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quinta-feira, 20 de junho de 2013

"Os perigos de uma história única"

Já ouviram falar de Chimamanda Amichie? Eu também nunca tinha ouvido falar e desconhecia completamente a existência de uma escritora nigeriana com este nome.
Mas porque a blogo vale a pena, muito mais que todas as redes sociais do mundo, descobri esta brilhante mulher num blog que há muito sigo e que já por várias vezes recomendei aqui no meu blog , as “Tertúlias” do meu bom amigo Ricardo, um brasileiro que habita em Viena há já bastante tempo e que delicia os seus seguidores com as suas incríveis descobertas.
Pois é retirado deste seu blog que aqui tenho o imenso prazer de partilhar este vídeo brilhante com esta fabulosa Senhora, numa dissertação sobre os “perigos de uma história única”.


E, parecendo que nada tem a ver com isto, mas tem tudo a ver com a riqueza desta blogo que não me canso de enaltecer, façam favor de passar pelo blog “Felizes Juntos” e vejam os deliciosos preliminares de mais uma história do “The Book Of Distance”; para já são sete postagens imperdíveis…

terça-feira, 11 de junho de 2013

Cinema e música 6 - "Morte em Veneza"


Se há filmes que marcam pela sua sensibilidade, um deles é sem dúvida a obra prima de Luchino Visconti, “Morte em Veneza” (1971).
Aliás todos os filmes que têm Veneza como cenário são mágicos, como mágica é aquela cidade do Adriático. Acredito que não haja no mundo uma cidade tão “cinematográfica”.
Neste filme cuja época nos reporta ao princípio do século passado, um compositor passa férias no Lido, a praia em frente da cidade, onde procura refúgio para problemas recentes, profissionais e pessoais, e acaba por se deixar seduzir por Tadzio, um jovem com uma beleza andrógina, que ali passa uma temporada com a família.
Entretanto é focada também a epidemia de cólera que assolou aquela cidade na altura e que as autoridades procuram esconder para não comprometer a estação turística.
A cena final, da morte do protagonista, só, na praia, e com Tadzio a brincar por perto, é de uma beleza ao mesmo tempo terrível e tocante, com Dirk Bogarde a ter uma das suas mais brilhantes interpretações.
De realçar a beleza e o porte senhoril de uma grande dama do cinema europeu, Silvana Mangano, que tantas vezes trabalhou com Visconti.
E também a presença do jovem actor sueco Bjorn Andrésen, que protagoniza Tadzio, e que podemos ver aqui  num curioso vídeo, em que Visconti o testa para este papel.
Claro que a base desta postagem é a relação do cinema com a música e aqui não só por ser um compositor o principal protagonista. E há quem diga que foi em Gustav  Mahler que Thomas Mann, o autor da obra aqui adaptada, se inspirou para dar vida ao personagem.
E é precisamente deste compositor o principal tema musical do filme, o célebre Adagietto da sua 5ª.Sinfonia, e que para mim é das mais belas peças musicais de sempre.

sábado, 25 de maio de 2013

Dois Mundos, uma série de Pedro Xavier


Estes são os dois títulos já publicados desta série, de um jovem autor, de 22 anos, que agora se lança no mundo da escrita, e cuja edição, quer em e-book, quer em livro se fica a dever à iniciativa louvável da INDEX ebooks.
Infelizmente só ontem à tarde recebi a encomenda que tinha feito à Amazon do primeiro volume, pelo que não o tendo ainda lido, não o vou comentar.
O segundo já está também encomendado.
Pedro Xavier, aliás como o João e o Luis, da Index, vão estar hoje presentes no jantar dos blogs onde vai ser feita uma informal apresentação destes livros, entre outras iniciativas, literárias e não só.
Dá-se o caso de que o Pedro também é excelente a fazer vídeos, que já são vários, e fez um para apresentação desta série que deveria também fazer parte desta "apresentação informal"; mas não consegui arranjar nenhum projector para que o vídeo pudesse ser projectado e a televisão do restaurante não permite a reprodução de vídeos por meio de uma pen ou de um DVD.
Fica aqui um apelo aquem vai ao jantar, se acaso possuir algo que dê para projectar o vídeo na parede do restaurante, que o leve.
E que alguém leve um "portátil" levezinho para se poder ver lá, pelo menos.
Eu levo o meu, mas é muito grande...
Na impossibilidade total de isso acontecer aqui fica o vídeo em questão, que o Pedro Xavier hoje colocou nas redes sociais

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Um vídeo e um livro

Estava-me a preparar para deixar aqui uma postagem sobre um daqueles livrinhos da sempre interessante colecção “& etc”, que acabei de ler, da autoria de José António Almeida, do qual já tinha lido da mesma colecção outro livro, só de poesia – “Obsessão”, quando vi  aqui, um vídeo que me assustou e repugnou, com uma entrevista a uma tal Drª. Madalena Fontoura, presumo que seja psicóloga e que não resisto em trazer aqui e para o qual peço a vossa especial atenção, já que entre outras preciosidades, esta doutora afirma que é normal as crianças terem pequenos desvios quando são pequenas e ficam com a ideia de que são homossexuais, e depois muito mal influenciadas por adultos pérfidos acabam por entrar nesse mundo, de onde saem fragilizados e que têm dificuldade em sair dele…mas conseguem, claro, com a ajuda de pessoas esclarecidas como ela.

 Em comparação, José António Almeida, apresenta-nos neste seu livro, de nome “O Casamento sempre foi gay e nunca triste”,
uma primeira parte com alguns pequenos textos em que procura explicar a problemática de ser ao mesmo tempo homossexual e católico, nos tempos de uma Igreja conservadora e retrógrada, aliás na linha das três grandes religiões monoteístas – cristianismo, judaísmo e islamismo.
Escolhi um texto que me parece muito correcto e que a drª. Madalena Fontoura deveria ler para tentar perceber porque é que ela é tão ignorante.

 “Um homossexual tem de abrir dentro e fora de si um espaço para poder ser. Esse espaço interior de construção de si mesmo e essa projecção de um mundo de possibilidade fora de si exigem-lhe recursos extraordinários. Enquanto os heterossexuais encontram um mundo pronto-a-vestir, os homossexuais têm de construir a estrada para poder circular, essa via que lhes permita avançar na direcção do futuro. Esta ausência de perspectivação do futuro creio que é o maior problema com que se deparam os adolescentes que se descobrem com uma orientação sexual diversa da maioritária. E como podem falar livremente de homossexualidade num mundo social, familiar e religioso onde a homossexualidade era ainda em tempos muito recentes um tabu ou um assunto marcado com o ferrete da ignomínia? E, sobretudo, como falar disso no meio de desertos de intensa solidão afectiva? Como viver de escassa meia dúzia de carícias e de beijos trocados em noites que, para o mundo dos outros, nunca existiriam?”

 Note-se que José António Almeida é um poeta e o resto deste pequeno livro é preenchido com alguns poemas, que e na minha opinião, estão num patamar inferior às reflexões que deixa anteriormente nos textos que escreve.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Dia Mundial contra a homofobia

Hoje comemora-se o Dia Mundial contra a homofobia. Apesar de discordar da vulgarização destes “dias mundiais”, a propósito de tudo e de nada, a maior parte das vezes com fins meramente consumistas, há excepções e esta é uma delas.
A homofobia é um preconceito contra os homossexuais que existe por este mundo fora, está generalizado e é essencialmente baseado num desconhecimento total do que é ser-se homossexual. Ainda hoje se acredita que quem é homossexual, o é por opção própria, e se condena quem tem essa orientação sexual como se isso fosse uma doença, como antigamente era considerada.
Todo o ser humano tem o direito de amar quem muito bem entender e se no chamado mundo desenvolvido, quer a nível dos Estados, quer a nível das Organizações, se têm dado importantes passos para a igualdade, ainda há muitos países em que tal não é consentido e até é punido.
Mas uma coisa são as leis e outra é o comportamento dos cidadãos comuns e é neste campo que é necessário lutar, mostrando que um homossexual é um ser normal, com os mesmos deveres e direitos que qualquer  outro, apenas tem uma orientação sexual diferente e que não escolheu.
Eu sempre procurei com a minha forma habitual de encarar a vida, e nunca recusando a minha condição de homossexual, ser um exemplo de que se pode ter uma vida normal, sendo homossexual: quer na família, na sociedade, nos que me são queridos, sou o que realmente sou e tenho orgulho de ser apontado não como um indivíduo nocivo socialmente, mas sim com o respeito que um comportamento cívico correcto merece.
Porque há muito a fazer neste campo, mostro aqui uma muito original animação em vídeo sobre este assunto, que foca a vida de um rapaz que tem como toda a gente os seus sonhos, os seus gostos e que é confrontado com a realidade de ser diferente, e aparecem os medos e aparecem as críticas, mas a vida de cada um é muito mais importante, a felicidade intima de não ceder ao medo e à mentira só para se estar de bem com a sociedade prevalece.
É um excelente vídeo para reflectir.


domingo, 12 de maio de 2013

Bullying

Sem grandes explicações de texto, limito-me aqui a deixar o testemunho de um polémico vídeo realizado pelo jovem realizador canadiano Xavier Nolan.
É na realidade um vídeo muito violento, talvez excessivo, mas que se justifica perante a violência e o excesso em que o bullying se está a transformar em tantas escolas de todo o mundo.
O filme pretende desta forma protestar contra o bullying homofóbico no âmbito do ensino.
Vale a pena ler os dois comentários que acompanham o vídeo.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

E a propósito...

É uma curiosa coincidência, e afirmo-o em absoluto, que no  dia de ontem, me chegaram "às mãos" duas curtas metragens, que não sendo umas obras primas, são muito interessantes e principalmente apareceram no momento certo, pois elas "documentam" de alguma forma o que foi dito no vídeo da postagem anterior, sobre o sexo anal.
Não estou a fazer aqui no blog uma dissecação sobre o assunto, apenas pus aquele vídeo por me ter parecido de certa forma "didáctico". Agora caem-me do céu estes  dois vídeos que peço interpretem apenas como referi de início, uma feliz coincidência.
É curioso também uma outra questão e que não foi uma opção: ambas as curtas se passam na esfera heterossexual...
Apreciem e digam da vossa justiça.


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Anal Sex

Não, não é engano, é mesmo este o título do post
E também o título do vídeo que aqui deixo.
Desengane-se contudo quem julgue vir a encontrar nesta postagem conteúdo menos próprio.
É tão só um vídeo que pretende mostrar que muitas vezes se fazem conexões indevidas e que aquilo que parece ser um "vício homossexual" é afinal apenas sexo! Exactamente como tantas outras formas de o fazer, e de dar prazer a quem o pratica,
Afinal, é para reflectir...

“John Corvino addresses those who seem to think there’s nothing more to gay sex than anal sex and explains how squeamish visceral reactions can sometimes masquerade as moral judgments.
Dr. John Corvino, also known as the “Gay Moralist,” is a writer, speaker, and philosophy professor at Wayne State University in Detroit. He is the author of What’s Wrong with Homosexuality? and the co-author (with Maggie Gallagher) of Debating Same-Sex Marriage, both from Oxford University Press

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Sarita

Se eu quisesse fazer uma postagem normal sobre Sara Montiel seguiria os passos normais para o efeito: consultaria a Wikipedia, onde encontraria os principais dados pessoais, profissionais e afectivos dela.
Faria uma pesquisa cuidada na net sobre a actriz, e naturalmente que iria encontrar bastantes postagens em variadíssimos blogs, de onde possivelmente retiraria algumas curiosidades sobre a sua vida, a sua carreira e a sua personalidade.
E com certeza iria ver a sua página no IBDM, a bíblia do cinema mundial, onde teria tudo à disposição sobre a sua carreira cinematográfica.
Mas eu quero aqui dar uma visão intimista do que foi para mim esta mulher, que muito mais que uma mera actriz, uma boa cantora ou uma bela mulher, foi sobretudo para mim, um mito!

Sara Montiel foi durante alguns anos da minha vida o meu maior ídolo, a minha Sarita. 
O meu encontro com Sarita não se dá senão depois de ter visto pela primeira vez “La Violetera”, no final dos anos cinquenta. Foi daqueles filmes que me arrebatou, me fez chorar muitas lágrimas e que posteriormente vi vezes sem conta. Tive os quatros 45 RPM com todas as canções do filme e soletrava-as quase todas, com ênfase natural para o tema musical dominante – “La Violetera”.
Perdi as vezes que revi o filme e só mais tarde vi o seu filme anterior e que afinal foi o que permitiu a rodagem da Violetera – “O Último Couplet” e de donde retirei duas ou três canções dela também muito marcantes.

A partir de então, vi apaixonadamente todos os seus filmes, mesmo aqueles que no final da sua carreira foram pouco apreciados.
A nível musical ela foi a maior, para mim, num vasto grupo de cantoras espanholas que muito admirava. Foi uma mulher muito bela, muito provocante e talvez das poucas que me fez olhar para o sexo oposto com volúpia e desejo.
Claro que conforme fui crescendo, vi muitos filmes, ouvi inúmeras vozes e disseminei os meus gostos por muitos e variados géneros, mas o meu culto por Sarita nunca foi beliscado.
Curiosamente não me interessei muito pela última parte da sua carreira, e que tem a ver com a sua participação televisiva, talvez porque fugia um pouco à “minha” Sarita.
Morreu agora, aos 85 anos, como qualquer mortal, é óbvio, mas eu continuo a vê-la a cantar uma das maisbelas canções do filme "La Violetera"

Até sempre Sarita.

terça-feira, 2 de abril de 2013

A "nona"

No dia 26 de Março de 1827 morreu, em Viena, Ludwig van Beethoven, um célebre alemão, canhoto, surdo, com o rosto marcado pela varíola e a quem chamavam “o espanhol”, devido à sua tez morena e cabelos muito negros.
Tinha nascido em Bona, na Alemanha, no dia 16 de Dezembro de 1770.
Hans von Bülow refere-se a Beethoven como um dos "três Bs da música" (os outros dois seriam Bach e Brahms), considerando as suas 32 sonatas para piano como o Novo Testamento da música.
Ludwig nunca teve estudos muito aprofundados, mas sempre revelou um talento excepcional para a música. Com apenas oito anos de idade, foi confiado a Christian Gottlob Neefe, o melhor professor de cravo da cidade, que lhe deu uma formação musical sistemática, e lhe deu a conhecer os grandes mestres da música alemã.
Neefe afirmava que o seu aluno, de dez anos, dominava todo o repertório de Johann Sebastian Bach, e apresentava-o, orgulhosamente, como um segundo Mozart.
Existem especulações históricas sobre um provável encontro entre Beethoven e Mozart, mas não existe nenhum facto histórico que o possa comprovar. No entanto, existem histórias do seu encontro, como por exemplo, uma que refere um Mozart absorto no seu trabalho, na composição de Don Giovanni, que não terá tido tempo de lhe prestar a devida atenção. Uma outra, bem mais interessante, refere um encontro em que Mozart terá dito acerca de Beethoven: "Não o percam de vista, um dia há-de dar que falar."
Beethoven demonstrou genialidade em praticamente todas as obras que compôs. E foram muitas, entre sinfonias, concertos, quartetos, trios, sonatas, não esquecendo uma ópera.
No ano em que morreu, ainda conseguiu compor cerca de 44 obras musicais.
A sua influência na história da música foi imensa.
Ao morrer, a 26 de Março de 1827, estava a trabalhar numa nova sinfonia e projectava escrever um Requiem.
Conta-se que cerca de dez mil pessoas compareceram no seu funeral, entre elas,Franz Schubert. Ludwig van Beethoven faleceu de cirrose hepática, após contrair pneumonia.
A sua obra-prima, na opinião de muitos, foi a Sinfonia nº 9 em ré menor, Op.125.
Pela primeira vez é inserido um coral num andamento de uma sinfonia.
O texto é uma adaptação do poema de Friedrich Schiller, "Ode à Alegria", feita pelo próprio Beethoven. Otto Maria Carpeaux, na sua obra “Uma Nova História da Música”, afirma que Beethoven assistiu à primeira apresentação pública da sua 9ª Sinfonia, ao lado de Umlauf, que a regeu, mas abstraído na leitura da partitura e já com uma surdez avançada, não percebeu que estava a ser ovacionado até que Umlauf, tocando-lhe no braço, lhe chamou a atenção para a sala, e então Beethoven inclinou-se diante do público que o aplaudia.

E agora faço uma proposta ousada a quem me lê e que sei não vai ser seguida por quase ninguém; a proposta é que arranjem um bocadinho do vosso tempo e que oiçam esta versão da "nona".
É muito tempo? Sim, é algum, mas é tão arrebatador e ao mesmo tempo tão relaxante que será tudo menos entediante. Vá lá, não custa nada...

Sinfonia nº 9 “Ode à Alegria”, de Beethoven
Soprano: Anna Samuil
Mezzo-soprano: Waltraud Meier
Tenor: Michael König
Baixo: René Pape
Coro Nacional da Juventude da Grã-Bretanha
West-Eastern Divan Orchestra
Maestro: Daniel Barenboim

domingo, 31 de março de 2013

Running with Scissors


 Baseado nas memórias pessoais de Augusten Burroughs, “Running with Scissors” é uma história mordaz e divertida, corajosa e tocante sobre sobreviver a uma infância absolutamente estranha.
Realizado por Ryan Murphy em 2006, recebeu em Portugal o nome de “Recortes da minha vida” e penso que tenha sido exibido comercialmente.
A mãe de Augusten (Annette Bening) é uma mulher de personalidade bipolar com aspirações frustradas de vir a ser poeta, cujo casamento com o seu pai (Alec Baldwin) está à beira da ruína. Pouco depois ela é acompanhada por um excêntrico psicólogo, o Dr.Finch (Brian Cox), enquanto Augusten (Joseph Cross) é deixado a cargo da peculiar família deste, incluindo uma filha muito reservada (Gwineth Paltrow). Abandonado pelos seus paise adoptado pelos Finch, ele descobrirá grandes afinidades com a filha mais nova, Natalie (Evan Rachel Wood) e uma figura maternal na sofredora mulher de Finch, Agnes (Jill Clayburgh).Registando constantemente os acontecimentos da sua vida no seu diário, como forma de os enfrentar, Augusten dá por si a rejeitar a escola, a aprender o significado do amor com um homem mais velho (Joseph Fiennes) e a ter de tomar grandes decisões apenas com 15 anos.
 Apenas vi este filme agora, após ter lido o livro, com o mesmo nome do escritor americano Augusten Burroughs
 o qual muito me entusiasmou e quando soube que havia um filme baseado no livro, apressei-me a arranjá-lo e vê-lo, embora soubesse à partida que essa adaptação ficaria como ficou bastante aquém do livro. Para quem não leu o livro, o filme é à mesma bom, mas é muito difícil transpor para imagens toda a trama do livro e o que mais me “incomodou” é que o filme é sempre muito mais “dramático” do que o livro, que tem partes até bastante divertidas; também seria impossível desenvolver mais algumas das personagens, quer das faladas aqui quer de outras que nem menciono. Aceito até que o filme por si só, pareça algo confuso a quem não leu o livro. As interpretações são brilhantes num cast muito equilibrado, e que tem em Annete Bening, Brian Cox e Jill Claybourgh os melhores desempenhos, embora todos os outros estejam muito bem.
Auguste Burroughs é um autor que me está a agradar sobremaneira. Este é o segundo livro que li dele, sendo o primeiro “Efeitos Secundários”. Deveria ter lido este “Correr com tesouras” em primeiro lugar, pois teria ainda gostado mais de “Efeitos Secundários”, embora não haja uma relação directa entre ambos; mas como este livro é uma colectânea de pequenas e muito divertidas histórias, se eu conhecesse a infância e juventude de Augusten em primeira mão ainda teria gostado mais.

A seguir a “Correr com tesouras”, Burroughs escreveu “ A Seco” em que fala do seu alcoolismo já em Nova York, ao qual se seguiu “Pensamento mágico”. Só depois deste escreveu “Efeitos Secundários” e finalmente, apareceu um dos seus mais celebrados livros “ À mesa com o lobo” que poderá ser considerado uma prequela de “Correr com Tesouras”, em que ele descreve o seu relacionamento com o seu problemático pai.
Talvez uma das razões porque me agrada tanto este autor seja por todos os seus livros o terem a si próprio como centro das histórias, muito no estilo que eu prefiro nos meus pequenos escritos.

sábado, 16 de março de 2013

"Un Chant d'Amour"

“Un Chant d’Amour” é o único filme do escritor francês Jean Genet, que o dirigiu em 1950.
Por causa do seu explícito conteúdo homossexual (embora apresentado sob um ponto de vista artístico), este filme de cerca de 25 minutos esteve proibido até 1975.
A história passa-se numa prisão francesa, onde um dos guardas prisionais tem como prazer voyeurístico, observar pelo óculo da porta das celas, os prisioneiros a masturbarem-se.
Em duas celas contíguas, estavam dois prisioneiros; um, jovem e bonito e um outro, argelino, mais velho; este enamorou-se do mais jovem através de sons trocados entre ambos na  parede comum ás duas celas e chegavam a partilhar o fumo de cigarros por um pequeno buraco que conseguiram fazer nessa parede.
O guarda, aparentemente ciumento deste relacionamento, entra na cela do prisioneiro mais velho e agride-o e obriga-o a chupar o cano da sua pistola, de uma forma quase sexual, o que o leva a imaginar fantasias entre ambos, mesmo como se estivessem livres.
Na cena final, muito bela, torna-se bem claro que o poder do guarda é insuficiente para contrariar a intensidade da atracção entre os dois prisioneiros, embora eles não cheguem a consumar essa atracção física.
Genet não utilizou qualquer som neste filme, forçando o espectador a focar a sua atenção nos “close up’s” dos rostos, das axila e dos pénis semi erectos.
Considerado de início um filme pornográfico, este filme com uma alta atmosfera sexual, foi mais tarde reconhecido como formativo para posteriores obras cinematográficas, como por exemplo os filmes de Andy Wharol.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Elizabeth Taylor

Elizabeth Taylor foi uma actriz de cinema, que nasceu em Londres em 1932 e faleceu em Los Angeles vai fazer este mês dois anos (não poderei jamais esquecer essa data já que é o dia do meu aniversário).
Mais do que uma excelente actriz, que a Academia de Hollywood premiou com dois Óscares, ela foi uma das mais belas mulheres que o cinema já nos mostrou, com uns olhos que me atrevo a classificar como os mais belos que já conheci.
Na sua carreira, em que contracenou com grandes actores, sob a direcção de excelentes realizadores, há a registar entre muitos outros, os filmes “A Place in the Sun” (1961), “Giant” (1956), “Raintree County” (1957)*, “Cat on a Hot Tin Roof” (1958)*, “Suddenly, Last Summer” (1959)*, “Butterfield 8” (1960), “Cleopatra” (1963), “Who’s Afraid of Virginia Woolf?” (1966), “Reflections in a Golden Eye” (1967).
Nos três filmes assinalados com *, foi candidata ao Óscar, e venceu dois, o primeiro no papel de uma prostituta de luxo, em que contracenava com Laurence Harvey e com o seu marido na altura, Eddie Fisher, (e que curiosamente na vida real, também trocou a sua mulher, Debbie Reynolds, por Liz que era a sua melhor amiga), no filme “Butterfield 8”.

E o segundo por uma espantosa interpretação de uma mulher alcoólica, que tem uma relação tempestuosa com o seu também alcoólico marido, Richard Burton, também seu marido na altura, no filme “Who’s Afraid of Virginia Woolf”.
Mas, e numa opinião pessoal, ela teria merecido um Óscar também   pela sua interpretação excepcional num filme fabuloso “Suddenly, Last Summer”.
A sua fida sentimental foi muito atribulada, com oito casamentos e muitos e variados romances. Mas o grande amor da sua vida foi sem dúvida, Richard Burton, com quem casou duas vezes e com quem teve um relacionamento muito atribulado.
Ficou célebre o seu apoio a causas humanitárias, nomeadamente o grande contributo que deu na ajuda ao combate contra a Sida, principalmente depois do falecimento do seu grande amigo Rock Hudson. Muitas seriam as fotos de Liz que me apeteceria pôr aqui, mas para não tornar esta postagem, consegui conter-me e apenas mostrar estas.











segunda-feira, 4 de março de 2013

Henry Scott Tuke

Henry Scott Tuke (York, 12 de Junho de 1858 – Falmouth, 13 de Março de 1929) foi um artista britânico, tendo-se destacado na pintura, mas também na fotografia. O seu trabalho mais notável foi no estilo impressionista, e é provavelmente mais conhecido pelas suas pinturas de meninos e de rapazes nus. Nasceu numa família quaker em Lawrence Street, em York, na Inglaterra. Foi o segundo filho de Daniel Hack Tuke (1827-1895) e de Strickney Maria (1826-1917). Em 1859, a família mudou-se para Falmouth, onde Daniel Tuke, médico, estabeleceu consultório. A irmã de Tuke e sua biógrafa, Maria Tuke Sainsbury (1861-1947), nasceu em Falmouth. Tuke foi incentivada a desenhar e pintar desde tenra idade, e alguns dos seus primeiros desenhos, de quando ele tinha quatro ou cinco anos, foram publicados em 1895. Em 1870, Tuke juntou-se ao seu irmão William na escola quaker Irwin Sharps Weston-super-Mare, e lá permaneceu até aos dezasseis anos. Em 1875, Tuke matriculou-se na Slade School of Art para aprender com Alphonse Legros e Sir Edward Poynter. Inicialmente, o seu pai pagou as suas despesas dos estudos, mas em 1877 Tuke ganhou uma bolsa que lhe permitiu continuar a sua formação na Slade e em Itália, em 1880. De 1881 a 1883, esteve em Paris, onde conheceu Jules Bastien-Lepage, que o encorajou a pintar ao ar livre. Enquanto estudava em França, Tuke decidiu mudar-se para Newlyn, na Cornualha, onde muitos dos seus amigos parisienses e Slade se tinham juntado para fundar a Escola Newlyn de pintores. Enquanto lá esteve, recebeu várias encomendas lucrativas, depois de expor o seu trabalho na Royal Academy of Art, em Londres. Em 1885, Tuke retornou a Falmouth, onde trabalhou em muitas das suas principais obras. Tuke tornou-se um artista reconhecido e foi eleito membro titular da Academia Real, em 1914. Em 1928, Tuke sofreu um ataque cardíaco e morreu em março de 1929. No final da sua vida, Tuke estava já consciente de que o seu trabalho estava fora de moda. No seu testamento deixou quantidades generosas de dinheiro para alguns dos homens que, durante a juventude, haviam sido seus modelos. Hoje é recordado principalmente pelas suas pinturas a óleo de jovens, mas para além do seu trabalho como pintor figurativo, a sua obra relacionada com o mar ficou também famosa. Tuke foi um prolífico artista, conhecendo-se-lhe mais de 1.300 obras, sendo que continuam a ser descobertas novas obras da sua autoria.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Consecuente


A vida acontece e toda a gente que passa na nossa vida leva alguma coisa de nós.
Alguns levam mesmo tudo.
Consequência de se viver permanentemente sobre o fio da navalha?
O tempo realmente cura todas as feridas? E se sim, quanto tempo demora para voltar a crescer a esperança?
"Consecuente" é uma obra de Juanma Carrillo, que resultou de uma perfomance/videoterapia ocorrida em Madrid, em Março de 2010 e teve a participação de 20 actores.
Juanma Carrillo é o autor de variadas curtas metragens, algumas delas bastante polémicas, com especial destaque para "Cannibales".

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Dizer adeus custa tanto


Full of feathers, full of feathers lay me down
And with more feathers, more feathers stand up
On my chest, I was already on my chest
This way, the way you want both

Despair, I despair for my
Within me, within me the punishment
Do not want you, I say I do not want you
And at night, I dream of you at night

If you think that one day I shall die
In desperation I have to you do not see
I extend my shawl, I extend my shawl on the floor
I extend my shawl and let me sleep

If I knew, if I knew that dying
Thou hast me, thou hast me crying
On a tear, a tear by your
What joy would kill me

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Fotos e telas

Apresento aqui três telas famosas de outros tantos famosos pintores: Pieter Bruegel (o Velho), Rembrandt e Van Gogh, curiosamente três pintores todos originários da Holanda.
O que aqui os reúne é que nas três telas representadas há uma impressionante semelhança com três fotos contemporâneas; duas delas são fotos apenas, em que as semelhanças são evidentes, mas são puramente fortuitas.
Vejamos o caso desta foto do N.Y.Times que mostra um grupo de crianças, pertencentes aos Mullets, um clã Amish do Ohio (EUA), com os seus característicos toucados que ocultam as suas cabeças rapadas, segundo os seus ritos próprios; essas crianças divertem-se, brincando entre elas, como tantas outras.
A comparação com uma das telas pintadas por Pieter Bruegel, da sua famosa série “Children’s Games”, é naturalmente apenas sugerida, já que figurativamente são, como é óbvio, diferentes.



O mesmo sucede com a conhecida foto de Che Guevara morto, depois do seu assassinato na Bolívia, e tirado pelo fotógrafo Freddy Alberto, em Outubro de 1967.
Tem, como o precedente caso, uma flagrante semelhança com uma tela famosa de Rembrandt, intitulada “Lição de Anatomia”, pintada em 1632.

Estes dois exemplos levam-nos a pensar se não haverá, porventura, dentro dos nossos cérebros,  imagens de arte que por qualquer motivo ficaram gravadas e que, de uma forma subconsciente nos levam a “expô-las”, nestes dois casos através de fotos; isto pode parecer ridículo, mas há quem se debruce sobre estas “coincidências”.

Já o terceiro caso, é completamente diferente.

Um fotógrafo lituano, Tadao Cern, famoso por distorcer as caras das pessoas que fotografa, num processo a que ele chama (vá lá saber-se porquê) “Blow Job”, a um dado momento viu num seu amigo semelhanças faciais com o famoso pintor Van Gogh, principalmente num dos seus conhecidos auto retratos.
O processo digital que o fotógrafo usou para “transformar” a foto original na face de Van Gogh está retratado neste vídeo

sábado, 19 de janeiro de 2013

Klaus Nomi


Não é por acaso que o documentário "The Nomi Song", de Andrew Horn (talvez o mais profundo trabalho sobre o músico já elaborado), termina com a evocação de uma cena de um velho filme de ficção científica (de série lo-fi) no qual um ovni nos deixa e alguém diz que o encontro “imediato” que tinham visto talvez tivesse acontecido cedo demais, pelo que não estariam preparados para ele... 
Na verdade o tempo de Klaus Nomi foi o certo (militante new wave e fruto de uma etapa de saudável loucura criativa na cena undreground nova iorquina), mas a noção de “ovni” pode ser um bom ponto de partida para a sua descrição. 
Alemão, residente em Nova Iorque desde 1972, era dotado de um registo vocal invulgar, isto numa época em que estava ainda longe a abertura de espaço de interesse pelos contratenores que hoje dão nova vida, sobretudo, grandes criações da ópera barroca. 
Entre espetáculos de vaudeville “alternativo” foi ganhando espaço e cultivando uma personagem que chegou aos ouvidos de Bowie, que o levou a uma atuação no Saturday Night Live
Entre o encanto pelas heranças de outras épocas e a uma nova linguagem pop que se desenhava na altura (atenta à emergência dos sintetizadores), gravou um primeiro álbum em 1981 ao qual deu o seu nome e que se transformaria numa verdadeira peça de referência pelo modo ímpar como juntava esses dois mundos e apresentava a sua voz. Era diferente de tudo e todos... 
Um ano depois regressou a estúdio para gravar um segundo álbum onde, uma vez mais, cruzava ecos de um passado distante (em concreto revisitando uma ária de Purcell e composições de John Dowland) com alguns originais inéditos, sob evidente protagonismo instrumental dos sintetizadores, juntando ainda ao alinhamento uma versão de Falling In Love Again (imortalizada por Marlene Dietrich), uma outra de Ding Dong(da banda sonora de O Feiticeiro de Oz) e ainda uma de Just One Look (originalmente gravada por Doris Troy em 1963). Sem causar o mesmo arrepio do álbum de estreia, Simple Man passa por vezes bem para lá da linha do kitsch e parece fazer pouco mais que a aplicação de uma mesma ideia a uma menos interessante coleção de canções (as versões com memória cinematográfica deixando-nos perplexos algures entre o patamar da paródia e o da tragédia). 
Convém acrescentar que quando trabalhou este disco Nomi estava já certamente doente, tendo morrido de complicações de sida no ano posterior à sua edição. 
Simple Man não será nunca a expressão maior da sua obra (deixemos esse estatuto merecidamente entregue à sua obra-prima, que é o seu álbum de estreia). 
Mas, mais que as peças póstumas editadas em 2007 (a ópera inacabada Ze Bakdaz), junta um segundo lote de canções a uma obra que continua a ser um caso ímpar na história da música pop.

Registo de todos os álbuns de Klaus Nomi:



Klaus Nomi - 1981


Simple man - 1982


Encore - 1984


Essential Klaus Nomi - 1994 (póstumo)


Za Bakdaz - 2007 (póstumo)

Em 2008, no encerramento e entrga de prémios dos "Teddy Awards" do Festival de Cinema de Berlim, foi-lhe prestada uma homenagem, com a interpretação mais conhecida dele e inserida no seu primeiro álbum, "Cold Song", de um invulgar e fabuloso cantor brasileiro, Edson Cordeiro, que tive a felicidade de ver ao vivo, nesse mesmo ano, no S.Luís, em Lisboa. Desse momento, em Berlim, aqui fica o vídeo, imperdível.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Cinema e música - 5

Enrico Caruso foi um tenor italiano, considerado, inclusive pelo ilustre Luciano Pavarotti, o maior intérprete da música erudita de todos os tempos. A sua vida deu origem a um filme americano, de 1951 – “O Grande Caruso” (The Great Caruso), em que a personagem de Caruso foi interpretada pelo grande cantor lírico Mário Lanza. Como curiosidade o facto do filme ter sido proibido em Itália, sob o pretexto de que era demasiado “ficcional” a figura de Caruso.

No vídeo que aqui deixo, fica uma cena do filme, com Mário Lanza a cantar a “Avé Maria” de Gounod, uma interpretação que no dizer dos entendidos foi a melhor de todos os tempos. Neste vídeo, Lanza é acompanhado por um rapazinho, que alguém identificou o miúdo como sendo Luciano Pavarotti, o que é impossível, já que em 1951, Pavarotti tinha à volta de 15 anos e vivia em Itália. A voz que se ouve é realmente a da soprano Jacqueline May Allen.
Deixo para comparação, o vídeo do mesmo tema, desta vez interpretado por Luciano Pavarotti, em 1978.
Como curiosidade, o facto de que os últimos tempos da vida do tenor napolitano, inspiraram a célebre e magnífica canção do recentemente falecido cantor italiano Lucio Dalla, "Caruso".