Adriano Correia de Oliveira, nasceu no Porto, em 1942, mas desde os primeiros meses de vida, passou a residir em Avintes, onde frequentou a escola primária. De 1952 a 1959, fez o ensino liceal, no Porto, no Liceu Alexandre Herculano, no final do qual, ingressa na Faculdade de Direito de Coimbra, tendo logo iniciado a sua colaboração com o Orfeão Académico, como primeiro tenor. Em 1961, transfere-se para Lisboa, mas voltou a Coimbra, no ano seguinte, onde como membro dos orgãos da Associação Académica, participa nas célebres lutas e greves estudantis de 1962.
Desde o início da década de 60, torna-se militante do Partido Comunista Português.
Em 1966, casa, casamento esse do qual teve dois filhos, e passa a viver em Lisboa, pedindo novamente a transferência para a Universidade de Lisboa.
Em 1967, inicia em Mafra, a sua vida militar, na qual passou por Santarém, antes de ser colocado na Ajuda, em Lisboa, onde cumpriu o resto da sua tropa, em 1970.
Em 1969, recebe o prémio do melhor disco do ano, pelo álbum “Adriano Correia de Oliveira”, e apareceu no conhecido programa televisivo “Zip Zip”.
Começa a sua vida profissional em 1971, como acessor de imprensa na FIL, e é também então que começa uma actividade artística, em colectividades e assossiações e em meios populares.
Criou uma editora em 1973 e em 1979 realiza o sonho de formar uma cooperativa artística, a Cantabril, de onde é afastado mais tarde, associando-se então à Cooperativa Era Nova.
Morreu, vítima de um acidente vascular esofágico, a 16 de Outubro de 1972, há 25 anos, portanto.
Foi, juntamente com José Afonso, quem mais divulgou, antes do 25 de Abril a música de contestação, e encontrou, entre outros poetas, na sua carreira artística, a colaboração grande de Manuel Alegre. O fado de Coimbra, encontrou na sua voz, um dos melhores divulgadores.
Para melhor conhecer a vida e a obra de Adriano Correia de Oliveira, consultar o site elaborado pelo GTI (Grupo de Trabalho da Intranet, da Escola Secundária de Emídio Navarro, de Viseu), e com uma página inicial da sua filha, Isabel Correia de Oliveira - "Adriano Sempre", onde colhi a maior parte das referências deste texto.
Também no blog "Cantaremos Adriano", podem encontrar-se todos os eventos das comemorações dos 25 anos da sua morte, nomeadamente o lançamento do CD "Cantaremos Adriano", onde se reunem os seus maiores êxitos, e dois inéditos.
Discografia
1960 – “Noites de Coimbra”
1961 –“ Balada do Estudante” (Balada do Estudante)
-“ Fados de Coimbra”
1962 – “Fados de Coimbra” (Senhora, partem tão tristes)
1963 – “Trova do vento que passa” (Trova do vento que passa – Capa negra, rosa negra – Trova do amor lusíada)
1964 – “Adriano Correia de Oliveira” (Lira – Canção da Beira Baixa)
- “Menina dos olhos tristes” (Menina dos olhos tristes – Canção com lágrimas – Canção do soldado)
1967 – “Elegia”
“Adriano Correia de Oliveira” (Margem Sul – Para que quero eu olhos)
1968 – “Adriano Correia de Oliveira” (Exílio)
- “Rosa de sangue” (Pedro soldado)
1969 – “O canto e as armas” (As mãos – A batalha de Alcácer Quibir)
1970 – “Cantaremos” (Canção com lágrimas – Fala do homem nascido)
1971 – “Trova do vento que passa nº. 2” (E a carne se fez verbo)
- “Cantar de emigração” (Fala do homem nascido)
Merecida homenagem, João!
ResponderEliminarEste homem é frequentemente esquecido e ofuscado por personagens mais mediáticas. Há, igualmente, muita gente que desconhece a sua faceta poética e só se lembra das - magistrais - interpretações do fado coimbrão.
Adriano foi também um obreiro do Portugal livre - seja lá o que isso fôr - algo que ultimamente anda algo embaciado.
Amigo João Manuel
ResponderEliminarvamos ser mais objectivos e chamar "os bois pelos nomes"; Zeca Afonso foi e sempre será considerado o "herói" do canto revolucionáio do antes 25 de Abril, e depois o seu lema, principalmente através de "Grândola, vila morena". E os outros? Adriano, Luís Cília, Fausto e tantos outros? Valha a verdade que Zeca sempre considerou ACO como um dos principais nomes do canto de intervenção. E basta ver a impressionante discografia deste homem e as maravilhosas músicas nela incluídas, para não termos dúvidas do papel importantíssimo de Adriano. Daí a mais que justa homenagem que um alargado número de pessoas lhe está a prestar, nestes próximos dias.
E só para terminar, que voz, meu Deus!!!!
Abraço.
É giro como a música faz esquecer-me a ideologia. São os acordes que me fazem esquecer as divergências. A única coisa que me aproxima da esquerda está precisamente na ressonância de cada um dos acordes que me "obrigas" ouvir: a indignação permanente.
ResponderEliminarAquele abraço!
Caro Kokas
ResponderEliminarnão foi inocente a escolha deste tema de Adriano, para acompanhar o texto. Seria mais normal pôr, por exemplo a "Trova do vento que passa", que toda a gente conhece e que marca a sua carreira. Mas escolhi uma das suas últimas canções, menos conhecida talvez, mas muito actual, hoje em dia; e pelo teu comentário, parece-me que compreendeste isso mesmo. Quanto a ideologias, cada qual tem a sua, que deve ser respeitada; a minha é só uma e a única verdadeiramente importante: a democracia!
Abraço.
Respondendo ao teu comentário no meu blogue, tenho de concordar que até é um "passatempo" divertido.
ResponderEliminarFico, então, à espera de uma visita em breve.
Abraços :)
Caro Nobody's bitcho
ResponderEliminartomei a liberdade de linkar o teu blog e sempre que achar oportuno, lá direi algo. Agora que já conheces "onde moro", entra quando te apetecer.
Abraço.
"A trova do vento que passa" faz parte de um conjunto de melodias que me arrepiam. Ouvir adriano correia de oliveira é entrar num mundo de comoções.
ResponderEliminarAmigo Luís
ResponderEliminarTambém é a minha canção preferida dele, pois há uma simbiose perfeita da música com o poema fabuloso de Manuel Alegre.
Só não a escolhi, pelos motivos que expliquei num comentário atrás.
Abraço.
Gosto da homenagem, do teu texto, da música que seleccionaste. Como o Kokas, recorda-me a "indignação permanente".
ResponderEliminarE ainda não tinha dito, mas a foto de ti com o Déjan está fantástica e o título idem!
Abraços
Que bela homenagem a essa voz que nos deixou tão cedo. Realmente esta foi uma óptima escolha, este poema é linddíssimo e fica ainda mais belo na voz do grande Adriano. Dia 16 assinalam-se os 25 anos da sua morte, esperemos que a data não passe em claro.
ResponderEliminarUm abraço.
João, que bom teres colocado aqui o Adriano! Uma voz de cristal, naquele corpanzil!
ResponderEliminarConheci-o pessoalmente. Era de uma bondade e até ingenuidade que talvez não se espere ver num 'crescido'. Por isso correu este país todo por militância, a maior parte das vezes gratuitamente, nunca se negava. Acho que era filho de um idealismo muito puro que a certa altura percorreu este país, quando muita gente sonhava tudo de bom para amanhã.
Nem tudo se perdeu, nunca se viveu tão bom como nos dias de hoje, mas não era bem, bem isto...
A canção de que mais gosto é talvez a "Canção com lágrimas". Procurei-a no youtybe, não está lá... :(
Um beijo grande, João.
Meu caro Paulo
ResponderEliminaro meu texto não é pròpriamente meu, já que me limitei a registar os factos mais relevantes de uma vida curta demQuanto à música, sim, tinha várias opções, mas decidi-me por esta pelos motivos já explicados.
Obrigado pelo que dizes da "nossa foto", já que necessito muito da sua "presença", mesmo aqui no blog, já que as saudades são imensas.
Abração.
Caro Paulo
ResponderEliminarnunca é demais falar de uma pessoa como Adriano Correia de Oliveira, pois além de um bom poeta, e de um cantor com uma voz belìssima, aliava um fundo humano enorme, um sentido de dávida e de entrega de si próprio, em prole dos ideais que abraçava.
Até sempre, Adriano.
Abraço.
Querida Mar_maria, que comentário tão belo, e que emoção deves sentir por teres conhecido pessoalmente este grande vulto do canto proíbido, mas também do canto liberto.
ResponderEliminar"A canção com lágrimas", ouvi-a vezes sem conta, quando estava longe, em África e sempre se me humedeciam os olhos ao ouvir aqueles versos, que falavam da saudade da terra e das gentes que tinha deixado longe, e da mesma forma, obrigado a isso.
Retribuo o beijo grande com grande prazer, pois pareces-me ser uma Mulher, com um "M" muito grande.
Olá amigo, BOA TARDE!!!
ResponderEliminarIa agora enviar-te um mail mas vejo que não o tenho e não está disponível no teu blog.
Quando tiveres oportunidade, escreve qualquer coisa para o meu e-mail para ficar com o contacto.
Abraço
Meu caro João
ResponderEliminarvou mandar-te o mail e o contacto telefónico via mail, de qualquer forma, e graças a este teu comentário reparei que, por qualquer razão, tinha desactivado, sem querer o meu mail, no perfil; mas já lá está de novo.Abraço forte.
Porra!!!
ResponderEliminarComo o tempo passa!!!!
Caro Tonghzi
ResponderEliminardeixa passar o tempo, desde que cá estejamos para reparar nisso; o Adriano já não está.
Abraço.