Quem tem lido os textos que, de tempos a tempos, aqui vou pondo, sobre a minha vida militar, sob o nome genérico de “A guerra cá do João”, e a que falta apenas o derradeiro capítulo, a publicar em breve, sabe que fui para Moçambique a chefiar uma Companhia da guarnição local, isto é formada por militares nascidos e incorporados nessa nossa antiga colónia, e fui em rendição individual; a imensa maioria dos homens sob o meu comando, quase 200, eram de cor e apenas alguns eram brancos: alferes, sargentos e especialistas. Apenas meia dúzia deles, desses brancos eram originários daqui da metrópole, e por isso, e por ter sido o último homem da Companhia a ser liberado, poucos ou nenhuns contactos fiquei a manter com esses homens e hoje em dia, não conhecia o paradeiro de nenhum.
Sucede, que no final do ano passado recebi um telefonema de alguém, perguntando se eu era o senhor João………….(nome completo), e perante a minha resposta afirmativa apresentou-se com a sua acentuada pronúncia açoriana, como o Furriel M., que tinha estado comigo, na Metarica; fiquei, como é lógico satisfeitíssimo de voltar a encontrar tal pessoa, que era, por sinal, dos melhores sargentos que por lá passou.
Sucede, que no final do ano passado recebi um telefonema de alguém, perguntando se eu era o senhor João………….(nome completo), e perante a minha resposta afirmativa apresentou-se com a sua acentuada pronúncia açoriana, como o Furriel M., que tinha estado comigo, na Metarica; fiquei, como é lógico satisfeitíssimo de voltar a encontrar tal pessoa, que era, por sinal, dos melhores sargentos que por lá passou.
Vivendo um seu filho, aqui no continente, no Norte, ele viria aqui ao baptizado de uma neta, e assim, no princípio de Abril, reencontrá-mo-nos, aqui, passados 35 anos; foi com muita emoção que durante um jantar em minha casa e depois ao serão, conversámos sobre tudo o que se passou naquele tempo, recordámos pessoas e situações, vimos fotos, enfim matámos longas saudades. Foi um espaço de tempo quase comovente
Estas duas fotos, a primeira no rio Lugenda, na Metarica e a segunda aqui em minha casa, estão separadas por 35 anos, mas há uma ligação de Amizade que resiste a todo esse tempo.
"O que é o tempo,se não um registo de nossa história?"
ResponderEliminar-Signo Vince
fragmentos da tua vida, que são também momentos da vida de um determinado tempo histórico (contemporâneo)....e, a história constroi-se, em muito, com estas colagens de vidas e amizades.
Gostei. Aprecio sempre saber que uma amizade também pode ser eterna...
É giro ver-te uns anitos mais novo.
ResponderEliminarViveram situações bem intensas no serviço militar isso é suficiente para cimentar grandes amizades.
Um abraço.
Amigo Luís
ResponderEliminar35 anos, nos tempos, não é nada, mas na vida de um homem é por assim dizer metade dela...
Abraço.
Caro Paulo
ResponderEliminarmais novo e mais magro...
Abraço.
belo post, sem dúvida. mas tenho de confessar que o meu primeiro pensamento quando vi a foto foi mesmo "que maravilha, tantos livros"... nada a fazer, é um vício incurável ;)
ResponderEliminargrande abraço,
miguel
Caro Miguel
ResponderEliminaré uma infima parte dos que tenho; não sei onde devo pô-los...
Abraço.
é sempre divertido rever pessoas passado muitos anos, por isso imagino o que será um reencontro depois de 35 anos!!
ResponderEliminarObrigado por partilhares esse momento conosco :D
abraços
É isso que levamos desta vida não é amigo? As recordações. A força das memórias feitas sorrisos...
ResponderEliminarAquele abraço
Caro Swear
ResponderEliminarum reencontro destes é acima de tudo um desfolhar de recordações e que são tanto mais marcantes porque se referem a um período dificil das nossas vidas: a guerra!
Abraço.
Precisamente amigo Kokas o que disse no comentário anterior; alguém disse e estava certo: "recordar é viver..."
ResponderEliminarAquele abraço.
O valor dos reencontros.
ResponderEliminarAbraço
Caro amigo
ResponderEliminare quanto maior é o espaço de ausência, mais valor tem.
Abraço.
Aqui se prova que a distância não quebra laços que foram tão bem atados. :)
ResponderEliminarUm mergulho à amizade! Pode ser convosco (a 1ª foto abre o apetite, rsrsrsrs). :)
João Manuel
ResponderEliminarés danadinho para a brincadeira (por causa do que dizes da 1ª. foto), eh eh eh
Abraço.
João,
ResponderEliminartirando os grisalhos, tás igualzinho!!!
Pergunta-me lá onde é que eu andava há 35 anos atrás???LOL
Minha linda
ResponderEliminarandavas, ainda teòricamente, nos pensamentos e planos de pessoas que te são muito queridas.
Quanto a mim, acho que estou um pouco mais magro...
Beijinhos.
Estas são as verdadeiras amizades!!
ResponderEliminarClaro, Tong, resistem a uma separação de 35 anos...é lindo!
ResponderEliminarAbraço.
Eu quando vi a primeira foto juro que me pareceu estarem sentados em cima de um jacaré...;-)
ResponderEliminarEstas amizades são tão ou mais verdadeiras que as amizades de convívio prolongado. As dificuldades partilhadas costumam aproximar as pessoas, por breves que sejam. Deve ter sido um belo serão.
Amigo Rui
ResponderEliminarfoi daqueles serões cheios de "cerejas", entendes?
Abraço.
a amizade é um rio com uma forte corrente.
ResponderEliminar:)
espero que este comment conte como redenção pela minha indelicadeza em não retribuir as visitas...
shame on me!
vou tentar corrigir a minha falha.
Um beijo e muito obrigada pela participação na minha festa de aniversário cibernáutica.
Olá Ana
ResponderEliminarnão tens que pedir desculpa de nada; comentas quando quiseres e puderes, que é o que eu faço.
E tens toda a razão, a Amizade é o que transmites nessa bela imagem, que escreveste.
Beijinhos.
Olá Pinguim,
ResponderEliminarHá 35 anos (70-73) estava eu em Mueda, Moçambique, na Companhia de Morteiros. Era um furriel (branco) da "guarnição local", como lhe chamas. Já nem me lembrava dessa expressão. Do que me lembro, sim, foi de ter cumprido mais 6 meses de serviço militar, por umas trapalhadas típicas da operação Nó Górdio.
Pelos vistos, coincidimos no tempo e no espaço, nesse passado moçambicano.
Apreciei muito estas tuas recordações.
Abraço,
António
Caro pinguim, agora é que percebi quem és ... pensei que fosses o rapaz que aparece a teu lado na primeira foto (em cima à esquerda), que deverá ser então o teu namorado. Agora vejo, após ler este texto que deves ser o moçoilo do cabelo branco e barba cuidadosamente afeitada. Esta situação é comovente ... a prova de que os anos passam (e foram mais do que os que tenho), mas as lembranças permanecem, assim como o desejo de rever quem nos marcou e num momento determinado, foi importante para nós.Também é a prova de que, noutro tempo, viviam-se as relações de amizade, amor ou outra coisa qualquer, com mais entrega, mais verdade, dedicação e outro tipo de acarinhamento, que vai deixando de existir porque agora o cenário é outro e já não há tempo para recordar ninguém ou querer rever com tanto tempo de intervalo. Isso deixa-me com muita pena e com vontade de ter vivido noutra época (mas também só neste aspecto e pouco mais ... em muitas outras coisas prefiro os tempos actuais).
ResponderEliminarAdoro as fotos.
Agora percebi o teu comentário num post meu em que recordei uma série animada ... pois, não poderias de facto ter a minha idade e como tal recordares a série.
Amigo Brama
ResponderEliminareu já sou "entradote", devo ser junto com o Tonghzi, dos mais velhos "deste pelotão", mas sinto-me bem e sou muito positivo; claro que tenho dias, como toda a gente...
E tenho um homem lindo, infelizmente lá longe, com quem mantenho uma relação maravilhosa e que vem aí a passar 2 semanas comigo, logo no inicio de Junho.
E pronto, amigo, um dia chegará em que nos conheceremos pessoalmente.
Um abraço amigo.
Amigo Urso
ResponderEliminaressa região de Mueda nunca visitei, e acho que ainda bem, pois parecia ser a guarnição mais perigosa de Cabo Delgado. Mas muito ouvi falar na operação "Nó górdio"...
Eu estive no Niassa e pertencia a um batalhão sediado em Marrupa.
Estive em Moçambique, de Setembro de 1972 a Dezembro de 1974.
Abraço amigo.
Absolutamente comovente.
ResponderEliminarObrigado amigo Zé.
ResponderEliminarAbraço.