domingo, 24 de outubro de 2010

Because I miss you...

My love
Tiziano Ferro is a very known italian singer, and last weeks is name was very noticed in the media, because he has done is "come out" from closet and annouce he is gay.
I like very much is romantic songs, and mainly that one, and i hope one day you can do the same, like Tiziano Ferro; i never press you in this sense, because i know your country, and your family and friends: it will be not easy, but the important is our love.
Sorry for the very bad translation in english, but they give me a terrible version from brasilian to english - I put out the main mistakes but I know is not completly ok.
I love you each time more, Chako Pako.
Everything started for a whim yours
I did not trust… sex was alone
But the sex is an attitude
Generally as the art
And perhaps I have understood and here I am
Excuse if I try to insist
I am terrible
I love but you I love… you I love… you
In them we smile… all is good, is old, I love but you…

And forgives I love if you and if we know in them
It has two months little or more
Excuse if I do not speak low
But if not shout mount
I do not know if it knows I love that you…
And forgives if I laugh,
I deliver myself to the embarrassment.
Eye for you fixed and I tremble.
To the idea to have you of my side.
And to only feel yours to me.
And I am here and I speak moved.
And I am one confused!
And I am one confused!
How are you? Useless question!
But it becomes me to the love previsible.
I speak little, I am strange, negligent
It will be the wind, it will be the time, it will be ...... fire!

And forgives I love if you and if we know in them
It has two months little or more
Excuse if I do not speak low
But if not shout mount
I do not know if you know I love that you…
And forgives if I laugh
I deliver myself to the embarrassment.
Eye for you fixed and I tremble.
To the idea to have you of my side.
And to only feel yours to me.
And I am here and I speak moved.
And I am one confused!
And I am one confused

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Vestido Nuevo

Este é um pequeno filme, que pode e deve suscitar variadas interpretações.
Questiona-se muitas vezes, principalmente nos meios homofóbicos, a origem da homossexualidade, querendo fazer acreditar que tal não passa de uma opção sexual, e que é uma patologia; ora este filme, mostra bem que tal não é verdade, e que os sinais de uma diferente orientação sexual se manifestam, desde muito cedo, das mais variadas formas.
Este miúdo, que sem qualquer problema se apresenta na sua escola vestido de uma maneira bem diferente de todos, fá-lo com uma naturalidade desconcertante, criando perplexidade em toda a gente, menos talvez no seu pai.
E também aqui se aflora, embora de uma maneira muito incipiente, pois é uma idade muito jovem, e a escola é apenas um jardim de infância, um fenómeno muito comum nos dias de hoje, em idades um pouco mais avançadas e a que se dá o nome de bullying, ou seja uma reacção contra comportamentos diferentes e que é geralmente manifestada por agressões quase sempre psicológicas, mas muitas vezes também físicas, e que tem levado ao suicídio de vários jovens, como por exemplo na semana passada, nos EUA e provavelmente de um jovem, há meses, aqui mesmo em Portugal.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Insuspeitos

O texto que aqui transcrevo é da autoria da jornalista Clara Ferreira Alves, tantas vezes apontada como incondicional apoiante de Sócrates e das suas políticas e foi publicado recentemente no semanário Expresso.

Também eu próprio aqui tenho deixado de forma inequívoca o meu apoio a muitas das políticas de Sócrates, mas nem sempre concordo com elas, como é óbvio. Discordo, isso sim, da forma de "vale tudo" usada por certas pessoas (Manuela Moura Guedes , Mário Crespo, Medina Carreira, por exemplo), para denegrirem tudo o que tem a ver com Sócrates, incluindo o achincalhamento do seu bom nome e com isso não pactuo, pois conhecendo-o pessoalmente, sei que tem sido alvo de calúnias como possivelmente mais ninguém foi na nossa vida política.

No entanto, a situação a que chegou o nosso país, por culpa de Sócrates, mas também de todos os anteriores governos, leva-me a concordar com a análise lúcida que Clara F.Alves aqui faz da actual situação de Portugal.

Mas também questiono quais as soluções que TODA a oposição propõe para a saída desta terrível situação, pois apenas vejo criticas e criticas, o enumerar de algumas situações pontuais, mas não um conjunto de medidas concretas que me façam pensar que vale a pena modificar o sentido de voto.
Sejamos francos: o nosso país só tem dois partidos que possam chegar ao poder - o PS e o PSD; que garantias me dá Pedro Passos Coelho? Absolutamente nenhumas!
Por outro lado, o CDS e o seu populismo podem chamar a atenção para alguns pontos interessantes, mas essencialmente não são mais que isso mesmo . populismo.
À esquerda, o PCP continua, e sempre continuará, agarrado aos velhos slogans sem dar alguma garantia de se desfazer deles, para poder ser encarado como um parceiro credível. Finalmente o BE, o partido que me  parece mais capaz de contribuir para uma renovação da política portuguesa, se se conseguir libertar dum centralismo de decisões que não é tão democrático como parece - Louçã reina e certas vozes lúcidas nem sempre chegam a fazer-se ouvir como mereceriam.

Aqui fica o texto, aqui fica o retrato deste nosso Portugal. 


"Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, (Olá! camaradas Sócrates...Olá! Armando Vara...), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.
Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, em governação socialista, distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora continua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido. 
Para garantir que vai continuar burro o grande "cavallia" (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.
Gente assim mal formada vai aceitar tudo, e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.
A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. 
Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros. 
Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. 
Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos?
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência do Ministério da Saúde Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?
As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Alguns até arranjaram cargos em organismos da UE.
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade. 
Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa"

 

sábado, 16 de outubro de 2010

Valha-nos Deus...



“A epidemia de sida é uma forma de justiça imanente”, afirma o arcebispo católico de Malines-Bruxelas, monsenhor André-Mutien Léonard, num livro de entrevistas agora publicado pelos jornalistas Louis Mathoux e Dominique Minten


“Quando se maltrata o amor humano, talvez ele acabe por se vingar”, disse aquele filósofo e teólogo de 70 anos, em declarações reproduzidas pelo jornal belga “Le Soir”; e que estão na linha de outras suas tomadas de posição.

Em Abril de 2007, numa entrevista ao semanário belga “Télémoustique”, o então bispo de Namur, que só em Fevereiro último transitou para arcebispo de Malines-Bruxelas, atribuíra a “anormalidade do comportamento homosexual” a “um bloqueio verificado durante o desenvolvimento psicológico normal”.

Depois das reacções iniciais à sua tomada de posição sobre a sida, o prelado fez distribuir um comunicado em que explica: “Talvez se trate de uma justiça imanente, mas quanto às causas imediatas são os médicos que estarão aptos a dizer onde é que esta doença nasceu, como é que se transmitiu inicialmente, quais é que foram as vias da sua propagação”.

Se se desejar uma consideração mais geral, prossegue mons. Léonard, ao falar da sida como “consequência de uma sexualidade livre entre adultos”, “maltratar a natureza física leva a que ela nos maltrate; e maltratar a natureza profunda do amor humano acaba sempre por gerar catástrofes a todos os níveis”.

A polémica foi levantada nos últimos dias pelo livro “Mgr. Léonard – Gesprekken”, das edições Lannoo, versão actualizada de uma obra que surgira em 2006 em francês e em que o mesmo género de considerações aparece agora em flamengo, a outra língua da Bélgica.

A chefe da bancada parlamentar do Centro Democrata Humanista (CDH), Catherine Fonck, considerou “inaceitável considerar tal doença como uma forma de punição”; e o político socialista Paul Magnette, antigo professor de Ciência Política na Universidade Livre de Bruxelas, referiu-se ao ponto de vista do arcebispo como “ignóbil”.

O ministro presidente da região valã, Rudy Demotte, escreveu na sua página do Facebook: “Possa Deus, se ele existe, punir de maneira iminente aquele que profere semelhantes alarvidades”.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Bailado - 1

Este é o primeiro de dois posts sobre Bailado. Nele vou mostrar um dos mais belos momentos do chamado Ballet Clássico; trata-se da parte final do mais famoso "pas de deux" do célebre bailado "Don Quixote", com música de Ludwig Minkus e magistralmente dançado por Misha Baryshnikov e por Gelsey Kirkland (American Ballet Theatre).
Foi "roubado" do sempre excelente blog do Ricardo, "Tertúlias".
De notar a mensagem final escrita sobre a anorexia.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O grito

Neste caso é no México; mas poderia ser aqui, entre nós, como poderia ser em muitos outros países.
É a crise, o ruir de um sistema económico, de uma concepção capitalista do mundo?
Sim, será; mas é também o descalabro das políticas e acima de tudo a cada vez mais flagrante inexistência de políticos que olhem a política como um superior desígnio nacional, sobrando a ambição desmedida do poder, a corrupção e a manifesta incapacidade para se olhar o futuro.
O que será o amanhã, quando a realidade actual é esta e não se vislumbram políticos messiânicos?
Qual o futuro de uma União Europeia, que cada vez mais cava diferenças entre os seus membros em vez de promover uma união política e económica?
O mundo está cada vez mais dependente das decisões governamentais e económicas americanas e dos grandes grupos económicos supranacionais; as chamadas potências emergentes, em que o crescimento económico é rápido e fácil, devido às suas riquezas, debatem-se com problemas extra económicos, como o desrespeito dos direitos humanos (China), a corrupção (Brasil) ou um exponencial crescimento demográfico (Índia).
Os nacionalismos tendem a aumentar inversamente em relação aos desígnios das agências internacionais que controlam a economia mundial e sempre a favor dos poderosos.
O que nos resta?
O grito!!!!!!!!

domingo, 10 de outubro de 2010

Belgrado, 10-10-2010

Hoje, o centro de Belgrado foi cenário de uma marcha LGBT, que reuniu cerca de mil corajosas pessoas, devidamente enquadradas pela polícia, e de cenas perfeitamente lamentáveis provocadas por algumas centenas de pessoas de partidos de extrema direita e ultra nacionalistas, os quais se envolveram em violentos confrontos com a polícia, a qual teve que usar gás lacrimogéneo, para dispersar estes energúmenos, que  incendiaram automóveis, tentaram incendiar as sedes dos dois partidos do Governo, destruíram lojas, mostrando o pior da sua natureza.
Houve mais de uma centena de detenções e quase uma centena de feridos, principalmente entre as forças policiais, estando dois polícias em estado grave.
Desde há dias que uma intensa campanha homofóbica tem varrido Belgrado para fazer cancelar, como aconteceu em 2009, a marcha.
De notar que a Igreja Ortodoxa, neste aspecto é ainda mais conservadora que o Vaticano.
Sinto especialmente pelo Déjan, o que aconteceu e estou com ele na tristeza com que ele está confrontado neste momento.
I LOVE YOU, DÉJAN!!!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Onde está o Wally?

Esta foto é de uma turma do ano lectivo 1969/70, do então Liceu Nacional da Covilhã, hoje Escola Secundária Frei Heitor Pinto, onde fui aluno e mais tarde professor.
Nesta foto, onde eu não estou, estão entre muitas pessoas que conheço, um irmão e um primo meus.
Mas, onde está o Wally???

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Passado e presente 18 - Epigrama

Queixou-se uma noviça ao pai honrado

que da ordem um tafulão

Lhe tinha quase à força escarapelado

O virgíneo botão:

"Gritaste ao menos contra o agressor,

Misérrima tolinha?-

(Exclama o ginja, já todo em furor).

"Não, meu pai, não convinha

(Lhe torna a triste) que era pior mal;

Sendo alta a noite, tempo mui perigoso

De incomodar o meu provincial,

Que com a abadessa estava no seu gozo."



Filinto Elísio, in "Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica"



(publicado originariamente em 28 de Dezembro de 2006)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Arthur Penn e Tony Curtis

Faleceram hoje dois nomes grandes do cinema americano, principalmente da segunda metade do século XX: Arthur Penn e Tony Curtis.
Penn foi um consagrado realizador e embora a sua obra não seja vasta tem alguns bons filmes como "The Miracle Worker"(1962)," Alice's Restaurant"(1969), "Little Big Man"(1970), e principalmente o seu grande êxito "Bonnye and Clyde"(1967), de que aqui recordamos a célebre cena final


Já Tony Curtis foi essencialmente um actor muito popular, sem grandes rasgos interpretativos, com filmes como "Trapeze"(1956), "The Vikings"(1958) e principalmente "Spartacus"(1960) e "Some Like It Hot"(1959).
Deste último filme, uma das mais hilariantes cenas, onde ele contracena com Jack Lemmon, no papel de dois impagáveis travesties, e onde também participava M.Monroe

De salientar uma pequena cena do filme Spartacus, de contornos perfeitamente gay, e em que contracena com Laurence Olivier ( a sua fala - de Olivier - é extremamente elucidativa, mas é pena só ter conseguido a versão castelhana, Ostras y Caracoles)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Estar só...de novo

Por muito repetitivo que seja, por muito facilitado que seja o contacto, por muito habituado que vá estando, como é difícil voltar a estar só!!!
Gostava de aqui escrever que as coisas boas, e foram tantas, de mais um encontro, superam com a sua recordação o vazio de mais uma ausência, mas é impossível principalmente no início de mais uma separação, estar bem.
Claro que a marcação, já efectuada de imediato, de um reencontro, dentro precisamente de três meses, suaviza um pouco essa tristeza, mas custa sempre tanto…
Ficam os olhares, os odores e os beijos; fica a imensa força de abraços compartilhados e fica o mais importante de tudo: um amor reforçado.
Até Madrid, Déjan!

sábado, 25 de setembro de 2010

Budapeste

Foi assim de repente que foi decidido: vamos a Budapeste!
E fomos...
Depois de uma viagem de combóio para esquecer (cerca de 400 Kms em 8 horas e meia), chegámos a uma cidade que eu já tinha visitado há uns anos naqueles circuitos da Abreu, que faziam Viena, Budapeste e Praga.
Eu tinha gostado bastante da cidade, mas agora apreciei devidamente as belezas da capital húngara;  é uma cidade maravilhosa e decerto um dos maiores centros turísticos da Europa.  É aqui que o Danúbio  é mais valorizado com as suas belas pontes a unirem Buda e o seu castelo com a movimentada e belissima Pest.
O povo húngaro nao prima pela simpatia e não há muita gente a falar inglês, mas a cidade supera tudo e os preços são muito acessíveis.
Foram três dias óptimos com um tempo magnifico e que jamais iremos esquecer.
Ficam as fotos como recordação.
Banhos Széchenyi
Matthias Church
Parlamento
Praça dos Heróis
Fisherman's Bastion
Chain's Bridge e vista geral de Pest

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Belgrado


Esta é a cidade onde vive o Déjan e onde me encontro de novo.
Não será tão bela como Lisboa, mas tem uma vida que Lisboa não tem, com as pessoas constantemente nas ruas, a imensidade de esplanadas, a riqueza de dois rios muito bem aproveitados e a alegria, simpatia e simplicidade das suas gentes.
Cada vez gosto mais desta cidade e cada vez a vejo de maneira diferente.


  

terça-feira, 7 de setembro de 2010

На путу до Београда


Traduzindo para português será “A caminho de Belgrado”, que é aquilo que estarei a fazer amanhã, via Londres, devendo chegar pela noite àquela que é a cidade do meu amor, e já é também para mim, uma das minhas cidades.
Desta vez tem a particularidade de ir em Setembro, tal como fiz quando, em 2006 fui conhecer pessoalmente o Déjan, depois de um “namoro” cibernético de nove meses, pois estabelemos contacto em Dezembro de 2005.
Claro que já não vou com aquele nervoso miudinho da primeira vez, mas é sempre com emoção que ali regresso (tem sido uma vez por ano); naturalmente tudo o que de mais importante há na cidade já conheço, pelo que desta vez devemos ir a algum sítio mais (apenas conheço Novi Sad).
E já levo na bagagem os planos e as datas do próximo encontro, em Madrid e Lisboa, no final do ano.
Vou dando notícias.

domingo, 5 de setembro de 2010

Passado e presente 17 - "Ainda e sempre Cesariny"

...Durante anos, o Reimar, na rua das Pretas, foi um templo de visita quotidiana obrigatória. Chegava-se lá e a "coisa" já estava montada. Quero eu dizer: havia sempre qualquer "coisa". Ao pé "daquilo", Fellini era Cecil B. DeMille. As empegadas, a Mena e a Mina, tinham as vozes sempre no tom e na altura em que a Maria Callas brilhava. Quando chegava a hora do tiroteio, faziam do balcão uma trincheira, deitavam-se no chão e esperneavam como se estivessem ligadas à corrente eléctrica. E, se calhar estavam!
O senhor Manuel da Hortaliça, ou do Bairro Alto, que antes tinha descido o Chiado entre a mulher, dedicada enfermeira dos Hospitais Civis, e o amante, aprumado marujo do Alfeite, ameaçava (ou estaria a oferecer conteúdos?) a tropa especial, agitando a pochette. E dizia para as "amigas": "Vai com este, que é muito limpinho e não mexe em nada".
Nesse magnificente antro, havia de tudo: putas e homens "coisa e tal", chulos e travestis, artistas e ladrões, professores primários em crise de identidade e fadistas (com e sem voz), operários e vagabundos sem eira nem beira, filósofos ocultistas e jornalistas (proíbidos, sob ameaça de morte, de falar do que ali se passava), funcionários públicos casados, mas com heterónimos sexuais, milionários em fuga para um Egipto qualquer, poetas e pintores, maiores e menores.
E, se Cesariny era um enviado do fogo, havia também apolíneos e dionisíacos, enviados (alguns fardados) dos outros três elementos, terra, mar e ar, a que se juntavam , em temível contraste, anões, gigantes coxos, zarolhos, corcundas, gagos e mudos.
"Tudo boa gente", dizia Cesariny. E acresentava: "Comparado com isto, o que Ulisses viu na viagem de regresso a Ítaca era banal...".
Por entre a ginginha e as imperiais, de que a Mina e a Mena bebiam golinhos, antes de as entrgarem aos clientes ("é para ver se estão fresquinhas", diziam), falava-se de Nietzsche e do marujo da mesa ao lado.
Ali estávamos como se estivéssemos em plena Idade Média, o seu tempo histórico do Ocidente preferido ("Com tanta treva e tanta peste, deviam querer aproveitar bem o tempo, divertindo-se muito...", explicava)...


(texto de José Manuel dos Santos), in "Mil folhas" de 8/12/07


P.S.-Tive a felicidade de conhecer este maravilhoso "antro", e de conhecer o senhor Manuel das Couves, como também era chamado, sósia do Nelo, do Herman, de há uns anos atrás, e que educadamente me cumprimentava sempre que comigo se cruzava, estivesse eu com quem estivesse...


Este post foi inicialmente publicado no blog, no dia 22 de Dezembro de 2006.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Três clips musicais...



Diferentes, um mais antigo - Orchestral Manoeuvres in the Dark, e dois bem recentes: os irresistíveis Scissor Sisters e o reencontro dos dois músicos dos Take That - Robbie Williams e Gary Barlow.
O que os une????? Talvez o bom gosto musical, entre outras coisas...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sakineh Mohammadi Ashtiani




Hesitei bastante antes de me decidir a escrever algo sobre a situação de Sakineh, a senhora iraniana condenada à morte por lapidação pelo crime de ter tido relações sexuais com dois homens já depois de ter enviuvado.
E hesitei, porque esta condenação traz agregada a si própria tantas considerações directa ou indirectamente relacionadas, que tenho medo de não parar…  Mas vou procurar falar só do essencial.
A lapidação é das mais terríveis formas de morte que existem, pois leva a uma morte lenta e com grande sofrimento; 
a foto aqui publicada é bem explícita, e mostra a dimensão “ideal” das pedras atiradas à condenada, para a não matarem de imediato, mas para a irem matando. É um crime hediondo e mesmo que no caso de Sakineh, as autoridades iranianas recuem na condenação, devido às muitas pressões internacionais, algumas delas vindas mesmo de países muçulmanos (Egipto), pergunto, quantas mulheres já morreram desta forma?  E como podem as populações colaborarem neste martírio, senão através do fanatismo religioso e seguidismo cego de leis que não são admissíveis em qualquer país civilizado.
Mas, pasme-se, ainda há pessoas, mulheres, que neste nosso país de brandos costumes enviam comentários como este, assinado por uma tal Catarina Soares, do Algarve num site da TSF sobre este assunto: Cada País tem a sua cultura, as suas regras e as suas leis. Esta senhora ao cometer este crime já sabia de antemão o que a esperava. Condeno sim a intromissão nos assuntos internos do Irão.”. Perante isto apetece meter esta senhora num avião e mandá-la para o país onde ela deveria viver, com a sua cara tapada e com a sua vida sexual condicionada por falsas moralidades.
Tudo isto se passa num país governado por um senhor, chamado  Mahmoud Ahmadinejad,
 o mesmo que há tempos disse não haver homossexuais no Irão; claro que tem razão, pois quando descobrem algum, enforcam-no! Neste mesmo país que tem andado nas bocas do mundo, por via das suspeitas de que se está a preparar para possuir a bomba atómica, continua o fanatismo religioso, como em muitos outros países islâmicos e esse é um problema, não da região, mas do mundo inteiro, pois por via dele, o terrorismo grassa e ameaça qualquer ponto do mundo.
Que tristeza ver (????) aquelas mulheres no Afeganistão, metidas dentro de uma burka que as escondem totalmente de qualquer olhar, a não ser, na intimidade do lar…Que tristeza ver todo um imenso mundo em que a mulher nada vale e em que só o homem tem poder…
Quando irá acabar tudo isto? Quando explodirmos todos????

terça-feira, 31 de agosto de 2010

"O Bom Rebelde"

Em 1997 o filme “Good Will Hunting”, que em português se chamou “O Bom Rebelde” foi candidato a vários Óscares, entre os quais o de melhor filme, melhor realizador (Gus Van Sant), melhor actor (Matt Damon), melhor actor secundário (Robin Williams) e melhor argumento original ( Matt Damon e Ben Affleck). Ganhou dois e muito merecidamente – o de melhor actor secundário (RW) e o do melhor argumento, algo inesperado devido principalmente à pouca experiência e muita juventude de Damon e Affleck (curiosamente ambos actores e protagonistas deste filme, que também os lançou no mundo do cinema, embora Damon tenha hoje uma projecção de grande actor e Affleck, apesar de bonito e atractivo tem-se mostrado um canastrão na arte de representar).
Se há num filme uma cena que justifique, só por si, a justiça dos dois Óscares obtidos é esta, pois nela está todo o portento representativo de Robin Williams, mas também um diálogo, quase monólogo, assombroso, entre o psicólogo Sean e o “bom rebelde” Will.
É uma cena de um segundo encontro entre  ambos; Will é um génio matemático e não só, que consegue falar de uma maneira brilhante sobre temas variados que nunca estudou, e Sean, um psicólogo que o tenta ajudar a “encontrar-se”.
Claro que não é a mesma coisa que ouvir a cena falada em inglês, como está no vídeo, mas para quem não domina bem o inglês, dei-me ao trabalho de trazer aqui a tradução portuguesa desta cena:

"É o senhor outra vez?
Vem comigo.

Que é isto agora, um momento|de qualidade entre dois gajos?
Muito bonito... Tem um fraco|por cisnes, algum fetiche?
Que talvez devêssemos|dissecar?
Estive a pensar no que disseste|outro dia sobre o meu quadro.
Passei metade da noite acordado|a pensar.
E ocorreu-me uma coisa...
Depois caí profundamente a dormir|e não voltei mais a pensar em ti.
Sabes o que me ocorreu?
Que não passas de um puto que não|fazia ideia do que estava a dizer.
O que é natural;|nunca saíste de Boston.
Deves ser capaz de me resumir|todos os livros de arte já escritos.
Miguel Ângelo...|Sabes imenso sobre ele.
Obra, ideais políticos,|relações com o Papa,
orientação sexual, tudo?
Mas aposto que não sabes|a que cheira a Capela Sistina.
Nunca lá estiveste a olhar|para cima, para aquele tecto.
Nunca o viste.
Falando de mulheres, descreves-me|uma sebenta inteira de tópicos.
Até podes ter ido para a cama|com algumas.
Mas saberás o que é|acordar feliz ao lado de uma?
És um puto todo teso...
Se te falasse da guerra, eras|capaz de me vir com Shakespeare?
"Uma vez mais a contenda,|queridos amigos..."
Mas nunca estiveste numa.
Nunca tiveste no colo|a cabeça do teu maior amigo
e o viste respirar uma últimavez,|pedindo-te ajuda com o olhar.
Falo-te do amor e certamente|me recitarás um soneto.
Mas nunca olhaste uma mulher|sentindo-te totalmente vulnerável,
nunca conheceste nenhuma que|te consolasse só com o olhar
e te fizesse sentir que Deus|tinha criado um anjo só para ti,
para te arrancar|das profundezas do lnferno.
E não sabes o que é ser|o anjo dela,
sentir um tal amor por ela,|estar-lhe de tal maneira ligado
que a apoiarias|até se tivesse um cancro...
Não sabes o que é dormir sentado|dois meses num quarto de hospital,
por os médicos verem
que a frase "horas de visita"|não se te pode ser aplicada.
Não sabes o que é sofrer|uma perda dessas,
porque só sabe quem ama alguém|mais do que a si próprio.
Duvido que tenhas ousado|amar assim tanto alguém.
Olho para ti e não vejo|um homem inteligente e confiante.
Mas um puto atrevidote|e borrando-se de medo.
Mas um génio, Will,|isso ninguém nega.
Ninguém perceber jamais a complexidade|que há dentro de ti.
Mas lá por teres visto|um quadro meu
julgas conhecer-me e que podes|dissecar a minha vida inteira.
És órfão, não é?
Achas que posso começar a imaginar|o dura que foi a tua vida,
o que sentes, quem tu és,
lá por ter lido "Oliver Twist"?|O livro define-te, achas?
Pessoalmente estou-me a cagar,
por não aprender nada contigo|que não leia num livro qualquer.
A não ser que queiras falar|sobre ti, sobre quem és...
Nesse caso fascinas-me,|nesse caso sou todo teu.
Mas isso não queres tu,|pois não?
Por medo do que poderias dizer.
A decisão é tua, chefe."

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A Semente



Uma viagem animada de cerca de dois minutos, através do ciclo natural da vida, de uma simples semente de maçã.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Portalegre, Régio ...e o Miguel

Tenho uma irmã minha que resolveu ir casar a Portalegre, não porque o marido fosse da região, mas porque era a meio caminho, mais ou menos das terras das respectivas famílias; casou numa capelinha na encosta em frente da cidade.
Tinha um grande Amigo, que a morte ceifou cedo demais, que escolheu Portalegre para viver a sua vida profissional, que sempre ali exerceu, sendo a sua mulher sido professora naquela cidade durante esse tempo.
E conheci, há menos tempo, um tipo que me enviou um dia um mail, acerca de um texto que eu publiquei aqui no blog sobre um homofóbico artigo de um jornaleco da cidade e que chegou às minha mãos. Nesse mail, esse tipo, com um orgulho muito alentejano,  orgulho ferido naturalmente, lamentava não o meu texto, mas o artigo em questão, sentindo-se envergonhado, como portalegrense da verborreia de um seu concidadão. Esse tipo, que vim a descobrir ser um tipo muito porreiro, é o Miguel, o Mike, de quem foi tão fácil tornar-me Amigo.
E, “last but not the least”, Portalegre é a cidade de José Régio, um dos grandes nomes da literatura portuguesa  do século passado.
Visitei recentemente Portalegre, onde não ia desde esse referido casamento, para mostrar um pouco mais de Portugal ao meu Déjan, e aí reencontrei o Miguel, evidentemente, que nos acompanhou num dia muito agradável.
Agora, e a propósito da publicação no blog do Mike do poema máximo de Régio – “O Cântico Negro”, ele falou na existência de um CD com a leitura do próprio poeta dos seus versos; perante o meu interesse, o Miguel enviou-me o referido CD, que agradeço sensibilizado.
Dele retirei uns dados auto biográficos manuscritos pelo  poeta que aqui transcrevo.
E porque como referi na altura, a melhor “leitura” que conheço do poema é do grande e inesquecível João Villaret, aqui a deixo também, com toda a sua força brutal.
Finalmente a interpretação muito boa também de Maria Bethânia, deste poema, neste vídeo que deixa também as palavras, em português e em Inglês.

(Clicar na imagem do texto de José Régio, para aumentar).

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

RabbitRabbit


Dedicado ao Duarte, ao Félix, ao Nuno e a tantos outros, sem esquecer o Déjan, obviously.

sábado, 21 de agosto de 2010

Operação Vagô

"Dia 10 de Novembro de 1961, sexta-feira. O Super-constellation da TAP Mouzinho de Albuquerque descola à tabela do Aeroporto de Casablanca, em Marrocos. Eram 09h15. O comandante José Marcelino e o co-piloto Raul Teles Grilo ganham altitude, alinham o avião na rota para Lisboa e permitem aos passageiros desapertar os cintos e acender os cigarros. Estava bom tempo. A viagem, de cerca de hora e meia, prometia ser calma. Mal sabia a tripulação que entre os 18 passageiros seguiam seis guerrilheiros, inimigos jurados do regime, chefiados por Palma Inácio. A calma a bordo foi interrompida mal à meia hora de voo. Hermínio da Palma Inácio entra de surpresa pela cabina de pilotagem – e aponta o revólver à cabeça do comandante: “Isto é uma acção revolucionária. Não quero fazer mal a ninguém” – diz. Nunca, na história da aviação comercial, um avião fora tomado no ar. O plano dos revolucionários é arriscado: pretendem seguir na rota para Lisboa, simular a aterragem na Portela e voltar para trás, em voo rasante sobre a capital, Barreiro, Setúbal, Beja e Faro, para lançarem 100 mil panfletos com apelos à revolta popular contra a ditadura. Aterravam sãos e salvos em Tânger – onde Palma Inácio e companheiros esperavam asilo político. O co-piloto Teles Grilo, o mecânico-chefe António Coragem, o mecânico de voo Alberto Coelho não disseram palavra. Apenas o comandante Marcelino, ameaçado pelo revólver, tentou com serenidade demover o guerrilheiro. Disse que o avião não tinha combustível para regressar a Tânger. Mas Palma Inácio, que era mecânico de aviões e tirara nos Estados Unidos a licença de piloto de linha aérea, estava seguro do que fazia. Exigiu os registos de voo do Super-constellation – e verificou que os tanques tinham sido atestados em Casablanca. Havia gasolina à farta. O comandante tentou outro truque: “Como é que vai lançar os papéis? Eu não posso abrir as janelas do avião” – disse José Marcelino. A resposta de Palma calou-o: “Pode, pode. Voa o mais baixo possível, despressuriza as cabinas e abrimos as janelas de emergência.” Palma Inácio tinha a situação dominada. Lá atrás, a aventura também não podia correr melhor. Os outros cinco revolucionários nem sequer foram obrigados a levantar a voz e a mostrar as armas. O comissário de bordo Orloff Esteves e as duas assistentes, Maria del Pilar e Luísa Infante, aceitaram participar naquele momento histórico – e até ajudaram a lançar os panfletos. Nem todos os 13 pasageiros (americanos, espanhóis, belgas e dois portugueses) compreenderam que o avião fora tomado de assalto: só ficaram a saber depois da aterragem em Tânger. A cerca de meia hora de Lisboa, momentos antes de iniciar os procedimentos de descida, o comandante Marcelino contacta a torre de controlo – e recebe autorização para aterrar na pista 05. Faz a aproximação – mas, no último momento, acelera os quatro motores a hélice: o avião ‘borrega’ sobre a pista, ganha altura e afasta-se do aeroporto. José Marcelino volta a comunicar com a torre – e tenta explicar ao controlador, por meias palavras, que a bordo o obrigam a fazer um voo rasante sobre Lisboa e outras cidades a sul. “Repita lá?” – dizem-lhe da torre. A comunicação é interrompida pela voz de um general da Força Aérea, Costa Macedo – que pilotava um monomotor, percebeu tudo e deu o alerta. Minutos depois, dois caças F-84 levantam voo da Base de Monte Real: descolam com ordens para abaterem o avião da TAP caso não conseguissem obrigá-lo a aterrar em solo português. O Super-constellation iniciou então um perigoso jogo do gato e do rato. O avião teria de voar baixo, a escassos 100 metros de altura, para fugir aos radares e iludir os caças. A manobra era perigosa, só ao alcance de pilotos de elite. Os seis revolucionários tinham levado 100 mil panfletos, impressos em fino papel de seda, na bagagem de mão. O avião passou a rasar a estátua do Marquês de Pombal, sobrevoa a Baixa, guina sob Alcântara. Uma chuva de papéis cai sobre Lisboa – o mesmo no Barreiro, Setúbal, Beja, Faro. Cem mil panfletos voaram das janelas do avião. A missão estava cumprida. O Super-constellation, como estava previsto, aterrou no Aeroporto de Tânger, em Marrocos, às 12h50 de 10 de Novembro, sexta-feira. A operação mereceu honras da Imprensa internacional – era o que os revolucionários pretendiam. Salazar espumou de raiva.
Este texto foi transcrito do primeiro volume de uma pequena colecção de livros intitulada “As Grandes Operações da Guerra Colonial”, que está a acompanhar o Correio da Manhã todas as quintas feiras, mas que pode ser adquirida sem o jornal (começou a 8 de Julho e termina a 9 de Setembro).
E embora no texto, tal não venha referido, esta operação, a que foi dada o nome de “Operação Vagô”, foi planeada por Henrique Galvão.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Asereje

Continuo a afirmar que não há crise de inspiração; sucede que tenho um cojunto de blogs que visito que me apresentam coisas lindas e eu não resisto.
Desta vez, quando vi aqui, este vídeo, logo lá comentei que era susceptível de “rapinanço”, e eis-me aqui a entregar-me à “justiça bloguista”, como um reles ladrãozeco de coisas boas.
Se gostarem tanto como eu, valeu a pena.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

As touradas

A tourada está para a Espanha, como o fado está para nós. Costuma mostrar-se uma corrida de touros quase como um "ex libris" dos nossos vizinhos; e. no entanto, recentemente a Catalunha (sim, eu sei que é uma região autónoma, mas é Espanha), declarou as touradas proibidas no seu território.
Claro que aplaudo, e de que maneira, esta decisão, pois considero a tourada um espectáculo bárbaro e desigual, com um enorme sofrimento para os animais. Embora em Portugal esse "circo" montado para aficionados ricos se divertirem, seja um pouco menos selvagem , pois além do touro ser poupado, evita-se aquilo que para mim é o mais violento momento de uma corrida em Espanha, que é quando o touro é "picado " com as varas, para segundo dizem lhe diminuir a excessiva bravura.
Se alguma coisa escapa na chamada "tourada à portuguesa" é a pega, em que se encontra frente a frente o homem e o touro, mas este já está dominado e enfraquecido depois de tanta bandarilha espetada, depois de tanto sangue derramado.
Será que algum dia, haverá coragem para acabar com esta selvajaria em Portugal?
As fotos são fortes, mas é preciso que sejam, para chamar a atenção de quão degradante é este espectáculo.

Como adenda e por sugestão do Luís, acrescento esta foto, só para fazer pensar um pouco.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

"Condição Feminina"

Mais do que actual, este pequeno e despretensioso filme, fica como uma homenagem às vitimas de  tanta violência doméstica que anda por aí à solta...
A "isto" sim, já se pode chamar casamento...