Bocage.....Levo ou deixo?Conta-se que Bocage, ao chegar a casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do quintal.Chegando lá, constatou que um ladrão tentava levar os seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com os seus amados patos, disse-lhe:-Oh, bucéfalo anácrono! Não te interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo... mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada. E o ladrão, confuso, diz:-Doutor, afinal levo ou deixo os patos?
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Do oito ao oitenta
Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb temdireitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver qá razões qd um aluno não vai á escola. primeiros a peçoa n se sente motivadapq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é muntomontanhoso? ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? ou cuantas estrofes temum cuadrado? ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'oslesiades', q é um livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q noaspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profesaté dam gomitos e a malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n temabitos de leitura e q a malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbrasfoi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiuassertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde oCamóes até á idade média e por aí fora, qués ver???O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curçode otelaria e a malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças dexicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar umgravetame do camandro. Ah poizé. tarei a inzajerar?
Bocage.....Levo ou deixo?Conta-se que Bocage, ao chegar a casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do quintal.Chegando lá, constatou que um ladrão tentava levar os seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com os seus amados patos, disse-lhe:-Oh, bucéfalo anácrono! Não te interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo... mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada. E o ladrão, confuso, diz:-Doutor, afinal levo ou deixo os patos?
Bocage.....Levo ou deixo?Conta-se que Bocage, ao chegar a casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do quintal.Chegando lá, constatou que um ladrão tentava levar os seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com os seus amados patos, disse-lhe:-Oh, bucéfalo anácrono! Não te interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo... mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada. E o ladrão, confuso, diz:-Doutor, afinal levo ou deixo os patos?
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:)
ResponderEliminaradorei!
beijos
Adorei ler este post ... devo dizer que a primeira parte, com os devidos excessos, não está longe da forma como a maioria dos alunos escreve actualmente. Creio que a língua portuguesa estará em riscos de extinguir-se num futuro mais ou menos próximo.
ResponderEliminarA segunda parte do post funciona como interessante antítese e acaba por ser um momento de agradável boa disposição.
Sem dúvida, os exageros linguísticos de antes em clara oposição ao desleixo total de agora.
abraços
Ganda Bcge! O txto tá 5xtrlaz! Ixo é ke é falar. O guna té xkeceu o objectiv, rsrsrs. Kuantax vzs, nós o people, gostariams de ter parlapié axim. Tásse.
ResponderEliminarNo que concerne o débito verborreico da primeira prosa, só me ocorre aos neurónios que língua que não evolua, mais tarde ou mais cedo arrisca-se a acabar afiambrada ou estufada, com ervilhas e outros produtos hortícolas alaranjados cheios de betacaroteno, convivendo promiscuamente com tubérculos novos, reclamando os favores do palato e convocando a ginástica da pituitária. Assim, em face do exemplo, prefiro a opção gourmet.
:D
Muito, muito giro este post.
ResponderEliminarA 1ª parte é de ir às lágrimas, de tristeza, claro...
Dias felizes
Olá Isabel
ResponderEliminarObrigado pela tua assiduidade e gentileza; és uma querida.
Beijinhos.
Daí o título, caro Brama, a mostrar o ridículo dos extremos...
ResponderEliminarAbraço.
João Manuel
ResponderEliminarEste comentário só podia ser teu e merecia um post; como o título de um filme conhecido, "Melhor é impossível"...
Abraço.
E a segunda surpreende quem só conhece o Bocage brejeiro...
ResponderEliminarBeijinhos.
Meu caro Pinguim
ResponderEliminarUma língua assim cuidada
Com uns tratos de polé
Vejam lá se se admiram
Que a malta curta... bué.
Professores considerados
Como se fossem bandidos
Não admira por isso
Se todos ficarmos f...prejudicados!
Um grande abraço
Daquele que agora se dá pelo nome de
Fugitivo
Ó Fugitivo, tu estás lá! Impecável. :)))
ResponderEliminarCaro Fugitivo
ResponderEliminarestou tão habitudo ao Bocage da asneirada e pouco habituado ao Elmano Sadino, que me permito usar o vernáculo que sugeres, mas não ousaste colocar: Foda-se, ele sabia mesmo escrever...
Abraço.
Pois estava, e eu tramei o seu belo comentário com aquela "caralhada"´; isto deve ser consequência do excelente gin tónico que estou a tomar, enquanto não janto.
ResponderEliminarPoiX a kExtAm Eh eXxa! Lo0oLxX
ResponderEliminarMax uH pIpoL axA k eH mlHuR o gajUh naUm levAr ox pAtoXx puRke IndA x ArRixcA a fICar xem pAtuHx e mAixX oUtraXx c0isAx! loololol0lxoolXx
Oh Meu Deus isto é uma tristeza! E depois ainda nos questiamos porque é que a juventude de hoje em dia fala e escreve mal português! (eu faço parte da juventude mas não me incluo nesse grupinho dos XxXx i dOx CaPaXxx)
Gostei muito deste post!
E viva a Língua Portuguesa! Correctamente escrita e falada!
Beijinhos
Querida Marta
ResponderEliminara lingua portuguesa pode ser como se oide ver neste post abordada de diferentes modos, que vão dos exremos aqui mostrados, até aos diferentes dialetos regionais e até internacionais, agora tão falados de vido à discussão sobre o Acordo Ortográfico; com a contínua conquista de novas tecnologias, novas palavras vão sendo introduzidas; enfim, é um mundo complexo.
Que isto sirva também um pouco, como motivo de reflexão...
Beijinhos.
O futuro do país... Adorei!
ResponderEliminarbjs
Triste futuro, minha amiga...
ResponderEliminarBeijinhos.
Dom(in)ar ou "endrominar" as línguas, eis a questão! Se muitas regras (a sua compreensão e desenvolvimento) só chegam a alguns / poucos, não podemos esquecer as funções donde nascem - e novas continuam a surgir! A big melting pot (será que uso muitos xtrangeirismos?)
ResponderEliminarE daqui a uns séculos todos a falar e escrever chinês (mesmo!)
Brilhante paradoxo, pinguim, com séculos de diferença! Saludos y besos.
Deixo apenas um sorriso...
ResponderEliminareste :)
Um abraço peludo e enorme!
Caro Moi
ResponderEliminarum pouco ao teu estilo «tudo ao molho e fé em Deus», isto é dito, não em tom depriciativo, mas com enorme admiração, pois consegues ter um nexo de ligação notável na catadupla de palavras que expressas, mas como dizia, um pouco nesse estilo, misturando conceitos e usando um termo de que gosto, particuarmente e que é tudo menos um estrangeirismo, pois é "intraduzível" que é o MELTING POT, fazes um comentário que
muito me agradou, com saudações castelhanas e preocupações(?) futuras de uma globalização linguística achinezada; como se diz numa língua caída em desuso, e e que muito gosto: "on sait jamais"...`
Abraço grande misturado com afectuoso beijo, agora sim na nossa língua, eh eh eh
Caro Sp
ResponderEliminardevolvo o sorriso e o peludo abraço, que gostava mesmo de te dar um dia.
Caro "Pinguim"
ResponderEliminarGostei muito deste teu post, pois aborda uma questão essencial do nosso país, que é a instrução/educação.
Penso que a base e o controle da educação se radicam sobretudo em casa.
Quanto mais “liberal” for a escola, maior é a exigência que os pais têm que ter relativamente ao seu papel como educadores e ao controle da instrução escolar dos filhos.
A educação é um todo e, por isso mesmo, penso que é tempo de deixarmos de pensar que a responsabilidade é toda da Escola e dos professores. A responsabilidade começa com os pais e reside em grande medida neles.
Embora em muitos países não existam chumbos, a prática portuguesa, mostra que em Portugal esse sistema nem é compreendido pelas pessoas nem funciona.
O grande problema deste País é que há muita gente que não percebe a responsabilidade que é ter filhos. Para de conduzir um carro é necessário estudar e fazer um exame. Para ter um filho basta deixar a natureza seguir o seu curso.
É preciso que o Estado comece a actuar junto das famílias relapsas, que deixam os seus filhos menores faltar às aulas. E, julgo que a melhor forma é ir-lhes ao bolso. Como? Na minha opinião obrigando-os a pagar o custo do ensino, caso os filhos não tenham o necessário aproveitamento.
Já estou farto de andar a pagar impostos para que meninos e meninas ociosos e mal- educados tenham locais de convívio e de malandragem chamados escolas.
Caro In senso
ResponderEliminarfoste ao centro da questão, neste assunto e em tantos outros que têm a ver com a educação dos filhos; fui professor e sei o que isso é, pelo menos era; o confronto escola/família, de que dou dois pequenos exemplos de sentido contrário; num, um pai, precocemente idoso em relação à pouca idade do filho e sendo gente muito humilde, no Alentejo profundo, veio um dia ter comigo, que tinha funções directivas, dizendo que ou a Escola tomava conta do filho e o educava ou ele acabaria por matá-lo, pois já não era capaz de o educar por si próprio - trágico, mas verdadeiro; no outro, ouvi constantes e direccionados comentários públicos num posto de correios sobre as "modernices" de então dos professores explicarem coisas aos filhos que só a natureza poderia e deveria explicar - triste, mas verídico.
Perante estes dois casos extremos, como extremos são os casos linguísticos do post, que fazer?
Os pais de hoje demitem-se, pura e simplesmente da educação dos filhos, mas depois perante consequências por vezes funestas, pedem explicações e querem apurar responsabilidades sem nunca apontarem para si próprios.
Desculpa o testamento, mas a culpa é tua: "provocaste-me"...
Abraço.
BEEEEMMMM!!!! grande maluquice!!! a primeira parte teve mesmo que ser com muita atenção, se não, não entendia nada!!!! hehehehe....
ResponderEliminarAbraço Lunar!
Amiga Lua
ResponderEliminarclaro que é dificil perceber aquilo, o melhor é ler em diagonal, ou então fazer como nos filmes porno, vê-se o primeiro quarto de hora e está o filme visto.
Beijitos.
eh eh eh
ResponderEliminarNão anda muito longe da verdade!!!
Caro Tong
ResponderEliminarclaro que há um ligeirìssimo exagero....
Abraço.
devo dizer que aprimeira parte do teu texto está uma delícia...ri-me e lamentei que a realidade seja esta
ResponderEliminarbeijos
Pois é, é mesmo essa, infelizmnte, amiga Carla; e se lhes perguntares qunto é 5x7, não sabem...
ResponderEliminarBeijinhos.
A rir se expõe as tristezas.
ResponderEliminarAs tristezas do mau trato dado á nossa pátria, a lingua portuguesa.
Força com a denuncia.
Abraço
Amigo Sócrates
ResponderEliminara continuar assim, qualquer dia regressamos à condição de macacos, que não falam, apenas emitem sons.
Abraço.
"Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é muntomontanhoso?"
ResponderEliminarLOLOL
Muito bom!
Caro Voyager
ResponderEliminarintereça tanto cumo saber cas muntanhas de trásosmontes puxam quelimas bué de fixe, meu, tás aver a sena...
Abraço.
Bacanos, muinta purreiros estches batejs-bocajs!!!
ResponderEliminarBeijo de língua é bem bom Lol (e só faltam duas semanas, não é?);)
Beijo carinhoso na face, pinguim!
E também me deixas baboso, nessa análise externa...
ResponderEliminarSim, beijo de lingua, caro Moi, é mesmo bom, quando se faz com a pessoa certa, pois não vai só a lingua vai tudo o que temos lá para dentro; não imaginas a ansiedade que sinto, dia após dia...
ResponderEliminarAs novas tecnologias permitem-nos hoje estar "mais perto" de quem amamos e está longe (meu Deus, nem imagino há 20 anos atrás, esperar uma carta, dias e dias, ou, fazer um telefonema, uma vez por festa para tão longe - faz-me lembrar logo a monja de Beja, Mariana Alcoforado), mas não nos permitem esse beijo, assim; por vezes apetece partir o visor do Pc e...
Desculpa o devaneio...
Abraço e outro beijo, na face, que também pode ser muito bonito, como a Amizade que representa.
Quanto a ficares baboso, problema teu... eh eh eh.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarNão sei se chore, se rie com a primeira parte do teu post, os "8" (em todo o caso, muito bom e de grande exigência mental para o decifrar!)... quanto aos "80", é sem dúvida uma peça de comédia excelente - grande Elmano Sadino!
ResponderEliminarUm abraço... ou será "um aberásso"
Mas que blog!
ResponderEliminarTextos que cativam o pensar!!
Abraço
Caro Graphic
ResponderEliminaracho melhor rir e deixar o chorar para eles, quando chegarem à conclusão de que desperdiçam uma parte tão interessante da vida humana, como é a adolescência, em coisas fúteis e palermas, enfim...
Quanto a Bocage, deves estar orgulhoso de viveres na terra que o viu nascer.
Abraço.
Olá Paula
ResponderEliminarmais uma vez obrigado pelo teu comentário; este blog nada tem de especial, apenas nele ponho os variados aspectos que me sensibilizam e mostram os vários "eus" do meu eu.
Já fui espreitar o teu blog, já o linkei e em breve espero lá deixar algo escrito; tu, volta sempre que queiras, pois o prazer é todo meu.
Abraço.
Dois bons exemplos embora o oitenta do Bocage fosse um pouco irónico. Também ele foi uma das personagens mais singulares da nossa literatura.
ResponderEliminarUm abraço.
Amigo Paulo
ResponderEliminarclaro que é irónico, como por assim dizer tudo o que Bocage escreveu; mas o exemplo que quis mostrar é o elevadìssimo rigor da utilização de vocábulos pouco conhecidos da lingua portuguesa, numa comparação com os "grunhidos" que não cabem em qualquer dicionário da nossa lingua.
Abraço.
Bem! Mas que consfusão!
ResponderEliminarConfesso-te, por muito que tentasse ler a primeira parte do teu post não consegui. E quando tentei ler o que Bocage disse ao ladrão de Patos fiquei tão confuso que não percebi nada...
A primeira parte também não era para perceber, amigo Ermelindo, era mesmo para mostrar que tal linguagem é imperceptível; já no caso do Bocage, o fim é o mesmo, pois o coitado do ladrão, ao não perceber patavina do que significavam aquelas palavras "caras", ficou sem saber se devia roubar ou não os ditos patos: os extremos tocam-se...
ResponderEliminarAbraço.
Belo "post". Só não li a primeira parte até ao fim, por pura falta de pachorra. A segunda parte, do Elmano, é deliciosa e nem me lembrava já dela.
ResponderEliminarCaro Mário
ResponderEliminarTambém não era preciso ler até ao fim, só era necessário ficar com a ideia do belìssimo português usado nesse texto.
Abraço.
O que é espantoso é que eles se entendem...
ResponderEliminarEstaremos todos a ficar velhos ou a esquecer que já fomos adolescentes inconscientes? Mas pelo que me lembro havia um grande gozo em usar calão, mas agora isto vai bem mais longe do que isso.
E depois fala-se de incomunicação!
Amigo Rui
ResponderEliminarfizeste-me rir com essa tua bem apanhada observação; e as tuas perguntas são mais que pertinentes.
E ainda mais, concordo contigo quando falas no caso antigo, dos adlescentes, e embora de diferentes idades, não será grande a diferença entre nós nesse aspecto, do uso do calão, mas não ofensivo; era , de alguma forma menos agressivo do que este "papaguear" incompreensível dos jovens de hoje.
Abraço.