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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O Louco

Eu não queria, (estou a ser sincero), tocar no tema mais falado, (pelos piores motivos), no nosso país, nos últimos tempos – a situação político-económica em que nos encontramos. Falar nisto é além do mais, sujar as mãos, pois quando se fala em determinadas pessoas e em determinadas decisões, decerto ficamos completamente submersos em porcaria.
Mas há limites para tudo, e parece-me que há alguém que atingiu o limite da decência e da racionalidade, tendo nos últimos dias mostrado, que mais do que um político obcecado ou cego, é realmente um ser perigoso, é um louco! E um louco perigoso!
Estou-me a referir a essa figura bizarra, misto de Mr.Bean e de experiência falhada de um Frankenstein de terceira ordem, que se chama Vítor Gaspar.
Já não falo num Passos Coelho, que me parece um títere nas mãos de um deslumbrado com a ambição – Miguel Relvas; nem de um homem que mostra à evidência as limitações que possui para exercer o cargo mais alto da nação – Cavaco Silva. Passo por cima dos detentores de grandes fortunas, desde banqueiros, gestores ou donos de grandes cadeias de híper mercados e ignoro mesmo os subservientes – que os há sempre - e que continuam com os antolhos que usam os muares. Gaspar, que se julga a ele próprio um iluminado, crê em absoluto no experimentalismo político, tipo “terra queimada”, mas de índole direitista e conduz o nosso país para um abismo certo e a curto prazo. Falam as eminências pardas que nos (des)governam que não há alternativas e a única que haverá será a bancarrota. Pergunto eu, se algum dos muitíssimos portugueses que já estão na bancarrota e os muito que para lá caminham, se importarão com essa eventual bancarrota? Eles já lá estão… E, há sempre alternativas, pois o exemplo de uma Islândia, mesmo de uma Irlanda falam por si, e mesmo com situações radicais haverá alternativas. E não esqueçamos que a UE, nomeadamente a zona euro, dificilmente deixará cair um dos seus membros, pois isso seria o começo de uma desagregação que até a Alemanha não deseja – e a Grécia é disso exemplo. Agora que com as últimas medidas, a classe média, nomeadamente a classe média alta, vê começarem a desaparecer as muitas regalias que sempre teve, talvez a contestação vá para patamares que a classe mais baixa e que mais tem sido prejudicada ainda não conseguiu. É imperioso fazer alguma coisa, e curiosamente está nas mãos de um homem a possibilidade de o fazer e já: basta que Portas seja coerente com tudo o que sempre defendeu e diga não a uma paz podre dentro do Governo. E até nem isso seria necessário se tivéssemos na presidência da República, um homem à altura, em vez de um individuo que se tem mostrado mais preocupado em proteger os corruptos amigos das suas relações.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

As Olimpíadas

Definitivamente, hoje, Londres é a capital do mundo.
Independentemente das crises, do medo de actos de terrorismo e da incerteza dos tempos que aí vêm, esta reunião de quatro em quatro anos, da elite mundial de quase todos os desportos, desperta sempre um sentimento de reencontro, com as mais nobres regras de convivência a virem a tomar o lugar dos confrontos bélicos, económicos e sociais com que o mundo se debate actualmente.
Sob fortes medidas de segurança, hoje à noite, uma quantidade quase record de governantes vão estar presentes na cerimónia de abertura, um espectáculo sempre muito interessante, apesar da demora do ritual da entrada das delegações dos cada vez mais numerosos países participantes.

Que esperar da participação lusa? Talvez a menos ambiciosa das representações portuguesas nas mais recentes Olimpíadas, desde que Carlos Lopes nos deu o ouro na maratona. Com a ausência, por lesão, dos sempre candidatos Francis Obikwelu, Nelson Évora e Naíde Gomes, com uma forte aposta na renovação dos nossos atletas, temos sempre a possibilidade de uma boa prestação e da obtenção de bons resultados, e as eventuais medalhas, porque não exigidas, terão um sabor mais apetitoso: Telma Monteiro, Dulce Félix ou Gustavo Lima poderão surpreender, no judo, maratona e vela, respectivamente.
Uma palavra para a excelente cobertura televisiva preparada pela RTP para este acontecimento.
Enfim, a festa vai começar...

sexta-feira, 20 de julho de 2012

José Hermano Saraiva

Faleceu hoje o Professor José Hermano Saraiva, um dos grandes vultos da cultura portuguesa da segunda metade do século passado e que continuou activo ao longo da primeira década deste século.
Do passado fica a sua passagem como ministro da Educação nos tempos da ditadura, tendo sido ele que teve que enfrentar a chamada "crise académica de 1969".
Mas foi como historiador que se distinguiu, com a edição de um dos maiores "best sellers" de todos os tempos em Portugal: "História Concisa de Portugal" (1978) e posteriormente com a sua "História de Portugal", em 3 volumes (1981).
Apesar dessa sua faceta de historiador lhe ter aberto o caminho da popularidade, foram as suas várias colaborações televisivas que o catapultaram para a enorme popularidade que desfrutou no meio do nosso povo.
Senhor de uma vasta cultura e de uma muito particular  forma de se expressar, chegava facilmente ao povo, mesmo ao menos culto. O seu primeiro programa, ainda antes do 25 de Abril, foi  "O Tempo e a Alma" - RTP -1972, e vários outros, sempre na RTP e mais tarde no Segundo  Canal, da mesma RTP, onde ainda mantinha o último, "A Alma e a a Gente".
Portugal ficou mais pobre.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

It was a time...

Alguém me consegue explicar porque razão em 8 de Novembro de 2008, quase 200.000 professores, vindos de todos os pontos do país se manifestaram em Lisboa, exigindo um novo modelo de avaliação e a demissão da então ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues e agora perante uma ameaça real bem mais perigosa de uma redução drástica do número de docentes, com a ida para o desemprego de professores com muitos anos de docência, os sindicatos se limitam a protestos verbais e algumas manifestações locais?
Talvez seja a hora de questionar a essa eminência parda do PCP, Mário Nogueira, que na altura foi o paladino da “grande luta” e que só descansou quando Sócrates saiu do Governo, numa acção concertada entre outros, pelo seu partido e pelos actuais detentores do poder.
Aliás, é altura de perguntar à “real” (como eles próprios se apelidam) esquerda portuguesa porque razão derrubaram o Governo, quando sabiam – toda a gente sabia – que o próximo Governo nos conduziria ao estado em que hoje estamos.
Agora aparecem alguns “analistas” que consideram que se está a fazer um cerco a um ministro – Relvas, que tem feito asneiras de alto calibre, no que respeita a governação e que é realmente quem governa o país, e esquecem todo o vilipêndio exercido sobre José Sócrates, ao longo de anos.
E até há quem considere que o culpado da “brilhante” licenciatura do ministro seja culpa não dele, mas sim do governo de Sócrates.
Ao que isto chegou…
Valha-nos "Deus", que ainda há quem tenha a coragem de chamar os bois pelos nomes.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

"Penélope"...e algumas considerações sobre a Cultura

Voltei ao teatro, pois teatro é Cultura e o ser humano, sem Cultura morre...
Fui ver mais um espectáculo dos Artistas Unidos, no Teatro da Politécnica, de seu nome "Penélope", da autoria do irlandês Enda Walsh, numa encenação de Jorge Silva Melo.
São quatro homens apenas e falam entre si sobre tudo e nada, mas principalmente sobre salsichas, num cenário tremendamente kitsch, de uma sinceridade brega tão verdadeira que nos cega e nos comove.
«A mente é um balde de enguias» é uma das muitas tiradas humorísticas do texto, uma das marcas firmes de Enda Walsh, autor da peça, numa adaptação de Jorge Silva Melo. Estamos perante um espectáculo fascinante, de deixas acutilantes e ricas de uma comédia repleta de subterfúgios muito explícitos.
A conversa mantém-se animada, recordando o momento em que recebem a barbacoa — objecto central do palco — de remetente indefinido, e descobrindo mais tarde que partilharam do mesmo sonho na noite anterior: a tal barbacoa a arder, anunciando a morte. É com este pretexto que surge o nome de Penélope (Joana Barros) pela primeira vez. Em momentos repetidos, os quatro (João Vaz, José Neves, Pedro Carraca e Pedro Luzindro) apresentam estratégias distintas para conquistar Penélope, «um amor inconquistável» e que não se deixa levar pelas fracasdeclarações de quatro fracos humanos. Em vão.
À medida que a trama se desenvolve, é visível a mutação das personalidades distorcidas de cada um deles, e a morte vem ao de cima através de uma epifania.
Estes são os quatro sobreviventes entre quase cem, vivendo no fundo de uma piscina à espera de conquistar Penélope.
As interpretações são seguras e saliento dentro todas a de Pedro Carraca.

A sessão a que fui era a uma hora pouco habitual - 19 horas - mas muito convidativa; no entanto, comigo éramos 7 os espectadores...
Pois, a Cultura de que falo no início, perante a crise, "apaga-se", e esse apagão não é só da parte do público, que terá mais onde gastar o pouco que tem, (embora o preço do bilhete fosse apenas de 5 euros), mas principalmente de quem deve zelar por ela, a nível nacional.
A Cultura, de há muito a esta parte, tem sido sempre o "patinho feio" dos governos sucessivos, a ponto de um deles ter tido como respectivo secretário de estado, um inenarrável Pedro Santana Lopes que até conseguiu pôr Chopin a tocar violino...
Mas, no actual Governo e com a austeridade que o comanda está a atingir-se a estaca zero para a Cultura, sem apoio no cinema, sem comparticipação para as companhias de teatro, no desleixo nos museus, eu sei lá...
Esta continuada política de falta de apoio à cultura já levou para fora do país nomes como Helena Vieira da Silva, Paula Rego e Maria João Pires, entre outros.
Somos assim tão ricos que culturalmente nos possamos permitir esta situação?
Para cúmulo, perdemos no espaço de uma semana dois vultos importantes da nossa Cultura: o cineasta Fernando Lopes e o músico Bernardo Sasseti.
Não menosprezemos a Cultura, pois a Cultura não é elitista, há cultura num Grupo Folclórico, como numa companhia de teatro amador. Direi mais e numa perspectiva subjectiva a cultura (não a Cultura), é tão importante que ela é responsável pela falência de tantas relações afectivas, como os factores sexuais, por exemplo. Quantas relações não terminam porque as duas pessoas não se entendem culturalmente?

E deixo-vos com dois vídeos exemplificativos do que é a Cultura; dois exemplos muito diferentes, mas ambos magníficos, um na música, outro na sétima arte.






quinta-feira, 17 de maio de 2012

Dia Internacional Contra a Homofobia

Hoje é o Dia Internacional contra a Homofobia

É preciso que os políticos, cada vez mais assumam esta luta, não só no Parlamento ou na Comissão Europeia, mas também e principalmente na aprovação de leis apropriadas nos seus países.
Não queremos, no nosso país, ouvir mais vozes como as de Isilda Pegado, João César das Neves ou António José Saraiva...

Mapa europeu dos direitos gay
Que gradua os países numa escala de 30 (direitos plenamente adquiridos) até -12 (graves implicações dos direitos humanos); curiosa a posição de países como a França, e principalmente, a Itália.

domingo, 13 de maio de 2012

Feira do Livro


Há que anos eu não ia à Feira do Livro!
Depois da longa hibernação literária em que estive mergulhado, e numa espécie de “em busca do tempo perdido”, tenho lido muito.
Desde que li aquele livro a que dediquei um post sobre as Cruzadas (“O Livro dos Dias”), li mais dois, um deles muito interessante – “O Sentido do Fim” de Julian Barnes - e outro, algo decepcionante, “O Messias dos Judeus” de Arnon Grunberg.
Agora estou a ler um que há muito aguardava na fila e penso lê-lo depressa pois parece ser muito interessante, “A Mentira Sagrada” de Luís Miguel Rocha, uma intriga sobre os segredos do Vaticano.
Mas, no meu regresso à Feira do Livro, fui naquele dia de intenso calor e sendo no mesmo local de sempre (Parque Eduardo VII), a grande diferença é que muitas das editoras que antes tinham um pavilhão, agora não estão lá, ou porque faliram ou porque foram compradas pelos dois grandes grupos editoriais portugueses; a Leya e a Porto Editora, que têm espaços gigantescos.
Depois há aquelas editoras clássicas que ainda resistem, as especializadas e um grande número de pavilhões, de organismos oficiais ou afins. Aliás cruzei-me com a Presidente da Assembleia da República, que ia visitar o pavilhão da AR, acompanhada por um grupo de deputados.
Poucos alfarrabistas e nenhum deles com as obras esgotadas que eu pretendia.
O que comprei? Apesar da crise, os preços não estavam assim tão baixos, e são sensivelmente os descontos que se obtém com o cartão FNAC, nestas lojas.
Mesmo assim lá fui comprando: 3 livros de Augusten Burroughs, 2 de Frederico Lourenço, 3 de Allan Massie (faltou um para ficar com a biografia dos quatro grandes imperadores romanos), “Reflexos num olho doirado” de Carson McCullers, “Agora ou nunca” de Tom Spanbauer e um livro, este sim barato, mas que me custou muito comprar…Trata-se de mais um volume da “História de Portugal”, da Verbo, da autoria de Joaquim Veríssimo Serrão. Estupidamente há uns anos largos comecei a comprar esta colecção, que não é barata (mais de 30 euros cada volume, a preços de hoje), e enquanto a História não envolveu ideologias ou juízos de valor, tudo bem; mas entrados que somos na revolução de 1926, vem ao de cima todo o facciosismo quase fascizante do autor e eu deixei de comprar os últimos volumes, pois comprar algo que faz a apologia daquilo que eu sou absolutamente contra, custa bastante; mas o investimento já feito, lá fui comprando um ou dois volumes…
Agora encontrei todos os volumes a 10 euros; seria uma boa altura para acabar de vez com esta História; mas não me apeteceu gastar tanto dinheiro de uma vez só com esta “porcaria” e como não tinha a certeza de qual era o último volume que adquirira, resolvi comprar…o último, ou seja o XVIII. Verifiquei depois em casa que tenho 13, pelo que faltam “apenas” quatro (XIV, XV, XVI e XVII). Eram só mais 40 euros, mas fica para a próxima Feira, sim porque eu agora não perco mais nenhuma.

terça-feira, 1 de maio de 2012

1º. de Maio

Em 1974 foi assim
Uma festa de um povo inteiro.
E hoje?
Um povo aflito, temeroso da situação a que foi levado, até já não protesta, quase resignado; e pior, quase ameaçado de se manifestar, pois a "convulsão social" não dá uma boa imagem do país às entidades económicas que na realidade nos governam.
Um país que tem um governo que promete coisas para um ano em que a sua legislatura já findou...
Precisamos, mais que nunca de um novo 1º.de Maio, porque hoje muita gente não goza o dia do trabalhador, pois é obrigado a trabalhar.
Uma vergonha!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Uma ideia...um desafio!


Pode ser uma ideia um pouco despropositada, mas lanço-a aqui, para ver o acolhimento que tem.
Infelizmente o tempo chuvoso impediu-me, a mim, e a muita gente de ir à manifestação comemorativa do 25 de Abril. Espero que no próximo dia 1 de Maio, as rezas da Cristas a pedir chuva não tenham sucesso e esteja um dia bom.
E a ideia é, combinar com toda a gente que conhecermos da blogosfera e que tencione ir à manifestação (refiro-me à de Lisboa, mas outros poderão fazê-lo noutras cidades), um ponto de reunião para nos encontrarmos e participar juntos nessa jornada de comemoração e de luta. Não sugiro nenhum ponto, mas gostaria que alguém o fizesse, de preferência perto do início da manifestação, mas num ponto facilmente referenciável. Seria ao mesmo tempo, uma forma simpática de alargarmos o conhecimento real ao conhecimento virtual.
Fica lançado o desafio…

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Portas de Abril

Quis o destino marcar o dia 24 de Abril como a data do adeus prematuro de Miguel Portas à vida que ele sempre viveu com a intensidade própria de um Homem plenamente convicto dos seus ideais de esquerda. Não chegou ao dia em que se comemoram 38 anos de uma data que não pode jamais ser esquecida, não só por quem a viveu, mas também por quem teve a felicidade de enfrentar a vida já em Liberdade.
Infelizmente, a maior parte das pessoas que hoje têm menos de quarenta anos e que são a força vital da nação, pouco ligam à data ou voluntariamente ou por desconhecimento, o que não os desculpa, pois é da mais elementar forma de cultura saber o que representou e representa para Portugal uma data que acabou com uma ditadura de quase 50 anos e devolveu ao povo português o orgulho nacional.
Ainda mais lamentável é assistir hoje à destruição sistemática dos valores instituídos pelo 25 de Abril, no dia a dia, e por parte de pessoas com responsabilidades governamentais que estão a levar o povo português a um estado de descontentamento como só Há paralelo antes dessa data.
Sim, há liberdade e democracia, caso contrário eu não estaria aqui para falar desta maneira, mas que dizer quando nas vésperas da celebração desta data, vem o Governo ameaçar estar atento a todos os actos potencialmente violentos decorrentes dessas celebrações: estarão com medo de que haja um novo 25 de Abril? Talvez isso seja necessário, sim, não como clama o eterno palhaço Otelo, mas nas consciências de todo o povo português que vê serem-lhe cerceadas todas as oportunidades de uma vida decente e digna, com um empobrecimento cada vez mais assustador das classes mais desfavorecidas, com o aniquilar de uma classe média que é o motor do desenvolvimento económico da nação e sobretudo com a manutenção e até enriquecimento da classe dos que tudo têm e que sempre querem mais, não cedendo um palmo dos privilégios adquiridos.
Esta desigualdade social que tem sido um dos grandes pilares da política deste governo, não é emanada de qualquer compromisso que se tomou com as entidades que realmente agora governam o país, mas sim uma vontade própria deste governo, perante a passividade quando não, mesmo a complacência do pior Presidente da República que Portugal já teve desde1974.
Tudo isto está na base na decisão, quanto a mim justa, da Comissão dos Militares de Abril de não estarem presentes nas comemorações oficiais deste dia, já que quem nos governa não está senão a fazer uma encenação de comemorar uma data que realmente não sente como sua. E há ainda a desfaçatez, quando não a pequenez política de um Primeiro Ministro a falar em termos pouco edificantes de pessoas a quem devia, pelo menos institucionalmente mais respeito e que dele não recebem qual quer lição: Mário Soares e Manuel Alegre.
Por tudo isto, Miguel Portas partiu ainda na data das trevas políticas deste velho país, data a que os actuais governantes parece quererem que Portugal volte, pese embora queiram mostrar uma face que não possuem e que Miguel Portas tinha e nunca hesitou mostrar: coerência política!




A primeira foto foi tirada do blog "WEHAVEKAOSINTHEGARDEN".


©Todos os direitos reservados A utilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Clip hipócrita

Basta de brincar à "caridadezinha"...


Custa-me bastante ver neste grupo certas pessoas, pois no seu todo, este clip é um nojo.

domingo, 8 de abril de 2012

É "in" ser bi???

Desde que há já bastante tempo, mais propriamente desde que li um interessante livro sobre a bissexualidade, da autoria de Margaret Meade, em que ela afirma que todo o ser humano é potencialmente bissexual e essa bissexualidade a maior parte das vezes apenas não se manifesta quer por medo, quer por falta de oportunidade, que estou convencido dessa verdade que aliás vem de encontro ás teorias de Kinsey, segundo as quais as fronteiras entre as diferentes orientações sexuais são ténues nos seus limites e a respectiva catalogação obedece apenas a uma questão de predominância.
Sucede que agora, achei o momento oportuno para falar disto e encontrei um interessante artigo publicado na revista "Única" do jornal Expresso de 29 de Janeiro de 2011, de onde retirei este excerto, já que o artigo é demasiado longo:

"Podemos interrogar se a bissexualidade está na moda como tendência entre a população mais jovem, por exemplo, que, livre de preconceitos, é seduzida pela ideia da experiência? "Penso que não", diz Pedro Frazão*. "O que acontece é que, em Portugal, a discussão sobre as questões de género têm vindo a conquistar cada vez mais espaço na discussão política. Neste sentido, todas as questões relacionadas com a orientação sexual ganharam visibilidade, o que permite às pessoas sentirem-se mais livres para assumirem as suas escolhas. Não é uma questão de moda."
"A androgenia é uma tendência. A bissexualidade está na moda e vende", diz Alexandra Santos, 24 anos, voluntária na rede ex aequo, a associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros (LGBT). Ela trabalha no Projeto Educação da rede e percorre as escolas do país a debater identidade de género: "A orientação sexual é um tema que se discute muito durante a adolescência, e a bissexualidade tem o apelo de ser interessante: sugere mente aberta, capacidade de experimentar... Mas, para além deste aspeto mais superficial, muita gente tem dúvidas sobre a sua identidade, e a bissexualidade é a caixinha da confusão. Mas não basta ter uma experiência homossexual para se ser 'bi'."
Apesar da tendência e da confusão, Alexandra Santos, assistente social, sabe o que sente. Afirma sem vacilar: "Não traio, não sou promíscua, tenho relações duradouras. Gosto de homens e de mulheres em igual percentagem." Soube que a atraíam ambos os sexos quando entrou na Faculdade e começou a perceber "que aqueles sentimentos giros que sentia pelas minhas amigas não eram só amizade". Aí, sim, a confusão instalou-se. Nada tinha ainda acontecido e já ela desesperava. "Ai, ai, o que vai ser da minha vida? Porque todos desejamos a normalidade. Assusta muito perceber que nem sempre é assim", conta Alexandra, agora descontraidamente sentada num café do Chiado. "Depois de me questionar se não seria só uma fase, fiz uma viagem à Bélgica para participar num programa entre jovens europeus, conheci uma rapariga e percebemos que tínhamos muita coisa em comum. Principalmente a nossa fé. Quando voltei, continuámos a falar no Messenger e combinámos encontrarmo-nos. Namorámos alguns meses entre cá e lá e depois terminou."
Foi nessa altura que se aproximou da rede ex aequo. Queria encontrar outras pessoas que sentissem coisas semelhantes e perceber que identidade era aquela. A questão do pecado preocupava-a. Um dia ouviu esta frase de uma crente: "Deus manifesta-se em cada um de nós quando estamos bem e fazemos bem aos outros." Sentiu que poderia ter essa força e arriscou clarificar. Em casa, começou a espalhar discretamente as revistas distribuídas pela rede LGBT até a mãe perguntar: "Aquelas revistas que trazes cá para casa são o quê?" Alexandra falou na ex aequo e explicou o projeto: "E o teu pai sabe disso?" Nessa noite, ao jantar, com as três irmãs e o pai já sentados à mesa, a mãe voltou à carga: "Tu és alguma dessas coisas?" Ela disse: "Tanto poderia casar com um homem como com uma mulher." A mãe ainda tentou dar um ar de normalidade: "Se fosses homossexual, eu aceitava." O pai disse logo que não aceitava e uma das irmãs perguntou-lhe: "O que é que te deu para dizeres uma coisa dessas aos pais?" Alexandra encolheu os ombros: "Porque é verdade."
Hoje acredita que para a sua família seria menos complicado se ela fosse homossexual. Pelo menos, seria uma coisa só. Agora aquilo assim... "Como é que se consegue gostar de homens e de mulheres ao mesmo tempo? Lá está, a questão da promiscuidade. Mas eu sou monogâmica e não tenho namorados e namoradas em simultâneo." Tenta explicar que cada sexo tem as suas diferenças, e ela gosta dessas diferenças. "Sinto-me atraída por pessoas e não por géneros", diz Alexandra. Depois dá conta da frase e desata a rir: "Este é o verdadeiro cliché dos 'cotonetes', não é?"
Pedro Frazão, o psicólogo, esclarece: "Esse é precisamente o discurso da bissexualidade. Interessa é o que se sente por determinada pessoa, independentemente do sexo. Como há uma maior abertura em relação à homossexualidade, essa abertura reflete-se, naturalmente, nos jovens, e observo que cada vez os discursos são menos estanques em relação aos rótulos identitários. Nestas faixas etárias tem-se, naturalmente, menor dificuldade em definir atrações e experiências e há uma noção cada vez mais clara de que todos os percursos são diferentes."
Os pomossexuais. "Já ouviu falar em pomossexualidade?", pergunta Ruben. Espreitamos a Wikipédia: "Pomossexual é um neologismo que descreve pessoas que evitam rótulos restritos como hetero, homo ou bissexual."
Ruben Santos, Raquel Bravo, Marta Cardoso: 19, 17 e 20 anos, respetivamente. São estudantes associativos e muito empenhados em causas cívicas. Ruben e Marta conheceram-se na Associação do Liceu Padre António Vieira. Raquel é animadora de teatro comunitário e amiga de Marta. Os três afirmam perentoriamente que não gostam de definições: "Os rótulos são muito limitadores. Acredito que, ao longo da vida, qualquer pessoa pode sentir emoções pelo sexo de que é suposto gostar e pelo que é suposto não gostar. Não conheço ninguém da minha idade que não sinta essa atração", conta Marta, referindo o seu interesse por raparigas e a maneira como gosta de viver cada uma das suas relações. Por agora está menos interessada no género masculino. Mas, aos 18 anos, ainda nada precisa de ser definitivo.
Também Raquel Bravo tem dificuldade em usar claramente uma palavra que a classifique: "Sei o que não sou", diz, tentando clarificar. "Não sou hetero, nem homo. Durante cinco anos tive um namoro fortíssimo com um rapaz que morreu e depois a minha relação com os homens mudou. Era como se estivesse a traí-lo. Quando entrei no meio artístico, tive as minhas primeiras relações lésbicas", conta Raquel descontraidamente: "Não quero casos. Quero definitivamente estar com alguém que seja minha e eu dela. Não sei se será um homem ou uma mulher, também não me preocupa. Gostar é simplesmente gostar."
Ruben Santos, o rapaz que também não sabe se é ou não homossexual, tem a teoria de que todas as pessoas, se pudessem, seriam 'bi' e acredita que só não são por uma questão de educação. "Como é que uma pessoa pode dizer sim ou sopas se não experimentou?", interroga. "Se temos várias opções, porquê aceitar uma só?" Excluir, logo à partida, a possibilidade de atração por pessoas do mesmo sexo pode ser uma construção. "Para um rapaz, custa muito aceitar. Cheguei a ter nojo de mim. Fazia-me confusão a ideia de uma relação estável ou de envelhecer ao lado de um homem. Agora, embora ainda sinta algum medo desse quotidiano, já não penso tanto nisso."
Marta, que em breve irá para a universidade e tem ideias muito próprias sobre o amor, conta que nunca se sentiu excluída ou posta de lado quando está com uma rapariga. Os amigos todos sabem e aceitam. Afirma que na sua geração é normal nos liceus os casais homo andarem abraçados: "Ninguém liga. Nem os professores."
Ruben, apesar das dúvidas, por agora não lhe interessa pensar em escolhas. Neste momento, namora com um rapaz. Mas sabe que quer ter filhos seus. E não é só isso: "Gosto do masculino e do feminino. De proteger e de me sentir protegido quando me deito num abraço", reflete.
"A bissexualidade é a zona invisível", diz Joana, a terapeuta. "A ânsia de sabermos o que somos, de nos definirmos, tem a ver com a eterna necessidade de tentarmos perceber porque nos apaixonamos por A ou por B. Nunca sabemos porque nos apaixonamos, e mesmo para a ciência continua a ser um grande mistério.”

* - Pedro Frazão, psicólogo clínico, especializado em questões de género, concorda que, entre todas as orientações sexuais, a bissexualidade é a mais difícil de definir. "Na comunidade académica e científica era entendida como uma imaturidade. A partir do Relatório Kinsey publicados entre 1948 e 1953, a nossa sexualidade começou a ser observada como um mapa que se vai construindo e delineando ao logo da vida, sobretudo no percurso das mulheres", afirma o psicólogo. "É um dado que a sexualidade feminina é mais complexa, e nas mulheres a orientação sexual decorre com maior fluidez do que nos homens."

E não me perguntem bem porquê, mas achei nada descabida, e até bastante oportuna a inclusão nesta postagem do conhecido vídeo dos R.E.M. "Everybody Hurts"

sábado, 31 de março de 2012

Ilha de Metarica

Como muita gente estará recordada foi publicado neste blog uma saga sobre o que foi a minha vida militar, desde Mafra até à passagem à disponibilidade.
Claro que a quase total incidência dessas crónicas se refere ao período em que estive na guerra colonial, primeiro na Guiné (4 meses), a estagiar para o curso de capitães milicianos e principalmente em Moçambique, para onde fui destacado em rendição individual a comandar uma companhia da guarnição local (isto é, quase na totalidade constituída por pessoal natural de Moçambique), localizada no Niassa, mais concretamente num local chamado “Ilha de Metarica”, que embora não fosse uma ilha, quase se poderia considerar como tal, já que em 100 kms ao seu rodar, não vivia permanentemente ninguém.
As instalações como na altura mostrei por fotos eram incríveis, sem o mínimo de condições, e foi ali que passei cerca de 20 meses da minha vida.
Sucede que recebi há dias um mail de um indivíduo que tinha estado nesse mesmo local, cerca de dois anos antes de mim, e que terá pertencido à primeira companhia ali estacionada, pelo que foram eles que tiveram que pôr de pé aquelas instalações perfeitamente básicas. Enviou-me algumas fotos desse tempo que eu apreciei bastante, pois deu para comparar com o que havia no meu tempo, apesar de tudo, bastante melhorado; e também durante o meu comando se continuaram a fazer melhoramentos, pois além de nos trazer algum , pouco, mais conforto, ocupava o tempo do pessoal, no intervalo das operações.
Reparem para começar na diferença da vista aérea, sendo a primeira foto a da formação do aquartelamento, e a segunda, a do meu tempo




Aquele mastro que se vê no centro da segunda foto, visto ao perto era assim

Nas fotos que me foram enviadas, pode ver-se o início da construção da "messe" de oficiais e sargentos

e nesta outra o aspecto que a mesma tinha no meu tempo

Outra foto antiga mostra toda a precariedade da secretaria, onde funcionava toda a parte administrativa e onde eu tinha a minha secretária

Embora não tenha nenhuma foto digitalizada deste "edifício" no meu tempo, já sem aqueles bocados de cartão,  posso mostrar uma do seu interior, em que se vê a minha secretária


As restantes fotos que me foram enviadas não têm grande alteração entre o tempo mediado; uma refere-se aos "chuveiros"

e esta outra, ao "bar" dos furriéis

E assim se vivia(?) durante a guerra colonial, quando não se andava no mato ou na picada.

Para complemento, e para quem não saiba, havia uma extensa compilação de canções, baseadas em músicas conhecidas, com letras absolutamente proibidas, mas que se ouviam cantar em todos os aquartelamentos e até em locais mais frequentados por oficiais e sargentos, desde que não fossem ouvidas pelos "chefões". Chamava-se o Cancioneiro do Niassa, e ainda devo ter por aqui em casa um exemplar dele.
Deixo um vídeo, com uma dessas músicas do Cancioneiro.

terça-feira, 27 de março de 2012

As Três Graças*

* Este é possivelmente o mais longo post deste blog, mas não é cansativo.

Graças, nome latino das Cárites gregas, eram as deusas da fertilidade, do encantamento, da beleza e da amizade. Aglaia, a claridade; Tália, a musa da comédia e da poesia; e Eufrosina, a deusa da alegria.
Nas primeiras representações plásticas, as Graças apareciam vestidas; mais tarde, contudo, foram representadas como jovens nuas, de mãos dadas; duas das Graças olham numa direção e a terceira na direcção oposta.
Esse modelo, do qual se conserva um grupo escultórico da época helenística, foi o que se transferiu ao Renascimento e originou quadros célebres como "A primavera", de Botticelli, e "As três Graças", de Rubens.
Sandro Boticelli -A Primavera

Rubens

Mas comecemos pelo princípio, pelas representações do período helenístico




As Três Graças de Pompeia

Depois temos diversas telas da Idade Moderna
Raffaello

Jean-Étienne Liotard

Cranach

Grien
Hans Aushen

Duas esculturas
Bertel Thorvaldsen

Canova

Uma outra escultura portuguesa, que está na Praça de Londres
Fernando Fernandes

Alguma arte contemporânea
Delaunay

Randolphlee-mciver

Lucy Unwin

Marisol Diaz

Algumas "variações"
Leonard Nimoy

Harald Seiwert

Joel-Peter Witkin

Alexandre Mury

Tom of Finland

(autor desconhecido...)

Século XXI
Kehinde Wiley

Promoção da Samsung

A caricatura



E finalmente, a triste realidade