sábado, 21 de junho de 2008

Passado e presente: 3 - Recordações da minha terra (1)


Esta foto representa, hoje, uma moderna residência universitária, situada numa zona da Covilhã, denominada Sineiro, onde havia bastantes unidades fabris, hoje quase todas encerradas, e as quais grande parte foram adquiridas pela UBI (Universidade da Beira Interior), que naquela zona da cidade estabeleceu um outro polo dos seus serviços. Naquele edifício, gastei eu 13 anos da minha vida profissional, desde o início de 1980 até ao final de 1993, pois era aqui que funcionava a empresa têxtil da minha família. Foi fundada, noutro local, e com menores dimensões, pelo meu Avô, nos anos 30 do século passado e o qual com a ajuda dos seus dois filhos varões, meu Pai e meu tio, a fizeram crescer, e que se desenvolveu muito durante o período da guerra. Era uma unidade fabril de média dimensão, na óptica do nosso país, com mais de uma centena de trabalhadores, distribuídos pelas diferentes secções de cardação, tecelagem e fiação, sendo esta, à altura uma das melhores do país, e permitindo mesmo prestar serviços a outras unidades; para ser uma fábrica vertical, faltavam as secções de ultimação e tinturaria, serviços que eram prestados a todas as empresas da cidade por meia dúzia de fábricas especializadas nesses serviços. Os serviços de armazém e administrativos funcionavam no edifício principal, no piso superior. Perante a insistência de meu Pai, acabei por abandonar o ensino, e juntar-me ao núcleo familiar que ali trabalhava, entretanto alargado a uma irmã e a um irmão meus. Apenas acedi nessa altura, pois já não trabalhava lá o meu Avô, pessoa que admirei, pela sua determinação e iniciativa, mas com o qual nunca seria capaz de trabalhar, pelo seu feitio de mando, sem diálogo, à boa (má) maneira do seu tempo. Foi uma luta grande a que travei ali, principalmente nos últimos tempos, após o falecimento de meu Pai, pois tive que ocupar funções de gerência, acumuladas ás de director comercial e responsável pois de todo o escoamento da produção, sendo estas funções do meu agrado, pois se adaptavam ao meu espirito de trabalho.Só então, e já numa altura de grande crise no sector, vivi por dentro os inúmeros problemas da empresa, quase inventando o dinheiro para tudo pagar, quer ao pessoal, quer ás compras de matéria prima, quer ás obrigações fiscais e ainda os serviços prestados de acabamento e tinturaria. Além do mais, começou a haver uma forte clivagem entre o bloco constituído por mim e meus irmãos, com o meu tio, que comigo compartilhava a gerência, mas parecia alheado a todos estes problemas, pelo que perante um confronto absolutamente imprescindível, tipo “ou ele ou nós”, resolvemos ceder as nossas partes e deixámos a empresa, tendo eu regressado ao ensino. A empresa durou apenas mais 2/3 anos, mas poupou-me a uma sempre muito dolorosa decisão de encerrar a empresa. Numa recente visita à Covilhã, e num encontro casual com o Reitor da Universidade, tive a oportunidade de lhe falar no meu gosto de visitar a agora belíssima e enorme residência universitária, uma das várias que a Covilhã possui, ao que ele simpaticamente acedeu, de imediato, mas ficou tal visita adiada, por se estar em período de férias natalícias. Apenas uma explicação, necessariamente breve, para tentar explicar a transformação da Covilhã, de um importante polo da indústria de lanifícios, sendo mesmo conhecida pela “Manchester portuguesa”, para uma cidade essencialmente universitária e de turismo. É que, com os aumentos salariais, após o 25 de Abril, mais que justos, pois era uma indústria extremamente mal remunerada, tornou-se impossível continuar a praticar preços concorrenciais, quer no mercado nacional, quer essencialmente no internacional, que estava em franca expansão, principalmente depois das adesões à EFTA e depois ao então Mercado Comum. Assim, como exemplo, se num ano, a flanela fabricada na nossa empresa ganhou um concurso e foi eleita para fornecer o Catálogo Redoute, o que proporcionou consideráveis aumentos de produção, no ano seguinte, esse contrato não foi renovado, pela impossibilidade de acompanhar o preço oferecido por uma empresa marroquina; isto mostra, de um modo assaz simplista que a indústria têxtil é quase sempre corolário de um país do terceiro mundo, com mão de obra muito mal paga. Aliás, Portugal e a região covilhanense, em particular, viveu um “boom”, quando da falência das empresas francesas, primeiro e das espanholas a seguir, nas décadas de 70 e 80. E perdeu toda a sua força, e continua a perder, agora mais no sector da confecção, quando a deslocalização se começou a fazer sentir, com o peso da concorrência de empresas do norte de África e especialmente do extremo oriente, que pagavam e pagam salários de miséria, apresentando preços incomportáveis para as nossas empresas. O problema agudizou-se ultimamente com o diferendo entre a Comunidade Europeia e a China, pois a indústria têxtil chinesa, hoje em dia, ameaça seriamente toda a produção ainda restante das grandes empresas europeias comunitárias, e estas sim, têm peso para fazer valer os seus direitos, nãio esquecendo as preocupações americanas neste caso, também. Enfim, mais uma página de nostalgia, desta vez alargada a alguns problemas genéricos da indústria têxtil actual.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Peggy Lee

Peggy Lee (26 de maio de 1920 – 21 de janeiro de 2002) foi uma cantora e compositora americana de jazz e pop tradicional . Norma Deloris Egstrom seu nome de origem, nasceu em Jamestown, Dakota do Norte. Conhecida como uma das mais importantes influências musicais do séculos 20, Lee é citada como inspiração para vários artistas, como Bobby Darin, Paul McCartney, Bette Midler, Madonna, k.d. lang, Elvis Costello, Dusty Springfield, Dr. John e muitos outros. Como compositora, colaborou com seu ex marido Dave Barbour, Sonny Burke, Victor Young, Francis Lai, Dave Grusin, John Chiodini, e Duke Ellington, que dela disse "If I'm the Duke, then Peggy's the Queen." ["Se eu sou o Duque, então Peegy é a rainha."].Como actriz, foi nomeada para um Oscar pelo seu papel em “Pete Kelly's Blues”.
Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Judy Garland, Dean Martin, Bing Crosby e Louis Armstrong todos citaram Lee como um de seus cantores favoritos.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Desafio: PASSA-O-TEXTO-A-OUTRO-BLOGUEIRO-E-NÃO-AO-MESMO


Tal como refere o regulamento (ver no blogue do ÿpslon -20 de Maio), o objectivo é construir dois textos com alguma coerência, seguindo dois fios condutores lógicos e um estilo livre. O início dos dois textos é o mesmo, mas cada história será escrita por pessoas diferentes, evoluindo assim de forma distinta. Cada texto será composto por 10 parágrafos (ou 10 pedaços de texto) escritos por 10 pessoas que possuam um blogue e que, acrescento eu, possuam uma boa dose de imaginação.O seguinte texto foi portanto iniciado pelo ÿpslon, continuado pelo voyager, posteriormente pelo Mário, ainda pelo Zeh e finalmente pelo Will tendo assim chegado às minhas mãos que entretanto se dedicaram a escrever o 5º.parágrafo, o que nos leva a este ponto da história:


Aquela manhã de nevoeiro disperso estava a acordar aos poucos. Tal como aqueles olhos que iam abrindo de mansinho, a medo, e ficaram focados na janela gigante que dava para a praceta onde permanecia uma estátua de um qualquer marquês. Pôs-se de joelhos, com as mãos amarradas atrás das costas, e levantou um pouco a cabeça. Torceu todo o corpo para a esquerda e só então conseguiu lembrar-se do que tinha acontecido.


ÿpslon, http://www.vitaminay.blogspot.com/


As imagens começaram a surgir-lhe na mente como num filme. A viagem até aos arredores da cidade. O prédio já extremamente degradado, vizinho dos sem-abrigo deitados pelo chão, naquela rua apática e sombria. O apartamento do 3º direito e a primeira impressão da Delfina, senhora tão afável e generosa. E a razão que o trouxe ali. Os flashes. Episódios quase surreais que a sua memória queria apagar, mas a sua consciência teimava em fazer virem à tona. Aquela humilde personagem especada à sua frente, franzina e com ar tão agradavelmente maternal, parecia realmente a personificação da solução para os seus problemas e devaneios recentes. Como as aparências iludem…


Voyager, http://www.life-from-inside.blogspot.com/


O Sol continuava a subir iluminando lentamente a rua ao fundo, a praça, o prédio, a sala, a cara e também a mente de Abel que recuperava o seu equilíbrio e via-se gradualmente livre daquele inebriante zumbido sensorial. À esquerda, no canto escuro da sala, numa poça de vermelho-vivo como pano teatral, revelava-se, subindo na luz matinal, uma cena surreal: Ali jazia a Sra. Delfina, sem roupa nem vida, com um punhal ritual espetado no peito. Abel encontrava-se surpreendido, aterrorizado, abismado, congelado. Ciente do impacto causado, a sádica luz decidiu continuar a torturá-lo e subiu ainda mais um bocado. Na parede branca, da escuridão, a vermelho sangue surgia: "Não te livras de mim assim" por baixo assinava: "Caim"


Mário, http://www.omeuoutroblog.blogspot.com/


A memória de Abel recua quatro anos num segundo, altura em que pela primeira vez ouvira aquele nome, desenhado pelos lábios de uma atraente rapariga “Caim, espera, estou a chamar-te há horas – não me ouves?” que, não esperando por uma resposta, apressa o passo até o alcançar e o beija com um fervor desconhecido, lábios nos lábios, língua na língua. Abel sente-se desorientado, no presente e há quatro anos, confuso pelo cheiro do sangue espalhado naquela sala e pelo perfume do cabelo daquela rapariga que o trata por um nome que não é o seu. Levantando-se lentamente, apercebe-se das mãos ainda amarradas e observa, com a cabeça a latejar, a sala em que Delfina agora jaz inerte, procura no nevoeiro que é a sua mente memórias que o ajudem a perceber a cena com que se confronta, mas tudo o que recolhe são os já habituais flashes de luz e cor, sensações de raiva e impotência que lhe consomem as energias do corpo e que o forçam a procurar apoio numa das cadeiras que ainda se mantêm em pé por entre confusão que reina na sala. Esgotado, senta-se desconfortável enquanto se apercebe do sangue espalhado pelo próprio corpo e, sem saber identificar se o vermelho é seu ou apenas parte da sala ensanguentada, fecha os olhos e com a escuridão sente regressar novamente o perfume delirante do cabelo e daquele beijo apaixonado, enquanto mãos suaves mas firmes se aproximam por detrás dele, aliviam os nós que lhe amarravam as mãos e, por entre a sensação inebriante que preenche aos poucos os seus pulmões lhe acariciam as costas e o pescoço, por entre beijos lascivos, e lhe segredam aos ouvidos: “Caim, amor… está feito!”.


zeh, http://www.manualdoserhumano.blogspot.com/


Estas palavras transportam Abel àquele dia de há quatro anos antes. Àquilo que, na altura, lhe pareceu uma incrível coincidência. E depois o efeito envolvente do perfume de Carmen, a forma como aquele aroma lhe abrasava o sangue, a conversa fluente que o arrastou para uma noite que seria a primeira de muitas... As mesmas noites em que foi percebendo que Carmen não era uma mulher vulgar. Na verdade, estava bem longe de o ser...


Will, http://looking-for-grace.blogspot.com/




E realmente Carmen nunca poderia ser uma mulher qualquer; só uma mulher muito especial o conseguiria levar ali naquela noite e em tantas outras, a ele que pertencia a um “outro mundo”. Talvez daí a confusão entre os dois nomes, Caim e Abel, as duas faces do seu “eu”…E toda a simbologia daquela cena, do sangue, das mãos atadas o fizeram pensar em castigo, castigo por ser diferente…


E como faz parte do regulamento passar este desafio a outro blogueiro, escolhi o Luís Galego , http://infinito-pessoal.blogspot.com/,que estou certo saberá dar uma dimensão bastante boa a esta história e o qual convido a ler antes, o regulamento.
Abraço ao promotor do desafio, a todos os participantes e à "vítima".

terça-feira, 17 de junho de 2008

O tempo...novamente


Eis que chegou o dia em que o tempo foi mais veloz que a vida! Mais uma vez…
Até quando esta dependência do tempo, que agora entra na inversa marcha da lentidão ???
Claro que a partida é “apenas” física e que mais vale a separação que a não existência dos factos que agora provocam dor; mas de que vale saber isso, se a dor é grande e os espaços, agora apenas preenchidos por mim, têm a tua“presença” e o teu cheiro…
A região de Milão espera-nos lá para a terceira semana de Outubro; tanto tempo, direi eu, dirás tu…talvez não demasiado para a eternidade do nosso Amor…
E agora a rotina: os telemóveis, o MSN, a comunicação do nosso dia a dia e o tempo, sempre o tempo a escoar lenta, muito lentamente…

Aproveito para deixar aqui uma saudação do Déjan a todos os amigos e amigas com quem contactou pessoalmente e também para todos os que por palavras amigas nos mostraram a sua Amizade.

domingo, 15 de junho de 2008

A saúde em Portugal


Regressei mais cedo do Algarve, pois por estranha coincidência, me marcaram duas consultas externas para o mesmo dia, uma de manhã e outra à tarde; ambas tinham sido pedidas há meses.
Para mostrar ao Déjan o funcionamento das consultas e como eram os hospitais aqui em Portugal, pois ele está a acabar Medicina, ele foi comigo…
A primeira consulta, de ortopedia estava marcada para as 9 da manhã no Hospital Ortopédico da Parede, mas rezavam as instruções, deveria estar lá, meia hora antes; apresentei-me à hora solicitada e fui atendido…às 11,25, pois o médico chegara atrasado!!!
Já desesperava, mas as notícias da minha artrose num joelho não foram de molde a preocupar-me, sendo as dores sentidas ultimamente, provocadas por uma tendinite no joelho, bem localizada e para a qual fui medicamentado e estou a melhorar; sei também que deverei fazer fisioterapia de preferência numa piscina – do mal o menos.
Vim a casa, e almocei a correr, pois a consulta da tarde no Hospital Amadora/Sintra estava marcada para as 13,40 e era de Urologia, para aquilatar da eventual necessidade de uma cirurgia à próstata; depois da seca da manhã, a antipatia da funcionária administrativa não fazia adivinhar nada de agradável. Pois esperei, esperei que algum dos três médicos a dar consulta se dignasse a chamar por mim, mas nada; sai um, após as suas consultas, sai outro, da mesma forma e quando sai do gabinete do terceiro médico o último paciente, a minha impaciência já era “raiva” e só esperava ouvir finalmente o meu nome; espanto dos espantos, vejo o médico a fechar o gabinete, eram 18,35 (!!!!); e perguntei-lhe meio estúpido, meio incrédulo: “Então e eu, doutor?”
O doutor, meio enfadado perguntou-me o nome e ao ouvir a resposta referiu com muita calma que a minha ficha lhe tinha passado pelas mãos, mas julgava que entretanto tivesse sido visto por algum colega…Contrariado, voltou ao gabinete, voltou a abrir o computador e enfim começou a consulta!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Só não explodi de raiva porque, mais uma vez, o resultado da consulta não levou a certezas sobre a necessidade de cirurgia e voltarei em finais de Agosto (talvez seja melhor ir de véspera).
Como é agradável estar doente em Portugal e não ter fortunas para gastar em consultas privadas…
Acho que o Déjan ficou com uma ideia como é a saúde em Portugal.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Três dias algarvios

A amabilidade da Cristina e da Alice em nos emprestarem o seu apartamento situado perto da praia do Vau, entre a Rocha e o Alvor, levou-nos até terras algarvias.
Depois de uma viagem calma, constatámos que o nosso “pouso” era deveras agradável e fomos jantar tardiamente a Portimão, comer as célebres sardinhas assadas, debaixo da velha ponte.
No dia seguinte depois de um passeio pela Rocha, sempre bela e muito animada, rumámos para oeste e fomos almoçar a Armação de Pêra, junto à praia dos Pescadores; daí, um salto e estávamos na cosmopolita Albufeira que o Déjan adorou e onde estivemos um par de horas na praia, sem que ele tivesse a “coragem” de se meter completamente na água, devido a “estar fria” (os maus hábitos das praias adriáticas, sempre mornas). Ainda lhe mostrei a ostentação de Vilamoura e regressámos a casa para, após um bom banho, irmos jantar à Rocha e irmos depois beber um agradável “Irish Cofee” a um animado pub irlandês.
Na manhã seguinte fomos encontrar-nos com o meu maior amigo de infância, que há longos anos vive e trabalha na zona de Lagoa, sendo ele e a mulher ambos médicos; matámos saudades de palavras e afectos e dirigimo-nos para este, desta vez; um bom almoço em Lagos e depois fomos à Ponta da Piedade e fomos conhecer a tristemente célebre mas encantadora Praia da Luz, onde estivemos na praia (o calor era muito) e desta vez o Déjan teve a coragem de tomar um banho de corpo inteiro. Regressámos a casa e fomos jantar num bom restaurante perto, mas muito cansados, pelo que fomos cedo dormir.
Tivemos que madrugar um pouco, para deixar o apartamento em condições, pois ainda íamos visitar Sagres e o Cabo S. Vicente, antes de regressar a Lisboa, pela costa vicentina; esperámos quase uma hora para abastecer o carro e lá fomos ao famoso promontório e ao cabo referido. Escolhemos a linda praia de Zambujeira do Mar para almoçar e como não queríamos perder o jogo de Portugal, acabámos por assistir a ele num écran gigante numa área de serviço, perto de Alcácer do Sal.
Satisfeitos com o resultado e com estes dias no Sul, chegámos perto da hora do jantar a casa; apesar disso eu já pensava no louco dia que iria ter no dia seguinte, ou seja ontem, dia 12, mas isso fica para outro post.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Já lá estamos...

Sim, já lá estamos, nos quartos de final do Europeu de 2008; e nós já cá estamos, regressados de três belos dias por terras algarvias.
Mas hoje gostaria acima de tudo de falar da tarde e noite do passado sábado, dia do arranque do Campeonato Europeu de Futebol, em que com o duplo pretexto de ver o primeiro jogo de Portugal, contra a Turquia (que ganhámos por 2-0) e de que o Déjan pudesse conviver um pouco com amigos, alguns dos quais já conhecia, amigos de há muitos anos meus, e outros que ainda não conhecia, (algum pessoal dos blogs), reunimo-nos aqui em minha casa, no terraço, 20 amig@s, e passámos um belo bocado, sendo um dos pratos fortes o jogo, está claro, e outro um belíssimo bacalhau com natas, encomendado fora, pois não me apeteceu mìnimamente cozinhar…
A sangria, estava óptima e os “aperitivos” também souberam bem; a mousse da Keratina e o pudim de ananás do Tonghzi, estavam uma delícia.
Após o jantar e aproveitando a noite muito boa que estava, ficámos numa agradável cavaqueira; foi pena não reunir mais gente, mas não havia possibilidade de sentar mais gente…
Hoje no regresso do Algarve, que em próximo post relatarei, vimos, eu e o Déjan, o jogo com a República Checa, numa área de serviço da A-2, pois não havia tempo de chegar a casa e claro que vibrámos com a nova vitória portuguesa.
Força Portugal!!!

domingo, 8 de junho de 2008

Rock in Rio

Lá chegou finalmente o tão ansiado momento para o Déjan: a noite do Heavy Metal no “Rock in Rio”, e em que além de actuarem outras bandas, actuavam os “Metallica”, e principalmente ele iria concretizar um grande sonho, que era conhecer e conviver com os elementos da banda; isso aconteceu por ele ter tido a sorte de ser um dos seleccionados (apenas oito) para esse efeito.
Pela primeira vez, neste blog, o texto, as fotos e a música, não serão da minha autoria, será o Déjan, o dono do blog, para este post.


Wow…From where to start right now…
I have to say that the concert was after 2 wonderful days in Porto, where we met and had a dinner with some of good friends. Just as we returned, 10 minutes after we sat down in the car and went to the Rock in Rio.
I was pretty much tired but very excited cause after 20 years one of my dreams came true - to meet Metallica personally.
Something I was dreaming since was a kid , so in one way should happened 10,15 years ago, but of course it doesn’t mean that my heart wasn’t full of happiness (not sure about João ...)
Before we entered the concert I met with “Special K” and it was my pleasure to introduce such an expert of music and spend the rest of the day with him. As soon as we entered the concert area we have found a place where we had a good view of the stage.
Show was started exactly at 19:00 and was opened by Moonspell. I'm not a big fan of this group (like only a couple of songs) but I think they are very high quality and thay worth definitely better timing then the opening of the festival.
After them appeared Apocalyptica. This heavy/classic cello band from Finland reinforced by drums, once again showed (at least to me) that a combination of classical music and heavy metal can be a very good combination, in studio and live.
After that, it was a row of Machine Head, which I had to miss because I had a more important meeting - meeting with Metallica!
What to say ... Just to shake hands with them, take some pictures and exchange a few sentences was a real pleasure, and my heart was filled. An hour has passed as a minute, during which time they played Machine Head and how could I hear behind the stage, very brutal.
Metallica is came on the stage at midnight and played for 2 hours and 10 minutes. Setlist could be better but I am not really the right person to be sorry because my dream is fulfilled.
As much as “Special K” and me enjoyed so much, I am sure that João was suffering on the other side and counting song by song waiting for the end of the concert. When the gig was over we just hardly waited to take our bed because fatigue was a great so that I could not even talk.
Thanks Metallica, thanks “Special K”, thanks Portugal… and of course
mainly thanks to moe Chako Pako!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Porto sentido...


Quando o Expresso chegou à Batalha, tivemos a primeira surpresa, pois além da já prometida presença da Duxa, encontrámos o amigo Catatau, a dar-nos as boas vindas e a estender a “passadeira vermelha”, que marcou sempre a nossa presença na capital do Norte.
A Duxa acompanhou-nos num almoço tardio ali mesmo numa ruela, numa semi tasca onde saboreámos umas pataniscas de bacalhau com arroz da água do feijão e após o repasto iniciámos o nosso passeio pedestre pelo centro do Porto, e que a partir quase logo do início teve a companhia muito simpática da Ana; claro que a deambulação pelos famosos ex-líbris do centro do Porto, tiveram duas paragens especiais: no Majestic, para um “cimbalino” e depois na livraria Lello, dois sítios emblemáticos que qualquer cidade do mundo não se importaria de possuir. Regressados ao carro, rumámos à Foz., onde retemperámos forças numa agradável esplanada mesmo junto ao mar; fomos depois buscar o Luís e seguimos para o cais de Gaia, depois de atravessarmos a ponte de D. Luís; aí chegados, logo encontrámos o par de “bears”, o Teddy e o Litlle, e fomos procurar pouso para o jantar, que acabou por recair num restaurante despretencioso e que pareceu simpático, o “Adão”, onde veio ter o Catatau, e os oito convivas comemos maravilhosamente um extraordinário polvo com gambas e amêijoa, bem reagdo com tinto do Douro; ainda houve tempo para “deitar abaixo” uma jarra de sangria, numa outra esplanada, antes de nos deixarem no nosso ninho portuense destes dois dias, a bonita e muito bem situada casa do Luís e do Gonçalo, que entretanto, regressado do trabalho, apresentei com prazer ao Déjan.
Depois de uma noite bem dormida (!), fomos ver a Casa da Música, numa visita infelizmente rápida e estreámo-nos no metro do Porto, rumo ao Dragão, numa visita que não foi do meu inteiro “agrado”, por razões bem conhecidas, mas a paixão do Déjan pelo futebol, ali nos levou e aí reencontrámos a nossa incasável guia, a Duxa, que nos mostrou uma das suas bonitas lojas, que partilha com a Ana, e fomos visitar a Ribeira e ali almoçarmos; mas os restaurantes são demasiados turísticos para o meu gosto e bolso, pelo que resolvemos e bem, voltar ao “local do crime”, ou seja ao “Adão” do jantar anterior e comemos umas incontornáveis tripas (o Déjan deliciou-se com uns rojões) a um preço deveras simpático; após o almoço ainda no cais de Gaia, deu para espreitar umas caves do mais famoso vinho português e seguimos para visitar o Palácio da Bolsa, o que não chegámos a fazer, pois a próxima visita, sempre guiada, tardava, e fomos ver uma das igrejas mais bonitas do mundo, no estilo barroco, a Igreja de S. Francisco..
Logo depois demos a o passeio habitual na marginal, desde a Ribeira até Matosinhos e depois despedimo-nos da querida Duxa, em Serralves, onde eu e o Déjan ficámos; daí num passeio(?) pedestre fomos até à “nossa casa” onde o Luís nos preparou um óptimo jantar - finalmente o Déjan comeu peixe – e pusemos a conversa em dia…
Esperámos pelo Gonçalo, pois havia que levantar cedo porque o Expresso nos aguardava para o regresso a Lisboa e ao…Rock in Rio (oh meu Deus!!!!!!), mas isso fica para amanhã e será da responsabilidade do Déjan…
Uma vez mais, um imenso obrigado a todos os amigos do Norte, que foram realmente amigos, com um especial agradecimento à generosidade da Duxa e à hospitalidade do Luís e do Gonçalo. De registar a simpatia das ofertas para o Déjan, de uma garrafa de um belíssimo Douro, com dedicatória em inglês e tudo, dos Bears, que realço uma vez mais, se deslocaram de propósito para jantarem connosco e da camisa dos Metalicca que o Catatau trouxe de surpresa para lhe dar.
A todos vós, Amigos do Norte, um bem hajam enorme!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Rumo ao Porto


O Déjan chegou, estamos felizes e pouco há a dizer além de toda a felicidade que nos invade; amanhã, vamos até ao Porto, pois quero mostrar-lhe essa linda cidade; e vamos ter companhia de luxo, pois além do Luís e do Gonçalo, que amàvelmente nos acolhem na sua casa, vamos ter a simpatia da Duxa, que nos irá servir um pouco de cicerone, e a companhia além deles do Catatau , do Teddy e do Litlle Bear e da Ana Abrunhosa, espero, para uma "janta" muito agradável no cais de Gaia.

As notícias virão depois...

domingo, 1 de junho de 2008

Está quase...


Os minutos passam lentamente sem querer dar lugar às horas, e as horas são intermináveis…
Daqui a uma vintena delas, concretiza-se uma vez mais, num beijo ardente a tão difícil arte de amar à distância. Mas apertar-te contra mim, sorrir contigo e sentir o teu cheiro, são prazeres que me parecem ainda só sonhos, tal a intensidade do desejo.
Este ar de enfado com que fiquei na foto, não é senão contra o tempo que nos prega partidas: umas vezes, corre tão lento, noutras é loucamente apressado…
E prometo-te que não levo o gorro ao aeroporto e que mal chegue a casa desembaraço-me das fraldas…
Dobrodosao, ljubav moja!!!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Doente de riso


Carlos Barreira da Costa, médico Otorrinolaringologista da mui nobre e Invicta cidade do Porto, decidiu compilar no seu livro "A Medicina na Voz do Povo", com o inestimável contributo de muitos colegas de profissão, trinta anos de histórias, crenças e dizeres ouvidos durante o exercício desta peculiar forma de apostolado que é a prática da medicina.

E dele não resisti a extrair verdadeiras jóias deste tão pouco conhecido léxico que decidi compartilhar convosco.


O diálogo com um paciente com patologia da boca, olhos, ouvidos, nariz e garganta é sempre um desafio para o clínico:

"A minha expectoração é limpa, assim branquinha, parece com sua licença espermatozóides".

"Quando me assoo dou um traque pelo ouvido, e enquanto não puxar pelo corpo, suar, ou o caralho, o nariz não se destapa".

"Não sei se isto que tenho no ouvido é cera ou caruncho".

"Isto deu-me de ter metido a cabeça no frigorífico. Um mês depois fui ao Hospital e disseram-me que tinha bolhas de ar no ouvido".

"Ouço mal, vejo mal, tenho a mente descaída".

"Fui ao Ftalmologista, meteu-me uns parafusinhos nos olhos a ver se as lágrimas saíam".

"Tenho a língua cheia de Áfricas".

"Gostava que as papilas gustativas se manifestassem a meu favor".

"O dente arrecolhia pus e na altura em que arrecolhia às imidulas infeccionava-as".

"A garganta traqueia-me, dá-me aqueles estalinhos e depois fica melhor".


As perturbações da fala impacientam o doente:

"Na voz sinto aquilo tudo embuzinado".

"Não tenho dores, a voz é que está muito fosforenta".

"Tenho humidade gordurosa nas cordas vocais".

"O meu pai morreu de tísica na laringe".


Os "problemas da cabeça" são muito frequentes:

"Há dias fiz um exame ao capacete no Hospital de S. João".

"Andei num Neurologista que disse que parti o penedo, o rochedo ou lá o que é...".

"Fui a um desses médicos que não consultam a gente, só falam pra nós".

"Vem-me muitos palpites ruins, assim de baixo para cima...".

"A minha cabecinha começa assim a ferver e fico com ela húmida, assim aos tombos, a trabalhar".

"Ou caiu da burra ou foi um ataque cardeal"


.Os aparelhos genital e urinário são objecto de queixas sui generis:

"Venho aqui mostrar a parreca".

"A minha pardalona está a mudar de cor".

"Às vezes prega-se-me umas comichões nas barbatanas".

"Tenho esta comichão na perseguida porque o meu marido tem uma infecção na ponta da natureza".

"Fazem aqui o Papa Micau (Papanicolau)?"

"Quantos filhos teve?" - pergunta o médico. "Para a retrete foram quatro, senhor doutor, e à pia baptismal levei três".

"Apareceu-me uma ferida, não sei se de infecção se de uma foda mal dada".

"Tenho de ser operado ao stick. Já fui operado aos estículos".

"Quando estou de pau feito... a puta verga".

"O Médico mandou-me lavar a montadeira logo de manhã".


As dores da coluna e do aparelho muscular e esquelético são difíceis de suportar:

"Metade das minhas doenças é desfalsificação dos ossos e intendência para a tensão alta".

"O pouco cálcio que tenho acumula-se na fractura".

"Já tenho os ossos desclassificados".

"Alem das itroses tenho classificação ossal".

"O meu reumatismo é climático".

"É uma dor insepulcrável".

"Tenho artroses remodeladas e de densidade forte".

"Estou desconfiado que tenho uma hérnia de escala".


O português bebe e fuma muito e desculpa-se com frequência:

"Tomo um vinho que não me assobe à cabeça".

"Eu abuso um pouco da água do Luso".

"Não era ébrio nato mas abusava um pouco do álcool"

"Fujo dos antibióticos por causa do estômago. Prefiro remédios caseiros, a aguardente queimada faz-me muito bem".

"Eu sou um fumador invertebrado".


O aparelho digestivo origina sempre muitas queixas:

"Fui operado ao panquecas".

"Tive três úlceras: uma macho, uma fêmea e uma de gastrina".

"Ando com o fígado elevado. Já o tive a 40, mas agora está mais baixo".

"Eu era muito encharcado a essa coisa da azia".

"Senhor Doutor a minha mulher tem umas almorródias que com a sua licença nem dá um peido".

"Tenho pedra na basílica".

"O meu marido está internado porque sangra pela via da frente e pinga pela via de trás". "Fizeram-me um exame que era uma televisão a trabalhar e eu a comer papa".

"Fiz uma mamografia ao intestino"."

O meu filho foi operado ao pence (apêndice) mas não lhe puseram os trenos (drenos), encheu o pipo e teve que pôr o soma (sonda)".


Os medicamentos e os seus efeitos prestam-se às maiores confusões:

"Ando a tomar o Esperma Canulado"- Espasmo Canulase"

Tenho cataratas na vista e ando a tomar o Simião" - Sermion "

Andei a tomar umas injecções de Esferovite" - Parenterovit "

Era um antibiótico perlim pim pim mas não me fez nada" - Piprilim"

Agora estou melhor, tomo o Bate Certo" - Betaserc"

Tomo o Sigerom e o Chico Bem" - Stugeron e Gincoben

"Ando a tomar o Castro Leão" - Castilium

"Tomei Sexovir" - Isovir"

Tomo uma cábulas à noite".

"Tomei uns comprimidos "jaunes", assim amarelados".

"Tomo uns comprimidos a modos de umas aboborinhas".

"Receitou-me uns comprimidos que me põem um pouco tonha".

"Estava a ficar com os abéticos no sangue".

"Diz lá no papel que o medicamento podia dar muitas complicações e alienações".

"Quando acordo mais descaída tomo comprimidos de alta potência e fico logo melhor".

"Ó Sra. Enfermeira, ele tem o cu como um véu. O líquido entra e nem actua".

"Na minha opinião sinto-me com melhores sintomas".


O que os doentes pensam do médico:

"Também desculpe, aquela médica não tinha modinhos nenhuns".

"Especialista, médico, mas entendido!".

"Não sou muito afluente de vir aos médicos".

"Quando eu estou mal, os senhores são Deus, mas se me vejo de saúde acho-vos uns estapores".

"Gosto do Senhor Doutor! Diz logo o que tem a dizer, não anda a engasular ninguém".

"Não há melhor doente que eu! Faço tudo o que me mandam, com aquela coisa de não morrer".


Em relação ao doente o humor deve sempre prevalecer sobre a sisudez e o distanciamento. Senão atentem neste "clássico":

"Ó Senhor Doutor, e eu posso tomar estes comprimidos com a menstruação? Ao que o médico retorque: "Claro que pode. Mas se os tomar com água é capaz de não ser pior ideia. Pelo menos sabe melhor."

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Filmes de uma vida - "Ladrões de bicicletas"


Roma, nos anos imediatamente a seguir à Segunda Guerra Mundial, é uma cidade ainda sob o espectro da devastação, onde milhões de pessoas vivem em condições de grande desespero. António é um dos incontáveis desempregados que buscam sustento na cidade. Quando encontra uma posição a entregar cartazes de filmes, a sua bicicleta torna-se essencial para as suas rondas. Porém, a bicicleta é roubada e António e o seu filho correm a cidade em busca do seu único meio de sobrevivência.
Exemplo máximo do neo-realismo italiano, este filme rodado em 1947 por Vittorio De Sica, que aqui expôs o credo politico artístico do neo-realismo, criando um filme rodado em cenários naturais, com não actores e filmado num estilo documental que muito contribuiu para a identificação do espectador com os problemas de pessoas bem reais. Uma das mais absolutas obras primas do cinema italiano, bela e pungente, cujas imagens ficam connosco muito além do filme.

terça-feira, 27 de maio de 2008

domingo, 25 de maio de 2008

Acqua

Este vídeo, que nos mostra um extraordinário bailado aquático, no qual uma mulher se vai desnudando lentamente, em imagens belìssimas, foi tirado daqui



O autor deste vídeo é o realizador e fotógrafo francês Stephane Sednaoui e está inserido num seu trabalho de 2002 "Acqua Natasa"; Sednaoui é o realizador de inúmeros clips musicais dos mais célebres nomes do panorama internacional, nomeadamente, Bjork, Madonna, R.E.M., U-2, Red Hot Chilli Pepper e outros.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Quatro frases

" O homem cria roupa para a mulher com quem quer estar, e na maioria dos casos, para a mulher que quer ser."

(Rupert Everrett, actor, no filme "Pronto a vestir")


"Na América o sexo é uma obsessão, noutras partes do mundo é um facto."

(Marlene Dietrich, actriz)

"O génio é a capacidade de ver dez coisas onde o homem comum vê uma."

(Ezra Pound, poeta norte americano)

"A mulher faz, o homem é."

(Doris Lessing, vencedora do Nobel da literatura em 2007)


quarta-feira, 21 de maio de 2008

Boleia à siciliana

Se o Catatau tivesse um blog, eu não estava a pôr este vídeo aqui; decerto teria sido ele a postar, pois recebi o mail, dele...



terça-feira, 20 de maio de 2008

Passado e presente: 1. "Para começar" e 2. "Velhos cinemas de Lisboa"


Após o post de apresentação:



Porquê? E porquê, agora? Porque não agora?Porque sempre gostei de pôr no "papel", algumas ideias e talvez, com a ajuda de alguém, desenvolver certos temas.Agora, porque tenho mais tempo e, principalmente, sinto-me com a experiência e a "juventude"suficiente para o fazer. Gostaria de ter aqui a "companhia" de algumas opiniões, não necessariamente concordantes, para continuar a acreditar que se aprende em cada minuto da vida.

(Este post teve 1 comentário “anónimo” que dizia apenas: JVT! – um doce a quem adivinhar não quem o fez, é fácil, mas o que “diz”…)

Seguiu-se o primeiro texto:


Os velhos cinemas de Lisboa


É com certa nostalgia que recordo alguns (muitos...) cinemas que existiam, ou existem, mas com outras funções, nesta nossa cidade.Quando jovem, vim estudar para cá, abundavam os cinemas de reprise, onde por meia dúzia de escudos se podiam ver sessões duplas estupendas, e outros com algum outro pretensiosismo, eram chamados "cinemas de bairro".Entre os primeiros, como esquecer o CHIADO TERRACE, paredes meias com o luxuoso S.LUIZ, naquela infelizmente célebre António Maria Cardoso, o PARIS, um pouco mais abaixo o admirável JARDIM CINEMA (o palhinhas), o CINEARTE, o IDEAL, o IMPERIAL, sem esquecer essas fellinianas salas que eram o SALÃO LISBOA, aquele outro ao Arco de Bandeira, e claro o resistente até há pouco OLÍMPIA (este por razões muito específicas e mais almodovorianas).Muitos outros, existem ainda, mas dedicados a outras actividades: o IMPÉRIO, O ALVALADE, o CONDES, o ÓDEON, o ÉDEN, o EUROPA, o APOLO 70 (precursor de um novo estilo) , o ESTÚDIO (memoráveis sessões das 18,30, que me mostraram todo o Bergman possível) e outros que porventura não recordo. Ah, quase esquecia o MONUMENTAL...Noutro aspecto, permanecem com programações distintas, mas existem, o S.JORGE, o S. LUIZ, o TIVOLI, o ROMA.Agora, a oferta das distribuidoras tem múltiplas opções, mas não posso deixar de me congratular com a perseverança de um cinema, que não sendo dos mais antigos, tem já o seu tempo, inovou quando abriu com as suas 4 salas e tem mantido uma programação muito estimulante, quase mesmo alternativa; é o caso do QUARTETO!Também com uma programação diferente é justo referir o NIMAS.Como gostaria hoje de assistir numa cadeira de verga, na Pedro Álvares Cabral, por exemplo a uma dupla de "OS INACTIVOS", de Fellini e de "LADRÕES DE BICICLETAS, de Vittorio de Sicca?


Ambos datados de 6 de Novembro de 2006; é curioso como o tempo vai marcando as situações, pois a “homenagem” que eu fazia à teimosia do Quarteto, hoje e infelizmente já não tem razão de ser.
Com este post, vou repor aqui alguns textos recuperados do meu apagado blog, pois também houve um aumento considerável de leitores, e mesmo dos que havia, na altura, muitos deixaram de existir ou estão há muito inactivos (não é, amigo Lampejo?)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Receita de "Frango com Whisky"



INGREDIENTES:

- 01 garrafa de whisky (do bom claro!)

- 01 frango de aproximadamente 02 quilos

- sal, pimenta e cheiro verde a gosto

- 350 ml de azeite de oliva extra virgem

- nozes moídas

MODO DE PREPARAR:

- pegue o frango

- beba um copo de whisky

- envolver o frango e temperá-lo com sal, pimenta e cheiro verde a gosto.

- massajá-lo com azeite.

- Pré-aquecer o forno por aproximadamente 10 minutos.

- Sirva-se de uma boa dose de whisky enquanto aguarda.

- Use as nozes moídas como "tira gosto".

- Colocar o frango numa frigideira grande.

- Sirva-se de mais duas doses de whisky.

- Axustar o terbostato na marca 3 , e debois de uns vinch binutos, botar para assassinar.

- digu: assar a ave.

- Derrubar uma dose de whisky debois de beia hora, formar abaertura egontrolar a assadura do frango.

- Tentar zentar na gadeira, servir-se de uoooooooootra dose sarada de whisky.

- Cozer(?), costurar(?), cozinhar, sei lá, voda-se o vrango.

- Deixáááá o filho da buta do pato no vorno por umas 4 horas.

- Tentar retirar o vrango do vorno. Num vai guemar a mão, garaio! -

Mandar mais uma boa dose de whisky pra dentro . . de você,é claro.

- Tentar novamente tirar o sacana do vrango do vorno, porque na primeira teenndadiiiva dããão deeeeuuuuuu.

- Begar o vrango que gaiu no jão e enjugar o filho da buta com o bano de jão e cologá-lo numa pandeja ou qualquer outra borra, bois avinal você nem gosssssssssta muito dessa bosta mesmo.

- Tá Bronto.

domingo, 18 de maio de 2008

Anúncio de casamento


Há dois dias foi finalmente aprovado superiormente, depois da oposição do governador do estado da Califórnia, o republicano e homofóbico ex medíocre actor Arnold Schwarzenegger, o casamento entre pessoas do mesmo sexo naquele estado norte-americano, que assim se juntou ao estado de Massachussets.
Aproveitando o seu show, a actriz Ellen de Generes, anunciou pùblicamento o seu próximo casamento com a sua namorada de há longo tempo Portia de Rossi.

sábado, 17 de maio de 2008

Transexuais da Sétima Arte

Se o facto da homossexualidade assumida ou escondida, de personalidades ligadas ao cinema, sempre foi muito badalada pelos “media” e junto a outras personalidades do “show business”, essas saídas do armário já não surpreendem ninguém, já é diferente a mudança de sexo, menos vulgar e quase sempre pouco falada.
E no entanto, e só para falar nos tempos mais recentes foram três as personalidades ligadas ao sexo, que assumiram a sua transexualidade, no mundo da sétima arte.


O actor que tantas vezes interpretou papéis de homossexual em filmes não muito ambiciosos e sem grande carreira comercial, ALEXIS ARQUETTE, o único do qual consegui fotos antes e depois da mudança de sexo.Um dos irmãos que dirigiu os tês filmes “Matrix”, LARRY WACHOWSKI. O realizador, galardoado com um Óscar de melhor realizador, com o filme “O caçador”, que dirigiu também “O ano do dragão” e “As portas do céu”, MICHAEL CIMINO.




A ver vamos se a moda pega…
Por cá, não é que seja uma personalidade do cinema, mas também faz fitas, temos um candidato: José Castelo-Branco!




Acho que este post se integra bem no "Dia Mundial Contra a Homofobia", que hoje se comemora, já que a transexualidade é talvez um dos menos apoiados e mais difíceis problemas do mundo GLBT.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

K.D.Lang - "Fado Hilário"




É no minimo surpreendente, ouvir K.D.Lang a cantar em português, a cantar um fado...e, mais que um fado, um fado de Coimbra (talvez, neste ponto, haja alguém que ache ajustado...)
Que me perdõem os puristas do fado, os fãs incondicionais da música de KDL, mas ela é sempre igual a si própria: não liga a tradições, não liga a convenções e está-se nas tintas para as razões...

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Do oito ao oitenta

Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb temdireitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver qá razões qd um aluno não vai á escola. primeiros a peçoa n se sente motivadapq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é muntomontanhoso? ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? ou cuantas estrofes temum cuadrado? ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'oslesiades', q é um livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q noaspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profesaté dam gomitos e a malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n temabitos de leitura e q a malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbrasfoi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiuassertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde oCamóes até á idade média e por aí fora, qués ver???O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curçode otelaria e a malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças dexicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar umgravetame do camandro. Ah poizé. tarei a inzajerar?

Bocage.....Levo ou deixo?Conta-se que Bocage, ao chegar a casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do quintal.Chegando lá, constatou que um ladrão tentava levar os seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com os seus amados patos, disse-lhe:-Oh, bucéfalo anácrono! Não te interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo... mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada. E o ladrão, confuso, diz:-Doutor, afinal levo ou deixo os patos?

terça-feira, 13 de maio de 2008

Casualty

Porque a poesia pode ser feita de imagens...
Porque o amor pode ser transmitido através de todos os elementos...
Porque uma rosa dentro de água continua a ser bela...

Por tudo isso e por gostar muito deste filme, e ele não estar no You Tube, eu, pela primeira vez, fiz um "upload" e agora já lá está, para que eu o possa ver mais vezes e outras pessoas o possam fazer também. O Belo deve ser sempre partilhado...



Filme "Casualty" (1999), realizado por Andy Abraham Wilson

segunda-feira, 12 de maio de 2008

sábado, 10 de maio de 2008

A meio de uma tão oca manhã de Março


Num velho papel, não datado, mas que sei ser de há bastante tempo, encontrei este meu poema, apenas com um dizer por baixo: - «a meio de uma tão oca manhã de Março».
Ponho este poema aqui no blog, com uma dedicatória especial ao meu amigo Sócrates da Silva, e também a um outro amigo anónimo, que me mandou dois amáveis mails, e que sei que me lê, a mim e a muitos dos blogs que visito, e pode ser que agora arranje coragem para um comentário, como primeiro passo…
O poema é fraquinho, mas revelava o que me ia na alma, no momento.


E as nuvens apareceram
toldando o Sol daquela tarde!
E os medos que sempre houve
ampliaram-se no outro eu que és tu!

Dá-me a tua mão,
e juntos, gritemos
a força que queremos possuir
para ir mais além,
vencer mentiras e silêncios,
conquistar o Sol e o Mar!

E quando amanhã recordares
o temor de hoje,
que seja num abraço terno
e não no vazio do teu próprio sofrer…

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Trova do vento que passa

Já está mais que ouvida esta música; inclusivamente já postei sobre ela e mais que uma vez; mas ao ouvir e ver aqui este vídeo, não resisti: a música de Adriano Correia de Oliveira, os versos de Manuel Alegre, a introdução, quase clássica, Vitorino a interpretar fado de Coimbra, as imagens de uma época que vivi intensamente (a crise académica de 1962), são mais do que razões para pôr este video no meu blog...e como eu gosto dele!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Alone*

*Este post foi, por mim, inadvertidamente eliminado; porque representa muito para mim e não só, estou a repeti-lo, pois o blog ficaria amputado de um dos posts mais pessoais que já publiquei.


Perdi os comentários, mas tenho-os no coração...




For you Déjan, because all nights I'm "painting" your body in my bed and I "hug" you till i get sleeping, my love; how much I miss you!!!!!

35 anos depois




Quem tem lido os textos que, de tempos a tempos, aqui vou pondo, sobre a minha vida militar, sob o nome genérico de “A guerra cá do João”, e a que falta apenas o derradeiro capítulo, a publicar em breve, sabe que fui para Moçambique a chefiar uma Companhia da guarnição local, isto é formada por militares nascidos e incorporados nessa nossa antiga colónia, e fui em rendição individual; a imensa maioria dos homens sob o meu comando, quase 200, eram de cor e apenas alguns eram brancos: alferes, sargentos e especialistas. Apenas meia dúzia deles, desses brancos eram originários daqui da metrópole, e por isso, e por ter sido o último homem da Companhia a ser liberado, poucos ou nenhuns contactos fiquei a manter com esses homens e hoje em dia, não conhecia o paradeiro de nenhum.
Sucede, que no final do ano passado recebi um telefonema de alguém, perguntando se eu era o senhor João………….(nome completo), e perante a minha resposta afirmativa apresentou-se com a sua acentuada pronúncia açoriana, como o Furriel M., que tinha estado comigo, na Metarica; fiquei, como é lógico satisfeitíssimo de voltar a encontrar tal pessoa, que era, por sinal, dos melhores sargentos que por lá passou.



Vivendo um seu filho, aqui no continente, no Norte, ele viria aqui ao baptizado de uma neta, e assim, no princípio de Abril, reencontrá-mo-nos, aqui, passados 35 anos; foi com muita emoção que durante um jantar em minha casa e depois ao serão, conversámos sobre tudo o que se passou naquele tempo, recordámos pessoas e situações, vimos fotos, enfim matámos longas saudades. Foi um espaço de tempo quase comovente



Estas duas fotos, a primeira no rio Lugenda, na Metarica e a segunda aqui em minha casa, estão separadas por 35 anos, mas há uma ligação de Amizade que resiste a todo esse tempo.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Fotos comentadas


"Clone de porca com bulldog"



Na I.U.R.D. : "Sai, sai, sai !!!" (qual sai, qual carapuça, eu quero é que «ele» entre!!!)







VOTOS

Bloco de Esquerda

Paulo Portas


"Talibãs gays"



"Quem quer ser milionário"


O tenista da foto está: - a)-com vontade de mijar b)-a ver se "a "consegue esticar


c)-à procura de bolas d)-a tentar engatar o adversário

quarta-feira, 30 de abril de 2008

domingo, 27 de abril de 2008

Edson Cordeiro

Hoje vou ver o concerto deste fabuloso contratenor brasileiro de 41 anos, que afirma ser um cantor que é gay, mas não um gay que é cantor.
O espectáculo chama-se "Voz de Mulher", um conjunto de temas, só com voz e piano em que interpretará entre outras, Madonna, Shirley Bassey, Maria Callas, Billie Holliday e...Amália!
Se estiverem interessados ou curiosos, e se ainda houver bilhetes, é às 21 horas no S. Luís.
E vou lá encontrar o Paulo e o Zé (Felizes Juntos), o Luís Galego (Infinito Pessoal) e o P.(O melhor dos dois mundos) e quem sabe...mais gente conhecida...
Neste vídeo, aparece o também gay e quase eterno Ney Matogrosso.

O espectáculo foi fabuloso. Edson Cordeiro é um verdadeiro "show man", canta e encanta; diverte e comove. Com um acompanhante, alemão, ao piano, perfeitamente integrado no todo do espectáculo, teve o seu momento mais alto quando interpretou a canção de Piaff "Mon Dieu"...
E o mais divertido, quando pediu um apoio cantado ao público masculino e depois ao feminino, devidamente "ensaiado" e depois pediu, "à traição", o apoio do público gay e recebeu uma imensa resposta, eh eh eh. A companhia do Zé e Paulo, do Paulo M. e do Luís Galego e da sua muito simpática esposa, levaram-nos depois a uma agradável conversa no bar do "Hotel Bairro Alto".


sábado, 26 de abril de 2008

Piadolas religiosas


Na confissão ...
- Padre, eu toquei nos seios da minha namorada.
- Tocou por cima ou por baixo da blusa dela?
- Foi por cima da blusa dela, padre.
- Você é muito estúpido! Por baixo da blusa!!!, a penitência é a mesma!!


O velho acaba de morrer. O padre encomenda o corpo e rasga-se em elogios:
- O finado era um óptimo marido, um excelente cristão, um pai exemplar!!...
A viúva vira-se para um dos filhos e diz-lhe ao ouvido:
- Vai até o caixão e vê se é mesmo o teu pai que está lá!

Na hora do almoço, a madre superiora anuncia:
- Irmãs, hoje teremos bananas de sobremesa!!
- Ehhhhh hhhh!!!! Vibram as freiras.
- Em rodelas!!, acrescenta a madre
E as freiras, decepcionadas:
- Ooooohhhhhhhhh!!!!...


A freira vai ao médico:
- Doutor, tenho tido ataques de soluços, que não me deixam viver. Não durmo, não como, e tenho dores no corpo de tanto movimento compulsivo involuntário.
- Tenha calma, irmã, que vou examiná-la.
O médico examina-a e diz:
- Irmã, a senhora está grávida.
A pobre freira levanta-se e sai a correr do consultório, em pânico.
Uma hora depois, o médico recebe uma chamada da madre superiora do convento:
- Doutor, o que é que o senhor disse à irmã Carmen?
- Cara madre superiora, como ela tinha um forte ataque de soluços, eu disse que ela estava grávida. Espero que com o susto ela tenha parado de soluçar!
- Sim, a irmã Carmen parou de soluçar, mas o padre Paulo atirou-se da torre da igreja!!!

Um padre está em missão em pleno pantanal mato-grosso, quando lhe aparece pela frente uma enorme onça faminta.
A fera lambe os lábios e prepara-se para atacar.
O padre ajoelha-se e diz:
- Ó Senhor, incute nesta fera sentimentos cristãos!
E a onça:
- Senhor, abençoai este alimento que vou tomar!


A campainha toca na casa de um tipo muito avarento.
O sujeito abre a porta e dá de caras com duas freiras, pedindo donativos e que lhe dizem:
- Meu filho, nós somos irmãs de Cristo e...
O avarento atalha:
- Arre porra, estão muita bem conservadas!!!!


Já muito tarde, um padre passa perto dum cemitério e apanha o maior susto da sua vida, quando ouve:
- Huuuum, huuuuum, huuuuuuuuum!
O padre pára, reza um Pai Nosso, faz o sinal da cruz, enche-se de coragem e pergunta:
- De que é que esta pobre alma precisa?
E a voz responde-lhe:
- De papeeel higiéééééénico!


O padre Valdemar vai à prisão dar a última bênção a um condenado, minutos antes da execução.
- Vim trazer-lhe a palavra de Deus.
- Não era preciso incomodar-se, padre! Daqui a pouco vou estar pessoalmente com Ele...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Manta...Alegre...Zeca


Pergunto ao vento que passa

notícias do meu país

e o vento cala a desgraça

o vento nada me diz.


Pergunto aos rios que levam

tanto sonho à flor das águas

e os rios não me sossegam

levam sonhos deixam mágoas.


Levam sonhos deixam mágoas

ai rios do meu país

minha pátria à flor das águas

para onde vais? Ninguém diz.


Se o verde trevo desfolhas

pede notícias e diz

ao trevo de quatro folhas

que morro por meu país.


Pergunto à gente que passa

por que vai de olhos no chão.

Silêncio é tudo o que tem

quem vive na servidão.


Vi florir os verdes ramos

direitos e ao céu voltados.

E a quem gosta de ter amos

vi sempre os ombros curvados.


E o vento não me diz nada

ninguém diz nada de novo.

Vi minha pátria pregada

nos braços em cruz do povo.


Vi minha pátria na margem

dos rios que vão pró mar

como quem ama a viagem

mas tem sempre de ficar.


Vi navios a partir

(minha pátria à flor das águas)

vi minha pátria florir

(verdes folhas verdes mágoas).


Há quem te queira ignorada

e fale pátria em teu nome.

Eu vi-te crucificada

nos braços negros da fome.


E o vento não me diz nada

só o silêncio persiste.

Vi minha pátria parada

à beira de um rio triste.


Ninguém diz nada de novo

se notícias vou pedindo

nas mãos vazias do povo

vi minha pátria florindo.


E a noite cresce por dentro

dos homens do meu país.

Peço notícias ao vento

e o vento nada me diz.


Quatro folhas tem o trevo

liberdade quatro sílabas.

Não sabem ler é verdade

aqueles para quem eu escrevo.


Mas há sempre uma candeia

dentro da própria desgraça

há sempre alguém que semeia

canções no vento que passa.


Mesmo na noite mais triste

em tempo de servidão

há sempre alguém que resiste

há sempre alguém que diz não.
Manuel Alegre

quinta-feira, 24 de abril de 2008

The naked maid

Este é um dos números do musical "Naked Boys Singing", que foi exibido, sempre com grande êxito, na Broadway e em vários países europeus. Os nove intérpretes, todos eles excelentes cantores e bailarinos, actuam sempre completamente nús.

Para quando no nosso país??

terça-feira, 22 de abril de 2008

Questão demográfica



Eis aqui um bom exemplo para resolver o problema demográfico do interior do país...




Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo
SENTENÇA PROFERIDA EM 1487 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO· (Autos arquivados na Torre do Tombo, Armário 5, Maço7
"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos. Total:duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e trêsmulheres".
[agora vem o melhor:] "El-Rei D. João II perdoou-lhe a morte e mandou-o pôr em liberdade aos dezassete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo, e guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo".

domingo, 20 de abril de 2008

Noite quase perfeita

Uma primeira palavra, fundamental e muito sentida: OBRIGADO!!!
Obrigado a todos aqueles que marcaram presença, não só aos que vieram de mais longe (claro que o agradecimento a estes é reforçado), mas também aos daqui, de perto; um obrigado especial às duas únicas presenças femininas, a Duxa e a Keratina, que se estiveram marimbando pela inferioridade numérica e animaram e muito, as mesas.
Obrigado aos presentes sem blog: Catatau, Duxa, Rui, Duarte.
Obrigado aos “acompanhantes” de muitos dos presentes, pois vieram, e de que maneira, a dar força à presença dos que os trouxeram consigo.
Obrigado aos que apareceram mais tarde a dar-nos o seu abraço.
Obrigado aos que telefonaram ou enviaram SMS’s a dar também um abraço amigo.
Obrigado aos muitos que, sabendo gostarem de estar presentes, não o puderam fazer, a maior parte por motivos profissionais, alguns por motivos pessoais; estiveram, estou mais que certo, presentes em espírito…
Obrigado aos comentários que ao longo da última semana fui encontrando de apoio a esta iniciativa.
Finalmente, um obrigado especialíssimo ao Paulo e ao Zé, por tudo o que fizeram na organização deste jantar; foram brilhantes e a ideia, linda, de oferecerem a cada um dos presentes uma recordação, feito com o seu cunho pessoal, já sobejamente conhecido e admirado, foi tocante.


Às duas horas saí, pois ainda não estou a 100% e quando depois de ter deixado o Paulo no Cacém, cheguei a casa perto das três, liguei ao Déjan, conforme previamente tinha combinado com ele para dizer que estava tudo bem comigo; julgava que o ia acordar, pois eram 4 horas em Belgrado, mas ele, mais uma vez me surpreendeu ao dizer-me para ir ao MSN pois queria ver-me porque estava acordado à minha espera…É por isso, que a noite não foi completamente perfeita, porque faltaste lá tu, meu amor…







sábado, 19 de abril de 2008

Quem és tu ???


Chegou o dia do jantar. Mentiria se não confessasse que estou ansioso, pois o ano passado foi uma coisa pequena, que correu lindamente, mas este ano alargou-se muito o número de blogs e comentadores conhecidos e foi com a preciosa ajuda do Paulo e do Zé (Felizes Juntos) que conseguimos reunir um apreciável número de pessoas, a maior parte das quais nunca se viram umas às outras. Eu, que até serei uma das pessoas que mais gente já contactei, ou pessoalmente ou por telefone, não conheço a grande maioria; e há quem não conheça ninguém…Mas é nesse ponto que reside um dos factores mais aliciantes deste jantar; já se sabia que qualquer data que fosse escolhida seria boa para uns, má para outros e alguns, devido a factos de última hora ou a escalas que não podem ser alteradas, não poderão estar presentes. Tenho a certeza que haverá pessoas que têm tanta ou mais pena de não estarem presentes como nós; ficará para uma próxima vez. Permitam-me uma palavra especial para os que vêm de fora, pois tiveram que conciliar as suas vidas para estarem presentes.
Uma coisa é certa, podemos não ser 50, mas 40 seremos decerto e alguns mais se juntarão mais tarde, mas vai ser uma noite muito animada.
As notícias chegarão rápidas e penso que em vários blogs.
Até logo, Amig@s.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Porque o saber não ocupa lugar !!!

ALEVANTAR
O acto de levantar com convicção, com o ar de 'a mim ninguém me come por parvo!... alevantei-me e fui-me embora!'.
ASPERGIC
Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina.
ASSENTAR
O acto de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.
CAPOM
Porta de motor de carros que quando se fecha faz POM!
DESTROCAR
Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.
DISVORCIADA
Mulher que se diz por aí que se vai divorciar.
É ASSIM!
Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não quer dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no início de qualquer frase. Muito utilizado por jornalistas e intelectuais. ENTROPEÇAR
Tropeçar duas vezes seguidas.
ÊROS
Moeda alternativa ao Euro, adoptada por alguns portugueses.
FALASTES
Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex.: eu falei, tu falaste, ele falou, TU FALASTES.
FRACTURAÇÃO
O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial. Casa que não fractura... não predura.
INCLUSIVER
Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira.
Também existe a variante 'Inclusivel'.
A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'. Ex.: Atão mô, tudo bem?
NHA
Assim como Mô, é a forma mais prática de articular a palavra MINHA. Para quê perder tempo, não é? Fica sempre bem dizer 'Nha Mãe' e é uma poupança extraordinária.
NÚMARO
Já está na Assembleia da República uma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, a qual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!
PARTELEIRA
Local ideal para guardar os livros de Protuguês do tempo da escola.
PERSSUNAL
O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex.: 'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.
PITAXIO
Aperitivo da classe do 'mindoím'.
Prontus Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um 'prontus'! Fica sempre bem. Prutugal País ao lado da Espanha. Não é a Francia.
QUAISE
Também é uma palavra muito apreciada pelos nosso pseudo-intelectuais. Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.
STANDER
Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis.
O 'stander' é um dos grandes clássicos do 'português da cromagem'.
TIPO
Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada, e não servindo para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo. É assim... tipo, tás a ver?
TREUZE
Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Os cães ladram e a caravana passa...


Esta é uma carta de uma professora de Barcelos sobre certas opiniões de um "filho desnaturado" de uma grande Senhora da cultura portuguesa, a "nossa" Sophia, de seu nome Miguel Sousa Tavares ( o apelido do pai também não lhe "cai" muito bem...)



"É do conhecimento público que o senhor Miguel de Sousa Tavares considerou “os professores os inúteis mais bem pagos deste país.” Espantar-me-ia uma afirmação tão generalista e imoral, não conhecesse já outras afirmações que não diferem muito desta, quer na forma, quer na índole. Não lhe parece que há inúteis, que fazem coisas inúteis e escrevem coisas inúteis, que são pagos a peso de ouro? Não lhe parece que deveria ter dirigido as suas aberrações a gente que, neste deprimente país, tem mais do que uma sinecura e assim enche os bolsos? Não será esse o seu caso? O que escreveu é um atentado à cultura portuguesa, à educação e aos seus intervenientes, alunos e professores. Alunos e professores de ontem e de hoje, porque eu já fui aluna, logo de “inúteis”, como o senhor também terá sido. Ou pensa hoje de forma diferente para estar de acordo com o sistema?
O senhor tem filhos? – a minha ignorância a este respeito deve-se ao facto de não ser muito dada a ler revistas cor-de-rosa. Se os tem, e se estudam, teve, por acaso, a frontalidade de encarar os seus professores e dizer-lhes que “são os inúteis mais bem pagos do país.”? Não me parece… Estudam os seus filhos em escolas públicas ou privadas? É que a coisa muda de figura! Há escolas privadas onde se pagam substancialmente as notas dos alunos, que os professores “inúteis” são obrigados a atribuir. A alarvidade que escreveu, além de ser insultuosa, revela muita ignorância em relação à educação e ao ensino. E, quem é ignorante, não deve julgar sem conhecimento de causa. Sei que é escritor, porém nunca li qualquer livro seu, por isso não emito julgamentos sobre aquilo que desconheço. Entende ou quer que a professora explique de novo?
Sou professora de Português com imenso prazer. Oxalá nunca nenhuma das suas obras venha a integrar os programas da disciplina, pois acredito que nenhum dos “inúteis” a que se referiu a leccionasse com prazer. Com prazer e paixão tenho leccionado, ao longo dos meus vinte e sete anos de serviço, a obra de sua mãe, Sophia de Mello Breyner Andersen, que reverencio.

O senhor é a prova inequívoca que nem sempre uma sã e bela árvore dá são e belo fruto. Tenho dificuldade em interiorizar que tenha sido ela quem o ensinou a escrever. A sua ilustre mãe era uma humanista convicta. Que pena não ter interiorizado essa lição! A lição do humanismo que não julga sem provas! Já visitou, por acaso, alguma escola pública? Já se deu ao trabalho de ler, com atenção, o documento sobre a avaliação dos professores? Não, claro que não. É mais cómodo fazer afirmações bombásticas, que agitem, no mau sentido, a opinião pública, para assim se auto-publicitar.
Sei que, num jornal desportivo, escreve, de vez em quando, umas crónicas e que defende muito bem o seu clube. Alguma vez lhe ocorreu, quando o seu clube perde, com clubes da terceira divisão, escrever que “os jogadores de futebol são os inúteis mais bem pagos do país.”? Alguma vez lhe ocorreu escrever que há dirigentes desportivos que “são os inúteis” mais protegidos do país? Presumo que não, e não tenho qualquer dúvida de que deve entender mais de futebol do que de Educação. Alguma vez lhe ocorreu escrever que os advogados “são os inúteis mais bem pagos do país”? Ou os políticos? Não, acredito que não, embora também não tenha dúvidas de que deve estar mais familiarizado com essas áreas. Não tenho nada contra os jogadores de futebol, nada contra os dirigentes desportivos, nada contra os advogados. Porque não são eles que me impedem de exercer, com dignidade, a minha profissão. Tenho sim contra os políticos arrogantes, prepotentes, desumanos e inúteis, que querem fazer da educação o caixote do ( falso) sucesso para posterior envio para a Europa e para o mundo. Tenho contra pseudo-jornalistas, como o senhor, que são, juntamente com os políticos, “os inúteis mais bem pagos do país”, que se arvoram em salvadores da pátria, quando o que lhes interessa é o seu próprio umbigo.
Assim sendo, sr. Miguel de Sousa Tavares, informe-se, que a informaçãozinha é bem necessária antes de “escrevinhar” alarvices sobre quem dá a este país, além de grandes lições
nas aulas, a alunos que são a razão de ser do professor, lições de democracia ao país. Mas o senhor não entende! Para si, democracia deve ser estar do lado de quem convém.
Por isso, não posso deixar de lhe transmitir uma mensagem com que termina um texto da sua sábia mãe:

“Perdoai-lhes, SenhorPorque eles sabem o que fazem.”


Ana Maria Gomes

Escola Secundária de Barcelos