É por demais conhecida a minha pouca ou nula simpatia por Sua Santidade o Papa Bento XVI (acho que é assim que a Santa Madre Igreja determina que se deve nomear o representante eleito da hierarquia católica), mas que eu numa terminologia simplista e “intimista” rebaptizei apenas por “Bentinho”! Ora este senhor com aquele ar de inquisidor moderno e voz de falsete, a que não falta uma certa “compostura” pelo menos algo ambígua, proferiu há alguns dias mais uma das suas tiradas que o levarão a ficar conhecido como um Papa pelo menos original e “suis géneris” ao fazer uma absurda comparação do combate à homossexualidade com a defesa aos atentados que nos dias de hoje se cometem contra o ambiente. Não falei no assunto na altura, pois foi amplamente comentado na bogosfera.
Refiro este assunto agora para, à laia de intróito, mostrar a minha estupefacção perante as afirmações ontem proferidas pelo mais alto dignitário da igreja católica no nosso país, D.José Policarpo (mas porque é que os cardeais são Dons?), Cardeal Patriarca de Lisboa, na Figueira da Foz (no casino, local bem escolhido…), sobre as severas advertências às jovens portuguesas no que respeita a eventuais casamentos com muçulmanos; é incompreensível numa altura em que tanto se fala em ecumenismo se profiram tais afirmações que, além do mais, podem também ser apelidadas de pouco oportunas pela eventual desconfiança com que actualmente se olham os muçulmanos, como que se eles fossem todos potenciais terroristas; claro que condeno firmemente a posição extremada dos muçulmanos radicais e as suas “guerras santas”.Mas, a ideia de um homem ponderado nas suas afirmações, sereno nas suas análises, ficou profundamente abalada, a meu ver, por estas afirmações absurdas; a imagem que tinha de Sua Eminência não voltará a ser a mesma.












Em jeito de balanço, e agora que já não tenho paciência para aquelas escolhas dos "melhores e piores" do ano, em vários sectores, socorro-me de um assombroso conjunto de fotos escolhidas por uma entidade americana, como as melhores de 2008, para lembrar o ano que agora finda.

Apetecia-me falar de dois factos da política nacional, que tiveram algum relevo nos últimos dias: o descarado apoio do Governo a um banco, que não o mereceria, pois os únicos prejudicados com a sua eventual queda, são pessoas possuidoras de enormes fortunas e cuja “infelicidade” em nada me preocupa; foi mau de mais…
E o descalabro total no seio do PSD, que tinha uma soberana ocasião para, no Parlamento, contribuir juntamente com o resto das oposições, derrotar a maioria absoluta do partido do Governo, já que se sabia antecipadamente da ausência de vários deputados do PS e o voto contrário de outros, na questão da suspensão do modelo de avaliação dos professores, mas que, inconsciente ou conscientemente, contabilizou na altura da votação, a falta de 30 deputados; assim, Sócrates continua a sorrir e apesar de toda a contestação, a subir nas sondagens...
Um outro aspecto que gostaria de focar, é pessoal, e tem a ver com a crise, mais propriamente com a crise da Justiça, a qual me afecta bastante no momento actual, pondo inclusive em risco a minha deslocação a Belgrado, no início de Fevereiro; mas, a este respeito, quero e devo voltar, mais tarde, com o relevo que merece, e espero que o possa fazer o mais breve possível. Para mostrar como em Portugal também há processos kafkianos…









