Vi recentemente dois filmes de Pedro Almodóvar; melhor dizendo, vi um relativamente recente e que gostei bastante "Abrazos Rotos", em que se vê como Penélope Cruz é muito melhor no cinema espanhol do que no americano; e revi um dos primeiros filmes que vi dele, e que foi um dos que o lançou definitivamente, junto com "A Lei do Desejo".
Trata-se de "Matador", realizado em 1986, com Assumpta Serna, magnífica, Nacho Martinez, os habituais , ao tempo Eusébio Poncella e Carmen Maura e um muito jovem e lindo António Banderas.
Diego Montes (Nacho Martínez) é um toureiro precocemente aposentado que trocou os touros pelas mulheres. Depois de fazer sexo com elas, matá-las era uma forma de reviver a emoção das estocadas na arena.
María Cardenal (Assumpta Serna) é uma advogada criminalista que, secretamente, admira a arte do matador (como também são chamados os toureiros). No momento culminante do amor, ela mata seus parceiros, homenageando assim o mítico ritual da tauromaquia.
Até que um dia eles encontram-se...
A cena final é magnífica e tem uma daquelas canções que Almodóvar sabe como ninguém, fazer soar na cena certa.
Aqui deixo, não a música original mas um vídeo da fabulosa Mina, a interpretar "Esperame en el Cielo", quase comovente.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Os controladores aéreos
«Há-de haver um dia em que, por mais democráticas que sejam as sociedades, algumas profissões serão totalmente militarizadas e dirigidas de forma totalitária pelos estados. Esse é o caminho que está ser preparado por algumas corporações que, usando a arma da indispensabilidade para o funcionamento da sociedade, reivindicam um estatuto de excepcionalidade todo ele feito de direitos. Um dia, os cidadãos comuns não vão tolerar a existência dessas castas e muito facilmente aceitarão que o estado retire os direitos de cidadania a esse tipo de profissionais. É isso que resulta do protesto dos controladores aéreos espanhóis. E isto é apenas um exemplo.»
Mais uma vez abuso de textos que não são meus; mas se o faço é porque reconheço neles uma perspectiva que equivale à minha, sobre um dado tema.
Estava para falar aqui da "greve" dos controladores aéreos espanhóis e de tudo o que se lhe seguiu e ao ler este post no blog do Eduardo, que foi escrito por um dos autores do blog Câmara Corporativa, João Magalhães encontrei as palavras certas.
Os controladores aéreos são em qualquer parte do mundo, uma das profissões mais bem pagas, mas como são imprescindíveis, julgam-se acima de qualquer lei, incluindo a lei da greve.
O que fizeram em Espanha foi uma greve selvagem, sem cumprirem qualquer um dos pressupostos de uma greve e causaram danos pessoais a milhares de pessoas e danos materiais elevadíssimos. Perante a gravidade da situação o governo espanhol soube estar à altura, e "para grandes males, grandes remédios"!!!
O que é curioso, é que uma medida que "a priori" poderia tornar ainda mais impopular o governo, acabou por ser do agrado da maioria da população, à excepção daqueles para quem uma greve é sempre válida, seja selvagem ou não, seja justa ou não.
Alguém imagina um acontecimento semelhante em Portugal?????
sábado, 4 de dezembro de 2010
Na morte de um grande humanista
Esta postagem está atrasada, pois estou sem computador (algum dia teria que ser) e estou num Pc de um amigo, a relembrar um grande economista, falecido há dois dias.
Nem sempre coincidente com os seus pontos de vista, devo reconhecer que foi Ministro das Finanças, num período tão delicado como o de hoje, para o nosso país e foi nessa altura que o FMI esteve a regular as nossas contas.
Foi també, um excelente Professor, do qual me orgulho ter sido seu aluno no antigo ISCEF (Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras), na qual regia na altura a cadeira de Economia Internacional, se não estou em erro; e é curioso como um homem tão íntegro se deixou apanhar, naquele tempo (estávamos na altura do PREC (Processo Revolucionáio Em Curso - para quem é mais novo) pelos facilitismos então reinantes nas Universidades portuguesas. Eram os tempos das passagens administrativas e os estudantes impunham as leis.
Passou-se um caso muito curioso com Ernâni Lopes, em que fui interveniente que não resisto a contar.
Ao findar o ano, haveria um exame clássico, mas em alternativa, os alunos poderiam apresentar um trabalho de grupo, sobre determinado ponto da matéria, que depois seria discutido e aprovado numa conversa dos diferentes participantes com o Professor; era assim em quase todas as cadeiras, e eu tinha estado muito empenhado num trabalho destes, de uma outra disciplina e tinha descurado a Economia Internacional; surgiu então um convite tentador: eu leria com atenção o trabalho de um grupo, assiná-lo-ia como se nele tivesse participado activamente e depois iríamos discuti-lo, e eu safava-me do exame. Como isto aconteceu já depois de eu ter sido desmobilizado e me faltavam muito poucas cadeiras para me licenciar, aceitei.
No dia da discussão, perane o Professor Ernâni Lopes, era notória a minha menor capacidade de argumentação, pelo que, e com toda a lógica, o Professor sugeriu que todos os outros colegas teriam 16 valores ( o trabalho estava muito bom, realmente) e que eu tivesse "apenas" 14! Eu estava feliz da vida, mas os meus colegas não aceitaram essa diferenciação e EXIGIRAM o 16 para todos: pois assim foi, fiquei com 16 valores numa cadeira, que não tinha estudado.
Agora que tanto se fala nalguns "cursos mal tirados", questiono-me quantas pessoas, nesses tempos nas mais diversas Universidades portuguesas não se licenciaram da mesma forma? E sei de casos de pessoas com cargos políticos e que agora são muito críticos do "senhor Engenheiro"...
Ai, os telhados de vidro!
Descanse em paz, Professor Ernãni Lopes.
Nem sempre coincidente com os seus pontos de vista, devo reconhecer que foi Ministro das Finanças, num período tão delicado como o de hoje, para o nosso país e foi nessa altura que o FMI esteve a regular as nossas contas.
Foi també, um excelente Professor, do qual me orgulho ter sido seu aluno no antigo ISCEF (Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras), na qual regia na altura a cadeira de Economia Internacional, se não estou em erro; e é curioso como um homem tão íntegro se deixou apanhar, naquele tempo (estávamos na altura do PREC (Processo Revolucionáio Em Curso - para quem é mais novo) pelos facilitismos então reinantes nas Universidades portuguesas. Eram os tempos das passagens administrativas e os estudantes impunham as leis.
Passou-se um caso muito curioso com Ernâni Lopes, em que fui interveniente que não resisto a contar.
Ao findar o ano, haveria um exame clássico, mas em alternativa, os alunos poderiam apresentar um trabalho de grupo, sobre determinado ponto da matéria, que depois seria discutido e aprovado numa conversa dos diferentes participantes com o Professor; era assim em quase todas as cadeiras, e eu tinha estado muito empenhado num trabalho destes, de uma outra disciplina e tinha descurado a Economia Internacional; surgiu então um convite tentador: eu leria com atenção o trabalho de um grupo, assiná-lo-ia como se nele tivesse participado activamente e depois iríamos discuti-lo, e eu safava-me do exame. Como isto aconteceu já depois de eu ter sido desmobilizado e me faltavam muito poucas cadeiras para me licenciar, aceitei.
No dia da discussão, perane o Professor Ernâni Lopes, era notória a minha menor capacidade de argumentação, pelo que, e com toda a lógica, o Professor sugeriu que todos os outros colegas teriam 16 valores ( o trabalho estava muito bom, realmente) e que eu tivesse "apenas" 14! Eu estava feliz da vida, mas os meus colegas não aceitaram essa diferenciação e EXIGIRAM o 16 para todos: pois assim foi, fiquei com 16 valores numa cadeira, que não tinha estudado.
Agora que tanto se fala nalguns "cursos mal tirados", questiono-me quantas pessoas, nesses tempos nas mais diversas Universidades portuguesas não se licenciaram da mesma forma? E sei de casos de pessoas com cargos políticos e que agora são muito críticos do "senhor Engenheiro"...
Ai, os telhados de vidro!
Descanse em paz, Professor Ernãni Lopes.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Curtinha...
Diz a Avó para a neta: No meu tempo, uma mocinha da tua idade já trabalhava.
Responde a neta: E agora ainda se trabalha com a tua idade!
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Avante, camaradas...
Com a devida vénia transcrevo a entrada do sempre interessante Daniel Oliveira, no seu "Arrastão":
Do bem humorado Correia da Fonseca, distinto idiota que escreve no jornal "Avante!"
Nota: só as fotos foram aqui deixadas por mim, tiradas da net, e não constavam da transcrição do texto em causa.
Por aqui se vê que dentro do PCP continua a haver aquela ortodoxia, de que o partido não se consegue, ou não deseja, livrar.
"A televisão trouxe a notícia da libertação de Aung San Suu Kyi, e é claro que fiquei satisfeito. Sou em princípio a favor de todas as libertações, mas talvez desta ainda mais do que é costume. Não por Suu Kyi ser Prémio Nobel da Paz e Prémio Sakarov: na verdade são galardões que pela sua própria história me inspiram alguma desconfiança e dispenso-me de explicar porquê. Mas acontece que Suu Kyi é mulher e que para mais tem aquele arzinho fisicamente frágil que nos dá cuidados quando a imaginamos presa. É certo que na sua própria residência, que é capaz de ser mais confortável que a minha. Mas imagino que deve ser terrível para uma mulher, para mais senhora de boa disponibilidade financeira, não poder sair de casa para ir às compras no hipermercado mais próximo."
Nota: só as fotos foram aqui deixadas por mim, tiradas da net, e não constavam da transcrição do texto em causa.
Por aqui se vê que dentro do PCP continua a haver aquela ortodoxia, de que o partido não se consegue, ou não deseja, livrar.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Quatro anos de blog
Não sei como aconteceu, mas o certo é que eu, uma pessoa que até sou apontado por muitos como maníaco de datas, deixei passar o aniversário deste blog, o quarto!
Sim, foi a 6 de Novembro de 2006 que o Whynotnow nasceu, e tirando aqueles posts desaparecidos e não recuperados (cerca de um mês de postagens), com esta entrada, o blog soma 875 postagens.
Como decerto sabem as pessoas que me lêem, não é um blog vocacionado para assuntos específicos, antes pelo contrário, é bem abrangente, embora o lado pessoal e a minha afirmação sexual sejam bem patentes, sem nunca ir além dos limites que a mim próprio me imponho.
Este blog é meu; mas também é de todos os que por cá passam, e por todos os que por cá passaram. Sim, porque a blogosfera é um fenómeno nada constante - aparecem e desaparecem blogs todos os dias e isso não deixa de ser um sinal de vitalidade.
Mais que leitores ou seguidores, a maior riqueza que este blog me deu, foram as muitas (e são mesmo muitas) Amizades que me proporcionou.
E tenho uma série de amig@s que tenho muita vontade de encontrar pessoalmente para selar, no real , uma Amizade já existente, embora ainda virtual.
Para esse reforçar de laços muito têm contribuído os jantares de bloguistas, que têm sido um êxito, e que se contam pelos anos do blog: quatro!
E lá para Abril/Maio podem contar com o 5º, e então terei oportunidade de conhecer mais gente.
Obrigado a todos vós, pois sem vós, este blog não teria durado tanto.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
As fotos do senhor Silva
O senhor Silva é um ser humano como qualquer outro, sociável e tem os seus amigos; além disso, como é normal, gosta de viajar, de visitar locais bonitos e de guardar recordações desses momento.
Assim aqui deixo duas fotos do álbum do senhor Silva.
Nesta primeira foto, o senhor Silva pousa a sua mão na coxa da famosa sereia de Copenhague, e decerto foi a sua Maria, embevecida, que fixou o "feliz" momento.
Já nesta outra, já com uma vida política activa e pujante, que o levou a Primeiro Ministro, e mais tarde a Presidente da República, o podemos ver "muito bem acompanhado" de dois dos seus colaboradores, Oliveira e Costa e Dias Loureiro, conhecidos pela sua honestidade à prova de bala.
Nesta primeira foto, o senhor Silva pousa a sua mão na coxa da famosa sereia de Copenhague, e decerto foi a sua Maria, embevecida, que fixou o "feliz" momento.
Já nesta outra, já com uma vida política activa e pujante, que o levou a Primeiro Ministro, e mais tarde a Presidente da República, o podemos ver "muito bem acompanhado" de dois dos seus colaboradores, Oliveira e Costa e Dias Loureiro, conhecidos pela sua honestidade à prova de bala.
domingo, 21 de novembro de 2010
21 de Novembro de 1973
Esta foto foi tirada faz hoje precisamente 37 anos; foi tirada na pista aérea da Ilha de Metarica (Niassa), onde eu comandava uma companhia.
Tinha havido uma flagelação aérea das NT (nossas tropas) ao IN (inimigo) e como consequência, grande parte da população de uma aldeia no mato tinha ficado queimada. E eu estou a usar a palavra certa, não me enganei, não deveria ser ferida, mas sim queimada, com o napalm que o avião ou os aviões despejaram naquela população, talvez porque tivesse sido referenciada aí alguma actividade IN.
Eu apenas recebi ordens para ter na pista os poucos meios médicos que ali possuía, e que se resumiam a um pequeno post de enfermagem e um enfermeiro, aliás bastante competente.
Os helicópteros iriam ao mato buscar os feridos para a minha companhia e daí seriam transferidos de avião (um Nord Atlas) para o hospital de Vila Cabral (hoje Lichinga).
Foi impressionante ver como vinham aqueles corpos, negros mas quase sem pele, com um líquido a escorrer, nús e alguna a caminharem pelo seu pé; e saber que daí a horas seriam cadáveres.
Foi o mais penoso dia que passei em África e a memória não pode apagar nunca dos meus olhos tal visão
Esses meus olhos, que não puderam evitar as lágrimas que me caíam sem as poder conter, embora eu soubesse que isso era "militarmente incorrecto", pois um superior não pode chorar em frente dos seus subordinados.
Mas não era só eu a fazê-lo.
Peço desculpa da crueza da foto, e não pus a pior.
©Todos os direitos reservados. A utlilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor.
sábado, 20 de novembro de 2010
Iggy e o ipad
Este vídeo delicioso vou dedicá-lo aos meus dois gatos: o Boris e a Teka (que é mais comum tratar por Pequenino e Inválida, nome posto pelo Dejan á gatinha, pois ela é muda, não mia); e também a todos os gatos d@s amig@s que por aqui passam.
A "Inválida" já teve uma experiência semelhante aqui em casa, recordas-te Ricardo?
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Três em um
Três diferentes formas de humor num só post...
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O telefone toca e a dona da casa atende:
- Estou ?!
- Queria falar com a Sra. Silva, por favor.
- É a própria .
- Daqui é o Dr. Arruda, do Laboratório de Análises. Ontem, quando o médico do seu marido enviou a biópsia aqui para o laboratório, chegou também uma biópsia de um outro sr. Silva e agora não sabemos qual é a do seu marido... e infelizmente, os resultados são ambos maus...
- E o que é que o Sr. Dr. quer dizer exactamente com isso?
- Um dos exames deu positivo para Alzheimer e o outro deu positivo para HIV. Nós não sabemos qual é o do seu marido.
- Que horror! E vocês não podem repetir os exames?
- Não, a Segurança Social só paga estes exames caros uma única vez por paciente.
- Bem, o que é que o senhor me aconselha a fazer?
- A Segurança Social sugere que a senhora leve o seu marido para um lugar bem longe de casa e o deixe por lá. Se ele encontrar o caminho de volta... não faça mais sexo com ele.
__________________________________________///_____________________________________
Pois, com a crise que aí vem, há que poupar e há, principalmente que rir!
Uma foto deste nosso querido Portugal, que mostra bem, o grau de improvisação e de oportunidade das nossas gentes.
Uma pequena história de um cáustico humor negro.
E finalmente uma pequena jóia nórdica, em forma de vídeo.
Divirtam-se...
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O telefone toca e a dona da casa atende:
- Estou ?!
- Queria falar com a Sra. Silva, por favor.
- É a própria .
- Daqui é o Dr. Arruda, do Laboratório de Análises. Ontem, quando o médico do seu marido enviou a biópsia aqui para o laboratório, chegou também uma biópsia de um outro sr. Silva e agora não sabemos qual é a do seu marido... e infelizmente, os resultados são ambos maus...
- E o que é que o Sr. Dr. quer dizer exactamente com isso?
- Um dos exames deu positivo para Alzheimer e o outro deu positivo para HIV. Nós não sabemos qual é o do seu marido.
- Que horror! E vocês não podem repetir os exames?
- Não, a Segurança Social só paga estes exames caros uma única vez por paciente.
- Bem, o que é que o senhor me aconselha a fazer?
- A Segurança Social sugere que a senhora leve o seu marido para um lugar bem longe de casa e o deixe por lá. Se ele encontrar o caminho de volta... não faça mais sexo com ele.
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
domingo, 14 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Felinos Selvagens
Animais magníficos, velozes, belos e dominadores, estes predadores de África e da Ásia, independentemente da sua perigosidade, constituem um grupo da fauna selvagem, sempre impressionante.
Quem não se recorda de os ver em diversas cenas da lei natural da selva, nos conhecidos filmes da National Geographic?
Por muito atractivos que sejam os zoos, é sempre triste ver estes nobres animais enjaulados, fora do seu habitat natural; e ainda mais chocante se torna vê-los transformados em atracção circense,amestrados e na negação da sua condição de predadores.
Aliás sou totalmente contra a utilização de quaisquer animais, como forma de divertimento, principalmente nos circos e a lei deveria proibir essa "exploração".
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Extremos
Estes dois vídeos, vistos isoladamente, poderiam ser interessantes, mas seriam apenas isso.
Observados numa mesma estrutura, neste caso uma postagem de um blog, ganham alguma consistência.
No primeiro, podemos ver um miúdo que na altura tinha 3 anos (agora tem mais um) e que faz o que quer de uma bateria.
No segundo, damos conta da mobilidade assombrosa de um "jovem" que à data do vídeo tinha 99 anos e que no próximo mês de Dezembro celebra o seu 102ª. aniversário e que continua a trabalhar no que sabe gosta - fazer cinema: mestre Manuel de Oliveira.
domingo, 7 de novembro de 2010
Uma lufada de (B)ar fresco
Vai abrir ao público na próxima quarta feira um novo Bar gay nesta nossa Lisboa. Há muito que deixei de ser frequentador deste tipo de bares, mas neste caso faço uma excepção pois sendo um empreendimento de três amigos, é como que visitar a casa deles.
O bar chama-se TR3S, e fica situado na zona mais gay da cidade, perto do Bairro Alto e do Príncipe Real, bem perto do Finalmente e do WolfLx, mais concretamente na Rua Ruben António Leitão, 2A.
É um espaço amplo, com uma decoração minimalista, mas muito bem conseguida e será decerto uma aposta ganha para o Marcos, o Eddy e o Frank, que há muito sonhavam em ter um espaço assim.
Ontem, entre amigos, houve um "ensaio geral" e estou certo que vai ser um sucesso.
Tem a particularidade de abrir as portas à tarde, pelas 16 horas, onde além de normais bebidas, se pode comer uma tosta, beber um café, numa conversa animada antes do jantar; encerra pelas 2 horas da madrugada e terá o seu dia de encerramento à terça feira.
Parabéns aos três, felicidades para este seu sonho concretizado e apareçam por lá que vale bem a pena.
O bar chama-se TR3S, e fica situado na zona mais gay da cidade, perto do Bairro Alto e do Príncipe Real, bem perto do Finalmente e do WolfLx, mais concretamente na Rua Ruben António Leitão, 2A.
É um espaço amplo, com uma decoração minimalista, mas muito bem conseguida e será decerto uma aposta ganha para o Marcos, o Eddy e o Frank, que há muito sonhavam em ter um espaço assim.
Ontem, entre amigos, houve um "ensaio geral" e estou certo que vai ser um sucesso.
Tem a particularidade de abrir as portas à tarde, pelas 16 horas, onde além de normais bebidas, se pode comer uma tosta, beber um café, numa conversa animada antes do jantar; encerra pelas 2 horas da madrugada e terá o seu dia de encerramento à terça feira.
Parabéns aos três, felicidades para este seu sonho concretizado e apareçam por lá que vale bem a pena.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Marisol e Joselito
Marisol e Joselito foram dois miúdos espanhóis, que há cerca de cinquenta anos ou mesmo mais, faziam as delícias não só dos miúdos, mas também dos adultos, que se deliciavam a ouvir as suas músicas e a ver os seus filmes.
Joselito não fez muitos, mas fez um muito célebre - "O pequeno Rouxinol" - em que ele cantava a sua música mais conhecida - "La Campanera".
Já Marisol fez dezenas de filmes e em todos eles cantava canções que se tornavam enormes êxitos.
Aqui deixo vídeos desse filme de Joselito e de um dos mais famosos de Marisol - "Um Raio de Luz".
E que é feito deles agora?
Joselito tornou-se um homem complicado, quezilento, que as drogas e a delinquência foram destruindo, chegando a estar preso; do miúdo bonito que encantava toda a gente transformou-se num homem feio, por fora e por dentro.
Marisol, que abandonou esse nome para começar a usar o seu nome verdadeiro,Pepa Flores. teve um percurso menos problemático: casou muito nova com o grande bailarino de flamenco, António, muitos anos mais velho que ela, e que penso já ter falecido, e tornou-se activista política do... PCE (Partido Comunista Espanhol).
Os anos passaram por ela, naturalmente, mas conserva alguma da sua beleza.
Joselito não fez muitos, mas fez um muito célebre - "O pequeno Rouxinol" - em que ele cantava a sua música mais conhecida - "La Campanera".
Já Marisol fez dezenas de filmes e em todos eles cantava canções que se tornavam enormes êxitos.
Aqui deixo vídeos desse filme de Joselito e de um dos mais famosos de Marisol - "Um Raio de Luz".
E que é feito deles agora?
Joselito tornou-se um homem complicado, quezilento, que as drogas e a delinquência foram destruindo, chegando a estar preso; do miúdo bonito que encantava toda a gente transformou-se num homem feio, por fora e por dentro.
Marisol, que abandonou esse nome para começar a usar o seu nome verdadeiro,Pepa Flores. teve um percurso menos problemático: casou muito nova com o grande bailarino de flamenco, António, muitos anos mais velho que ela, e que penso já ter falecido, e tornou-se activista política do... PCE (Partido Comunista Espanhol).
Os anos passaram por ela, naturalmente, mas conserva alguma da sua beleza.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Para reflectir...
Às vezes, as correntes que nos impedem de sermos livres são mais mentais do que físicas
Permito-me chamar a atenção para a música do dia, com música de Teodorakis e voz da magnífica e tão esquecida Milva.
sábado, 30 de outubro de 2010
A "crise"
Muito se tem escrito sobre a crise da economia portuguesa e agora principalmente por causa da aprovação ou não do Orçamento de Estado para 2011, os artigos de opinião têm aumentado exponencialmente.
Artigo de jornal russo (Pravda) sobre Portugal
Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal, pelo Governo liberal de José Sócrates. Mais um caso de um outro governo de centro-direita pedindo ao povo Português a fazer sacrifícios, um apelo repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora, historicamente deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria.
E não é por eles serem portugueses. Vá o leitor ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores socioeconómicos, e vai descobrir que doze por cento da população é portuguesa, oriunda de um povo que construiu um império que se estendia por quatro continentes e que controlava o litoral desde Ceuta, na costa atlântica, tornando a costa africana até ao Cabo da Boa Esperança, a costa oriental da África, no Oceano Índico, o Mar Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da Índia e Sri Lanka. E foi o primeiro povo europeu a chegar ao Japão….e à Austrália.
Esta semana, o Primeiro Ministro José Sócrates lançou uma nova onda dos seus pacotes de austeridade, corte de salários e aumento do IVA, mais medidas cosméticas tomadas num clima de política de laboratório por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contacto com o mundo real, um esteio na classe política elitista Português no Partido Social Democrata (PSD) e Partido Socialista (PS), gangorras de má gestão política que têm assolado o país desde anos 80.
O objectivo? Para reduzir o défice. Porquê?
Porque a União Europeia assim o diz. Mas é só a UE?
Não, não é. O maravilhoso sistema em que a União Europeia se deixou sugar, é aquele em que as agências de Ratings, Fitch, Moody’s e Standard and Poor’s, baseadas nos Estados Unidos da América (onde havia de ser?) virtual e fisicamente, controlam as políticas fiscais, económicas e sociais dos Estados-Membros da União Europeia através da atribuição das notações de crédito.
Com amigos como estes organismos e ainda Bruxelas, quem precisa de inimigos?
Sejamos honestos. A União Europeia é o resultado de um pacto forjado por uma França tremente e apavorada com a Alemanha depois das suas tropas invadiram o seu território três vezes em setenta anos, tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e por uma astuta Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de pesadelo de Hitler. A França tem a agricultura, a Alemanha ficou com os mercados para a sua indústria.
E Portugal? Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos pelos motoristas particulares para transportar exércitos de “assessores” (estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e adivinhem de que país eles vêm? Não, eles não são Peugeot e Citroen ou Renault. Eles são os Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.
Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD (Partido Social Democrata da direita) e PS (Socialista, do centro), têm sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos portugueses pelo esgoto abaixo, destruindo a sua agricultura (agricultores portugueses são pagos para não produzir!!) e a sua indústria (desapareceu!!) e sua pesca (arrastões espanhóis em águas lusas!!), a troco de quê?
O quê é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total de qualquer possibilidade de criar emprego e riqueza numa base sustentável?
Aníbal Cavaco Silva, agora Presidente, mas primeiro-ministro durante uma década, entre 1985 e 1995, anos em que despejaram biliões de euros através das suas mãos a partir dos fundos estruturais e do desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos melhores políticos de Portugal. Eleito fundamentalmente porque é considerado “sério” e “honesto” (em terra de cegos, quem vê é rei), como se isso fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal, é!!) e como se a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fossem um bando de sanguessugas e parasitas inúteis (que são), ele é o pai do défice público em Portugal e o campeão de gastos públicos.
A sua “política de betão” foi bem idealizada mas, como sempre, mal planeada, o resultado de uma inapta, descoordenada e, às vezes inexistente no modelo governativo do departamento do Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses investidos que sugam o país e seu povo.
Uma grande parte dos fundos da UE foram canalizadas para a construção de pontes e auto-estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o transporte interno e fomentando a construção de parques industriais nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que assentava no litoral.
O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para fugirem do interior e chegar ao litoral ainda mais rápido. Os parques industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram criadas, em muitos casos já fecharam.
Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da UE vaporizou-se em empresas e esquemas fantasmas. Foram comprados Ferraris. Foram encomendados Lamborghini, Maserati. Foram organizadas caçadas de javalí em Espanha. Foram remodeladas casas particulares. O Governo e Aníbal Silva ficaram a observar, no seu primeiro mandato, enquanto o dinheiro foi desperdiçado. No seu segundo mandato, Aníbal Silva ficou a observar os membros do seu governo a perderem o controle e a participarem.
Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu próprio partido político.
E ele é um dos melhores?
Depois de Aníbal Silva veio o bem-intencionado e humanista, António Guterres (PS), um excelente Alto Comissário para os Refugiados e um candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um buraco negro em termos de (má) gestão financeira. Ele foi seguido pelo excelente diplomata, mas abominável primeiro-ministro José Barroso (PSD)
(agora Presidente da Comissão da EU, “Eu vou ser primeiro-ministro, só que não sei quando”) que criou mais problemas com o seu discurso do que com os que resolveu, passou a batata quente para Pedro Santana Lopes (PSD), que não tinha qualquer hipótese ou capacidade para governar e não viu a armadilha.
Resultando em dois mandatos de José Sócrates, um ex-Ministro do Ambiente competente, que até formou um bom governo de maioria e tentou corajosamente corrigir erros anteriores. Mas foi rapidamente asfixiado pelos interesses instalados.
Agora, as medidas de austeridade apresentadas por este primeiro-ministro, são o resultado da sua própria inépcia para enfrentar esses interesses, no período que antecedeu a última crise mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo foram buscar três triliões de dólares (???) de um dia para o outro para salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis, enquanto nada foi produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou projetos de educação).
E, assim como seus antecessores, José Sócrates, agora com minoria, demonstra falta de inteligência emocional, permitindo que os seus ministros pratiquem e implementem políticas de laboratório, que obviamente serão contra-producentes.
O Pravda.Ru entrevistou 100 funcionários, cujos salários vão ser reduzidos. Aqui estão os resultados:
Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos (94%).
Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu melhor para me aposentar cedo, mudar de emprego ou abandonar o país (5%).
Concordo com o sacrifício (1%)
Um por cento! Quanto ao aumento dos impostos, a reação imediata será que a economia encolhe ainda mais enquanto as pessoas começam a fazer reduções simbólicas, que multiplicado pela população de Portugal, 10 milhões, afetará a criação de postos de trabalho, implicando a obrigatoriedade do Estado a intervir e evidentemente enviará a economia para uma segunda (e no caso de Portugal, contínua) recessão.
Não é preciso ser cientista de física quântica para perceber isso. O idiota e avançado mental que sonhou com esses esquemas, tem os resultados num pedaço de papel, onde eles vão ficar!!
É verdade, as medidas são um sinal claro para as agências de rating, que o Governo de Portugal está disposto a tomar medidas fortes, mas à custa, como sempre, do povo português.
Quanto ao futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de um retorno do Governo de Portugal ao PSD, enquanto os partidos de esquerda (Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português) não conseguem convencer o eleitorado com as suas ideias e propostas.
Só em Portugal, a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de punir o povo por se atrever a ser independente. Essa classe, enviou os interesses de Portugal para o ralo, pediu sacrifícios ao longo de décadas, não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais castigos.
Esses traidores estão a levar cada vez mais portugueses a questionarem se não deveriam ter sido assimilados há séculos pela Espanha.
Que convidativo, o ditado português “Quem não está bem, que se mude”. Certo, bem longe de Portugal, como todos os que podem estão a fazer. Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora. Que comentário lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico e uma classe política abominável.
Timothy Bancroft-Hinchey
Eu já aqui desenvolvi várias vezes estes problemas da actual situação política, social e económica do país e ainda recentemente publiquei aqui um texto de Clara Ferreira Alves em que ela denuncia e bem muitas das chagas da actual vida política portuguesa.
Penso que todo este clima que se tem gerado à volta do OE, muito mais que evidenciar problemas financeiros e económicos, tem uma condicionante eminentemente política.
Sócrates está numa posição insustentável e é apontado por uma imensa maioria dos portugueses como o grande causador desta “desgraça nacional”. Que tem culpas e grandes ninguém pode duvidar, mas esta situação vem-se arrastando desde há muitos anos, principalmente desde o início da governação de Cavaco Silva.
Veio agora à luz um artigo publicado no jornal russo Pravda que, de fora, analisa, quanto a mim, muito acertadamente o que tem sido a governação em Portugal desde essa altura. Um mail enviado por mão amiga fez-me chegar às mãos o texto que não resisto a deixar aqui transcrito.
Artigo de jornal russo (Pravda) sobre Portugal
Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal, pelo Governo liberal de José Sócrates. Mais um caso de um outro governo de centro-direita pedindo ao povo Português a fazer sacrifícios, um apelo repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora, historicamente deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria.E não é por eles serem portugueses. Vá o leitor ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores socioeconómicos, e vai descobrir que doze por cento da população é portuguesa, oriunda de um povo que construiu um império que se estendia por quatro continentes e que controlava o litoral desde Ceuta, na costa atlântica, tornando a costa africana até ao Cabo da Boa Esperança, a costa oriental da África, no Oceano Índico, o Mar Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da Índia e Sri Lanka. E foi o primeiro povo europeu a chegar ao Japão….e à Austrália.
Esta semana, o Primeiro Ministro José Sócrates lançou uma nova onda dos seus pacotes de austeridade, corte de salários e aumento do IVA, mais medidas cosméticas tomadas num clima de política de laboratório por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contacto com o mundo real, um esteio na classe política elitista Português no Partido Social Democrata (PSD) e Partido Socialista (PS), gangorras de má gestão política que têm assolado o país desde anos 80.
O objectivo? Para reduzir o défice. Porquê?
Porque a União Europeia assim o diz. Mas é só a UE?
Não, não é. O maravilhoso sistema em que a União Europeia se deixou sugar, é aquele em que as agências de Ratings, Fitch, Moody’s e Standard and Poor’s, baseadas nos Estados Unidos da América (onde havia de ser?) virtual e fisicamente, controlam as políticas fiscais, económicas e sociais dos Estados-Membros da União Europeia através da atribuição das notações de crédito.
Com amigos como estes organismos e ainda Bruxelas, quem precisa de inimigos?
Sejamos honestos. A União Europeia é o resultado de um pacto forjado por uma França tremente e apavorada com a Alemanha depois das suas tropas invadiram o seu território três vezes em setenta anos, tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e por uma astuta Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de pesadelo de Hitler. A França tem a agricultura, a Alemanha ficou com os mercados para a sua indústria.
E Portugal? Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos pelos motoristas particulares para transportar exércitos de “assessores” (estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e adivinhem de que país eles vêm? Não, eles não são Peugeot e Citroen ou Renault. Eles são os Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.
Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD (Partido Social Democrata da direita) e PS (Socialista, do centro), têm sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos portugueses pelo esgoto abaixo, destruindo a sua agricultura (agricultores portugueses são pagos para não produzir!!) e a sua indústria (desapareceu!!) e sua pesca (arrastões espanhóis em águas lusas!!), a troco de quê?
O quê é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total de qualquer possibilidade de criar emprego e riqueza numa base sustentável?
Aníbal Cavaco Silva, agora Presidente, mas primeiro-ministro durante uma década, entre 1985 e 1995, anos em que despejaram biliões de euros através das suas mãos a partir dos fundos estruturais e do desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos melhores políticos de Portugal. Eleito fundamentalmente porque é considerado “sério” e “honesto” (em terra de cegos, quem vê é rei), como se isso fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal, é!!) e como se a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fossem um bando de sanguessugas e parasitas inúteis (que são), ele é o pai do défice público em Portugal e o campeão de gastos públicos.
A sua “política de betão” foi bem idealizada mas, como sempre, mal planeada, o resultado de uma inapta, descoordenada e, às vezes inexistente no modelo governativo do departamento do Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses investidos que sugam o país e seu povo.
Uma grande parte dos fundos da UE foram canalizadas para a construção de pontes e auto-estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o transporte interno e fomentando a construção de parques industriais nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que assentava no litoral.
O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para fugirem do interior e chegar ao litoral ainda mais rápido. Os parques industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram criadas, em muitos casos já fecharam.
Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da UE vaporizou-se em empresas e esquemas fantasmas. Foram comprados Ferraris. Foram encomendados Lamborghini, Maserati. Foram organizadas caçadas de javalí em Espanha. Foram remodeladas casas particulares. O Governo e Aníbal Silva ficaram a observar, no seu primeiro mandato, enquanto o dinheiro foi desperdiçado. No seu segundo mandato, Aníbal Silva ficou a observar os membros do seu governo a perderem o controle e a participarem.
Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu próprio partido político.
E ele é um dos melhores?
Depois de Aníbal Silva veio o bem-intencionado e humanista, António Guterres (PS), um excelente Alto Comissário para os Refugiados e um candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um buraco negro em termos de (má) gestão financeira. Ele foi seguido pelo excelente diplomata, mas abominável primeiro-ministro José Barroso (PSD)
(agora Presidente da Comissão da EU, “Eu vou ser primeiro-ministro, só que não sei quando”) que criou mais problemas com o seu discurso do que com os que resolveu, passou a batata quente para Pedro Santana Lopes (PSD), que não tinha qualquer hipótese ou capacidade para governar e não viu a armadilha.
Resultando em dois mandatos de José Sócrates, um ex-Ministro do Ambiente competente, que até formou um bom governo de maioria e tentou corajosamente corrigir erros anteriores. Mas foi rapidamente asfixiado pelos interesses instalados.
Agora, as medidas de austeridade apresentadas por este primeiro-ministro, são o resultado da sua própria inépcia para enfrentar esses interesses, no período que antecedeu a última crise mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo foram buscar três triliões de dólares (???) de um dia para o outro para salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis, enquanto nada foi produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou projetos de educação).
E, assim como seus antecessores, José Sócrates, agora com minoria, demonstra falta de inteligência emocional, permitindo que os seus ministros pratiquem e implementem políticas de laboratório, que obviamente serão contra-producentes.
O Pravda.Ru entrevistou 100 funcionários, cujos salários vão ser reduzidos. Aqui estão os resultados:
Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos (94%).
Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu melhor para me aposentar cedo, mudar de emprego ou abandonar o país (5%).
Concordo com o sacrifício (1%)
Um por cento! Quanto ao aumento dos impostos, a reação imediata será que a economia encolhe ainda mais enquanto as pessoas começam a fazer reduções simbólicas, que multiplicado pela população de Portugal, 10 milhões, afetará a criação de postos de trabalho, implicando a obrigatoriedade do Estado a intervir e evidentemente enviará a economia para uma segunda (e no caso de Portugal, contínua) recessão.
Não é preciso ser cientista de física quântica para perceber isso. O idiota e avançado mental que sonhou com esses esquemas, tem os resultados num pedaço de papel, onde eles vão ficar!!
É verdade, as medidas são um sinal claro para as agências de rating, que o Governo de Portugal está disposto a tomar medidas fortes, mas à custa, como sempre, do povo português.
Quanto ao futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de um retorno do Governo de Portugal ao PSD, enquanto os partidos de esquerda (Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português) não conseguem convencer o eleitorado com as suas ideias e propostas.
Só em Portugal, a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de punir o povo por se atrever a ser independente. Essa classe, enviou os interesses de Portugal para o ralo, pediu sacrifícios ao longo de décadas, não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais castigos.
Esses traidores estão a levar cada vez mais portugueses a questionarem se não deveriam ter sido assimilados há séculos pela Espanha.
Que convidativo, o ditado português “Quem não está bem, que se mude”. Certo, bem longe de Portugal, como todos os que podem estão a fazer. Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora. Que comentário lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico e uma classe política abominável.
Timothy Bancroft-Hinchey
E agora, o que fazer? Depois de aprovado o OE (ninguém duvida que o seja) e nos prazos constitucionais decorrentes da eleição do PR, este Governo cai, pois já não tem condições de governar.
Vai haver eleições, e previsivelmente o próximo Primeiro Ministro será Pedro Passos Coelho; algo mudará? Penso que nada, ABSOLUTAMENTE NADA! O BE vai subir muito, pois arrecadará os votos descontentes da esquerda não comunista que votarão naquele partido, não como alternativa, mas porque sabem que nunca será governo; o CDS capitalizará os votos da direita resultantes das muitas fricções social-democráticas e o PCP continuará com os seus votantes certos.
E o PS? Se Sócrates continuar à frente do partido terá uma derrota histórica; se não for Sócrates quem será? Alguém condenado à partida a arrostar com a derrota, portanto alguém a ser imolado: António Costa, Vieira da Silva? Como não vejo no PS actual, uma figura de esquerda, diferente, fora do aparelho e que consiga conciliar a esquerda, acredito que Sócrates será o sacrificado e depois, com tempo, o partido procurará uma solução que pode passar por alguém providencial que apareça como um novo Messias, e não terá que esperar muito, pois Passos Coelho não oferece quaisquer garantias.
A ver vamos!!!
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Kazaky
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Bébés, alentejanos e "freiras"
Em tempos de crise, vale a pena sorrir um pouco.
Aqui vão três tentativas de sorrisos alargado:
___________________________________________///____________________________________
Dois bébés estão a conversar:
Aqui vão três tentativas de sorrisos alargado:
___________________________________________///____________________________________
Dois bébés estão a conversar:
- Tu é godo!
- Godo não! Fote!
- Fote tu! Godo de méda!
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Um francês, um americano e um Alentejano conversam entre eles.
Diz o Americano: na América temos um porta-aviões que transporta 1000 aviões.
Diz o francês: na França temos um hotel que acomoda 20 000 pessoas.
Diz o Alentejano: ê cá tenho uma pila onde cabém 200 passarinhos empoleirados.
Diz o Americano: na América temos um porta-aviões que transporta 1000 aviões.
Diz o francês: na França temos um hotel que acomoda 20 000 pessoas.
Diz o Alentejano: ê cá tenho uma pila onde cabém 200 passarinhos empoleirados.
Passado um bocado diz o americano: eu exagerei...
O porta-aviões só leva 150 aviões!
Diz o francês: eu também exagerei, o hotel só dá para 1000 Pessoas!
Diz o Alentejano: ê confesso que tambéim exagerei um bocadito
.... O último pássaro já fica com uma patita de fora ...
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Um soldado chegou correndo a uma encruzilhada na estrada e encontrou uma freira.
Sem fôlego, ele pediu: "por favor, irmã, posso me esconder em baixo de suas saias por um momento, eu lhe explicarei o motivo mais tarde."
Um instante após, dois soldados da Polícia do Exército chegam correndo e perguntam à freira: "irmã, a senhora viu um soldado correndo por aqui?"
A freira respondeu: "ele foi por ali!"
Após os dois PE sumirem na curva, o soldado saiu debaixo do hábito da freira e disse: "não posso lhe agradecer o suficiente, irmã, mas é que eu não quero ir para o Iraque..."
A irmã responde: "acho que posso compreender inteiramente seus temores..."
O soldado então disse: "espero que a senhora não me ache impertinente ou rude, mas a senhora tem um belo par de pernas..."
Ao que a freira disse: "se você tivesse olhado mais para cima um pouco, teria visto um belo par de tomates...é que eu também não quero ir para o Iraque.
______________________________///______________________
Já agora, "tenham paciência" e oiçam bem a música do dia...
domingo, 24 de outubro de 2010
Because I miss you...
My love
I did not trust… sex was alone
But the sex is an attitude
Generally as the art
And perhaps I have understood and here I am
Excuse if I try to insist
I am terrible
I love but you I love… you I love… you
In them we smile… all is good, is old, I love but you…
And forgives I love if you and if we know in them
It has two months little or more
Excuse if I do not speak low
But if not shout mount
I do not know if it knows I love that you…
And forgives if I laugh,
I deliver myself to the embarrassment.
Eye for you fixed and I tremble.
To the idea to have you of my side.
And to only feel yours to me.
And I am here and I speak moved.
And I am one confused!
And I am one confused!
How are you? Useless question!
But it becomes me to the love previsible.
I speak little, I am strange, negligent
It will be the wind, it will be the time, it will be ...... fire!
And forgives I love if you and if we know in them
It has two months little or more
Excuse if I do not speak low
But if not shout mount
I do not know if you know I love that you…
And forgives if I laugh
I deliver myself to the embarrassment.
Eye for you fixed and I tremble.
To the idea to have you of my side.
And to only feel yours to me.
And I am here and I speak moved.
And I am one confused!
And I am one confused
Tiziano Ferro is a very known italian singer, and last weeks is name was very noticed in the media, because he has done is "come out" from closet and annouce he is gay.
I like very much is romantic songs, and mainly that one, and i hope one day you can do the same, like Tiziano Ferro; i never press you in this sense, because i know your country, and your family and friends: it will be not easy, but the important is our love.
Sorry for the very bad translation in english, but they give me a terrible version from brasilian to english - I put out the main mistakes but I know is not completly ok.
I love you each time more, Chako Pako.
Everything started for a whim yoursI did not trust… sex was alone
But the sex is an attitude
Generally as the art
And perhaps I have understood and here I am
Excuse if I try to insist
I am terrible
I love but you I love… you I love… you
In them we smile… all is good, is old, I love but you…
And forgives I love if you and if we know in them
It has two months little or more
Excuse if I do not speak low
But if not shout mount
I do not know if it knows I love that you…
And forgives if I laugh,
I deliver myself to the embarrassment.
Eye for you fixed and I tremble.
To the idea to have you of my side.
And to only feel yours to me.
And I am here and I speak moved.
And I am one confused!
And I am one confused!
How are you? Useless question!
But it becomes me to the love previsible.
I speak little, I am strange, negligent
It will be the wind, it will be the time, it will be ...... fire!
And forgives I love if you and if we know in them
It has two months little or more
Excuse if I do not speak low
But if not shout mount
I do not know if you know I love that you…
And forgives if I laugh
I deliver myself to the embarrassment.
Eye for you fixed and I tremble.
To the idea to have you of my side.
And to only feel yours to me.
And I am here and I speak moved.
And I am one confused!
And I am one confused
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Vestido Nuevo
Este é um pequeno filme, que pode e deve suscitar variadas interpretações.
Questiona-se muitas vezes, principalmente nos meios homofóbicos, a origem da homossexualidade, querendo fazer acreditar que tal não passa de uma opção sexual, e que é uma patologia; ora este filme, mostra bem que tal não é verdade, e que os sinais de uma diferente orientação sexual se manifestam, desde muito cedo, das mais variadas formas.
Este miúdo, que sem qualquer problema se apresenta na sua escola vestido de uma maneira bem diferente de todos, fá-lo com uma naturalidade desconcertante, criando perplexidade em toda a gente, menos talvez no seu pai.
E também aqui se aflora, embora de uma maneira muito incipiente, pois é uma idade muito jovem, e a escola é apenas um jardim de infância, um fenómeno muito comum nos dias de hoje, em idades um pouco mais avançadas e a que se dá o nome de bullying, ou seja uma reacção contra comportamentos diferentes e que é geralmente manifestada por agressões quase sempre psicológicas, mas muitas vezes também físicas, e que tem levado ao suicídio de vários jovens, como por exemplo na semana passada, nos EUA e provavelmente de um jovem, há meses, aqui mesmo em Portugal.
Questiona-se muitas vezes, principalmente nos meios homofóbicos, a origem da homossexualidade, querendo fazer acreditar que tal não passa de uma opção sexual, e que é uma patologia; ora este filme, mostra bem que tal não é verdade, e que os sinais de uma diferente orientação sexual se manifestam, desde muito cedo, das mais variadas formas.
Este miúdo, que sem qualquer problema se apresenta na sua escola vestido de uma maneira bem diferente de todos, fá-lo com uma naturalidade desconcertante, criando perplexidade em toda a gente, menos talvez no seu pai.
E também aqui se aflora, embora de uma maneira muito incipiente, pois é uma idade muito jovem, e a escola é apenas um jardim de infância, um fenómeno muito comum nos dias de hoje, em idades um pouco mais avançadas e a que se dá o nome de bullying, ou seja uma reacção contra comportamentos diferentes e que é geralmente manifestada por agressões quase sempre psicológicas, mas muitas vezes também físicas, e que tem levado ao suicídio de vários jovens, como por exemplo na semana passada, nos EUA e provavelmente de um jovem, há meses, aqui mesmo em Portugal.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Insuspeitos
O texto que aqui transcrevo é da autoria da jornalista Clara Ferreira Alves, tantas vezes apontada como incondicional apoiante de Sócrates e das suas políticas e foi publicado recentemente no semanário Expresso.
Também eu próprio aqui tenho deixado de forma inequívoca o meu apoio a muitas das políticas de Sócrates, mas nem sempre concordo com elas, como é óbvio. Discordo, isso sim, da forma de "vale tudo" usada por certas pessoas (Manuela Moura Guedes , Mário Crespo, Medina Carreira, por exemplo), para denegrirem tudo o que tem a ver com Sócrates, incluindo o achincalhamento do seu bom nome e com isso não pactuo, pois conhecendo-o pessoalmente, sei que tem sido alvo de calúnias como possivelmente mais ninguém foi na nossa vida política.
No entanto, a situação a que chegou o nosso país, por culpa de Sócrates, mas também de todos os anteriores governos, leva-me a concordar com a análise lúcida que Clara F.Alves aqui faz da actual situação de Portugal.
Mas também questiono quais as soluções que TODA a oposição propõe para a saída desta terrível situação, pois apenas vejo criticas e criticas, o enumerar de algumas situações pontuais, mas não um conjunto de medidas concretas que me façam pensar que vale a pena modificar o sentido de voto.
Sejamos francos: o nosso país só tem dois partidos que possam chegar ao poder - o PS e o PSD; que garantias me dá Pedro Passos Coelho? Absolutamente nenhumas!
Por outro lado, o CDS e o seu populismo podem chamar a atenção para alguns pontos interessantes, mas essencialmente não são mais que isso mesmo . populismo.
À esquerda, o PCP continua, e sempre continuará, agarrado aos velhos slogans sem dar alguma garantia de se desfazer deles, para poder ser encarado como um parceiro credível. Finalmente o BE, o partido que me parece mais capaz de contribuir para uma renovação da política portuguesa, se se conseguir libertar dum centralismo de decisões que não é tão democrático como parece - Louçã reina e certas vozes lúcidas nem sempre chegam a fazer-se ouvir como mereceriam.Aqui fica o texto, aqui fica o retrato deste nosso Portugal.
"Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, (Olá! camaradas Sócrates...Olá! Armando Vara...), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.
Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, em governação socialista, distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora continua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido.
Para garantir que vai continuar burro o grande "cavallia" (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.
Gente assim mal formada vai aceitar tudo, e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.
A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.
Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.
Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado.
Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos?
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência do Ministério da Saúde Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?
As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Alguns até arranjaram cargos em organismos da UE.
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade.
Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa"
Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, em governação socialista, distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora continua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido.
Para garantir que vai continuar burro o grande "cavallia" (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.
Gente assim mal formada vai aceitar tudo, e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.
A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.
Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.
Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado.
Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos?
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência do Ministério da Saúde Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?
As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Alguns até arranjaram cargos em organismos da UE.
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade.
Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa"
sábado, 16 de outubro de 2010
Valha-nos Deus...
“A epidemia de sida é uma forma de justiça imanente”, afirma o arcebispo católico de Malines-Bruxelas, monsenhor André-Mutien Léonard, num livro de entrevistas agora publicado pelos jornalistas Louis Mathoux e Dominique Minten
“Quando se maltrata o amor humano, talvez ele acabe por se vingar”, disse aquele filósofo e teólogo de 70 anos, em declarações reproduzidas pelo jornal belga “Le Soir”; e que estão na linha de outras suas tomadas de posição.
Em Abril de 2007, numa entrevista ao semanário belga “Télémoustique”, o então bispo de Namur, que só em Fevereiro último transitou para arcebispo de Malines-Bruxelas, atribuíra a “anormalidade do comportamento homosexual” a “um bloqueio verificado durante o desenvolvimento psicológico normal”.
Depois das reacções iniciais à sua tomada de posição sobre a sida, o prelado fez distribuir um comunicado em que explica: “Talvez se trate de uma justiça imanente, mas quanto às causas imediatas são os médicos que estarão aptos a dizer onde é que esta doença nasceu, como é que se transmitiu inicialmente, quais é que foram as vias da sua propagação”.
Se se desejar uma consideração mais geral, prossegue mons. Léonard, ao falar da sida como “consequência de uma sexualidade livre entre adultos”, “maltratar a natureza física leva a que ela nos maltrate; e maltratar a natureza profunda do amor humano acaba sempre por gerar catástrofes a todos os níveis”.
A polémica foi levantada nos últimos dias pelo livro “Mgr. Léonard – Gesprekken”, das edições Lannoo, versão actualizada de uma obra que surgira em 2006 em francês e em que o mesmo género de considerações aparece agora em flamengo, a outra língua da Bélgica.
A chefe da bancada parlamentar do Centro Democrata Humanista (CDH), Catherine Fonck, considerou “inaceitável considerar tal doença como uma forma de punição”; e o político socialista Paul Magnette, antigo professor de Ciência Política na Universidade Livre de Bruxelas, referiu-se ao ponto de vista do arcebispo como “ignóbil”.
O ministro presidente da região valã, Rudy Demotte, escreveu na sua página do Facebook: “Possa Deus, se ele existe, punir de maneira iminente aquele que profere semelhantes alarvidades”.
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