domingo, 14 de junho de 2009

Tunísia 2 - Kairouan






A cidade de Kairouan, está no limite do sahel tunisino; isto é, considera-se o sahel a zona costeira, mas não apenas a zona junto à costa; também inclui as regiões que distam até cerca de 70/80 quilómetros da costa.

Kairouan fica no interior norte da Tunísia, a cerca de 70 quilómetros a ocidente de Sousse, que fica no litoral leste. Kairouan é a cidade sagrada da Tunísia e a quarta do Islão, a seguir a Meca, Medina e Jerusalém.

Neste ano de 2009, esta cidade é a capital mundial do Islão, sucedendo a Alexandria.

Apesar da transferência da capital política para Tunes no século XII, Kairouan continuou a desempenhar o papel de capital espiritual do Magrebe, com os seus treze séculos de cultura islâmica. A cidade foi inscrita pela UNESCO em 1988 na lista dos locais que são Património da Humanidade.

A sua grande atracão turística é Grande Mesquita, onde está o túmulo de um dos grandes santos do islamismo; claro que apenas se pode espreitar essa sala e a uma distância considerável; caso curioso, há uns indivíduos à porta da sala que levam as câmaras dos turistas e tiram as fotos para os mesmos.

Também muito famosos são os tapetes aqui executados; tive oportunidade de visitar uma loja de venda de tapetes, em que nos mostraram tapetes maravilhosos e a preços muito acessíveis (aqui não há regateio); a Medina é bastante interessante e foi aqui que comprei o prato que referi anteriormente

Foi nesta cidade que foram rodadas várias cenas do filme de Spielberg “Os Salteadores da Arca Perdida”.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Gal e Elis

Por sugestão de um comentador "anónimo" que já não é anónimo e que tem um excelente gosto musical, e porque não tendo blog não pode postar este vídeo, faço-o em seu nome. Porque é muito bonito, porque me diz muito, porque reúne duas Senhoras da MPB e, da mesma forma que ele me chamou a atenção, peço que oiçam a beleza do improviso final, que é razoávelmente longo...
Obrigado, amigo.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Quem me manda ser carneiro?


Não fazia tenção de fazer compras na Tunísia, além das habituais lembranças pequenas que se trazem dos sítios visitados, tipo imanes para o frigorífico ou algum objecto característico. Por outro lado, muito tinha ouvido falar nas “medinas” (parte mais antiga nas cidades árabes, apinhadas de lojas onde tudo se vende e principalmente se regateia) e o nosso guia tinha feito avisos para evitar entrar sozinhos nessas lojas, devendo ter sempre alguém conhecido por perto. Já tinha visitado a medina de Tunes , a maior e perfeitamente caótica, com “ruas” estreitas e escuras, onde as pessoas de cruzam num movimento constante, com lojas de tudo um pouco e com constantes e por vezes demasiados apelos à compra, falando todas as línguas para indagarem a nossa proveniência, e ao descobrirem que somos portugueses vem o inevitável: Cristiano Ronaldo, Figo e até Eusébio; curiosamente houve alguém que referiu Sampaio (fiquei atónito…); lá me ia safando com um lacónico “plus tard” e saí da Medina sem gastar um “tusto”.

Depois visitei a medina de Kérhouan, menos barulhenta, mais civilizada e calma, e ao ver um prato de louça, verdadeiramente bonito, parei (estava acompanhado de um amigo); claro que o homem não me largou mais e disse-me o preço, cerca de 35 dinares; disse-lhe que não estava interessado e afastei-me; pois voltou a ter comigo e fez a pergunta que sempre fazem, e que é quanto queremos dar, à qual respondi que só dava 15; depois de me chamar isto e aquilo, claro que trouxe o prato por 15 dinares, menos de 9 euros.

Visitei ainda a medina de Sousse, a maior depois de Tunes e bastante boa; íamos quatro e comprei porque gostei duas tee-shirts, não estampadas, mas bordadas, iguais, mas de cores diferentes (uma para mim e outra para o Déjan), as duas por 10 dinares, após um primeiro preço de 30 dinares cada; estava a transformar-me num regateador nato…

Como um dos meus acompanhantes queria comprar umas pulseiras para a filha, parámos nalguns sítios com esse tipo de artigos e num deles vi um anel que gostei muito, mas que nem de perto ou longe estava nos meus planos; mas gostei mesmo do anel e num bom impulso de carneiro, uma ideia germinou nesta cabeça: encontrar outra igual! O homem não tinha mas pediu-me para esperar um pouco e mandou um puto algures; disse aos meus amigos para não se afastarem e perguntei o preço; o homem, sabidão disse que era preciso pesar; pesar o quê, perguntei eu? A prata, disse ele; ri-me e vinha-me embora e o homem alcançou-me; eu disse-lhe que aquele anel não era para ser pesado, que não tinha prata e ele que me dissesse o preço. Pediu 42 dinares; claro que me afastei sabendo que ele não me largaria; assim foi e achei ridículo, mas ofereci-lhe 20 dinares…pelos dois anéis; quase me bateu e decerto me mandou para o c***** em árabe, mas acabou por ceder. Francamente satisfeito com o negócio, entrei na loja para ver se os dois anéis eram realmente iguais e ele meteu-os num saquinho amarelo; dei-lhe uma nota de 20 dinares e então sucedeu o inesperado: numa mão segurou bem a nota e na outra o saco com os anéis e começou a exigir-me mais 5 dinares: ele puxava, eu puxava, ele dizia com tom ameaçador que tinha que ser (e era uma besta de homem) e eu então comecei a gritar alto e bom som o nome dos meus amigos que não deviam estar longe: mal eles apareceram, o homem largou o saco com os anéis e eu vim-me embora, ainda assustado com o tipo a chamar-me “ladrão capitalista”…

E assim comprei duas lindas alianças, para eu e o meu Déjan trocarmos daqui a duas semanas aqui em Lisboa; claro que foi tudo tão rápido na minha cabeça que nem sequer pensei se o Déjan estaria de acordo com a ideia; mas está e adorou ver a foto das alianças que vamos enfiar nos anelares um ao outro numa cerimónia só nossa, sem testemunhas. Vai ser lindo…quem me manda ser carneiro?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

É bom ser pinguim...



Dois pinguins machos "gays" chocaram um ovo abandonado e agora estão criando o filhote como se fossem pais adoptivos, informou o zoológico de Bremerhaven, no norte da Alemanha.

O zoológico entregou aos machos Z e Vielpunkt o ovo, que havia sido rejeitado pelos pais biológicos, depois que o casal foi observado tentando chocar uma pedra.




Segundo o zoológico, o casal parece feliz criando o filhote, nascido há quatro semanas.

O zoológico de Bremerhaven ficou conhecido em 2005 por conta de seus planos de "testar" a orientação sexual de pinguins com características homossexuais.

Na época, três casais de pinguins machos foram vistos tentando cruzar um com o outro, e tentando chocar pedras, entre eles Z e Vielpunkt.

O zoológico chegou a providenciar quatro fêmeas em uma tentativa de levar a espécie ameaçada a se reproduzir, mas o plano foi logo abandonado depois de causar revolta entre defensores dos direitos gays, que acusaram o zoo de interferir no comportamento dos animais.

Presente de Páscoa

Os seis pinguins "gays" permanecem no zoológico, e segundo a instituição, "Z e Vielpunkt aceitaram o ‘presente de Páscoa' e começaram a chocá-lo imediatamente".

"Desde o nascimento do filhote, eles vêm se comportando do modo que você esperaria de um casal heterossexual. Os dois pais felizes passam os dias protegendo, cuidando e alimentando seu filhote adoptado."

Os pinguins de Humboldt são normalmente encontrados na costa do Peru e do Chile, mas segundo a agência de notícias AFP, sua população vem decrescendo por causa da pesca intensiva na região.

O comportamento "gay" entre pinguins machos já havia sido observado, inclusive alguns teriam criado filhotes adoptivos.

O comportamento homossexual é bastante documentado entre várias espécies animais, mas não é compreendido em detalhes, afirma o professor Stuart West, um biólogo especializado em evolução da Universidade de Oxford.

Segundo West, algumas teorias indicam que a actividade homossexual pode servir objectivos diferentes - no caso dos macacos bonobos, por exemplo, poderia estar relacionada à ligação social e ao estabelecimento da dominância. Em algumas espécies de pássaros, fêmeas se juntam para criar os filhotes.

Outros animais podem simplesmente exibir uma "tendência a acasalar", enquanto outros podem, como seres humanos, gostar de sexo sem fins para procriação.

"A homossexualidade não é incomum entre os animais", declarou o zoológico de Bremerhaven.

"Sexo e acasalamento no nosso mundo não necessariamente têm algo a ver com reprodução."

quinta-feira, 4 de junho de 2009

"The best men"

Vi esta curta no último "Queer Festival" e foi uma das que mais gostei. Fala de amizade, de amor, de felicidade e de como, por vezes, é difícil alcançá-la.
Quem não conhece, espero que goste; quem já viu, decerto gostará de rever...




terça-feira, 2 de junho de 2009

Tunísia 1







Pois como é costume dizer-se, “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe”; e neste caso, no meu regresso da Tunísia, não poderia encontrar melhor resumo do que este popular adágio.

Foram sete dias, o tempo exacto para não cansar e para ter uma imagem (não completa, é claro), de um país, de um povo, de uma história com 3000 anos e de uma cultura, de que pouco sabia.

Ia de pé atrás, como afirmei e por várias razões, e algumas delas confirmaram-se…; sendo uma viagem oferecida, teria que me “adaptar” às circunstâncias da mesma e a pior foi, de longe, ser uma viagem de grupo, estilo “carneirada”, que eu gosto muito pouco, com pessoas com quem tenho pouca ou nenhuma afinidade; pessoas muito diferentes de mim e posso dizer que das cerca de 170 pessoas do grupo, apenas me relacionei, no máximo, com cerca de uma dúzia…e não sou, antes pelo contrário um bicho de mato… Mas pessoas que meia hora antes de abrir o restaurante já estão na fila, com medo que lhes falte a comida, que se zangam se  estamos mais 5 minutos aqui ou ali, que olham para Cartago e dizem “que viemos aqui fazer, isto são só pedras…” e coisas do género, não pertencem ao meu mundo.

Ao contrário do que pensava, fui a diversos sítios e pude ver várias coisas, e não fiquei de papo para o ar, a apanhar sol e a banhar-me nas deliciosas águas mediterrânicas; ao ponto de ter chegado cá…cansado!

Fiquei num hotel de 4 ****, na zona balnear de Skanés, muito perto de Monastir e a pouca distância de Sousse, que junto com Hamammet, constituem a parte turística mais importante da costa central da Tunísia.

Este hotel, cujo sítio na Internet tinha visitado antes de partir, punha-me algumas reticências, aliás como outros hotéis da mesma categoria, pois um 4**** lá, não é equiparado a um 4**** aqui, de forma alguma; se na questão da limpeza nada tenho a dizer (uffff…), já a alimentação é muito má (abundância não é qualidade) e o buffet era repetitivo até à exaustão, e de fraca qualidade; as bebidas (não incluídas) chegavam ao fim da refeição, o stock de talheres era limitado, o pessoal “esforçado” (estou a ser simpático), ao pequeno almoço, a manteiga era margarina, iogurte nunca os vi…enfim, mau mesmo. O pessoal da recepção também não era senão prestável, mas havia coisas muito boas: uma bela praia privativa, uma boa piscina bem tratada, uma outra piscina interior excelente e com jacuzzi;  sauna, hamman e outros agradáveis pormenores, como dois outros restaurantes bem melhores e não excessivamente caros, dois bares, uma discoteca, internet (falei e “vi” o meu Déjan todas as noites) .

O povo, atencioso, falando quase todos francês, alguma pobreza visível, mas não tão notória como em Marrocos, a religiosidade sempre presente e a omnipresença do presidente, em cartazes espalhados por todo o lado; podia notar-se a presença de muita polícia e até alguns à paisana, podendo qualquer pessoa ser abordada na rua por uma patrulha: uma “democracia musculada”…

Hoje deixo aqui algumas fotos do hotel e depois falarei dos locais que visitei.

domingo, 24 de maio de 2009

Comunicado


Este blog vai estar encerrado por uma semanita, devido ao seu autor ir passar esse período a um país do Norte de África, mais exactamente à Tunísia.

Não estou demasiado entusiasmado com o facto e por vários motivos: vou sem o meu Déjan, já que a viagem é um prémio a que tenho direito pela minha actividade no “Círculo de Leitores”; tenho ouvido dizer algumas coisas menos agradáveis (entre outras agradáveis), sobre o país, no que respeita à falta de higiene, comida, etc…; não gosto nada de viagens em grupo; daí a dizer que não me apetece ir, é claro que não.



 Estive hoje a pesquisar melhor na net e a cidade onde vou ficar, Monastir, tem o seu interesse, com duas ou três coisas mesmo interessantes, é uma cidade turística do Mediterrâneo; há muito próximo alguns locais que vale a pena visitar e mesmo o hotel onde vou ficar, com opiniões deixadas num dos sites, que vão do muito mau ao muito bom, é um 4***, o que ali não é o mesmo que cá, mas tem coisas interessantes: praia privada, piscinas, courts de ténis, discoteca e…um “hamman”, hummmm!!!!

Quando regressar, conto coisas; mas o mais interessante, é que quando regressar faltam “só” três semanas para voltar ao aeroporto de Lisboa, não para embarcar, mas a buscar o meu Déjan!!!

Até para a semana.

sábado, 23 de maio de 2009

"Com eles no sítio"



"dasssss...", alguém que até não aprecio por aí além, mas "os tem no sítio", disse o que devia àquela sujeita: CALOU-A!!!!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

João Bénard da Costa

Ao longo da sua existência, a Cinemateca Portuguesa teve três directores: o primeiro, e seu fundador, qual Henry Langlois português, foi um homem excepcional, Félix Ribeiro, que tive o grato prazer de conhecer pessoalmente, quando recém chegado a Lisboa ia à Cinemateca, mais propriamente à sua minúscula biblioteca, ainda instalada no edifício do Palácio Foz, nos Restauradores; aí “bebia” o cinema que aqui não passava, através dos “Cahiers” e do “Films and Filming”, entre outras publicações.
Seguiu-se-lhe na direcção, o erudito e estudioso de cinema que foi Luís de Pina, e que foi entre muitas outras actividades, o mentor de uma revista séria sobre cinema e que ainda aguentou um certo tempo e que se chamava “Filme” (tenho a colecção toda); também tive o privilégio de o ter encontrado num casamento e tive com ele uma agradável conversa.



Sucedeu-lhe “naturalmente” João Bénard da Costa que à altura do seu falecimento já pertencia à direcção da Cinemateca há cerca de 11 anos. Curiosamente foi o único que não conheci pessoalmente. Este amante confesso e inveterado pelo cinema, transformou a Cinemateca Portuguesa radicalmente, não só na sua programação, mas essencialmente na profunda modificação física do bonito edifício da Barata Salgueiro, dando-lhe condições técnicas muito importantes de trabalho, no campo profissional , e também adequadas, modernas e confortáveis condições de exibição de filmes e de agradável convívio.

Uma chamada de atenção para o apoio dado por Bénard da Costa, desde o seu início ao então Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, quer na disponibilização de filmes e das suas salas, quer em bem elaboradas sinopses dos filmes exibidos.

Ficaram célebres os escritos de Bénard da Costa sobre cinema, quer em livros quer em textos na imprensa; nestes, o destaque vai para os afamados artigos subordinados ao tema “Filmes da minha vida”.

Como cidadão distinguiu-se como membro organizador, durante muitos anos, das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

 Bénard da Costa deixou-nos hoje, e com ele uma imensa perda não só para o cinema em Portugal, mas também para a cultura portuguesa.

A Cinemateca suspendeu toda a sua programação até 25 de Maio, apenas tendo marcado uma sessão com o filme “Johnny Guitar” do mestre Nicholas Ray, provavelmente o filme da sua vida (Joan Crawford é inultrapassável na sua interpretação de Vienna).


 



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terça-feira, 19 de maio de 2009

A noite do meu bem - The night of my sweetheart



Para ti, Déjan...

Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero paz de criança dormindo
E o abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah ! Eu quero amor, o amor mais profundo
Eu quero toda beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah ! Como esse bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda a ternura que eu quero te dar

For you, Déjan

Today I want the most beautiful rose of all
and the first star that will come
To decorate the night of my sweetheart
Today I want the peace of a sleeping child
It's the abandonment of blooming flowers.
To decorate the night of my sweetheart.
I want the joy of a boat returning
I want the tenderness of hands meeting
To decorate the night of my sweetheart
ah I want love. a love more profound
I want everything beautiful of the world.
To decorate the night of my sweetheart
I want the joy of a boat returning
I want the tenderness of hands meeting
To decorate the night of my sweetheart
Ah how this good took so long to arrive.
I don't even know if I will have in that look
All the tenderness that I want to give to you.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Passado e presente 13: "Amigos 3"


Tu foste o primeiro "amigo"…

A ti devo a descoberta de sentimentos até então apenas sonhados.

Deste-me muito de ti e do teu mundo.

E um dia,  enviaste-me um enxerto de um poema de Eugénio de Andrade,  lembras-te,  Miguel?

Foi um soco,  belo como só um poema de Andrade pode ser,  e forte,  pelo que então significou para ti e para mim.

Hoje,  estás perto,  como sempre estarás,  mas estás algo longe ao mesmo tempo,  devido à Vida...

Porque nunca o vou esquecer e porque o belo se deve sempre compartilhar,  relembro-te esse excerto.

 

"...Já gastámos as palavras.

Quando agora digo:  meu amor...

Já se não passa absolutamente nada.

E no entanto,  antes das palavras gastas,  tenho a certeza

de que todas as coisas estremeciam

só de murmurar o teu nome

no silêncio do meu coração.

Não tenho já nada para dar.

Dentro de ti

não há nada que me peça água.

O passado é inútil como um trapo.

E já te disse:  as palavras estão gastas.

Adeus.

 

(Post publicado na parte “apagada” deste meu blog em 29 de Novembro de 2006.

Apenas a foto é diferente, pois em certos posts, foi impossível recuperar fotos ou vídeos)

sábado, 16 de maio de 2009

Da dança para o convento

 Há dias, já não posso precisar como (a blogosfera é imensa…) fui dar com um blog que não conhecia – “Ver para além do olhar”, cuja autor é João Delicado J.S (um jesuíta em formação) – e a razão foi simples: o que me lá levou foi um vídeo visto algures sobre dança contemporânea em que um dos bailarinos – Emílio Cervelló -  pouco tempo atrás renunciou, de livre vontade à dança e à vida que tinha para ingressar na ordem da Cartuxa, num mosteiro em Valência – Espanha onde se encontra desde o passado dia 8 de Abril.

Vim encontrar no referido blog uma entrevista de Emílio ao autor do blog, em que ele explica as razões dessa decisão; porque se trata de um documento muito belo e pedindo ao João Delicado, desculpa do abuso de confiança, é com muita satisfação que aqui deixo os dois vídeos.



(Emílio é o dançarino mais à esquerda)



quinta-feira, 14 de maio de 2009

Gente Gira...










E para fechar com chave de ouro, a mãe do nosso ídolo (ou será só do M.United?)

(Fotos enviadas, à excepção da última, pelo amigo Mike.)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Estou a precisar...


Estou mesmo a precisar de relaxar e de sorrir...
Estou mesmo a precisar desta pureza!
Eu sei do que mais estou a precisar: de paciência, de muita paciência...

domingo, 10 de maio de 2009

Já está!

Já está!!!!

O parto foi difícil, embora ao longo da gestação as ecografias  fossem todas animadoras, e assim, no momento da verdade surgiram algumas complicações e foi necessário tirar o bebé de cesariana…Mas nasceu, e tudo acabou por correr bem!

A imagem talvez não seja a ideal, mas ilustra de algum modo a aflição por que passou um dos “pais” do bebé.

Claro que me estou a referir ao nosso jantar de bloguistas, o terceiro!

O primeiro, muito tímido, há dois anos, em pleno Bairro Alto, com apenas 9 participações, mas que levou a pensar noutro, um ano depois; e esse, do ano passado, já não coube no pequeno restaurante do Bairro, e mudámos de ares: fomos para uma sala com capacidade, com comida à lista e com bom preço, mas com um senão – devido a sermos muitos mais do que no ano anterior, o convívio durante o jantar ficou limitado às ¾ pessoas que estavam sentadas perto de nós; por volta das 23,30 tivemos que desandar, o que levou a ter que procurar outro sítio e a desmobilizar quase metade das 34 pessoas presentes.

Este ano, aconselhados pela Keratina fomos conhecer um restaurante diferente: mais pequeno e que podia ficar “por nossa conta”, se fossemos cerca de 40 pessoas, e melhor ainda, que podia servir o jantar em “buffet”, dando assim possibilidade às pessoas de se movimentarem e conviver muito mais; e ainda podíamos estar até às 2 da manhã. Sendo assim preferimos esta modalidade que obrigou naturalmente a duas coisas: haver um “menu” fixo e dar um número de pessoas bastante perto do real, para poderem apresentar o jantar. Na semana que passou, num contacto quase diário com a dona do restaurante, ia dando conta das oscilações das presenças CONFIRMADAS, que chegaram a ser 50, no final da semana passada, não contando com os indecisos e com aqueles, que também os houve, que nada disseram, o que é lamentável: é muito mais agradável ouvir um  NÃO do que não ouvir nada.

Sabendo por experiência própria que à última da hora surgem imprevistos, não me surpreendeu que tivéssemos chegado à hora do almoço de ontem, dia do jantar, com 45 confirmações – era francamente bom! E foi esse o número fixado: 45!!!!

O restaurante serviria 45 refeições, mas… e aqui é que surgiu o inesperado, na parte da tarde, não só choveu como “choveram no meu telemóvel, desistências repentinas e ficámos reduzidos a 41, quando chegámos ao restaurante; nada havia a fazer e a conta final de 45 refeições repartida por 41 pessoas não seria muito agravada; mas para complicar mais a questão, houve pessoas CONFIRMADAS que não apareceram e ficámos reduzidos a 36!!!

Confesso que fiquei triste e envergonhado, mas a culpa não ficou a dever-se a desleixo algum da minha parte ou do Paulo e : simplesmente aconteceu….

Mas, um acontecimento faz-se com quem está! E quem esteve, esteve muito bem!

Foi uma festa, uma confraternização real, em que as pessoas saltavam de grupo em grupo e se ia falando de muita coisa e se renovavam amizades ou se conheciam caras que só se imaginavam…






A comida era muita e boa; durante quase 3 horas dispusemos de carne excelente e acabada sempre, de grelhar; bebeu-se o que se quis e houve um momento de excelente partilha do que é o amor, proporcionado pelo sempre bem disposto e “eléctrico” Ophiu, muito bem coadjuvado por uma Senhora que foi uma agradabilíssima surpresa: a Nocturna!

No final ainda apareceram 4 amigas para conviver um pouco e o companheiro do Miguel para nos dar um abraço.

Eram duas e um quarto quando alguns se despediram, entre os quais eu e o amigo Félix, que tive o grato prazer de receber em minha casa, e os outros, os corajosos, com o Engine a comandar as “tropas”, lá rumaram para o “Maria Lisboa” até às tantas.

Custou…mas foi muito bom!!!!

Um beijo e/ou abraço  muito agradecido a tod@s os que estiveram presentes e todos deram a sua colaboração para ser mais uma noite inesquecível.

 

Houve alguém que “esteve” ali connosco, embora e por expressa vontade de quantos com ele mais conviveram, não se tivesse falado nele: gostaste, Catatau, meu querido amigo????


Estiveram presentes os seguintes blogs

A... http://euporaquigay.blogspot.com/Algbiboy http://minhaluz.blogs.sapo.pt/André Benjamimhttp://andrebenjamim.blogspot.com/Carametade http://xxxdddxxx.blogspot.com/
Carlos http://carlos-secretgardenmysoulisgreen.blogspot.com/Celeste http://cumcaragoceleste.blogspot.com/enGine throbs http://enginethrobs.wordpress.com/F & X http://comyxtura.blogspot.com/F3lixP http://sinest3sia.blogspot.com/Falcão Peregrinohttp://utopico.blogs.sapo.ptFernando http://percursos-fernando.blogspot.com/Grito Mudo http://gritomudo.wordpress.comH2omens http://h2omens.blogspot.com/Individual(mente)http://individualmente.blogspot.com/Innersmile http://innersmile.livejournal.com/Keratina http://vicioserealidades.blogspot.comLampejo http://avoltadafogueira.blogspot.comMário http://omeuoutroblog.blogspot.com/Nocturna http://perdida-na-noite.blogspot.com/Ophiuchus http://ophiuchus-threedecades.blogspot.com/Paulo http://valkirio.blogspot.com/Pinguim http://wwwdejanito.blogspot.com/Rui sem blog
S.M. 
http://asminhasfacesocultas.blogspot.com/Smile http://sinfoniadohorizonte.blogspot.com/Special K http://loverbiboyblog.blogspot.com/Teresa sem blog
Tongzhi 
http://tong-zhi.blogspot.com/Will http://looking-for-grace.blogspot.com/ & Paulo http://andmyman.blogspot.com/Carametade -  http://xxxdddxxx.blogspot.com/








quinta-feira, 7 de maio de 2009

O jantar


Pois é, o tempo corre e o "nosso" jantar de amigos bloguistas é já depois de amanhã...
Nos últimos dias tem sido um constante contacto com as poucas pessoas que, por razões várias, somente agora nos puderam ou podem concretizar uma resposta. Faltam poucos os "talvez" da nossa lista e daqui faço um apelo para que aqueles muito poucos que ainda o não fizeram, nos digam, por mail, num comentário ou por contacto telefónico, se o tiverem, da sua presença ou não, pois isso é importante para nós, por razões logísticas.
Também há meia dúzia de pessoas que foram convidadas e nada disseram até hoje; é sempre preferível dizer não a nada dizer...
De qualquer forma, do enorme leque inicial, as coisas foram-se definindo e estamos neste momento com 50 presenças asseguradas, o que nos garante um bom êxito à iniciativa; lamentamos algumas ausências, mais do que justificadas por diversos motivos, mas nestas coisas é impossível marcar uma data a merecer a presença de todos; um acontecimento que nos "roubou" vários amigos, mas compreendemos a opção, por ser única, foi o facto de na mesma data se realizar a "noite branca" no Pavilhão Atlântico; nós prometemos, não muita música, nem uma noitada de dança até às 6 da manhã, mas um agradável jantar volante, num sítio que está apenas aberto para o nosso evento e no qual podemos permanecer até às 2 horas; depois disso, quem tiver vontade de ir a mais alguma parte, logo se decide onde...
Obrigado a tod@s, pelo bom acolhimento da iniciativa e renovo o pedido de rápida decisão para os ainda não definidos.
Lembro ainda que além das 50 pessoas inscritas há ainda uma meia dúzia que, por razões profissionais não estarão presentes no jantar, mas irão lá ter depois, para participar no convívio.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O tamanho...


Pois, é completamente verdade: o "tamanho" não importa!!!!
Mas, na política norte-americana, talvez seja diferente...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Duas palavras





Duas palavras de que não gosto: Hipocrisia e desprezo!
Detesto gente hipócrita e dou-lhes a única resposta possível: DESPREZO!

domingo, 3 de maio de 2009

Mãe





















Mais de sessenta anos de amor!!!

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sexta-feira, 1 de maio de 2009

Ivri Lider

I kissed a girl





« Aluf Ha'Olam »

Ivri Lider é um dos mais conhecidos músicos israelitas da actualidade; além de excelente intérprete é também compositor e pertencem-lhe as bandas sonoras dos três filmes mais conhecidos de Eytan Fox: “Walk on the Water”, “Yossi &Jaguar” e “The Bubble”; tal como o realizador destes filmes, Ivri Líder é homossexual tendo-se assumido publicamente como tal em 2002. Aliás, nestes três vídeos aqui apresentados essa sua faceta está bem patente, em dois deles no decorrer do clip e no outro através da letra; destaco o forte homo-erotismo do último vídeo.Em próxima entrada, mostrarei os vídeos de Ivri Lider  respeitantes aos filmes supracitados.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

A tropa cá do João 14 - (Moçambique 8)

A minha Companhia chegou a Nampula de comboio, vinda de Nova Freixo. Foi a única vez que andei de comboio em Moçambique e foi seguramente das vezes mais bizarras que utilizei aquele meio de transporte.
Estávamos felizes por ver aproximar-se a hora em que a guerra findaria para nós. 

Sendo Nampula a capital militar de Moçambique, onde estava sediado o Quartel General, nunca ali houve em permanência uma Companhia operacional, pois a guerra fazia-se no mato, longe das cidades. Mas é preciso notar que eu chego a Nampula em Setembro de 1974, quando já prosseguiam abertamente as negociações de paz com a Frelimo (já havia oficiais nacionalistas hospedados na messe de oficiais) e começava a manifestar-se nas grandes cidades, principalmente na Beira, mas também em Lourenço Marques e Nampula, uma cada vez mais activa oposição da população branca ás directivas emanadas de Lisboa (via M.F.A.), sobre a independência de Moçambique, através da Frelimo;  na Beira dominava Jorge Jardim que advogava para a antiga colónia portuguesa uma solução do tipo rodesiano, isto é, uma independência governada pelos brancos moçambicanos e que tinha o apoio do Malawi de H. Banda.

Esta hostilidade coincidia com os acontecimentos que na metrópole levaram à queda e fuga de Spínola (28 de Setembro). O momento mais grave foi a tomada  pelos brancos do Rádio Clube de Moçambique em L.Marques e também da sua delegação em Nampula.

Foi então que o Comandante Chefe, que tinha substituído Kaulza de Arriaga, me chamou ao Q.G. e me ordenou, assim sem mais explicações, que levasse a minha Companhia para o aeroporto da cidade para o defender de uma eventual tentativa de assalto pela população branca;
eu, um simples capitão miliciano, que estava farto de tropa até à raiz dos cabelos e apenas com a experiência de 2 anos de guerra, e no mato, a receber uma ordem destas de um general, chefe máximo militar do território; fiquei perplexo e com uma calma da qual ainda hoje me admiro, pedi licença ao senhor general para me ouvir numa pequena explicação; disse-lhe então que a minha Companhia era da guarnição local, isto é, constituída por negros, enquadrados por alguns oficiais e sargentos brancos, a maioria deles oriundos da população branca moçambicana (algo que o senhor general deveria saber, mas parece tinha esquecido, ou não sabia mesmo);  e que mandar uma Companhia deste tipo para precaver um eventual confronto com a população branca seria bastante imprudente, mas claro que se o senhor general insistisse na ordem, eu iria, mas com essa ordem por escrito e nunca verbalmente; confesso que esperei o pior da sua reacção, mas no estado de desgoverno em que tudo estava, sentia-me com coragem para reagir assim. O homem, que não queria assumir a tremenda asneira em que tinha caído, depois de pensar um pouco, perguntou-me se eu não conseguia seleccionar um punhado de homens de confiança que fossem acompanhar nesse objectivo uma Companhia de Comandos, acabada de chegar a Nampula, para o que desse e viesse; respondi-lhe que sim e dentro de uma hora lhe indicaria quantos homens iriam com os Comandos – escolhi SEIS homens entre os 2oo sob o meu comando e eu, claro; ele aceitou sem pestanejar, mas disse-me que eu não iria pois deveria ficar de prevenção nessa noite no Q.G. para comandar o resto da Companhia , noutra situação, caso fosse necessário.

Foi uma noite de muita agitação e ansiedade, com toda a tropa disponível em Nampula a ficar de prevenção, mas a rebelião foi sanada sem grandes danos. Não aconteceu nada no aeroporto mas assisti a alguma confusão junto ao R.C.M., que a população tinha tomada e do qual teve que ser desalojada à força, com episódios pouco edificantes, como o uso de bebés como escudos por parte da população branca, tendo visto um alferes tirado à força uma criança dos braços do pai, e depois de a colocar em segurança, ter socado com “delicadeza” o pai para abrir caminho…

 

Entretanto dias mais tarde, deu-se a desmobilização da Companhia e lá fiquei eu, sozinho, a tratar da burocracia, ou seja fazer a “entrega” da Companhia nos diferentes departamentos militares; foi-me dada uma folha (que ainda hoje guardo algures), onde ia coleccionando  carimbos de todos esses serviços atestando que tudo estava bem; uns mais fáceis, outros mais difíceis, lá fui fazendo esse trabalho chato e demorado, até que fiquei pendente de apenas um carimbo: o da Chefia Geral da Intendência, pois descobriram uma irregularidade nas contas, dos bens que havia na Companhia, uma diferença de cerca de 70 contos, na altura; eu detectei que o erro já vinha do capitão anterior a mim, e embora concordando com a evidência das datas, não me queriam liberar alegando que eu deveria ter visto esse erro, quando me passaram a Companhia para as mãos; ora eu, um milicianozeco, impreparado em Mafra para essas questões fui bem enganado pelo sabido capitão do quadro que fui render.

Comecei a andar num sobressalto, todos os dias a ver partir para Portugal pessoas que conhecia e eu ali à espera de uma resolução, que tardava; cheguei a pôr a hipótese de pagar do meu bolso a importância em causa, pois aproximava-se o Natal e seria o terceiro consecutivo longe da família, e só o não fiz porque o meu Pai o não o permitiu, alegando e bem, que com isso era como que assumir a culpa e que era eu que tinha desviado o dinheiro. 

Farto de me fardar todos os dias só para saber se havia novidades, que jamais surgiam, um dia apareço no Q.G. e comunico que ia para a Ilha de Moçambique passar uns dias e me contactassem se algo de novo surgisse; passasadas duas semanas de praia e de bom marisco, recebi a ansiada notícia de que me podia ir embora, pois tinha sido desbloqueada a situação.

Cheguei a Lisboa a 17 de Dezembro de 1974, no dia em que os meus pais festejavam o aniversário do seu casamento.

A guerra tinha acabado para mim; passei à disponibilidade no dia 15 de Janeiro de 1975 e na semana seguinte partia para Londres a gozar uma bem merecida semana de férias.

 

Assim findam estas crónicas a que dei o nome de “A tropa cá do João”; tenho pena de não ter recuperado dois capítulos dessas crónicas, quando me apagaram o blog; um deles, por registar um caso muito pontual, poderei reescrevê-lo; o outro, confesso não saber exactamente o que lá estava incluído…


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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Philippe Jaroussky



Há muito que andava com vontade de mostrar um vídeo deste jovem contratenor, Philippe Jaroussky, que é fantástico neste difícil e pouco frequente tipo de voz.
Esta é uma ária da ópera "Orlando Furioso" de Vivaldi.

sábado, 25 de abril de 2009

Um de nós

Falar do 25 de Abril, 35 anos depois pode ser apenas repetir palavras ano a ano; mas pode ser muito mais que isso. Para a geração que viveu essa data e que nela viu a esperança de acabar de vez com um período obscuro da nossa História recente, jamais este dia pode significar apenas uma data: significa o anseio de uma vida!

Eu não estava em Lisboa em 25 de Abril de 1974, estava tão longe, que nem soube nada do que aqui se passou nesse dia; apenas no dia seguinte, ao regressar de uma operação na mata moçambicana tomei conhecimento dos acontecimentos e de uma forma pouco esclarecida; mentiria se não pensasse que além de um findar de um ciclo, isso representaria, no plano pessoal, um regresso antecipado a casa, ao meu país e ao findar de uma guerra que me foi imposta e que nunca reconheci como “minha”.

Agora, passados 35 anos, noto com tristeza, sobretudo o alheamento das gerações mais novas ao significado do que aconteceu nesse dia. Nasceram em Liberdade, não tiveram que lutar por ela…

E, embora reconhecendo o contributo de várias figuras por demais conhecidas, quer da esfera militar, quer da esfera política, penso que todo o espírito do 25 de Abril se corporiza num homem, num homem simples, que nunca gostou de protagonismo, mas que foi o grande protagonista dos acontecimentos vividos nesse dia: Salgueiro Maia!

Com coragem, opôs-se a uma resistência militar; com determinação soube o que devia fazer; com equilíbrio geriu a difícil situação do Carmo, e depois de cumprida a sua tarefa deixou a ribalta!

Quis o destino que a morte o levasse cedo, mas enquanto foi vivo, sempre dispensou honrarias e distinções: afinal era apenas um de nós!

Um magnifico exemplo.