:
- Irmã, a senhora está grávida.
A pobre freira levanta-se e sai a correr do
consultório, em pânico.
Uma hora depois, o médico recebe uma chamada da madre
superiora do convento:
- Doutor, o que é que o senhor disse à irmã Carmen?
- Cara madre superiora, como ela tinha um forte ataque
de soluços, eu disse que ela estava grávida. Espero que com o susto
ela tenha parado de soluçar!
- Sim, a irmã Carmem parou de soluçar, mas o padre
Paulo atirou-se da torre da igreja!!!




Um padre está em missão em pleno pantanal mato-grosso,
quando lhe aparece pela frente uma enorme onça faminta. A fera lambe
os lábios e prepara-se para atacar.
O padre ajoelha-se e diz:
- Ó Senhor, incute nesta fera sentimentos cristãos!
E a onça:
- Senhor, abençoai este alimento que vou tomar!



No confessionário:
- Padre, ontem eu dormi com meu namorado.
- Mas isso é pecado e pecado mortal, minha filha. Reze
cinco Pade Nossos de penitência.
A jovem fica mais algum tempo ajoelhada, pensa um
pouco e depois pergunta ao padre:
- Padre, e se eu rezar dez Padre Nossos? Será que hoje
posso dormir com ele outra vez?



O Jaiminho passa diante da janela do padre, com um pão
numa das mãos, a outra no bolso e diz:
- Boa tarde, senhor padre!
- Boa tarde, meu filho! Vejo que tens a semente da
vida numa das mãos.
E o que é que tens na outra mão?
- É um pão, senhor padre!


A campainha toca na casa de um tipo muito avarento.
O sujeito abre a porta e dá de caras com duas
freiras, pedindo donativos e que lhe dizem:
- Meu filho, nós somos irmãs de Cristo e...
O avarento atalha:
- Arre porra, estão muita bem conservadas!!!!



Já muito tarde, um padre passa perto dum cemitério e
apanha o maior susto da sua vida, quando ouve:
- Huuuum, huuuuum, huuuuuuuuum!
O padre pára, reza um Pai Nosso, faz o sinal da cruz,
enche-se de coragem e pergunta:
- De que é que esta pobre alma precisa?
E a voz responde-lhe:
- De papeeel higiéééééénico!



O padre Valdemar vai à prisão dar a última bênção a um
condenado, minutos antes da execução.
- Vim trazer-lhe a palavra de Deus.
- Não era preciso padre! Daqui a pouco já vou estar
pessoalmente com Ele...


Como se pode ver são perfeitamente inofensivas; ficaram desiludid@s??? Ora aí estão duas, para terminar, um pouco mais ousadas:


Num voo charter, velho quadrimotor, viajam 50 freiras, que se deslocavam ao Brasil para um congresso: eram as únicas passageiras. Pouco depois de levantar voo, um dos motores pára; o piloto diz para o co-piloto: "não há problema, ainda temos 3 motores; a meio do oceano pára um segundo motor; pergunta o co-piloto. "E agora'", responde o piloto: "ainda temos dois, isto aguenta". Já não longe da costa falha um terceiro motor: "Oh diabo, que gaita" diz o piloto, "o que vale é que estamos perto e com sorte chegamos lá". Rio de Janeiro à vista e o quarto e último motor dá o berro; o piloto diz apressadamente para o co-piloto: "vamos ejectarmos-nos!!!" Pergunta este: "e as freiras???", responde o piloto: "olha as freiras f*******!!" Ao que o co-piloto pergunta, incrédulo: "E há tempo, ainda há tempo???".


Num convento, todas as noites se ouvia um barulho estranho vindo de uma das celas: "chap, chap, chap..." As irmãs foram falar com a madre superiora que resolveu ir ver o que se passava; abriu a porta da cela e deparou com uma irmã a lavar as suas partes intimas, ao mesmo tempo que ia dizendo: "já que não comes, bebes!!!!!!"


Se a Isilda Pegado sabe disto faz queixa de mim ao Bentinho e lá sou eu excomungado...


domingo, 21 de fevereiro de 2010

Oração pela Família

Como diz o Daniel, e bem (quase sempre gosto do que ele diz), ontem "as boas almas encontraram-se"!!! E já agora vejam os outros dois vídeos que ele publica a seguir, dedicados ao mesmo tema.

Aproveitem e tentem descobrir a Isilda Pegado no coro, no vídeo; é a da verruga!!!!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Fernando Nobre

Não tendo votado em M.Alegre nas últimas presidenciais, estava, à priori a ver-me como apoiante dele nestas, por ser um individuo sério e credível e capaz de aglutinar a esquerda de forma a impedir a reeleição de Cavaco.

Agora surge um homem, por quem tenho, como a esmagadora maioria do povo português, uma enorme simpatia, que tem feito da sua vida uma dádiva aos outros e que pode por ser um individuo não enfeudado a qualquer partido um candidato a considerar. Mas tem pontos fracos esta candidatura, pois irá dividir a esquerda facilitando , quem sabe a reeleição de Cavaco, embora F.Nobre recolha também muitos apoios na direita; não sendo um político, não se tem demitido de exercer o apoio às mais variadas opções eleitorais, de ambos os espectros políticos, o que é um pouco confuso; e, se não ser político de carreira não o indicia como possuidor de vícios políticos, por outro lado tal poderá não ser suficiente para exercer um poder que embora constitucionalmente não seja tão importante como noutros países (p.ex. a França), tem responsabilidades acrescidas numa conjuntura muito difícil para o país e para o mundo.

Confesso que fui apanhado de surpresa, e o meu voto vai ser dado , na continuidade de uma evolução política que varia de dia para dia, a quem me provar que estará melhor preparado para exercer o cargo com autoridade, honestidade e equidistância política dos partidos que os apoiem ou não.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

PALHAÇO !!!

Ontem, na Comissão de Ética da AR, o circo voltou à cidade: é entrar, meus senhores, é entrar; o espectáculo promete...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Rosa Lobato de Faria


Quando do seu recente falecimento, não postei nada sobre esse facto, talvez por já tanta gente ter escrito tudo o que havia a dizer sobre ela.
Recebi recentemente por mail uma AUTOBIOGRAFIA, publicada no Jornal de Letras e não resisto a colocá-la aqui, por considerar diferente: aqui é ela própria a falar dela!

"Quando eu era pequena havia um mistério chamado Infância. Nunca tínhamos ouvido falar de coisas aberrantes como educação sexual, política e pedofilia. Vivíamos num mundo mágico de princesas imaginárias, príncipes encantados e animais que falavam. A pior pessoa que conhecíamos era a Bruxa da Branca de Neve. Fazíamos hospitais para as formigas onde as camas eram folhinhas de oliveira e não comíamos à mesa com os adultos. Isto poupava-nos a conversas enfadonhas e incompreensíveis, a milhas do nosso mundo tão outro, e deixava-nos livres para projectos essenciais, como ir ver oscilar os agriões nos regatos e fazer colares e brincos de cerejas. Baptizávamos as árvores, passeávamos de burro, fabricávamos grinaldas de flores do campo. Fazíamos quadras ao desafio, inventávamos palavras e entoávamos melodias nunca aprendidas.

Na Infância as escolas ainda não tinham fechado. Ensinavam-nos coisas inúteis como as regras da sintaxe e da ortografia, coisas traumáticas como sujeitos, predicados e complementos directos, coisas imbecis como verbos e tabuadas. Tinham a infeliz ideia de nos ensinar a pensar e a surpreendente mania de acreditar que isso era bom.
Não batíamos na professora, levávamos-lhe flores.

E depois ainda havia infância para perceber o aroma do suco das maçãs trincadas com dentes novos, um rasto de hortelã nos aventais, a angustia de esperar o nascer do sol sem ter a certeza de que viria (não fosse a ousadia dos pássaros só visíveis na luz indecisa da aurora), a beleza das cantigas límpidas das camponesas, o fulgor das papoilas. E havia a praia, o mar, as bolas de Berlim. (As bolas de Berlim são uma espécie de ex-libris da Infância e nunca mais na vida houve fosse o que fosse que nos soubesse tão bem).

Aos quatro anos aprendi a ler; aos seis fazia versos, aos nove ensinaram-me inglês e pude alargar o âmbito das minhas leituras infantis. Aos treze fui, interna, para o Colégio. Ali havia muitas raparigas que cheiravam a pão, escreviam cartas às escondidas, e sonhavam com os filmes que viam nas férias. Tínhamos a certeza de que o Tyrone Power havia de vir buscar-nos, com os seus olhos morenos, depois de nos ter visto fazer uma entrada espampanante no salão de baile onde o Fred Astaire já nos teria escolhido para seu par ideal.

Chamava-se a isto Adolescência, as formas cresciam-nos como as necessidades do espírito, música, leitura, poesia, para mim sobretudo literatura, história universal, história de arte, descobrimentos e o Camões a contar aquilo tudo, e as professoras a dizerem, aplica-te, menina, que vais ser escritora.

Eram aulas gloriosas, em que a espuma do mar entrava pela janela, a música da poesia medieval ressoava nas paredes cheias de sol, ay eu coitada, como vivo em gran cuidado, e ay flores, se sabedes novas, vai-las lavar alva, e o rio corria entre as carteiras e nele molhávamos os pés e as almas.

Além de tudo isto, que sorte, ainda havia tremas e acentos graves.
Mas também tínhamos a célebre aula de Economia Doméstica de onde saíamos com a sensação de que a mulher era uma merdinha frágil, sem vontade própria, sempre a obedecer ao marido, fraca de espírito que não de corpo, pois, tendo passado o dia inteiro a esfregar o chão com palha de aço, a espalhar cera, a puxar-lhe o lustro, mal ouvia a chave na porta havia de apresentar-se ao macho milagrosamente fresca, vestida de Doris Day, a mesa posta, o jantarinho rescendente, e nem uma unha partida, nem um cabelo desalinhado, lá-lá-lá, chegaste, meu amor, que felicidade! (A professora era uma solteirona, mais sonhadora do que nós, que sabia todas as receitas do mundo para tirar todas as nódoas do mundo e os melhores truques para arear os tachos de cobre que ninguém tinha na vida real).

Mas o que sabíamos nós da vida real? Aos 17 anos entrei para a Faculdade sem fazer a mínima ideia do que isso fosse. Aos 19 casei-me, ainda completamente em branco (e não me refiro só à cor do vestido). Só seis anos, três filhos e centenas de livros mais tarde é que resolvi arrumar os meus valores como quem arruma um guarda-vestidos. Isto não, isto não se usa, isto não gosto, isto sim, isto seguramente, isto talvez. Os preconceitos foram os primeiros a desandar, assim como todos os itens que à pergunta porquê só me tinham respondido porque sim, ou, pior, porque sempre foi assim. E eu, tumba, lixo, se sempre foi assim é altura de deixar de ser e começar a abrir caminho às gerações futuras (ainda não sabia que entre os meus 12 netos se contariam nove mulheres). Ouvi ontem uma jovem a dizer, a revolução que nós fizemos nos últimos anos. Não meu amor: a revolução que NÓS fizemos nos últimos 50 anos. Mas não interessa quem fez o quê. É preciso é que tenha sido feito. E que seja feito. E eu fiz tudo, quando ainda não era suposto. Quando descobri que ser livre era acreditar em mim própria, nos meus poucos, mas bons, valores pessoais.

Depois foram as circunstâncias da vida. A alegria de mais um filho, erros, acertos, disparates, generosidades, ingenuidades, tudo muito bom para aprender alguma coisa. Tudo muito bom. Aprender é a palavra chave e dou por mal empregue o dia em que não aprendo nada. Ainda espero ter tempo de aprender muita coisa, agora que decidi que a Bíblia é uma metáfora da vida humana e posso glosar essa descoberta até, praticamente, ao infinito.

Pois é. Eu achava, pobre de mim, que era poetisa. Ainda não sabia que estava só a tirar apontamentos para o que havia de fazer mais tarde. A ganhar intimidade, cumplicidade com as palavras. Também escrevia crónicas e contos e recados à mulher-a-dias. E de repente, aos 63 anos, renasci. Cresceu-me uma alma de romancista e vá de escrever dez romances em 12 anos, mais um livro de contos (Os Linhos da Avó) e sete ou oito livros infantis. (Esta não é a minha área, mas não sei porquê, pedem-me livros infantis. Ainda não escrevi nenhum que me procurasse como acontece com os romances para adultos, que vêm de noite ou quando vou no comboio e se me insinuam nos interstícios do cérebro, e me atiram para outra dimensão e me fazem sorrir por dentro o tempo todo e me tornam mais disponível, mais alegre, mais nova).

Isto da idade também tem a sua graça. Por fora, realmente, nota-se muito. Mas eu pouco olho para o espelho e esqueço-me dessa história da imagem. Quando estou em processo criativo sinto-me bonita. É como se tivesse luzinhas na cabeça. Há 45 anos, com aquela soberba muito feminina, costumava dizer que o meu espelho eram os olhos dos homens. Agora são os olhos dos meus leitores, sem distinção de sexo, raça, idade ou religião. É um progresso enorme.

Se isto fosse uma autobiografia teria que dizer que, perto dos 30, comecei a dizer poesia na televisão e pelos 40 e tais pus-me a fazer umas maluqueiras em novelas, séries, etc. Também escrevi algumas destas coisas e daqui senti-me tentada a escrever para o palco, que é uma das coisas mais consoladoras que existem (outra pessoa diria gratificantes, mas eu, não sei porquê, embirro com essa palavra). Não há nada mais bonito do que ver as nossas palavras ganharem vida, e sangue, e alma, pela voz e pelo corpo e pela inteligência dos actores. Adoro actores. Mas não me atrevo a fazer teatro porque não aprendi.

Que mais? Ah, as cantigas. Já escrevi mais de mil e 500 e é uma das coisas mais divertidas que me aconteceu. Ouvir a música e perceber o que é que lá vem escrito, porque a melodia, como o vento, tem uma alma e é preciso descobrir o que ela esconde. Depois é uma lotaria. Ou me cantam maravilhosamente bem ou tristemente mal. Mas há que arriscar e, no fundo, é só uma cantiga. Irrelevante.

Se isto fosse uma autobiografia teria muitas outras coisas para contar. Mas não conto. Primeiro, porque não quero. Segundo, porque só me dão este espaço que, para 75 anos de vida, convenhamos, não é excessivo.
Encontramo-nos no meu próximo romance. "


sábado, 13 de fevereiro de 2010

Haja tomates

Eu queria ficar calado neste caso das escutas telefónicas do “Face Oculta”, mas não consigo. É que este caso tem tanto de incrível, como de triste. E pode-se lhe pegar de muitissimas formas, conforme a vontade do freguês, ou seja ao sabor dos interesse mais variados. Independentemente do juízo moral e ético que possa ter para mim, recorrer a escutas para demonstrar actos ilícitos, estas serão sempre, ou quase sempre violações do mais elementar direito de um cidadão: a sua privacidade. Neste caso, há gravações entre arguidos de um caso efectivamente criminoso e entre elas aparecem gravações de um arguido com o primeiro ministro (de quem é amigo pessoal) e outras gravações que envolvem o seu nome. Algumas dessas escutas foram mandadas destruir por dois dos mais altos dirigentes da Justiça em Potugal: o presidente do Supremo Tribunal de Justiça e o Procurador Geral da República; até agora essa ordem continua por cumprir devido a “complexidades e burocracias institucionais” segundo o juiz de Aveiro que as aprovou como válidas e assim se tem esquivado a obedecer hierárquicamente e mais do que isso tem permitido a sua divulgação. Se isto não é viciar a Justiça ao mais alto nível, em Portugal, então a Justiça não é justa jamais. O jornal “Sol” dirigido por essa eminência parda do jornalismo português que é AJSaraiva resolveu armar-se em “Independente” dos nossos dias e publicar extractos dessas escutas numa edição, violando assim (mais uma vez) o segredo de justiça, mas isso em Portugal já é quase norma; e não satisfeito com isso, reiincide com mais informação bastante destacada, com uma capa muito apelativa e páginas e páginas de “mais do mesmo” tendo como fim provar que há uma tentativa de controlo total dos media pelo governo, e dando como exemplo disso a TVI de Moniz e de MMGuedes, através da PT. Moniz, directa ou indirectamente via MMGuedes ,nunca gostou de Sócrates e só quem via o Jornal Nacional podia ver que “aquilo” de notícias nada tinha, antes era apenas um tempo de antena semanal da mais incrível campanha de perseguição política que já houve em Portugal. Mais recentemente um jornalista da SIC, Mário Crespo, que há muito nas suas crónicas só tinha o mesmo objectivo, conseguiu por métodos muito pouco abonatórios ,relatos de conversas privadas e daí vitimizar-se, qual inocente criatura, sendo bom lembrar que vem de longe a ligação de MCrespo a sectores bastante conhecidos pelos portugueses pelos piores motivos (a sua fidelização a Kaulza de Arriaga na guerra colonial é um bom exemplo). Tudo isto é agora evidenciado e chega-se ao ponto, quase ridículo de MMGuedes afirmar a um noticiário da SIC enm directo que há censura em Portugal, sendo essa afirmação o desmentido da mesma. E para esse fim, não se olha a meios; o jornalismo que se qualifica como quarto poder, quer ser mais que isso; a deontologia já não interessa nada, estamos no momento do “vale tudo” e até nem é difícil obter informações, pois as “fontes” vêm voluntáriamente aos jornalistas, por parte de políticos interessados na sua divulgação. O que interessa a um jornal é vender, que se foda se a informação é válida ou não, se é lesiva ou não. Mas há casos em que já tem que haver “cuidados”: nesta última edição do “Sol” há duas páginas que focam a participação de Joaquim Oliveira nesta trapalhada; pois estas páginas não constam na edição angolana do jornal, pois neste caso, este empresário está ligado à filha do presidente angolano num consórcio que tem interesse no semanário; e assim sendo estas duas páginas saíram assim na edição angolana


Foto do blog "Arrastão"
Afinal a censura começa na própria redacção.


Há quem defenda que embora judicialmente não haja nada a fazer neste caso das escutas, embora nas entrelinhas se sugira que o PGR e o presidente do STJ pudessem estar a ser usados por Sócrates (só para rir), mas que políticamente o caso tem que ser investigado. Que seja, e se se provar que o primeiro ministro mentiu no Parlamento então demitam-no, ou por via presidencial ou por meio de uma moção de censura. Tenham tomates para o fazer e não lhe exijam que ele o faça. O que é curioso é que ninguém quer uma crise política, mas estão cada vez mais a criá-la; em que ficamos? Pois vamos a novas eleições e se não fosse trágico para o nosso país até me atrevia a sugerir um governo de coligação entre o BE e o CDS, por exemplo e veríamos finalmente o país a progredir económicamente, o desemprego a baixar, o défice a baixar para os limites impostos pela EU, as pessoas felizes e tudo acabaria em bem. Até sugiro para símbolo dessa “coligação” uma bandeira, ou melhor deixo duas, para poderem optar

Como é Carnaval, ninguém leva a mal...

Fotos do blog "Jugular"


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ni - Ni (18/7/1944 - 12/2/2009)

Se todo o ser ao vento abandonamos

E sem medo nem dó nos destruímos.

Se morremos em tudo o que sentimos

E podemos cantar, é porque estamos

Nus, em sangue, embalando a própria dor

Em frente às madrugada do amor.

Quando a manhã brilhar refloriremos

E a alma beberá esse esplendor

Prometido nas formas que perdemos.

(Sophia de Mello Breyner Andresen)


Uma imensa saudade...